Tiago de Melo Poesia
A vida nos chama a ser justos, não perfeitos, e a justiça começa no reconhecimento da nossa falibilidade.
O nosso amor não é vinho, é a embriaguez que resta após todas as taças, uma sede que se renova no beijo e na permanência.
Deixe que a fragrância da sua chegada suplante o incenso dos meus ritos; seu nome sussurrado é o único aroma que purifica o templo da minha alma.
Eu te comparo ao lírio que nasce entre os espinhos do meu medo, a beleza mais pura só floresce onde o perigo tenta impedir o toque.
Que as nossas vigas sejam de cedro, não para nos esconder do mundo, mas para que a solidez de nosso leito suporte a eternidade dos nossos juramentos.
A doçura de sua boca é a única mirra que meu sono aceita, repousar em seus braços é a única maneira de apagar a aridez da ausência.
Seus olhos não são pombas, mas o arrulho silêncio que convoca a primavera e faz o tempo da colheita parecer uma espera doce.
A sua voz é a música que me faz esquecer que a cidade é feita de muros, cada palavra sua derruba a muralha da minha solidão.
Minha amada, você é a macieira que se destaca no bosque comum, e eu só desejo a sombra onde a paz e o fruto proibido coexistem.
O beijo de sua boca é o pergaminho que reescreve o meu passado, transformando todas as minhas cicatrizes em mapas para o seu abraço.
O amor não é o fogo, mas a madeira nobre que o suporta, é a lenha que, mesmo queimando, exala um perfume de cedro e jamais vira cinza.
Eu a procurei nas praças e nas ruas, não a achei nos lugares comuns, mas sim no jardim fechado que reservamos para o nosso reencontro secreto.
A sua paixão é a força da morte e a voracidade do Sheol, uma lei mais antiga que o tempo, que não aceita resgate ou suborno.
Meu coração vigia mesmo quando o corpo dorme, pois sabe que a visão da ausência é a pior das tormentas no silêncio da noite.
Que a sua boca se torne a adega onde a minha alma bebe o vinho do esquecimento de todas as tristezas passadas.
Meu rastro na solidão foi a bússola que te trouxe até mim. Nenhuma sombra, nenhum abismo deteve os passos do teu amor. Tu vieste sem cansaço, somente com propósito.
No deserto, o conforto virou dor, eo silêncio me acusava sem piedade. O frio do esquecimento quase apagou meu nome… Até que ouvi a voz do Pastor chamando por mim.
Teu caminho até mim foi traçado com sangue na terra. Cada pedra feriu Teus pés, não porque eu merecesse, mas porque Tu escolheste me amar.
A palavra amor é um acordo social, uma forma de nomear quando afeto e compromisso se encontram. Mas como cada pessoa sente o mundo de um jeito único, o amor que alguém diz sentir nunca é exatamente igual ao meu. Ele nasce das experiências, das perdas, do corpo e das expectativas de cada um. E aí surge o dilema: nunca conseguirei saber se o amor do outro é parecido com o meu. A angústia vem dessa dúvida. Posso ser amado pelo nome “amor” mas talvez nunca pelo que realmente sou por dentro, pelo meu jeito único de sentir. Ninguém consegue amar uma cópia perfeita do meu sentimento. Só eu sei como meu amor existe dentro de mim.
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