Tiago de Melo Poesia
Conheci um fantasma hoje.
Uma onda grave de tristeza me alcança rápida e forte.
Me joga distante do futuro, como se não valesse nenhuma crença.
Sem fé, sem verdade, um saco vazio.
Não reage, não sibila, não chora...
Preciso me centrar, reunir os cacos.
Preciso dar visão, eu preciso de visão.
Não sei o que é importante mais... Acordei pra descobrir que não sei.
Deus de algum lugar venha me buscar...
O som da tua voz, teu claro riso
A luz do teu olhar, de corça e diva
Perto de mim, agora eu ouço e diviso
Futuramente, teremos um paraíso.
A mais singela de todas mulheres
A minha deusa, é o seu semblante.
É o seu celeste corpo, forma radiante
Arcanjo, minha humilde doçura a me tornar
Nossas outroras, as nossas vidas
Resumida no seu doce toque de divina
Meu vicio é te querer, como um lunático.
My cherie, assim a Idolatro
Quem diz que uma pessoa obsessiva não tem qualidade lá venho eu discordar. Todo obsessivo tem, sim!, uma única grande qualidade. Sabem qual é? Não?! Paciência que vos digo agora. A única grande qualidade de uma pessoa obsessiva é acreditar, convictamente, que nunca teve nem nunca terá defeito algum. Ora, pois! Que defeito mais
in-fiel ao obsessivo do que este que o aparenta perfeito?
A lógica da vida está entre números e letras. O demonimador comum que buscamos cada dia com a comunicação ortográfica correta; A equação interrogativa, que uma frase resolve; Uma dizima periódica, vivida de duvidas e amores.
Somos números, somos letras, somos um conjunto só!
Que cada um, leva um pouco de nós em cada dia …
As antenas estão pescando os sinais dos pensamentos.
A rede de sentimentos voa livre sem interferir os passos no chão.
Em cima de mim estão todos, mas ninguém pra alcançar,
Os abraços se encontram nos quartos e salas sem precisar do outro pra encarar.
Quem conheço desses que transitam por dentro de mim sem perceber?
Conheço minha imaginação e suas companhias!
Se tivesse de eleger o meu Deus, glorificaria a música em minha adoração.
Capaz de realizar milagres quando é simplesmente sentida. De uma redenção bem vista nos semblantes, já desde recente entrega.
Tem poder sensível que não exclui, bastando viver.
A vejo isenta de referências, liberta de qualquer causa, vasta de infinitude. Nem som, nem beleza, nem o comunicante peso das palavras. É mais.
A vejo como coabitante da alma, que nos faz ecoar o infinito dentro, elevando a imaginação.
O que justifica a existência desde sempre. Liga os universos todos e os seus mundos sem qualquer tempo.
A vejo como a legítima intuição. A complexidade acessível como porta aberta para um labirinto vivo. E concebe a vida como sendo das suas últimas novidades.
Está em tudo, mesmo no silêncio e no vazio. Mesmo nunca sabendo disso.
Palavra II
Porque não escrever? Se no fim resta a palavra como a última força.
Força de um último pensamento; de uma última fala.
Sai carregando a vida como o peso da coroa retirada do rei.
Honesta como foi concebida.
Nessa importância da palavra está o respeito do poeta e escrever assim revela sua íntima inspiração. Atinge como uma fagulha que acende o facho, desafia como a aposta temerosa que decide o jogo e constrange a devoção que faz ajoelhar. Convence!
Palavra que chama e faz-se valida. Viva.
Mãos doloridas.
Mãos cruas e magoadas da véspera.
Mãos de castigar o atabaque.
Percutindo e fazendo arder a festa.
Quadro Abstrato
O grande e gracioso peixe perolado com olhos de cristal está contornado por folhas e gavinhas,besouros solitários azuis e vermelhos, flores desabrochadas e maduras frutas cítricas.
A coroa em sua cabeça é uma roda gigante de sensação comum deitada num giro anti-horário de jornada eterna e descançada.
No céu, uma ilha flutuante de montanhas rochosas distantes e adormecidas, abriga uma paisagem de alguns coqueiros e matagal, e um balão arco-íris paira alto fixado por cordas fincadas na praia branca nunca antes visitada e entrega às areias o fim de sua desenrolada escada de cordas.
Seguindo o rastro de pegadas solitários ao largo da praia o outro extremo aponta onde se finda. Ali há um martelo deixado ao lado de fincadas estacas que sustentam outra escada de cordas que se derrama desde a ilha até a entrada da roda gigante.
A estrutura em madeira de pintura desgastada em amarelo e vermelho tem escrito acima "entrance" e "exit" e fincada ao chão uma catacra enferrujada de entrada e saída liberadas.
Alguém reveza os últimos degraus da escada em direção a roda-gigante. Desce vestindo verde, tênis e jeans com o olhar para cima mesmo sem ainda tocar aquele chão.
Salvador
A música lá é uma oração popular. O coração acredita pra depois bater. O símbolo da crença já é o baiano.
E de repente vc descobre que faz sua mãe feliz. Só por existir.
Parece que a coerência sobre a frase que diz que o “amor é cego” tbm está óbvia nesse elo de mãe e filho.
Elas destacam suas imperfeições, ou imperfeições que consideram, mas que não tem força para permanecer no coração. São expulsas do pensamento quase que no mesmo momento em que são ditas. É uma forma linda de perdão gratuito, de aceitação sobre o que quer que seja. Nada tem maior relevância do que alcançar a compreensão mesmo que seja incompreensível o caso em questão.
