Tiago de Melo Poesia

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Quadro Abstrato


O grande e gracioso peixe perolado com olhos de cristal está contornado por folhas e gavinhas,besouros solitários azuis e vermelhos, flores desabrochadas e maduras frutas cítricas.
A coroa em sua cabeça é uma roda gigante de sensação comum deitada num giro anti-horário de jornada eterna e descançada.
No céu, uma ilha flutuante de montanhas rochosas distantes e adormecidas, abriga uma paisagem de alguns coqueiros e matagal, e um balão arco-íris paira alto fixado por cordas fincadas na praia branca nunca antes visitada e entrega às areias o fim de sua desenrolada escada de cordas.
Seguindo o rastro de pegadas solitários ao largo da praia o outro extremo aponta onde se finda. Ali há um martelo deixado ao lado de fincadas estacas que sustentam outra escada de cordas que se derrama desde a ilha até a entrada da roda gigante.
A estrutura em madeira de pintura desgastada em amarelo e vermelho tem escrito acima "entrance" e "exit" e fincada ao chão uma catacra enferrujada de entrada e saída liberadas.
Alguém reveza os últimos degraus da escada em direção a roda-gigante. Desce vestindo verde, tênis e jeans com o olhar para cima mesmo sem ainda tocar aquele chão.

Inserida por landeira

Sombra de mim


Esta terça que vibra entre minha razão e emoção me torna um espectador da minha vida a ponto de admirar-me.
Me constituo sem alcance de qualquer perfeição, julgando qualquer atitude equivocada. Existindo dentro de mim sem respirar como se o meu ser isento do racional, fosse um estado de descanso.
Me vivo para a surpresa e perdido ou obstinado, sem diferença, tenho um tema pra seguir no presente que no sonho ou na dor se apresenta. E mesmo coagido, amedrontado pela ansiedade de cada dia em ser julgado; triunfar incrédulo por não esperar por quem a mim preze ou pelo momento de ser exaltado.
Ao que merece minha concentração, meu tempo empregado e minha causa que pode até ser ao nada comparada, justifico meu ritmo e devoção sem ter de explicar qualquer parte desse particular tesouro.
O lugar que me eleva para além da falta de qualquer outro ganho ou qualquer perda é como um lar. Chego lá quando me sento e nem imagino. Onde posso sentir o cheiro do céu. Chego lá quando penso que não posso abandonar as últimas palavras reunidas sem capricho. Quando a importância do descanso não é maior que a da reflexão.
Vou até lá quando me vivo e me amo considerando que só tenho isso. Quando faço o caminho de volta que me levou a queda. Retorno para o íntimo. Para o absurdo milagre de insistente felicidade que arde.
Questiono a mim cobrando argumentos. Não é de graça ou sem preço que se obtém alguma felicidade e não concebo amanhecer com tanta estando rodeado de despropósito, perdido ou obstinado por alguma falsidade. Sem qualquer falsidade.
Erro, critérios, vaidade. Banal e carne, a vida completa com os dois lados da moeda. Escrever por odiar, amar para morrer, jogar contra o irmão. Errar, errar, errar... E ter perdão.
Para o divino, acredito ser a minha melhor e suficiente oferta. Eu acredito. Eu erro.

Inserida por landeira

Por sobre o fio


O fio entre duas pontas. O nó no meio. O coração.


A ponta. Oito vezes distante. O canto.
De lá pra lá elas dizem sobre o amor constrangido.
Se ocultado na sombra dos sorrisos; Se escondido atrás do olhar brilhante.
Dor e dor

Sentir frio. Não tocar segundo a mão.
Taça cheia. Rolha retirada com parafuso.
Rudeza penetrante na doçura.
Quarto dilatado em desconforto.
Descortina-se a quinta. Sem lua; um céu em prantos.
A sesta, após o prato raso que oferecia amor. Alimento sem cheiro.
Dias e dias a pão.
Sem temas; sentidas palavras ainda desejo ter na vida impensada para dois.
Ou tentar sem calor; Sentir paz.

Inserida por landeira

Testa

Não mexa no meu rosto menino... Vai riscar.
Cinza de testa com a mão é pra nunca se apagar.
Cega do olho na hora de acordar.
E de resto, se presta com o tempo tentar, olhar pro teto de instante em instante que de tonta cai e coloca outra cor naquele mesmo lugar

Inserida por landeira

Fogo (resumo da obra)

Azul. Amarelo.
A luz se faz de todas as cores
Todas as cores fazem o dia
Amanhece fogo
Nasce o dia
O fogo e o dia...

