Textos sobre Tempo
Meu tempo
Meu tempo se faz acelerado
Muitas vezes, também, lento
Meu tempo por mim temperado
Nas cores das rajadas do vento
Tempo, meu tempo tão atento
Que num piscar de olhos é raio
Num simples sorriso sedento
No afago doces brisas de maio
Este meu tempo do tempo ao tempo
Das nostalgias sem tempo de alistar
Do tempo de saudade ao relento
Não perde tempo só quer amar
Se o tempo é o dono do meu tempo
O meu tempo no tempo quer se libertar
Pra isto no tempo tenho contento
Fazendo do tempo, tempo de poetar
Oh! Tempo do meu tempo
Traz pra mim mais pulsação
Mais paciência e mais atempo
No meu tempo, tempo do coração...
Tu tempo do meu tempo, agitação!
Ser criança
Na magia de ser criança
Pouco foi o tempo
Calça curta na lembrança
Saudade ao vento...
(Traz à alma alento!)...
Pés no chão jogando biloca
Banho na chuva, diversão
Finca, guaraná com pipoca
Queimada, nas mãos o pião...
(Eita! Como é bão!)...
O simples da ingenuidade
O complexo da pureza
Faz da infância felicidade
E da recordação certeza...
(Que não volta mais!)...
Tempos nunca demais
Com gostinho de querer
Outros iguais
Acompanha o nosso viver...
(Ser criança nosso primeiro aprender!)...
Começo sem fim...
Tenho muito guardado para te dar
Que não foi oferecido a ninguém
Todo o tempo e suas horas a ofertar
Tuas são as especiais e mais além
O que importa a tua história
A minha, no caminho do amor
Se desenhou com ou sem glória
Se sincero é o que tenho a propor
Não tem importância o lugar
Nem distância, se comigo estiver
O que importa é poder te amar
E brilho nos olhos eu poder ver
Te adoro, te desejo, sem limite
Quero mais que um simples sim
Quero mais que frases no convite
Quero ter começo e não ter fim...
Semente
O tempo não para nos ponteiros
Fecho os olhos e sinto saudade
Ainda ontem eu via os carroceiros
Das ruas da minha capiau mocidade
Aqui inventando um pouco de ilusão
Tanto tenho e quero mais felicidade
Mas sinto falta de quimera no coração
Das madrugadas da vida de sonoridade
Tão inquietas e tão cheias de emoção
E tão bem fazem pra nossa mortalidade
Quero o mar para paliar a minha tristura
Palavras para escrever contentamento
De estes versos tirar esta toda amargura
Pois ainda moço vetusto sou para ter tal sentimento
E se o decesso ainda não veio, quero mais aventura...
Semente de paixão, ter a vida com mais acontecimento.
A Vida Passa... A Alma Não
Na velocidade do vento a vida passa
A lentidão da infância o tempo abraça
Os ganhos e perdas ora caçador ora caça
A biografia e as lendas nossa carcaça
Fervilhando nas macambúzias alegrias
Entre as expectativas e melancolias
Nas promessas feitas pelos momentos
Tudo passa com os seus contratempos
Renascem as flores da confiança
Morrem primaveras de esperança
No vai e vem da eterna mudança
Firme é o Espírito, sua semelhança.
Na estória a doce loucura teórica
Confabulada em silenciosa retórica
De paixão, desilusão, recordação
Pois a vida passa... A alma não...
Até mais!
O tempo é indefinição
Eu vim parar no cerrado
Onde não tem inclinação
O por do sol é encarnado
E a secura racha o chão
Também, é encantado...
Eu vim buscar a benção
E encontrei o meu fado
No amor outra direção
Na vida o meu real cais
No coração só devoção
Na poesia tantos anais
Daqui, levo a gratidão
Até mais!
