Textos sobre Vida Bob Marley

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Estou aproveitando o meu momento como se fosse o ultimo de minha vida, mas não perco a viagem para com o meu coração que espera um caminho das minhas inspirações;
Eu sempre estarei aqui te assistindo, te esperando e te amando quando você abrir os olhos para perceber de que você não está sozinha;

Dr. Alexander, filósofo do século passado, diz que tudo o que fazemos na vida, é para seduzir. Seduzir alguém é querer o que você de quem você quer. Seduzir é encorajar, estimular, provocar o desejo no outro.
Muitos esperam em silêncio detectar um sinal no amado, esperando para ser desejado. Para outros, seduz, é sentir-se desejados. Em outros, que seduzem o oposto, sentindo-se indesejável. Para outros, seduz o proibido, impossível, Seduzir o que eles não podem ter.

Existe uma maneira de seduzir?
É possível seduzir alguém que não gosta?
É suficiente para a sedução para o amor?
Se você quiser que você não tem, quando você tem, você ainda quer?
Será que existi algum efeito ou técnicas de "sedução"?


"Cada questão da sedução... nunca passo você não sabe como fazer a outra pessoa percebe o que acontece com você não estragar o relacionamento?"


Seduzir é ter a paciência do pescador para esperar o momento certo. Eu acredito que talvez a melhor técnica é não ter habilidades...
Mas para nos guiar pela intuição é, provavelmente, mais fácil do que através da razão.Tanto especular, ela joga contra a sedução. Intuição, no entanto, abre novas portas, dando-nos novas
chaves.


Baby, o sonho comigo, menti através do telefone.
Não me diga que se forem verdades dolorosas, e há muito em minha vida para me fazer sentir tão triste. Assim como os sonhos de cores de preenchimento nossas vidas. Apenas sonhando com alguém hoje à noite.


Baby sonho comigo, no telefone falando baixinho.
Eu quero ser de você, quero que você seja meu, contra o céu vermelho, para sempre.


Apenas sonhos conosco.
Quando você está solitário, solitário como eu quero esquecer. Um visa sonho conosco, queremos ser único na vida dos outros, mas você só pode aspirar a ser eleito.
Seduzir tem suas torções, às vezes, o amor morre quando damos o nosso amor para concedido, e renasce quando eles sentem que podem perder. Estamos muito preocupados que nenhum terceiro está acontecendo ao redor, mas às vezes esses terceiros, sedução ajuda, claro.


O maior risco de um sedutor, seduzidos a cair, não se torna maçante, previsível.O risco de uma seduzido é a insegurança, o que pode levar a cometer alguns erros...Você não sabe o que ama nem é amado.Seduzir é simplemete ajudá-lo a ver que um pouco mágica que acontece sem o nosso saber como é, ou por quê.

viver é aprender os mistérios da vida, é cada lagrima, cada sorriso, são partes importantes do enigma da felicidade.
Viver é aprender a errar e a acerta, á chorar e a sorrir.
Viver é brincar de ser criança
É reviver as alegrias da infância.
Viver vai além de viver...
Viver é a escola do aprender....

Veja bem: Você já viu alguém que tem a vida interessante gastar seu tempo julgando a vida dos outros? Quem mais se incomoda com o que o outro faz ou deixa de fazer é porque queria fazer o mesmo mas não tem coragem ou porque é tão infeliz que não tem experiências interessantes da sua própria vida para contar aí tem que falar da vida dos outros.
Gente feliz não fica parado esperando as coisas acontecerem, não deixam de viver com medo de julgamentos e muito menos, não tem medo de errar, afinal, errar é humano.
Quem é feliz ousa, vive, não se importa e acima de tudo não precisa ficar colocando a vida de ninguém em pauta, pois a sua felicidade já consome todo o seu tempo.
Quem não é feliz vive de inveja, de “SE” eu fizesse, “SE” eu vivesse assim... Infelicidade faz você enxergar os defeitos alheios e se esquecer dos seus.
Lembre-se bem, antes de julgar os outros olhe pra sua própria vida frustrada. Se for seu amigo fale na cara, se não for, deixe pra lá, julgar e falar mal de ninguém vai te tornar melhor.
Deus pode perdoar um erro, mas um julgamento não. Julgar é um papel exclusivo dele.

