Textos sobre Mar
EU TE PROCURAVA
Eu procurava o meu tácito amor
Como quem navega em mar oculto....
E era o sequioso tempo
E a luz em um vago momento.
Meu Universo e a poesia aguerrida
A combater com sublime ternura
E luta constante de quem procura,
E eterno era o tempo,
Segregando a vida.
E procurava como quem traduz a poesia
E já era a implícita luz
Que percorria o meu súbito verso,
Como quem anoitece na luz do dia.....
Eu procurava e não encontrava
Porque era celeste e pura
A propagar a eterna procura
A expressar a divina ternura.
O carinho e o inflexível tempo
Eu procurava com ardilosa eloquência
No céu de etéreo firmamento
A obliterar os dias, com profunda iminência.
Tão perto de ti eu estava, e não te encontrava.
Quando suprimia o tempo, com sofreguidão
A ocultar-me na luz te buscava....
Eu te procurava com tácita paixão.....
E secretamente revelava,
Como quem no oculto procura
A desvendar com misteriosa razão
A segregar o pranto com eterna amargura.
Eu te procurava em uma serena madrugada
A qual era de busca iminente
E quão tarde era a dor ausente,
No fulgor do instante, minha intensa alvorada.
E na madrugada fria uma eterna procura
Então encontrei meu amor, na vastidão da poesia,
Por vereda calma e sombria
Encontrei finalmente, o que tanto buscava!
Eu sou o tempo
neste momento
De ventos fortes e mar bravio...
Ruídos que cortam e silenciam a eternidade...
Pois o silêncio é grande,mas ele fala
E deixa-me sentir como se eu fora
Um pedacinho de chão e eu te terei...agora que proclamo eterno...
E tu serás a natureza quando dança com o vento "
VOZ DE CONFIANÇA
Eu vejo a correria marcada pela jogada de interesses.
Eu vejo os limites do marketing violarem a democracia.
Como posso acreditar naqueles ou nesses?
Somos vistos como uma preocupante maioria.
Eu vejo homens e mulheres darem sua vida por um votar.
Estamos encaixados no jogo.
Estamos presos no mundo do interessar.
Patrimônios divisores de inimigos que se abraçam.
Desvios ativos do inexistente.
Palavras que deveriam convencer,
nada que os satisfaçam.
Ninguém aposta em mais ninguém,
não sabem mais conquistar a gente.
Como fazer parte de uma política em corrupção?
Como gerar o interesse da nação?
Eu vejo a alegria concentrada em apenas uma mão.
Quem me dará uma voz de confiança?
Quem me convencerá que existe esperança?
Aquele que terá o poder sem periculosidade.
Aquele que olhará seu conjunto com humildade.
Quem me dará uma voz de confiança?
Quem me convencerá que existe esperança?
Aquele que saiba sobre tudo conduzir.
Aquele que das metas não souber desistir.
O dia em que um palácio, circo virar.
As gerações que buscarão soluções em um caderno.
O dia em que o povo souber votar.
As gerações respeitarão o governo moderno.
Eu vejo poucos homens à flor da emoção.
Eu vejo os pequenos mistérios da eleição.
Eu vejo as crianças a desmoronar os sonhos da nação.
Quem me dará uma voz de confiança?
Quem me convencerá que existe esperança?
Aquele que inteligente for.
Aquele que além de ética, terá amor.
Quem me dará uma voz de confiança?
Quem me convencerá que existe esperança?
Aquele que souber perder ou ganhar.
Aquele que os sonhos souber realizar!
o mar...
e todos os dias eu vejo o mar...
ou a qualquer hora...
ele está ali, sempre ali...
a espera de um vento que lhe dê sentido
a espera de um barco que lhe navegue
e todos os dias eu vejo o mar
e junto-me a ele...
e conto meus contos e choro meus prantos
esvazio-me da dor...
contemplo sua profusão de luzes e cores
e escravizo-me outra vez
agrego-me...
a face escondida me fascina
e o sentimento fecundo se aprofunda e nos alia
e mais uma vez e todos os dias eu vejo o mar
e o mar sou eu que lhe recebo
e o mar é você que me acolhe
Sol e mar se misturam
Se envolvem,
Perfeitos
Sol e mar se dão as mãos
Se procuram,
Sol e mar se abraçam
Se aconchegam,
Sol e mar se entregam
Se colam,
Sol e mar
Se conversam
Se escutam
Flutuam,
Sol e mar se devoram
Se apaixonam
Sem limites,
Sol e mar viajam
Seguem juntos,
Colados
Sol e mar dançam
Rodopiam
Desaguam
Mesma estação,
Mesmo lugar,
Sol e mar !
