Tiago de Melo Poesia
A tristeza e a carência que te definiam eram mais do que falta de afeto, era um buraco negro existencial que sugava toda a tua luz própria, te deixando dependente da migalha emocional que o mundo te oferecia, a verdadeira dependência, porém, veio com a força que bateu à porta, um Amor que não mendiga espaço, mas que instala o reino onde antes havia apenas ruína e desespero, reconfigurando a arquitetura da tua necessidade, você era um poço seco ansiando por uma gota, e Ele chegou como uma enchente de sentido, lavando toda a poeira da autocomiseração.
Quem te observa hoje, sob a luz plena de um palco que você custou a montar, nunca terá a dimensão exata dos escombros internos que você precisou varrer com as próprias mãos antes de se permitir respirar fundo, eles aplaudem a chegada, mas ignoram a escalada vertical dos teus dias mais sombrios, onde a única plateia era o silêncio corrosivo das madrugadas sem propósito, aquelas em que o corpo seguia em frente por um impulso meramente biológico, enquanto a alma já havia decretado a própria falência, um atestado de óbito emocional assinado em lágrimas frias no travesseiro da desistência.
Nossa vida é comparada a uma estrada para caminhar, e cada passo dado hoje define a paisagem de amanhã.
Mas quem lá no fim chegou, jamais voltou e nem voltará, valorize a jornada, pois o destino é uma viagem só de ida.
Aquele que não tem nada tem cruz pesada pra carregar, ensinando na dor o valor da resiliência e da humildade.
O tempo é uma serpente que leva a gente pro fim da vida, rastejando silenciosamente e devorando todos os nossos dias.
No espelho dá para ver ele corroer e deixar feridas, pois o tempo não cura tudo, apenas registra as batalhas que perdemos.
Os sonhos irão ficando e a gente chegando para despedida, não deixe que seus desejos morram antes de você.
Quando eu tinha pouca idade a vaidade me dominou, e só na maturidade percebi que a simplicidade é a maior riqueza.
Eu não pensei no agora e joguei fora quem me amou, e o peso desse arrependimento é o mais difícil de carregar.
Neste mundo de ilusão, o meu coração de tudo cansou, ansiando por um refúgio de paz em meio à falsidade.
A velhice hoje me invade e a felicidade para trás ficou, provando que a alegria não é um destino, mas a forma como se viaja.
Quem perde um grande amor não encontra flor nesta caminhada, pois o luto transforma o jardim da vida em um deserto gelado.
No chicote das lembranças, a gente avança para o fim da estrada, impulsionado pela dor dos erros que não podemos mais corrigir.
É como se fosse um escombro sobre meus ombros sinto pesado, porque as ruínas do nosso passado nos pesam mais que o presente.
Em vão eu vou carregando o peso dos anos acumulados, se não transformarmos a experiência em aprendizado para os outros.
Meus olhos conquistadores estão sem cores e acinzentados, perdendo o brilho quando a alma se cansa de lutar por beleza.
A morte vem rir do meu passado, mas o que ela não sabe é que as cicatrizes contam a história de um guerreiro que não se rendeu.
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