*** Estou Pronto ***

Uma nova vida me traz novas alegrias, novas conquistas, novos horizontes..
Porque pensar pra traz,, se é pra frente que a vida anda...
Porque pensar no passado onde é o futuro que nos aguarda...
Um trabalho perdido, um amor acabado, uma tristeza sem fim... São apenas eventos preenchendo lacunas na nossa maturidade, é dai que vem toda nossa historia..
Mas... espera ai! Você já viu alguma professora de historia contar ficção, futuro?
Não... historias são baseadas naquilo que ficou pra traz...
Meu futuro eu farei.. e da melhor maneira possível!

1 – Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo.

Somente no leito de morte as pessoas perceberam quantos sonhos não foram realizados ao longo da vida.

2 – Eu queria que eu não tivesse trabalhado tanto.

Perderam a juventude de seus filhos e o companheirismo da suas parceiras.

3 – Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.

Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos, a fim de manter a paz com os outros. “Como resultado, elas adotaram uma existência medíocre e nunca viram a ser quem elas eram realmente capazes de se tornar”.

4 – Eu queria ter mantido mais contato com meus amigos.

Muitos se tornaram presos de suas próprias vidas, perdendo grandes amizades ao longo dos anos. “Houve arrependimentos profundos sobre amizades que mereciam mais tempo e esforço para serem cultivadas".

5 – Queria que eu tivesse me deixado ser mais feliz.

“Este é um pesar surpreendentemente comum”, diz a enfermeira. “Muitos não percebem até o fim da vida de que a felicidade é uma escolha. Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos”.

"O que não te mata te torna mais forte."
Apenas agarre o que você tem...
Traído, a vida é uma cadela, assim apenas não se sinta traído,
não, você não é único que foi traído pela vida...
Descobrem sua carne e descascam sua alma, mas debaixo de você existe um coração de ouro.
Eu sei que você se sente traído pela vida...
E que você não crucificou ninguém...
Por que a vida está agindo assim com você?
Pare de se perguntar...
E faça acontecer, porque se você não bate na vida ela bate em você.

"Tu chegaste a minha vida como luz, acendeu todas as lamparinas do meu coração. Acelerou minhas emoções, e cativou meu carinho, tu afloraste em mim como semente de paz amor e essência que perfuma os sentidos da alma. Tu me trouxeste de volta a vida. Fez iluminar em minha face um sorriso iluminado, voce me fez guerreira de novo.
Que seria de mim sem você e suas lindas palavras poéticas,
que enobrece o espírito dessa poeta tua amiga.
Obrigada, por você existir... Seja feliz, pois contigo divido minha felicidade".

VIDA E MORTE

A vida é luz, doação, alegria e movimento.
A morte é sombra, egoísmo, desalento e inércia.
Analisa as forças vivas que te rodeiam e observarás a Natureza desfazer-se em cânticos de trabalho e de amor, assegurando-te bem-estar.
É a árvore a crescer na produção intensiva, o manancial em atividade constante para garantir-te a existência, a atmosfera a refazer sem cessar os elementos com que te preserva a saúde e o equilíbrio...
Mas não longe de ti podes ver igualmente a morte no poço estagnado em que as águas se corrompem, na enxada inútil que a ferrugem devora, no fruto desaproveitado que a corrupção desagrega...
Depende de ti acordar e viver, valorizando o tempo que o Senhor te confere, estendendo o dom de ajudar e aprender, amar e servir.
Muitos nascem e renascem no corpo físico, transitando da infância para a velhice e do túmulo para o berço, à maneira de almas cadaverizadas no egoísmo e na rebelião, na ociosidade ou na delinquência, a que irrefletidamente se acolhem.
Absorvem os recursos da Terra sem retribuição, recebem sem dar, exigem concurso alheio sem qualquer impulso de cooperação em favor dos outros e vampirizam as forças que encontram, quais sorvedouros que tudo consomem sem qualquer proveito para o mundo que os agasalha.
Semelhantes companheiros são realmente os mortos dignos de socorro e de piedade, porquanto, à distância da luz que lhes cabe inflamar em si próprios, preferem o mergulho na inutilidade, acomodando-se com as trevas.
Lembra-te dos talentos com que Deus te enobrece o sentimento e o raciocínio, o cérebro e o coração e, fazendo verter a glória do bem, através de teu verbo e de tuas mãos, desperta e vive, para que, das experiências fragmentárias do aprendizado humano, possas, um dia, alçar vão firme em direção à Vida Eterna.

