Tiro no Escuro
Apenas mais um dia
Muitos dias levanto
e apenas sigo indiferente
não vivo e nem canto
muito menos acordo contente
Entre idas e voltas
sorrisos e lamentos
mares e revoltas
vazios e tormentos
Somente me vejo no escuro
não há claro por perto
nem há nenhum muro
que eu possa escalar de certo
Apenas vazio
por dentro do meu eu
uma alma posta ao frio
que pouco a pouco apodreceu
Vejo o escuro.
Somente o escuro realmente enxergo,
sem ruídos multicoloridos.
Ouço o silêncio.
Somente o silêncio posso ouvir,
sem ruir em ruídos.
O fim de um conto
No escuro te vejo
Em silêncio te ouço
Na ausência te sinto
Um vazio cheio de amor
Amor preenchido de vazio
Um frio, o calafrio
A falta do arrepio
Perdido ou nunca tido
Foi sentido sem sentido
Aquele vinho tinto a recordar o que já nem sei explicar
A mudez dos pássaros faz-me lembrar
Que te dei asas para voar
E sem razões para voltar
Aqui no meu divã
Apenas uma certeza
Perdi meu Peter Pan
Destruição sem fim
Antes eu sentia amor por tudo
Pela vida, por você, pelo futuro...
Hoje já não sinto mais
Serão esses tempos brumais?
Minha vida perdeu o sentido...
Não quero continuar existindo
Não enxergo solução
Para essa situação...
Meus sonhos do passado
Se perderam neste espaço...
Vago na escuridão, no vazio
Buscando explicação
Para toda esta destruição...
O ser humano me entristeceu
Com sua ganância e ódio
Se perdeu...
Não quero fazer parte
Deste massacre...
Não suporto mais viver assim...
Nesta destruição sem fim...
Inconstante…
(Nilo Ribeiro)
Inconstante,
assim eu sou,
homem errante,
assim estou
sem lugar,
sem referência,
sem amar,
sem preferência
estou perdido,
estou sem rumo,
ouça meu pedido,
me dê teu mundo
me procuro,
não me encontro,
estou no escuro,
me desaponto
não sonho,
não me alegro,
estou tristonho,
estou cego
as esperanças somem,
a felicidade foi embora,
não sou mais um homem,
apenas um ser que chora
não tenho um querer,
não tenho nada sequer,
só tenho um prazer,
te fazer minha mulher
não sou nada,
ninguém eu virei,
sem você minha amada,
nem vida eu terei…
Não sou escravo de ninguém
Nem de mim, nem de você.
Não tente me encontrar
Pois nem eu sei onde me encontro.
Vivo de princípios para
Manter o meu equilíbrio.
Penso em tantas coisas
Mas às vezes não tenho nada
A dizer.
Tantas palavras, mas todas já
Foram ditas.
Não vejo mal algum em usar
Palavras repetidas.
Sou pura emoção ao mesmo
Tempo me encontro em grande
Solidão.
Não tenho medo do escuro
Pois caminho nele sem ver
As coisas que encontro em
Minha frente.
Tenho medo da luz, pois ela
Me permite ver os monstros
Que se esconde dentro a escuridão.
Observo as pessoas como faz qualquer artista
Deduzo oque sentem e transcrevo
Em minhas linhas.
Faço das verdade minha fonte
De vida.
Mantenho a verdade viva
Em minha vida.
Das mentiras me escondi,
E meu coração pulveriza
Oque tenta me ferir.
Não me apego facilmente
Ao que desperta o meu desejo
Empurro com vontade oque
É fora de carácter.
Não sou o dono do mundo
Mas sou o filho do Dono.
Minhas ideias são frias
Pois tenho uma mente sofrida.
Olhe profundamente em meus olhos e você verá a beleza da cor, meus olhos não mostra oque sou, ou oque eu sinto, não mostra minha vida futura, mas talvez tu sinta o peso do meu passado.
Um passado pouco colorido, e muito sombrio.
Em cada canto escuro
Vejo minha solidão
À espreita
Esperando minha volta pra casa
Aonde ela não se esconde
Me abraça
Me toma
E me domina
Porque eu já à conheço
E ela...
E ela já me tem!
SER MADURO
Ser maduro,
é amar até mesmo no escuro...
É amar mesmo sem saber amar.
Ser maduro,
é aceitar as dificuldades
e insistir em sorrir
mesmo quando as opções
ou as pessoas
te fazem chorar