Tiago de Melo Poesia
As lágrimas de ontem, silenciosas e amargas, prepararam o solo da serenidade que hoje habita meu coração.
Foi no deserto que Deus me ensinou a enxergar flores, pequenas alegrias, esperanças discretas que brotam mesmo onde parece impossível.
Mesmo cansado de tentar, a vida me mostrou que persistir é a única forma de transformar feridas em aprendizado e tropeços em passos firmes.
A vida me ensinou que nem toda dor precisa ser vista, algumas apenas pedem o silêncio e a presença de Deus.
Já chorei tentando entender os porquês da vida, até descobrir que a paz mora em confiar nos pra quês de Deus.
Fui moldado pela dor e lapidado pela paciência. Cada sofrimento foi um cinzel nas mãos do tempo, esculpindo em mim a consciência de que nada é em vão. A dor me rasgou, mas também me abriu para o divino que habita no silêncio. A paciência, essa artesã invisível, me ensinou que o amadurecimento não é pressa, é entrega. Hoje entendo que fui forjado não para ser perfeito, mas para compreender a beleza do processo, o sagrado que existe em suportar e florescer, mesmo em meio ao fogo.
Como estrelas mortas, um brilho tardio, um calor lembrado que não aquece e, no entanto, sigo sendo levado pelo meu eterno passado.
Renasço das quedas como quem recolhe brasas e delas forja amanheceres. Carrego o peso do mundo nas costas, não por orgulho, mas porque sei que dignidade se sustenta no esforço. Não escrevo para o aplauso, minhas palavras apontam as feridas que pedem cura. Ao doar-me, faço habitável a vida do outro e, nesse gesto, reconstruo a minha. Sigo insistente, acendendo luzes onde o silêncio impera, transformando dor em exigência de justiça e sentido.
Só quem atravessa o próprio deserto entende que, o fardo não é a areia, nem o calor, é a distância.Cada passo traz o eco daquilo que se perdeu e ainda assim, é o que nos ensina a chegar.
No escuro, entre pedras e sombras, a esperança, um pulso quente, foi meu único modo de não me perder no vazio.
Já quis voltar atrás, mas percebi que Deus só anda pra frente. Entregar o passado não é rendição, é reconhecer que há um caminho maior que nossas voltas. Olhar adiante é aceitar que alguns capítulos existem só para ensinar, não para reescrever.
A fé é o abrigo que me sustenta quando o mundo vira tempestade. Quando a tempestade vem, a fé não nega o medo, sustenta os pés, acalma o peito e dá abrigo ao ser.
Fui ferido por quem amei, mas curado por quem ficou. Curar-se também é um ato de coragem, quem ficou se tornou ponte onde a confiança pode voltar a andar.
As quedas me ensinaram a cair de joelhos e orar. Cair de joelhos é aprender que o chão pode ser oração, é onde a humildade encontra força.
Deus me mostrou que o que parece perda é, muitas vezes, proteção. Perdas aparentes são cortinas que nos protegem do que não nos pertence, a fé revela o que era escudo.
Já carreguei culpas que não eram minhas só pra manter a paz. Há um preço pela paz que não nos pertence pagar, libertar-se dessas culpas é reencontrar leveza.
O tempo me ensinou que o silêncio é mais sábio que o orgulho. O silêncio guarda verdades que o orgulho apressa em disfarçar, ouvir é mais sábio que responder.
Às vezes, a alma cansada só quer existir sem ser cobrada. Existir sem cobrança é recuperar o direito de ser inteiro antes da demanda alheia.
Fui cinza, mas o sopro divino me reacendeu. Um sopro divino reacende aquilo que parecia apagado e faz da cinza início e promessa.
Já venci guerras que ninguém soube que existiram. As batalhas invisíveis nos ensinaram a ter compaixão por aqueles que lutam calados.
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