Com a vida passando, regada a muito sofrimento por vezes, ela nunca deixa morrer aquela primeira impressão, aquele primeiro amor sempre vivo; o mesmo amor q nasceu no dia em que soube da gravidez, ou que te segurou pela primeira vez após um parto sacrificante, que mesmo assim, não impede um sorriso de felicidade plena ao ver a cria.
Mãe é a certeza que se tem na vida independente do rumo que se siga, ou que aventuras se viva. Esse amor dispensa certezas. Ele simplesmente existe.
No amor se corre cego tendo a expectativa de acertar o abismo. Despencar em direção ao céu.
No profundo de si se resumir em solidão e eterno.
Ser leve não é se bastar com sorrisos,
O simples também tanto exige,
E viver significa demais o tempo todo.
Na Imensidão Vazia
A tristeza simplesmente me recobre e os olhos do gato alimenta a minha alma como o brilho das estrelas. E nada, nada poderia estar mais morto do quer cada pedaço de mim a vagar nessa solidão, tremulo. Em uma noite em que o meu corpo parecia estar frio, sempre frio, como um cadáver a descansar seus ossos em sua tumba junto de um silencio sepulcral ao redor.
E minha alma a viver por ainda sonhar com o brilho daquele olhar pela noite morta caída sobre mim com o céu cheio de estrelas. E a lua a mim olhar e não a mim julgar nessa imensidão angustiantemente vazia.
Estou vivo em meio a morte e a essa deusa chamada solidão a me seduzir ao tomar a forma de minha amada Carolina. Se formando na coisa mais linda que meus olhos já viram desde que se abriram nesse mundo doente.
E a tristeza recobre a minha alma como um cobertor frio e molhado e ao mesmo tempo quente e morno me deixando ainda mais angustiado naquela imensidão vazia a onde no solo nada se via a não ser o vazio que ali havia.
Então restava-me abraçar a solidão e foi o que eu fiz naquele vazio claro e silencioso cujo eu sentia-me perdido no espaço a vagar numa constante dimensão a onde a única coisa que me dava força era a luz do sol e a lembrança do brilho dos olhos de minha amada.
E nessa dimensão dela mim afastava e então perante as estrelas durmo pensando nela.
No Lago dos Cisnes
Reteve em mim o que
longamente o vi, o brilho
dos teus doce olhos.
O que em mim florescia
toda beatitude ao ser
contemplado com a
presença gloriosa de
minha amada.
O que fazia-se o amor
ter tal poder sobre mim.
Pôs em mim cabia o amor
ter poder tal poder
a mover o que por
minha amada sentia-me eu.
E sobre o que por minha
amada sentia, sentia-me
eu no mais fundo da minha
alma. Restava-me os suspiros
a seguir minha amada por
mim fazer suspirar por tua
gloriosa presença.
E o que se partiu deixava-se
em mim a saudade.
E de forma tão nobre
que não a como se crê.
Oh musa que ganhaste
de mim, das profundezas
da minha alma o meu coração.
Preciso ser livre, livre como os olhos do lince, livre para poder escrever e tudo esta
na minha mente.
A sociedade simplesmente me rejeita a natureza simplesmente me aceita. Castidade e uma vida eremítica na floresta e nada, nada mais além disso.
Por isso que eu digo: “Não a como ser feliz ser livre se não tiver coragem de ir além dos próprios sonhos.”
Talvez, não fosse pra ser. Talvez, tinha que ser mesmo assim... Muitas vezes esperamos a tal oportunidade certa. Durante essa espera convivemos com a fantasia, sonhos, desejos imaginários para suprir a falta do que nunca se teve. Esperamos a hora certa pelo simples fato de não fazer para os outros o que não queremos que retorne a nós. Ou porque queremos, dessa vez, fazer a coisa certa; ou pela única certeza de sabermos que será a última tentativa e que tudo valerá o tempo que se aguardou.
Por vezes a gente tenta se aproximar, mas as circunstâncias sempre vão contra nosso favor. Nesse momento paramos, respiramos, olhamos para o céu e na maioria das vezes repetimos: “- Meu Deus se for pra ser esperarei o momento certo!”. E seguimos adiante, com na música “...dois pés sozinhos e uma estrada...” o tempo passa. A vida segue. Momentos nos ensinam, aumenta às cicatrizes, o cansaço chega. Já não se espera mais, e é nesse momento que a vida nos dá um presente.
A música se completa: “...dois pés sozinhos e uma estrada, dois pés chutando latas. Aí eles tropeçaram em você, tropeçaram em você. Você me beijou e eu voltei do espaço com poeira da lua nos sapatos...” e todo o tempo, sonhos, espera ganham vida de uma forma tão imensurável, que em exatos sete dias se é capaz de viver uma vida toda, sorrir todos os sons, olhar a alma, abraçar o coração de uma tal maneira que se torna inexplicável.
Mas a vida, a vida vem com toda sua força e mostra que não são todas as esperas e histórias que tem começo, meio e fim. Talvez... eu nunca venha a saber como seria se tivéssemos o meio e jamais qual será o fim. Tudo ficou no começo, um começo cheio de coisas boas, de calmaria, de fotos, cuidado. E... e o céu está estrelado, né? Risos.
Talvez, por isso tudo, o abraço tornou-se apertado, as lágrimas teimaram em cair, os olhos olharam o chão e, incrivelmente, a voz ficou sem força e tornou-se silêncio para não dizer adeus.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Poesia de amigas para sempre
- Poesia Felicidade de Fernando Pessoa
- Poemas de amizade verdadeira que falam dessa união de almas
- Frases de Raul Seixas para quem ama rock e poesia
- Poesias para o Dia dos Pais repletas de amor e carinho
- Poesia de Namorados Apaixonados
- Primavera: poemas e poesias que florescem no coração