Tiago de Melo Poesia
Circo
Nos acordes da sanfona se via as cores da lona do circo...
Todo o lugar era como uma pintura bonita em giz de cera.
Remontava uma afinidade antiga de brincadeira.
Mágica de dia feliz.
Dançava, sendo eu as mesmas cores do acorde da sanfona.
Sorria, e era eu as mesmas cores da lona do circo.
Brincando de fazer pedido de sonho impossível.
Confiante naquelas estrelas estampadas no céu logo acima de mim.
Passos
Recebo um espaço pra criar mais de mim.
Encontro as quinas, dimensiono as bordas em palmos e imagino o desenho.
Mas já no começo do traço chego perto demais de outra idéia e agora, usado já está o espaço.
Passado não apaga e sei que logo tenho um novo espaço por instante.
Recomeçar é fácil quando tenho apenas que repetir o traço, retomar de onde parei e só seguir por um fim.
Traço pensado; palavras nascidas. Imagino o desenho.
Passo dado que no contato, já busca o seguinte que pede pelo próximo...
Então me encontro percebendo que a ninguém sigo e que sou eu o caminho. A frente só vai à espera de um fim.
Já sou outro rumo quando parte o passo dado.
Assim o sonho está refeito e a ideia mais próxima é o que de mim está ainda para ser.
Algumas pessoas perguntam se vc esta bem por educação
e vc respode sabendo que não vai receber nenhuma atenção
Emudecer
Murcha a voz
Despetala dentro da alma
Sussurrando delírios e sem olhar
Calando...
Tristeza poente
Partindo em esquecimento
Distante na noite do deserto
Sob o azul
Conto sobre o azul por sobre pautas azuis.
Enxergo alto, de onde vem a cor do mar e assim falo de lá.
Se falo do mar, molho meus medos, já o céu me leva com eles esquecidos.
Deitado, navego seguro.
Firme no meu chão adentro abismos, espumas, vastidão.
Mesmo ambos sendo o mesmo; perto de mim está o mar. Mas sempre em meus melhores sonhos, estou a voar.
Primeira Manhã
Lá em cima vai estar lindo...
Já me encontra o sol.
Sim, aqui em cima tem a primeira manhã.
Espelhando as nuvens por cima.
Acordando, antes das palavras, o canto.
Trazendo a cor para apagar a luz acendida quando me vejo tarde.
Repensar a esperança no significado que chegou.
Me sentindo cedo de vontade amanhecida que vem na vida da primeira manhã.
Imediatômico
Pensamento
A precisão de dizer mesmo as urgências da necessidade.
Comer; beber; contar.
Antes, pensar. Pensar água e copo. Pensar seco e sede.
Água se bebe. Copo se enche. Cheio por não transbordar.
Pensar o gole, como dormir sem esquecer-se de respirar.
Ir longe se vendo de volta.
Pensamento
Voltas repassando as ordens para acontecimentos. Iniciativas reais, de jura ou de desejo.
Pegadas, velozes trilhas e extensos campos abertos estendidos em quilômetros no olhar.
Sendo o agora, momento que mais cedo está posto; cobra-me antes, por viver e ser urgente, o pensamento.
Joaquim Maria
Azevedo limão mel cana caldo aposta carneiro
Brasa coalho João partida dado dinheiro
Suzana cafuza lava prato avental farinha paliteiro
Chega Chico facão pé quente escarra bigode brejeiro
Dança do lado Joana seu macho toca Dedé Tonho sanfoneiro
Zé cochila baba madruga na barca pesca robalo inteiro
Fiado de novo Santana busca Manél bebo queda levanta ligeiro
Seu Joaquim balcão caneta casa no fundo poço terreiro pato cercado galinha poleiro.
Reza no quarto Maria seis filho estante retrato santo padroeiro
Sinto...
Ansiedade...
, peso das letras; gritam sem voz.
Angústia...
Delírio...
Cura...
, normalidade; equilíbrios na paz... suspiros provados no fôlego esvaído.
Calma...
Serenidade... Pureza...
Leveza...
, melodias escorrendo pela janela, pelas escadas.
Melancolia... Nostalgia...
Simplicidade... Quietude...
Ternura...
, imaginação revolvida; reinvenções; revoltas; abrigo de muitos quereres.
Cólera...
Desejo... Vontade... Dúvida...
