Tiro no Escuro
NO ESCURO DO HORIZONTE
É madrugada
E eu aqui calada
Insônia, penso em você
Um gole de cachaça
Para ver se passa
Essa fossa danada
Que faz o peito doer
Não quero dar Bom Dia!
A noite já basta
Para maltratar meu coração
Que de pirraça
Vira a mesa sem emoção
Talvez a tristeza
Me leve para longe
No escuro do horizonte
Onde o dia não existe
Onde você não exista
E antes que amanheça
Eu adormeça
Deixando um sonho de herança
A verdade sobre tudo aquilo que as pessoas realmente são, se resume à suas atitudes no escuro. É no apagar das luzes que o verdadeiro caráter mostra suas faces.
No fundo do poço tinha uma luz
e lá foi ele buscar a luz
a viagem foi longa e solitária
lá chegou e encontrou...
lama, fétido, pegajoso, frio, breu;
e a luz?
Era o reflexo da luz que vinha de fora.
Difícil foi tomar impulso para sair lá fora
E aos poucos o escuro que a garota tem medo esta se avermelhando e ficando sem graça pois já não a assusta tanto como antes.
Inconstante…
(Nilo Ribeiro)
Inconstante,
assim eu sou,
homem errante,
assim estou
sem lugar,
sem referência,
sem amar,
sem preferência
estou perdido,
estou sem rumo,
ouça meu pedido,
me dê teu mundo
me procuro,
não me encontro,
estou no escuro,
me desaponto
não sonho,
não me alegro,
estou tristonho,
estou cego
as esperanças somem,
a felicidade foi embora,
não sou mais um homem,
apenas um ser que chora
não tenho um querer,
não tenho nada sequer,
só tenho um prazer,
te fazer minha mulher
não sou nada,
ninguém eu virei,
sem você minha amada,
nem vida eu terei…
Não sou escravo de ninguém
Nem de mim, nem de você.
Não tente me encontrar
Pois nem eu sei onde me encontro.
Vivo de princípios para
Manter o meu equilíbrio.
Penso em tantas coisas
Mas às vezes não tenho nada
A dizer.
Tantas palavras, mas todas já
Foram ditas.
Não vejo mal algum em usar
Palavras repetidas.
Sou pura emoção ao mesmo
Tempo me encontro em grande
Solidão.
Não tenho medo do escuro
Pois caminho nele sem ver
As coisas que encontro em
Minha frente.
Tenho medo da luz, pois ela
Me permite ver os monstros
Que se esconde dentro a escuridão.
Observo as pessoas como faz qualquer artista
Deduzo oque sentem e transcrevo
Em minhas linhas.
Faço das verdade minha fonte
De vida.
Mantenho a verdade viva
Em minha vida.
Das mentiras me escondi,
E meu coração pulveriza
Oque tenta me ferir.
Não me apego facilmente
Ao que desperta o meu desejo
Empurro com vontade oque
É fora de carácter.
Não sou o dono do mundo
Mas sou o filho do Dono.
Minhas ideias são frias
Pois tenho uma mente sofrida.
Olhe profundamente em meus olhos e você verá a beleza da cor, meus olhos não mostra oque sou, ou oque eu sinto, não mostra minha vida futura, mas talvez tu sinta o peso do meu passado.
Um passado pouco colorido, e muito sombrio.
Às vezes tenho a sensação que não amanheço. Que permaneço irremediavelmente presa na boca escura da noite.
Pular de peito aberto,
Sem medo da dor,
Sem medo do amor.
Mergulhar no profundo,
Sem medo do escuro,
Sem medo do luto.
Não há dias escuros quando se tem o coração transbordando de amor,
e, a esperança sorrindo a cada amanhecer.
Toda vez que fecho os olhos, enxergo as partes internas das minhas pálpebras.
Só hoje me dei conta que elas são escuras.
Lá, no fim das internas viagens,
Onde estatísticas não têm valor,
Porque, até hoje, ninguém pisou,
Em solos tão selvagens,
Mora, depois da esquina do medo,
O tesouro que tanto procuras,
Entre vielas e ruas escuras,
E que parece intransponível segredo.
Ele espera por você, intocado,
Pronto para a revelação,
Pela qual você, obstinado,
É capaz de dar dedos e mão,
Sem saber que, o danado,
É gratuito a quem tem coração.