O vento balançou meu barco em alto mar
O medo me cercou e quis me afogar
Mas então eu clamei ao filho de Davi
Ele me escutou, por isso estou aqui
O vento ele acalmou, o medo repreendeu
Quando ele ordenou, o mar obedeceu
Não temo mais o mar, pois firme está minha fé
No meu barquinho está Jesus de Nazaré
Se o medo me cercar ou se o vento soprar
Seu nome eu clamarei, ele me guardará
Não temo mais o mar, pois firme está minha fé
No meu barquinho está Jesus de Nazaré
Se o medo me cercar, ou se o vento soprar
Seu nome eu clamarei, ele me socorrerá
Olho o rio, olho o mar
As rosas
Passam de lá pra cá
Agarro o vento
Sinto a brisa,
Olho o sol a cantar,
chega em mim
Um cheiro,
Tua respiração
Vem em asas da canção
Viajo,
Tua voz é a estrada
Me leva,
Me carrega...
Se você quiser vai ser assim
Nós dois,
Entre flores e jardins !
Moisés atravessou o mar vermelho
Atendendo de Deus o requisito
Libertou o seu povo do Egito
E no deserto prostrou-se de joelho
O mundo tem seu ato com espelho
Numa luta que foi bem sucedida
Após uma caminhada tão longa e tão sofrida
Que foi preciso prudencia e muita fé
Não foi ele Moisés mais Josué
Que entrou na terra prometida...
Não sobrevoes os meus abismos
se não sabes voar
Não mergulhes no meu mar
se não sabes nadar
Não trilhes nos meus labirintos
se não sabes andar
Não se interesses por meus sonhos
se não podes realizar
Não mexas com os meus medos
se não podes me ajudar
Não invadas meus segredos
se não podes desvendar
Não conheças os meus desejos
se não podes compactuar
Não toques minha alma
SE NÃO SABES AMAR!!
.
O mar é generoso, humilde…
Estabelece uma cumplicidade, uma conexão com quem o entende…
Quando em fúria, não me atrevo, manso me faz admirá-lo.
É como se ele tivesse personalidade, vida humor..
Ele também chora, quando beija a praia e leva consigo a areia.
É como se acariciasse e matasse a saudade.
Ele também cansa de ser soberano, se curva diante dos meus pés,
e quando me conquista, me faz flutuar sobre ele
e estabelecemos um vínculo de confiança…
entre ele e eu
NINGUÉM CONTÉM A FÚRIA DO MAR !
Tão livre. Tão espontâneo, embora medonho,
tem a liberdade de se expressar.
A natureza reverência a fúria desse mar,
tal como reverência o pássaro a voar.
Liberdade absoluta,
é a escolha voluntária de ser o que se quer…
Embora eu seja livre, a minha maior liberdade
é estar preso por vontade.
Quem sou eu que trago no olhar a autoridade do mar.
Nos atos a ousadia de quem sabe amar.
Sou brisa mansa. Sou tempestade que assola.
Sou fogo que consome a neve de sua alma.
Tenho o encanto das aves. A habilidade dos selvagens.
Sou realidade. Sou miragem.
E no mesmo instante te faço conhecer o sabor da vida.
Curando dores. Sarando feridas. E arrasto para a morte.
Te levo ao abismo. E num simples voo te resgato de lá.
Me estabeleço em sua fantasia.
A tal mistura entre a razão e a magia.
Sou metáfora que entre parábolas tentas desvendar.
Sou enigma que a inteligência humana jamais entenderá.
Sou lenda que queres desmistificar.
Sou mistério. Pegadas sem rastro. Perfume no ar.
Sou contradição em quase tudo que existe.
SOU MEIO. SOU FIM. SOU INÍCIO.
Contemplação
A solidão é como uma brisa...
Que aflige a alma do poeta...
É a calmaria do mar...
Que tanto prejudica a pesca...
Talvez comparável a lua...
A lua que pousa no ar...
E só faz chorar na lua...
Na lua... lua da escuridão...
A lua que foi dada...
Para apaixonados
Magos, cosmográficos...
Bruxos e revoltados...
Poetas admiraram...
Comporão se apaixonaram...
Tocaram e amaram...
Sem nunca lá está...
E mesmo assim eles...
Se sentiram lá...
Quantos gostariam de ver a Deus.
Olhe para o céu, para as estrelas, para o mar, para os animais e para a natureza.
Um artista desenha o que está dentro dele.
Um artista coloca o que está em seu coração em forma de arte.
Deus fez tudo e ainda fez você.