Coisas básicas que eu aprendi na vida e quero levar para sempre:
Se eu plantar boas sementes, colherei bons frutos;
Se eu seguir o melhor caminho, chegarei onde quero;
Se eu fizer o bem, receberei o bem também;
Se eu amar ao meu próximo, serei amado também.
Para ser feliz é tão simples, a gente mesmo é que faz tudo se tornar complicado.

Escrevivendo

A vida é como a Divina Comédia. Uma ilusão da qual não nos damos conta.
E que sempre tem a razão... Seja qual for.
Talvez, um jogo... Com suas estratégias mais mirabolantes a criar.
Fomos criados com um único objetivo, um teste: nós, humanos, somos capazes de sobreviver às regras do jogo da vida?
Esquecemos para que realmente viemos ao mundo.
Simples... Viver e morrer.
palavras opostas, mas tão interligadas.
Quando tentamos descobrir qual o sentido da vida, quando um dia chegamos a nos pergutnar "O que estou fazendo aqui?", percebemos quão engraçada é a vida, e como é tão difícil entendê-la.
Descobrimos o que esquecemos o que um dia sabia, mas não havia parado para refletir no que vivia.
(Deu pra acompanhar?)
Que sustentamos essa ideia de que a vida é pra ser vivida intensamente.
Sim, talvez.
Mas também para descobrir que o que tiver que acontecer, simplesmente aconteça. Sem ilusão de destino.
Encontrar o "quem sou eu".
Tudo é prova, tudo é desafio, tudo é lição.
Erro ou não, é lição.
Passamos a achar graça quando entendemos um dia que somos meros ratinhos de laboratório.
e logo após, fingir que esquecemos o que um dia descobrimos.
E assim, tocar em frente o caminho onde paramos... no "mundo fantástico" dos desafios.

O mundo gira, bem sei.
A roda da vida, também.
As pessoas passam deixando seus rastros que, de qualquer forma, marcam.
Algumas caminham suavemente que pouco registram,
mas povoam as nossas lembranças suficientemente para nos causar o riso...
Outras... insistimos para nem nos lembrarmos que existiram em nossas vidas pelo sofrimento causado.

Pessoas choram quando direitos lhes são negados, quando a vida cobra um tributo alto, seja através de pressões psicológicas do cotidiano ou através da luta pela sobrevivência diária.
Pessoas choram quando a sensibilidade ou dor transbordam, pessoas choram quando se entregam mesmo que por instantes.Pessoas choram para que depois, já refeitas, tenham ainda um sorriso mais pleno.

Imortais :
Há pessoas que passam pela nossa vida e deixam marcas que mesmo que o tempo passe, não cicatriza as feridas.

Você tenta não pensar, tenta esquecer para não machucar mais, mesmo assim seu coração insiste em lembrar-se dessa pessoa.

A saudade pega carona nesse trem fantasma chamado LEMBRANÇAS.
Essas lembranças serão importais em sua vida...
Sertão fantasmas que sempre assombrarão seus pensamentos.

E assim você vive sempre se lembrando dessa pessoa que foi muito especial para você e o destino levou-a para longe...
Por mais que tente esquece-la, essa pessoa se tornou essencial em sua vida e enquanto viver sempre estará em seu penamento.

Caseira, seletiva e solitária.

