Tiago de Melo Poesia
Quando as lembranças da infância se entranham no meu peito, rasgam-me as entranhas e arrancam minha carne ao ritmo de memórias que não perdoam, tudo o que superei , daquele passado terrível com tanto esforço vira pó, e eu fico a arrastar o cadáver de quem fui.
O mais difícil é erguer-me ao nascer da manhã, depois disso, deixo que a vida siga seu curso, e, quase como um milagre silencioso, o dia floresce diante de mim.
Toda felicidade do mundo seria inútil diante da ruína que você mesmo ergueu. Suas escolhas te esculpiram, não há retorno, e nada jamais apagará o que você se tornou.
Ser cristão é viver disposto a morrer por aquilo que se sente e se crê, mesmo sabendo que jamais será totalmente compreendido.
Feridas abertas não são fraqueza, são a coragem brutal de cicatrizar, onde o sangue se ergue em semente de eternidade.
Persistir é a revolução mais feroz, não o confronto que derrama sangue, mas a guerra secreta que recria o próprio ser.
Cada lágrima cai como aço incandescente, não é fraqueza, é raiz, é a dor que germina força no deserto da alma.
O impossível é a montanha que desafia o peito, um grito contra o abismo, a prova crua da coragem que não se rende.
Quando o corpo desaba, a alma ruge no silêncio da exaustão, arde o fogo indomável que nada pode extinguir.
Transformar dor em combustível é alquimia selvagem, a chama que nasce do abismo, a vida que renasce incendiada pelo próprio sofrimento.
Vencer é resistir na repetição dos dias, batalha sem aplausos, conquista feita de amanheceres sangrados em silêncio.
O medo ronda, mas não governa, é sombra frágil diante do peito em chamas, um invasor que nunca tomará morada.
Superar é encarar o espelho estilhaçado, ver além das cicatrizes, arrancar força do reflexo despedaçado.
Cada passo no breu é lâmina encandescente, um corte na escuridão, abrindo a trilha brutal da esperança.
Nenhuma tempestade apaga o sol interior, a chama é selvagem, eterna, mesmo sob o peso sufocante das nuvens mais densas.
A queda é golpe da vida, mas levantar é o passo que desafia a gravidade, a dança brutal que nunca cessa.
A força nasce do fundo mais sombrio, um poço oculto, visceral, onde o ser toca a raiz indestrutível da própria essência.
A coragem brota no território do medo, um jardim feroz que floresce na sombra, vida que desafia as trevas.
Me reconstruo tijolo por tijolo, um castelo de esperança erguido da ruína, cada pedaço, uma vitória sem testemunhas.
Nem mesmo os ventos impiedosos do norte puderam me ver sucumbir. Se a calmaria me foi negada, a constância me guiou, passos firmes, às vezes vagarosos, vezes até trêmulos, mas eternamente no rumo certo.
- Relacionados
- Poesia de amigas para sempre
- Poesia Felicidade de Fernando Pessoa
- Poemas de amizade verdadeira que falam dessa união de almas
- Frases de Raul Seixas para quem ama rock e poesia
- Poesias para o Dia dos Pais repletas de amor e carinho
- Poesia de Namorados Apaixonados
- Primavera: poemas e poesias que florescem no coração