Deus te fez nos mínimos detalhes.
Deus te fez para brilhar.
Olhe para a arte perfeita desse Artista e sinta-se único e privilegiado.
HOMENS DO MAR
A BARRA TODA ILUMINADA
AS LUZES DANÇAM NO MAR
PARECEM CIDADES FLUTUANTES
COM HISTÓRIAS DE NAVEGANTES
QUE SENTEM SAUDADES DE CASA
OU QUE DESEJAM FICAR
SÀO NAÇÕES QUE VEM E VÀO
O PORTO NÃO PODE PARAR
FICO OLHANDO, AQUI PENSANDO
IMAGINANDO A ROTINA
DOS HOMENS QUE VIVEM NO MAR
SÃO NAVIOS GIGANTESCOS
TAL COMO PIRÂMIDES GIGANTES
QUE PERCORREM TANTOS MARES
TÃO DISTANTES DOS SEUS LARES
ENTRAM NA BARRA ANUNCIANDO
CONTAM HISTÓRIAS BONITAS
DOS PERIGOS, DOS AMORES
HÁ OS QUE SAEM PELA NOITE
VIVEM PAIXÕES DERRADEIRAS
QUE SÓ QUEREM A COMPANHEIRA
UMA NOITE PARA AMAR
HOMENS QUE PARTEM DEPRESSA
DEIXANDO CORAÇÕES ENTRISTECIDOS
COM A DÚVIDA DO REGRESSO
QUEM SABE SEU CORAÇÃO ERRANTE
UM DIA CANSE DO MAR
SINTA FALTA DOS MEUS BEIJOS
DO MEU CARINHO, MEUS DESEJOS
ACONCHEGUE-SE NOS MEUS BRAÇOS
NAVEGUE DE ENCONTRO AOS MEUS SONHOS
FAÇA-ME SUA ILHA...TODA SUA PARTICULAR!
Um poeta perguntou-me
Onde fica a poesia ?
No mar dos olhos teus
Onde canta o sabiá ?
Na voz da tua boca
E as cores de onde vem ?
Do meu e do teu olhar
E quem passeia no teu rio ?
Eu e tu a sonhar
E quem é festa todo dia ?
Nos dois no mesmo lugar
E quem te leva nas estrelas ?
Um rapaz inocente
E de onde vem esse cara
Das ondas a vagar
E porque dança na lua ?
Porque canto e rio sem parar
E de onde vem o teu sorriso ?
Vem das flores, do céu e mar !
FRAGAS NA SERRA
A ecos de frias fragas em mim em delírios
Mar martírio do que sou, serei ou talvez não
A escuridão cerca-me a alma constantemente
No caminho que traço, preciso tanto de luz
De fé, mas a minha mente nega-me tal desejo
Castiga-me, como um fantasma assombrado
Que já foi, morri num espectro sem orgulho
Cadáver frio moribundo do próprio destino
No amargo deste sabor que tenho, gosto a fel
Que flutua no meu palato, perturbando o sabor
De ti no esquecimento que me cerca a morte
Não almejo tal destino mas aceito por me ser
Imposto na lama de argila em foi feito o meu
Corpo, ergástulo sem esperança vida mortal
Delírios nos ecos das fragas na serra de neve
Tento caminhar com a fé que já tanto almejo.
Canto as dores
Canto o riso,
Canto as flores, o mar.
Sou canto em versos
Prosa,
Sou pedaços em cantos
Sou em todo canto pedaços.
Pois, pois...ensinaste-me
Que quando se quer
Susbstitui
Arranja-se jeitos de jeito
Valeu,
Aos cegos precisa-se
Mostrar o caminho
Onde pisar
Em que não pisar.
Que linda paisagem
Uma foto a beira mar
Tiro um retrato e faço uma viagem
Sonhando em te contemplar
O destino quis assim
Dar um tempo e nos separar
Para um dia nos unir enfim:
Sol,areia e mar!
Sol,estrela e lua
Começo a meditar
Bela imagem sua
Que a natureza quer apresentar
Isso tudo preservar
Proteger esse legado
A bondade manifestar
Dentro de cada coração amado!
O VENTO
É só o vento que me traz todos
Vestígios que me lembram de ti
O mar fala no horizonte já vago
O nevoeiro tece nuvens macias
Os suspiros de cores de aromas
Relata o inverno a tentar despertar
Não chove lá fora, chove dentro
Do peito profundo talvez molhado
De tantas memórias tuas já perdidas
Esquecidas de mim num sopro gelado
Para salvar a minha alma em ruínas
Afastei-me de todos os nossos silêncios.