E Lá Se Vai o Tempo
E lá se vai o tempo
Sem tempo de ir
Querendo ficar no tempo
Sentado no meio fio sem sair
E lá se vai o tempo
O tempo onde perdura o amor
No coração ao sol e ao relento
Em canção e nunca amador
E lá se vai o tempo
Com carapuça de sonhador
O tempo é todo o tempo
O meu e o teu tempo, inventor
E lá se vai o tempo
De fado, de dor, de felicidade
O tempo dono da vitalidade
O tempo dono da eternidade.
E lá se vai o tempo...
Luciano Spagnol
Anápolis, 27/02/2013
14’59”
Versos Para Minha Morte
O tempo na hora, suponho
Traga condolência para o fim
E me cubra com filó e vigonho
Apaziguando os sonhos, enfim...
E nesta batalha vencida, de partida
Levarei os versos para minha morte
Desobrigarei lamentos na despedida
E os deixarei ao contento da sorte
A lágrima fica para os que orem
E os que com minha alma importe
Em cada conta do rosário roguem
Meus pecados, assim suporte
Deus, e que me possa perdoar
Com compaixão, e faça meu transporte
Se desacertei, sempre quis amar
Talvez nesta hora peça aporte
Para o silêncio, para me libertar...
E na rixa do fado, a sorte, da minha morte
Será sem saber como, fico a imaginar.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Data indeterminada
fodo da minha morte
o tempo na hora, suponho
me cubra com filó e vigonho
na partida,
desobrigo lamentos na despedida
levarei os versos para minha sorte
lágrimas, aos que comigo importe
e orem aos meus pecados perdoar
sem saber quando, fico a imaginar
o fado da minha morte...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Data indeterminada
Saudades de mim
Levantei hoje com saudades de mim
Pelo tempo veloz eu fui ultrapassado
Já nem sei mais se é começo ou fim
Nesta rota de caminho cascalhado
Sigo em direção ao plano horizonte
Pois o por do sol me leva ao cerrado
O mais interessante é que virou fonte
Nela tento do menino ordenhar o fado
Assim aí eu possa ultrapassar a ponte
Do labirinto acidentado que hoje sinto
Nesta de buscar mais cor onde eu for
O cinza empoeirado me tornou absinto
Me pôs nu nos desejos de ser sonhador
E nas recordações arranquei o estopim
Pra atar na minh'alma os cacos do amor
E tirar da memória às saudades de mim
Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano
Poesia e o poeta
Lento o tempo passa no cerrado
Passa numa aflição acelerada
Arremessando a alma numa cilada
Onde evoca o estro do passado
No alvo papel não tem nada
O lampejo enrugado maltrata
E o tempo na poesia, pirata
Ensaiando asas para revoada
E na lira inocente e árida rima
Vacila a desmedida emoção
Querendo virgem inspiração
Onde o verso treta e aproxima...
A poesia do poeta
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
Para sempre
Prefiro o tempo dos poetas
O seu tempo é lento
Se cinzento põe asas de borboletas
Pra ao vento espalhar sentimento
Em qualquer tempo, qualquer seresta
És profeta do pensamento
Mago das palavras naquela ou nesta
Bordando dores, amores, intentos
E não contento: chora, ri, implora
No mesmo devaneio, na mesma fé
Está sempre chegando e indo embora
Mas seu tempo é para sempre...