Inserida por landeira

Palavra quando alma

O Nome.
Existir são palavras.
Instante, cena, ação. Associação.
De observar, se captura.
Qualquer algo arranca uma impressão.
Faz linguagem. Mais toque, mais sentido.

Minhas sombras no entendimento. Palavras alcançadas do dia.

Se não escrever não me construo n’alguma parte. É tão profundo aqui dentro que não ouço o gotejar.
É vital dar um nome pra algum sentido que chegou. Explicar, entender, captar, colher, comer, sonhar.
É vital. O momento de sentir transitar todas as sugestões dentro de si.
E sinto o poder do tempo não me tocar quando estou cá comigo.
Mesa posta, eu vim e sentei. É pra isso que existo agora.
Eu apenas alma como a palavra apenas significa.

Inserida por landeira

Dia

No tempo chega cada dia.
O pão de cada dia, na manhã daquele dia.
Todo dia espera outro dia. A loucura de cada dia.
Na fartura de horas, tem o segundo a mesma espera cada dia.
Morre o dia por todos os motivos de se morrer de cada dia.
O passado é hoje o que foi um dia. E hoje é mais uma vez novo dia.

Inserida por landeira

Poderia levar ela menos a sério, mas é difícil para mim ser 40, tento espaço para 8 ou 80. Seria outro homem, se fosse um homem politicamente incorreto. Estaria me negando, isso não é bacana.

Perderia a diferença entre os homens. Seria uma eterna consoante.

Inserida por setbar

Olhos apagados

Está escuro aqui.
Está escuro e silencioso.
Medo nas mãos; nos dedos. Receio de tocar.
Faz-se um barulho cego.


Sob o domínio de fobias, abre-se a porta do imaginário.
Vendo o que não se apresenta, o escuro é uma fera de garras recolhidas.
Uma massa negra de ouvir gritar de dentro a própria voz:

- Condenada, não morre a alma.

Inserida por landeira

Caos

Correr, correr, correr o que? A multidão. Cantar os hinos. Caçar Promoções. Saúde pública distribui vacinas em larga escala. Maratona. Qualquer lugar tem tudo. Tem gente. Tem mundo. Pressa de sair. Se afastar dos olhos. Nunca dos olhares. Pressão.

Correr, correr, correr o que? A mão única. Os olhos no asfalto.
O grafite no papel, antes de dar as costas, com um aviso. A deus sempre.
Para deus todo o mundo, os restos mortais e o sacrifício. Adeus!

Correr, correr, correr o que? De saída pro mundo dentro d’uma bolsa. Levar quase nada. Mandamentos práticos de suporte pro caso de não saber sobre a própria vida. Suporte o mundo. Leveza é mais um peso.

Correr, correr, correr o que? A corrente. Carrega a própria âncora o navio. Vai livre e seguido.
Em elos fluidos transita a liberdade enfileirada. Passa boa parte dela por entre poucas e incontáveis passadas. E a consciência livre determina qual será o próximo passo. Livre e seguido.

Não cabe a mim correr o que caminho.

Inserida por landeira

Página em branco


Me vejo sentado em frente a um piano maravilhoso que me faz companhia calado.
De repente eu sou essa janela imensa ao seu lado.
Se tiver frio lá fora, olho pra dentro e me aqueço na sala morna.
Se perceber o jardim vivo e ensolarado, me volto pra fora, vejo o verde, respiro o ar fresco e me alegro.

Vou esquecer meus passos, relaxar e não procurar pela hora que dei o primeiro choro, a hora que abri o olho, a hora que sorri primeiro. Com o que foi? Onde foi? Não interessa mais... Meu riso não tem mais aquele mesmo motivo.
Hoje falo e escrevo e por causa de tudo isso meu deus se transforma aqui dentro de casa.

Amanheço feliz tantas vezes que poderia dividir com meu pai. Partir a laranja, tirar uns gomos e, enquanto comemos, conversamos.
São tantas portas e janela que tem no outro.
Cada uma que se abre traz vento; sentir isso desperta qualquer coisa. De calafrios a qualquer cheiro.
Dá pra saber se está ou não chovendo, se tem ondas, se ainda é dia, sentir frio... E daí é julgada alguma realidade, e existe um mundo pra isso e você está nele, e você sabe o que está sentindo, e isso é brilhante e você pode estar enganado quando mais uma vez percebe que amanheceu feliz.

Quanta loucura forma um homem. Quantos barcos pra alimentar uma mesa.
Sem limite vai tudo andando pra frente. E o mundo mudando em páginas em branco.