Eu amo poucas pessoas nesta vida, portanto eu cuido muito bem delas. Mais raro do que conhecer pessoas amáveis é conseguir amá-las, apesar das diferenças, logo, quando isso acontece precisamos zelar e cultivar.
Quando viajo com as pessoas que amo constato quão “caseira”, seletiva e solitária eu me tornei: é o meu gato que me suscita saudades, é dele e da minha casa, que eu sinto falta e lamento a distância.
Passei da fase em que precisava me cercar de amigos, de muitas pessoas, enfim, afinal, aprendi que a palavra “amigo” não é adjetivo que deva ser atribuído a pessoas invejosas, dissimuladas e falsas. Amigos são bênçãos e, portanto são raros.
Posso conhecer muitas pessoas, mas de pouquíssimas me mantenho perto, me aproximo e me relaciono, não gosto de meio termo, só fico ao lado de quem me cativa e me conquista por ser puro, sincero e autêntico.
Não preciso sair de casa, ver gente, distribuir sorrisos para desconhecidos ou beber em cadeira de bar para me sentir alegre. Ficar só no conforto do meu lar me dá mais prazer, fazer o que gosto sem que ninguém veja me dá mais paz.
A solidão não me importuna, me alegra, me faz bem. É bom saber que, apesar de poder contar com poucas pessoas, elas tem minha confiança e uma parte de meu coração, afinal, não me relaciono mais com quem simpatizo, mas, unicamente, com quem eu gosto muito.

É um ciclo de vida. Um desabafo, sabe? Quando a gente fala sem parar, sem pensar e tudo faz sentido. Eu preciso mesmo escrever um livro, eu preciso de um amigo, plantar uma árvore e visitar um abrigo. Vou adotar um cão, ter um filho, me casar no verão e fazer uma festa a noite. É como saltar sobre a humanidade e salvar meu coração, colocar todos esses sonhos no papel, e eternizar a minha verdade, é falar tudo o que eu tenho vontade, e nessa rima tola encontrar a minha cara metade. To na fissura de um amor e bem cansada dessa dor, que vem me acompanhando sem errar o meu caminho. Ah essas rimas fáceis de passarinho que constroem seus ninhos e são felizes pra sempre, quem dera eu ser uma andorinha, pra não ficar sozinha e sentir o calor do verão, quem dera eu apagar o fogo de gota em gota, do meu coração. E esse fogo que queima, mas não esquenta, e ai...solidão.

B.

Minha infância

Minha infância foi bastante agitada, até bagunçada,
Minha vida foi cheia de brincadeira e de aventura,
Até mesmo apanhei e amei por toda a minha vida,
Sem reclamar eu aguentei tudo aquilo que eu passei.

Nem mil palavras vão poder falar o que eu passei,
Nem mil gestos vão falar o que eu senti,
Nem mil opiniões vão poder me afastar do que eu sei,
Mas uma coisa posso até dizer,
Que neste mundo nasci para amar
E ser amado.
E até compreender as coisas da vida,
Só que a vida não compreende minhas coisas.
Nasci, cresci e até evoluí nesta vida,
Só que nada muda o que passei e o que vivi.

Minha infância foi legal, até chata,
Mas, contudo eu queria
Era revivê-la mais uma vez,
Só para sentir a felicidade
De não ter preocupações,
E não ter culpa de o mundo estar uma ruína.
Minha infância se foi, mas uma coisa eu aprendi com ela,
Que nós temos que viver cada segundo,
Como ser fosse o último da minha vida,
E até dos meus olhos.

Gandhy diz que...o que quer que você faça na vida será insignificante.
Mas é muito importante que faça.
Tendo a concordar com a primeira parte.
Michael...
Sabe que dia estou enfrentando.
Aos 22 anos
Gandhy tinha três filhos...
Mozart, trinta sinfonias...
E Buddy Holly estava morto...
Uma vez disseram-me:
"nossas digitais não se apagam das vidas em que tocamos"
Isso vale pra todo mundo?
Ou só uma baboseira poética?

Eu não sei em que parte da minha vida me tornei assim.
Assim que eu digo é, ser aquela pessoa que tenta enxergar a vida da maneira mais clara possível.
Aprendi a não dar importância as coisas e nem as pessoas porque elas querem que eu dê, mas sim, se for para me importar, que seja por mim mesma.
As pessoas parecem esquecer de viver e cuidar da vida delas. Ficam ali, esperando, observando, desejando, que você faça ou fale alguma coisa para que possam falar de você.
E mesmo quando não fazemos ou falamos, muitas delas comentam do mesmo jeito.
Portanto, aprendi a não dar atenção a isso, dar atenção ao que sinto, penso e desejo, se eu quebrar as cara, sofrer, me decepcionar, ao menos não terei feito porque queriam que fosse desse jeito, mas sim porque eu queria, porque essa vida aqui, é MINHA!
Voltando ao início, não sei em que parte da minha vida me tornei assim, mas com toda certeza do mundo, não me arrependo nem um pouco de ter me tornado!