Silêncio...
Sou de mim
Alma além dos erros.
Distração além do remorso.
Natureza além da carne.
Que os olhos fecho para melhor me perceber.
Sou estes dedos além do pensar.
Calor além do abraço.
Fuga além das marcas.
Que me toco e me reconheço.
Me encontro além do lugar.
No que vejo... No que desejo...
Peso
Negror de sepulcro.
Consciência em interior profundo.
Asas em vôo cinza. Fumaças e pesares.
Reflexões do céu em noite agarrada de sombras.
... Pela graça de algum ente que também se pauta pelo amor ateu.
Mel no pires
São teus olhos e tua boca.
Não me lembro de tê-los visto em meus dias de tristeza.
Agora, mais hoje, te chegas e te olho de novo; sem fugir.
Estou aqui, acreditando que tudo é possível.
Sendo desafiado por você.
Me vendo no seu olho.
Há tanto chão entre nós.
E uma vez te vejo e não volto.
Te desejo um adeus sem pranto.
Não quero ver seu sorriso desfeito.
Também não o quero guardado em meu bolso.
Só preciso saber que ele existe em você.
Vagando sem mim nas outras razões da sua vida.
(Landeira)
Casca de besouro, areia e folhas.
Casa de besouro, alimento e areia.
Seca folha na areia. Casa em terra. Casa de areia.
Móvel
Para. Dois giros. Cai em segunda.
Sobe na ponta.
Elevação de cabeça.
Esquerda.
Fixar marcação.
Diafragma e coluna.
Atento! Não piscar.
Canoa
Canoeiro canta e rema’ vem vigor de vento
Remo te leve tão leve tua canção
E leva teu braço nas sobras do vento
Semelhança
Mãos e ouvimos.
Pés, sorrimos e corremos.
Por abraços, somos tantos filhos com saudades.
Cantamos, acordamos e estamos no alto olhando a imensidão verde cheia de silêncio e repleta de profundidades.
Nossa terra, água, fogo, e aves migratórias em curso para outra estação.
Vamos essas vontades e não a outro.
E algum criador vislumbra enquanto me rebelo por acreditar muito mais em mim do que o consigo imaginar.
Me percebe quando me vê tão semelhante a ele.
Quando primeiro já existia sem ainda nem saber acreditar.
Sem saber
Não se sabe da tarde no dia cinzento,
e sem precisar saber, pássaros gorjeiam em qualquer tarde.
Sem precisar saber, a inteligência se inclina à devoção, mesmo quando em sonho, onde se é deus e vontade.
Também sem saber, e sem precisar saber, me vejo no teu pensamento preto e branco.
Sem precisar saber de tuas importâncias, sou na tua lembrança, o corpo da tua saudade.
E sem saber, você é o que diz meu nome.
Sem mesmo precisar saber, estou em você todo dia.
Quisera eu outra tarefa de casa pra completar os afazeres domésticos.
Mas entro num túnel mesmo assim pra não ouvir o mundo.
Recordo minhas cenas preferidas.
Sou sem beijo e sem voar, mas sempre fumaça.
Ou sou eu a partida do trem, ou sou a noite densa em névoa, ou só penso.
Enquanto dirijo olho as mãos e as cabeças, e me vejo onde estou.
De passagem entre assobios indiferentes.
Partindo pra mais tempo.
De mais tempo me aguardar.
Até o fim quando no olho brilha a luz que chega.
Por dois
Passar mil passos. Por espaços e ponto.
Ponto de encontro distante. Marcado de reencontros.
Perto de motivos carentes e outras propostas.
Desejos egoístas de feitiços com varinha genuinamente humanos. Chegar. Acontecer. Esquecer.
Risco no afeto oferecido. Querer parte e dar parte.
Brincadeira e desacordo. Possibilidades em dois lados.
Que troca, atribui, atrita. Que parte ceifando algo de energia.
A idéia com luz que confunde agora, este instante.
No momento da dor e de desilusão nos apegamos a tudo e a todos,
procuramos de alguma forma esquecer de idas e vindas,cobranças e tropeços e tudo aquilo que um dia nos foi dado.
e acabamos esquecendo do brilho das estrelas,o azul do cêu,a belza das ondas...por muito tempo sofrendo calado
até então pararmos para perceber que na vida nada dura pra sempre..
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