Inserida por landeira

No amor se corre cego tendo a expectativa de acertar o abismo. Despencar em direção ao céu.
No profundo de si se resumir em solidão e eterno.

Inserida por landeira

Ser leve não é se bastar com sorrisos,
O simples também tanto exige,
E viver significa demais o tempo todo.

Inserida por landeira

Quem diz que uma pessoa obsessiva não tem qualidade lá venho eu discordar. Todo obsessivo tem, sim!, uma única grande qualidade. Sabem qual é? Não?! Paciência que vos digo agora. A única grande qualidade de uma pessoa obsessiva é acreditar, convictamente, que nunca teve nem nunca terá defeito algum. Ora, pois! Que defeito mais
in-fiel ao obsessivo do que este que o aparenta perfeito?

Inserida por simeaocurralo

- Me disse que era pesado e meu valor como o de um dinheiro.
Invalidou minhas certezas, e equivocou minha justiça.
Quase vejo que o beckause de tudo isso é sua crença no meu querer. Mas pareço estar ainda de olhos fechados.
Outro motivo me melhor convenceria.
Se me apresento assim como está em sua razão... Me penso... Me dispenso.

Inserida por landeira

eu Eu



Um animal em parto ou que abati?
Um raio que se apressa a romper ou se lança atraído?
Uma porta trancada ou que leva a varanda?
Movimentos de assalto ou gentil intenção?
O querer que se quer ou o que exagera?
Sou troca justa ou um furto sínico?
Cores ou dia nublado?

Amo e abato
Corrompo e desejo
Vou aos mais belos lugares. Me fecho.
Atinjo e amparo.
Quero. E também quero mais.
Pondero. E não peço licença.
Cores... Precisam de luz! Tenho música.

Que fome é essa que me faz sair as minhas buscas? Estará sempre a frente de ser o bastante. E nada terminará hoje ou com um sorriso só por ser positivo.
Nada termina assim... Nada nem termina. Mesmo o dia que se espera, que chega e que passa.

Que fome é essa que sou?
Um animal que sobrevive ou que evolui?
Eu sou tudo. E assim, o desagrado também sou.
Não escapo a essa natureza.

Inserida por landeira

Lá longe existem grandes sonhos.
Aventuras como as nossas e contadores de história.
Sentimentos de bravura reafirmados nas conquistas.
Devoção nos olhares. Complexos abstratos.
Atos justos. Paradoxo. Existe medo.
Receio de não saber e receio de partir.
Receio do que vem depois.
Eles são mamíferos, beija-flores e tulipas. Nomeados por seus homens. Os mesmos elementos em outra organização.
Compõem. Pecam.
Faremos troca? Ou aplaudiremos?
A certeza é sermos vida.

Inserida por landeira

Motivo. Partida para o alcance da realização.
A vida é o tempo todo isso. Alcances. Motivos.
Celebrar os motivos. Todos os motivos.
Sem pintar as alegrias que trazem algumas realizações.
Agradecer os motivos. Todos os motivos.
Qualquer deles é o seu merecimento.

Viver os motivos. É o caminho.

Inserida por landeira

Antes da escolha feita; convencimento e convicção se confundem enquanto a intuição rege. E perdendo ou ganhando, não se teme decidir.
No jogo, antes de vencer, o que mais se quer é desvendar a surpresa.

Inserida por landeira

Há qualquer coisa de leve na tua mão,
Qualquer coisa que aquece o coração.
Há qualquer coisa quente quando estás,
Qualquer coisa que prende e nos desfaz.

Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.

A forma dos teus braços sobre os meus,
O tempo dos meus olhos sobre os teus.
Desço nos teus ombros para provar
Tudo o que pediste para levar.

Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais...

Tens os raios fortes a queimar
Todo o gelo frio que construí.
Entras no meu sangue devagar
E eu a transbordar dentro de ti.

Tens os raios brancos como um rio,
Sou quem sai do escuro para te ver,
Tens os raios puros no luar,
Sou quem grita fundo para te ter.

Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais...

Quero ver as cores que tu vês
Para saber a dança que tu és.
Quero ser do vento que te faz.
Quero ser do espaço onde estás.

Deixa ser tão leve a tua mão,
Para ser tão simples a canção.
Deixa ser das flores o respirar
Para ser mais fácil te encontrar.

Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais...

Vem quebrar o medo, vem.
Saber se há depois
E sentir que somos dois,
Mas que juntos somos mais.

Quero ser razão para seres maior.
Quero te oferecer o meu melhor.
Quero ser razão para seres maior.
Quero te oferecer o meu melhor.

Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.

Inserida por NewtonJayme

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