POIS É

A verdade pode durar uma vida inteira, perseguir uma mulher madura, assaltada de lembranças provocadas por uma amiga que mexe com uma varinha "o fundo lodoso da memória". E, de repente, a avó percebe uma convulsão na sua realidade, porque de repente outra verdade se sobrepõe. Explica. Reduz. E ao mesmo tempo amplia. Pois é. A verdade, em Lygia Fagundes Telles, é tão crua quanto esclarecedora. O que está em seus contos é a vida, sua própria e de outros, tão real e tátil como o chão áspero de cimento.
Reli, com assombro renovado, seu Papoulas em feltro negro, que ela incluiu no livro "Meus contos preferidos". Em onze páginas, Lygia roteiriza, organiza, sumariza, romantiza, anarquiza e enfim suaviza e cicatriza uma vida inteira.
Ojeriza.
Fuga.
Medo.
Ansiedade.
Mentira.
Não foi sem intenção que a narrativa das memórias suscitadas por um telefonema se concentre na latrina do colégio. Era o ponto da tangência. O ponto da fuga. A casinha fedorenta era melhor do que a sala de aula, com aquela presença esmagadora, opressora da professora castradora. Mentira! Tão bem dissimulada que pareceu verdade, por cinqüenta anos. E a verdade, um dia, lhe atinge a face como a aba de um chapéu de feltro, ornado de papoulas desmaiadas.
A memória é sinestésica. E os elementos formais estão ali, polvilhados no conto de Lygia, a declarar a ação dos sentidos. O tato da memória traz a aspereza do giz, o suor das mãos, o pé que esfrega a mancha queimada de cigarro no tapete. A audição da memória pede que se repita a Valsa dos Patinadores, como se repetiu a lembrança pela voz da companheira sessenta e oito, da escola primária. Mas o cheiro da memória remete, primeiro, a urina. A latrina escura. E eis a visão da memória a denunciar a obliteração. Negro quadro-negro. Trança negra. Saia negra. Feltro negro.
No meio do negrume, o sol reflete o seu fulgor majestoso na vidraça. É o esplendor do flagrante descobrimento. "O sol incendiava os vidros e ainda assim adivinhei em meio do fogaréu da vidraça a sombra cravada em mim." Dissimulação - mesmo em meio a tanta luz, há uma sombra. É uma sombra que persegue a personagem até o reencontro com a professora. Sombra, por definição, é uma imagem sem contornos nítidos, sem clareza. Como a professora, morta-viva, "invadindo os outros, todos transparentes, meu Deus!" E Deus, que sombra é esta a que chamamos Deus?
Pois é. Neste conto de Lygia, o gosto da memória, ou a memória do gosto, está ausente. Não se manifesta o sabor. Por que não se manifestou o saber, é por isso?
O conto é partícula de vida. É meio primo da História. Mais do que eventos, registra caráter, caracteres, costumes, clima, ambiente, formas, cores, preferências, gostos. O conto é uma das modalidades da história feita arquivo. Por isso conto, contas, contamos. O conto oral é o livro em potência, a história em potência. Ambos pertencem a quem os usa, e a quem de seus exemplos faz uso.
A escola deve ensinar a ler. Mas também deve ensinar a ouvir. Por isso, também na escola, que é um complemento da família, é preciso haver quem conte histórias. Como Lygia, que nos faz lembrar que é preciso haver a lembrança de uma infância vivida, o acalanto de uma voz querida, contando histórias, ilustrando a vida.
Lygia é de uma franqueza pontiaguda.
Este conto, em especial, é uma escancarada confissão de humanidade. A personagem é Lygia, ou qualquer um de nós. A personagem é frágil. Conquanto pensasse, a vida inteira, que era forte. Imaginava-se executora. Conquanto pensasse, a vida inteira, que era executada. Humana, enfim. Eis a verdade. Eis Lygia. Pois é.



Jornal das Letras, edição de agosto de 2007

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