Tiago de Melo Poesia
A cura é um ofício demorado, a alma não se regenera, ela é pacientemente remendada, ponto a ponto, com o fio da perseverança.
O fardo da alma não é a matéria que nos pesa, mas o custo da teatralização de uma leveza que inexiste.
O vácuo existencial é a área de segurança que o Divino insiste em demarcar para provar que toda outra plenitude é apenas uma ilusão temporária.
A coragem presente é o memorial erguido por todas as vezes em que o terror do passado falhou miseravelmente em nos quebrar.
Há uma serenidade selvagem em entender que certas feridas da alma não precisam de testemunhas, apenas de silêncio para cicatrizar.
A exaustão transcende o físico: é a fadiga da alma que trava uma guerra invisível nas trincheiras da própria consciência.
O esforço supremo reside em desmantelar as fortalezas autoimpostas que, em nome da defesa, nos aprisionam à não vida.
A traição capital é o nosso próprio silêncio vendido em troca da moeda podre da validação no palco da superficialidade.
A fundação do novo eu é um ato inerentemente solitário, pois ninguém, além de nós, detém o mapa dos escombros para reconstruir o alicerce.
A força visceral só emerge quando a existência, em um ato de desnudamento brutal, nos priva de todo e qualquer pilar externo.
O poder autêntico é o direito de desabar em lágrimas, para então, da própria lama, emergir por escolha e não por obrigação.
Deixar ir não é amnésia emocional, é a cirurgia de sobrevivência que a alma exige para preservar seu futuro.
A calmaria suprema não reside na paz dos mares planos, mas na âncora inabalável da própria identidade em meio à fúria da tempestade.
Existe uma estética da resistência na alma que, sob a compressão do fardo, escolheu o florescimento em vez da ruptura.
O cansaço existencial é o alarme da alma exaurida pela dieta forçada de superficialidade que a rotina impõe.
A obra-prima interior não se realiza no berço do conforto, ela é esculpida a frio e martelada na aspereza da rocha.
A solidão é o custo elevado da profundidade, quem se contenta com o raso, troca a essência pela ilusão de estar rodeado.
O homem que se isola por medo do erro renuncia à sua natureza e torna-se um eco em seu próprio deserto.
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