Todos os Valores Morais Amor
PROCUREI-TE EM TANTOS SÉCULOS
Procurei-te na terra pelos séculos
E os cemitérios que não tinham o teu nome
Procurei-te a noite pelas sombras
Nos becos mais escuros que encontrei
Procurei-te pelas ruas da cidade, vila ou aldeia
Entre as tabernas, tascas ou cafés
Procurei-te durante dias pelos cantos silenciosos
Que a minha pobre alma tinha
Procurei-te na floresta pelos galhos das árvores
Dos pinheiros, dos chuopos, das oliveiras e rios distantes
Procurei-te nos campos de trigo, por vales
Lameiros e cada caminho escondido que encontrava
Procurei-te no mar nas suas ondas gritando o teu nome
Nos barcos, nos navios abandonados e nas rochas afiadas
Procurei-te nas profundezas mais sombrias
De mim que alguma vez eu tenha feito
Procurei-te entre as estrelas, as nuvens, a chuva
A neve, o nevoeiro e por todos amanheceres
Procurei-te nos meus sonhos e vi me esperavas a muito tempo
Nesta procura de tantos séculos passados a tua procura.
HÁ SILÊNCIOS QUE CALAM
Há silêncios que calam
Há noites que dão luz
Há silêncios que nos ferem
Há anjos que nos visitam
Há silêncios que choram
Há um jardim de flores em nós
Há silêncios em lágrimas
Há sentimentos de amor
Há silêncio em oração
Há dores de parto
Há silêncios esquecidos
Há amores dentro de nós
Há silêncios de paixão
Há um mundo de silêncios aqui.
Na batalha de Covadonga sobre os muçulmanos,
a princesa das Astúrias em as Crônicas de Albertino “na reconquista”,relata sabiamente a distinção entre o amor “da” e o amor “para” a sua vida. O amor da sua vida é avassalador, ardil ,intenso, emocional, Seus caminhos são curvos, turbulentos, mas repletos de encanto e paixão. Com ele você pode tocar as estrelas. Já o amor para a sua vida caminha sutilmente por uma estrada reta, com o horizonte sempre à frente… Racional, este amor você não sente, apenas vive e sustenta… este amor não dança e nem rodopia. Ah!…mas se podes ter os dois em uma só companhia…és o ser mais feliz que se podia!!!
DEIXA-ME SONHAR
Não me olhes, não me invejes
Olha-te apenas e vê-te como tu és
Ninguém é como ninguém
Todos temos a nossa própria essência
Se não gostas do que eu faço paciência
Deixa-me viver em cada olhar
Deixa-me respirar em cada flor
Deixa-me escrever em cada pétala
Deixa-me amar-te em cada amanhecer
Deixa-me simplesmente viver •*
Deixa-me sonhar com intensidade
Deixa-me ver a serra aberta na alma
Deixa-me ter a liberdade dos lobos
Deixa-me o sussurro dos pássaros
Deixa-me a ramagem verdejante
Deixa-me sentir a fria neve do monte
Deixa-me o perfume do teu olhar
Deixa-me sentir desejo de ti
Deixa-me apenas sonhar acordada
Deixa-me o aroma da tua pele
Deixa-me prender o teu sorriso
Deixa-me viajar pelas ondas do mar
Deixa-me eu só quero simplesmente amar
Não me olhes, não me invejes
Sou alguém que ama a vida como ninguém.
DEIXA-ME VIVER
Deixa-me viver em cada olhar
Deixa-me respirar em cada flor
Deixa-me escrever em cada pétala
Deixa-me amar-te em cada amanhecer
Deixa-me simplesmente viver
Deixa-me sonhar com intensidade
Deixa-me ver a serra aberta na alma
Deixa-me ter a liberdade dos lobos
Deixa-me o sussurro dos pássaros
Deixa-me a ramagem verdejante
Deixa-me sentir a fria neve do monte
Deixa-me o perfume do teu olhar
Deixa-me sentir desejo de ti
Deixa-me apenas sonhar acordada
Deixa-me o aroma da tua pele
Deixa-me prender o teu sorriso
Deixa-me viajar pelas ondas do mar
Deixa-me eu só quero simplesmente amar.
