Tiago de Melo Poesia
O amor não é ausência de dor, é persistência mesmo doendo. Amar apesar da dor é persistir na construção, mesmo quando o alicerce treme.
Deus me achou onde eu já tinha desistido de mim. Deus me encontrou no ponto mais frágil e ali plantar-se foi milagre e novo um começo.
Cada lágrima que caiu construiu a ponte que me trouxe até aqui. As pontes feitas de lágrimas ligam o passado ao presente, cada gota virou caminho que trouxe aprendizado.
Já perdi tudo, e ainda assim encontrei gratidão. Perder tudo é descobrir que o essencial sobreviveu, a gratidão nasce onde o resto se foi.
O coração calejado ainda acredita, mas com mais calma e aexperiência amarga do coração o torna mais cuidadoso, acreditar agora é um gesto ponderado.
Fui machucado por palavras, e curado pelo silêncio. O poder das palavras ferem, o silêncio curador ensina a escutar e a colocar remédio no tempo.
A fé é o último fio, mas é ela que puxa o milagre e quando o fio é finíssimo, crer é confiar que o invisível sustenta o visível até o milagre chegar.
Chão rachado guarda sementes, o que parecia fim, tornou-se promessa de fecundidade. Hoje eu sou esse chão.
As dores me ensinaram a falar mais baixo e sentir mais fundo. A dor afinou os sentidos, ouvir, tocar, sentir, tudo ficou mais verdadeiro e profundo.
Deus me mostrou que o tempo certo é o tempo d’Ele, não o meu. Entregar o relógio ao tempo divino é aceitar que há sincronias que só Ele rege.
Já abracei o medo e chamei de aprendizado. Abraçar o medo é transformá-lo em professor, com ele aprendemos onde pisar com cuidado.
A fé não me fez invencível, me fez suportar o invisível. A fé não elimina o vulnerável, dá coragem para atravessá-lo sem sucumbir à desolação.
O amor não precisa ser grande, só precisa ser sincero. A sinceridade do amor vale mais que gestos grandiosos, é nela que se mede sua verdade.
Já caminhei em silêncio com Deus e Ele falou através do vento. O silêncio com Deus às vezes é mais eloquente que mil explicações, o vento traz a resposta que tanto necessito.
A solidão me apresentou a mim mesmo e eu fiquei. A solidão pode ser espelho, quem ali nos visita pode ser o próprio eu que ainda havia de nascer.
Às vezes, a resposta vem disfarçada de calma e quando surge, costuma trazer a resposta que a pressa jamais alcançaria.
Deus me fez entender que nem tudo que se perde é perda. Existem perdas que protegem a alma, o olhar de fé nos mostra o valor do que se foi.
Já lutei contra o tempo e descobri que ele é aliado da fé. Quando o tempo se torna aliado, a fé aprende a confiar na maturação dos frutos invisíveis.
O amor é a cicatriz mais bonita que carrego. As marcas do amor permanecem como ornamento da alma, elas embelezam pela verdade que revelam.
A fé não me poupou das feridas, mas me impediu de sangrar sozinho. Mesmo ferido, ser acompanhado faz com que o sangue não conte a história sozinho, há mãos que seguram.
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