Tiago de Melo Poesia
Eu no fundo fico sentido, sabe? Sentido por ter acreditado demais. Por ter esperado muita coisa de um babaca que nunca pretendeu nada sério comigo.
Vivi tantos amores errados e meio tortos que, quando pareceu que finalmente eu tinha encontrado alguém, eu tive medo de dar no mesmo e resolvi desistir.
Chorava sempre às nove em ponto do domingo. Não dizia a ninguém o porquê. Os amigos mais próximos só sabiam que havia saudade em cada milímetro do colchão.
Achava que ia morrer só. Dizia que as pessoas eram incapazes de amá-la de verdade. Se achava velha, acabada, mal-arrumada. Os olhos ardiam de dor a ponto de sangrarem. Vivia rindo pelos cantos sem motivo aparente. Insistia em dizer que a felicidade era ela mesma ontem, hoje, amanhã e até onde desse.
Você invadiu meu espaço, minha vida, minha concentração. E olha que eu mal notei quão vazia era a casa sem suas camisas penduradas na cadeira.
Eu te amo mesmo você sendo o contrário de tudo que eu acredito. Ainda que eu negue em frente aos nossos amigos, ainda que eu diga pra você não ir ou falar que eu não me importo se você for embora. Te amo mesmo sendo frio no telefone, mesmo que eu não consiga não olhar nos teus olhos. Mesmo gritando, fazendo cenas, fugindo nas horas certas. E eu sigo te amando de um jeito tão estúpido, louco, cruel, mas é que eu não sei ser diferente.
Entendi, ao olhar fundo nos seus, que, para amar, basta exigir menos, se sentir bem, estar em paz, viver de suspiros. E todo o resto é conversa fiada.
Nessa coisa de viver amores errados, aprendi que você não pode chamar de amor se você não é capaz de ser inteiro. Se for para ser metade, então não é amor. É preciso engolir o orgulho, ir atrás, muitas vezes voltar também. É preciso estar preparado para fazer promessas e realizá-las. Declarações apaixonadas são um tanto bonitinhas, mas amar, acredite, exige ser bem mais que isso.
Acho que foi a primeira vez que alguém gostou da minha intensidade, sentiu como eu senti. Tô achando isso louco. Tô achando lindo.
É difícil perceber que, depois que tudo acaba, é impossível reconstruir por completo um coração, porque a base inteira já foi destruída.
(...) Morro todos os dias com suas dores, medos e vazios. Vez ou outra me enforco com teus caprichos. Volte e leve-os contigo todas as conjugações e períodos do verbo sentir.
Ele tentou conversar comigo, mas eu cortei. Virei a cara mesmo. Não queria agir como se estivesse tudo legal, porque não estava.
Você não faz ideia por causa da insensibilidade, mas a terra dói quando as flores lhe são arrancadas. Eu me acostumei com eternas partidas, a terra não.
Eu fiquei uma semana sem dormir porque eu não acreditava que tinha te conhecido. Depois fiquei uma semana inteirinha sem dormir, por que não conseguia entender o motivo da gente não ter dado certo.
Eu e você na cobertura do W. Zarzur teríamos uma fotografia inesquecível se não fosse a fiação elétrica. As construções recentes poluem qualquer resquício de doçura que possa existir.
É raro encontrar alguém que te ame não pelas coisas que você mostra, mas, por aquelas que você nem percebe que tem.
Eu falava pra mim mesmo em voz baixa: “você é forte, você consegue, vai em frente”. Mas eu estava ferido em vários sentidos, em várias circunstâncias, em vários vagos. Ferido por pessoas, por palavras, por sonhos bobos, por atitudes que eu jamais esperaria, por tão pouco. Meu coração estava em cacos, colhidos por uma série de fantasmas que nem eu reconhecia mais. Eu me conformava porque eu sabia que no outro dia o sol nasceria de novo, as flores amanheceriam com mais cor, o vento sopraria, assanharia meus cabelos e, talvez, levaria minha dor. Mas eu estava enganado.
Eu só pulei do barco porque pensei que você pudesse ser meu porto. Mas não se preocupe, agora ou nado, ou dá em nada.
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