DESENHO O MAR NO TETO
Há noite desenho o mar no teto da alcofa
E o meu corpo é rasgado pelas andorinhas
Recomeço das cinzas estes versos do mar
Florescendo girassóis tardios do tempo
Na esperança despida do cordão da alma
Entro em ti como se entrasse no mar
Temporal das ondas num sonho antigo
Rompendo a memória sobre as águas
Desta flor de zelo em que me encontro
Feitas em palavras ternas de furor
Que vou inventando para ti amor
E o silêncio do mar desfaz-se em espiral
Como um fio desenhado no teto do nosso quarto.
AMEI-TE? SIM. DOIDAMENTE
Amei-te? Sim. Doidamente!
Como as rosas que floriam
No belo jardim o nosso.
Amei-te? Sim. Doidamente!
Com a intensidade das ondas
Do mar querendo afogar-me nele.
Amei-te? Sim. Doidamente!
Como um sonho acordado que vive
As suas emoções intensamente.
Amei-te? Sim. Doidamente!
Com as horas, minutos, segundos
Sem pudor dos que nada pedem.
Amei-te? Sim. Doidamente!
Com lágrimas, sorrisos, dores
Das velhas penas em prece.
Amei-te? Sim. Doidamente!
Por toda a vida se Deus quiser
E mesmo depois da morte te amarei.
QUERO ALINHARVAR-TE
Quero rasgar os poemas
Costurar as poesias
Despir os versos
Remendar os sonetos
Unir as sílabas
Alinhavar os duetos
Descoser os pontos
Juntar os nossos olhares
Cerzir os teus desejos
Bordar as tuas carícias
Alinhar os teus beijos
Encostar a minha boca à tua
Cosendo o meu corpo ao teu.
OUVE OS MEUS GRITOS
Ouve os meus gritos calados
Mudos de outros dias
Nas palavras silenciosas
Arranca com as tuas mãos
Todos os meus desejos
Todas as minhas dores presas
A minha própria ansiedade
Escritas no livro desassossego
Faz trovar os sons do amor
Que são ensurdecedores
Nos desejos sentidos no corpo
Dentro da minha alma presa
De uma prisão sem portas, sem grades
Os olhos choram pensamentos
Molham as dúvidas dos dias
Das mágoas, das mãos frias
Na fogueira que arde em carícias
Na solidão escondidas de mim
Da solidão que arde comigo
Palavras que embalam a dúvida
Do teu ou do meu amargo feliz coração.
AMO TUDO EM TI
Amo o castanho dos teus olhos
Amo o mar que tu tens por dentro
Amo a profundidade dos teus abismos
Amo a complexidade do teu ser
Amo a loucura que vejo em ti
Amo todos os teus pensamentos
Amo tudo em ti, em ti meu amor
Veste a tua boca com a minha
Que eu te darei o meu silêncio
RASGO A PELE DO MEU CORPO
Rasgo a pele do meu corpo
Para que as letras voem
Como penas ao meu redor
Nas palavras que vou escrevendo
Mesmo escondida de mim
Num nublado dia
Entre o céu e as estrelas
Tristeza sentida nos raios de luz
Para sentir e acordar nos teus braços
Nas caladas palavras
Que dizíamos e já não dizemos
De lágrimas sóbrias entre o musgo da terra
Gomas doces que comíamos num passado perdido
De um futuro adiado nas ardósias escritas
Resta os passos que damos
O sonho que esquecemos
Fica a vontade que não perdemos
Convertida em saudade, da infinidade
Nas gomas doces que vamos comendo
Neste escondido sentimento meu, em ti.
Abdico-me de mim
No aroma perfumado das rosas
Enquanto os teus braços ceifam águas
Acalmando-as bem longe dali
Num tumulto feito de mim, em ti.
TU ÉS A MINHA ALMA
Tu és a minha alma
És o meu predador
O meu doce anjo lobo
E eu sou simplesmente a tua presa
Abdico-me de mim
No aroma perfumado das rosas
Enquanto os teus braços ceifam águas
Acalmando-as bem longe dali
Num tumulto feito de mim, em ti.
QUERO QUEIMAR RASGAR TECER
Quero tecer as vestes que me cobrem
Para perder-me nos teus longos abraços
E fiquem eternos sempre no meu coração
Regaço de ternura de tanta sofrida luz
Quero rasgar as vestes que me tapam
Para me despir arrancando todas as linhas
Onde despida eu consiga ver as vestes
Que dilaceram-me a carne até ao tutano
Quero queimar as vestes que me tapam
Para que as cinzas sejam lançadas ao vento
Nos gritos rasgados que a minha alma sente
Descosendo com as linhas do meu ser contigo.