Luciano Spagnol
Junho, 2016
Cerrado goiano
PLURAL
Quando o tempo nos é percebido
Distantes estão os anos ditosos
Conosco à frente dias penosos
E vai ficando o devaneio diluído
As horas sem segundos, gulosos
são os desejos, tudo é divertido
Eis que num as, se é envelhecido
E os enganos tornam-se facciosos
Então, tudo nos passa a ter sentido
Até mesmo os lamentos, saudosos
O que era ufano, vira comprometido
E vemos que nos plurais saborosos
Tem também o curso transcorrido
Num rugido de passos vertiginosos
(E lá trás o tempo de rapaz esquecido)
Luciano Spagnol
2016, junho
Cerrado goiano
SAUDADE TRISTE
A saudade que no adeus existe
Só traz solidão tão descontente
E que o tempo seja brevemente
E que faça doce tal fado triste
É sabido que nela a dor existe
Num aperto que a falta consente
Tal abafar-se num tinido fulgente
Dum fulgor vagido que persiste
Mas, se deixar de ser descrente
De um fervor aos Céus, ouviste
Não te irrite a demora aparente
Ah! Clame com amor no que resiste
Que bem cedo terás uma vertente
E a saudade será a paz que pediste
Luciano Spagnol
19 de junho, 2016
Cerrado goiano
DOLOROSA VIA
O tempo me fez velho e derreado
Já não respondo aos vários limites
A vida agastada perdeu os convites
Os sonhos de mourejar hão curvado
O corpo na ação perdeu o apetite
E assim vou num choroso estado
De lamúria triste e olhar cansado
Enfraquecido na força sem rebite
E o insistente querer, ainda espera
Da vitalidade, poesia e viva quimera
Para velejar nas nuvens da ventura
Nestes trilhos deixo o carril da sorte
Até que eu baste no portão da morte
E vá estar na paz lúgubre da sepultura
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
Parodiando Pe. Antônio Tomás
SONETO EM SUSPIROS
Quando a saudade aparece
O tempo no tempo regressa
A dor no peito feri em prece
Misericórdia, roga promessa
Toda lágrima chorada, refece
A motivação é o que interessa
Se tristura ou júbilo, houvesse
É nela que a razão se expressa
E sempre se sabe, não esquece
Torna eternidade, na alma fenece
Pois, o vazio dói reto na saudade
E a solidão, pra ausência confessa
Suspiros, uivos, numa tal remessa
Que põe jogada ao léu a serenidade
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
Num veloz piscar, tudo passa e não para
Segue adiante, um instante, tempo vivido
E no mesmo sentido, as marcas na cara
Vindas, amores, idas, flores, no existir diluído
Não compensa o ódio, a nada se compara
Pois, tudo se desfaz logo ali, no jazigo...
Viver é breve, deve ser leve, uma peça rara!
Luciano Spagnol
Agosto/2016
Cerrado goiano
ADEUS AGOSTO
Adeus agosto, vai-se com a secura
Chegando o afável e a primavera
O tempo vai tecendo a sua costura
Crendice de desgosto, és quimera
Orna-se o setembro em partitura
Neste apartado boa é a atmosfera
Nas paragens do cerrado, mistura
O árido chão com esta novata era
Num balanço de cheiro e candura
Adeus agosto! Um novo mês gera
Que não seja somente de má jura
Mas na largura do ter sem espera...
Que venha setembro,
bem vinda primavera,
que seja com ternura...
Luciano Spagnol
31 de agosto, 2016
Cerrado goiano
SONETO PRA OUTUBRO
Outubro, o mês da vida renovada
da casta, pura e bela primavera
tempo que fala poesia, nova era
com a vitalidade toda iluminada
É o mês dos corações na esfera
da nova celebração, nova estrada
do vento aflando cálida madrugada
de mãos dadas com terna quimera
Outubro das flores, natureza florada
em que o dia e a louvação se esmera
festejando a vida com hora marcada
E na dança da superfície da biosfera
o cerrado enroupa de frugal camada
de cor, odor, enodoando a atmosfera
Luciano Spagnol
01, outubro de 2016
Cerrado goiano
SONETO DO DESENCANTO
O soneto hoje é duma realidade
É lembrança de uma dor dorida
De um tempo outrora, é ferida
Que chora verso de infelicidade
E nesta solidão d'alma dividida
A esperança torna-se fatuidade
O desalento na vida banalidade
O amor, ah o amor! ...Fratricida!
No poetar acre com sonoridade
O cântico é sofrença tão sofrida
Que rasga em pranto, que brade
É uma desilusão tão desmedida
Que alarida em uivos a saudade
No reverso do verso, escondida!
Luciano Spagnol
Outubro de 2016
Cerrado goiano
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