Textos sobre a Morte
Há entre o céu e a terra apenas um único caminho: seguir após Cristo; tanto no tempo quanto na eternidade só há uma escolha, uma única escolha: escolher este caminho; só há na terra uma única esperança eterna: seguir após Cristo até o céu. Há na vida uma única alegria bem-aventurada: seguir após Cristo; e na morte uma única última alegria bem-aventurada: seguir após Cristo para a vida.
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.
Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho carente, tigre e lótus.
O toque...
sabe, eu nunca, nunca me importei com o toque de outras pessoas, abraçar nunca foi um hábito meu, demostrar afeto por meio de toque físico nunca foi uma maneira minha, mas devo reconhecer o valor do toque.
Muitas coisas na vida só damos valor quando perdemos, e isso.. não e diferente, afinal de contas na hora parece só mais um abraço, só mais um beijo, só mais Um carinho.
porque no seu subconsciente você pensa "ah esse nunca será o último" e quando chega o último e você percebe que perdeu o toque..
você sente como se não tivesse dado valor ao momento, e isso doe.. porque oque você mais deseja e o toque de quem você ama.
tem um filme, bem clichê e grudento, que eu ria e zuava dos personagens por acha-los bobos, mas por hoje choro ao entender tal dor..
Afinal de contas e como diz ;
"Precisamos do Toque de quem amamos tanto quanto do ar que respiramos"
e hoje entendo esse valor.. a saudade que vem junto a angustia, a dor que vem acompanhada do sentimento de culpa pelo valor não dado a tal toque nunca doeu tanto..
e ela machuca, mas do que esperava
Afinal de contas
Sete Palmos Nunca Paceram Tam Distantes
Quanto Agora.
E um simples abraço acompanhado de um "eu te amo" nunca foram tam desejados.
2:34AM 22/11/2022 -
Poema sobre a morte
A morte é um mistério profundo,
um enigma sem solução.
Ela vem sem aviso prévio,
sem convite ou permissão.
A morte é como uma sombra,
que nos segue por toda a vida.
Ela nos leva para o desconhecido,
sem deixar pistas ou saídas.
E quando a morte chega,
ela leva tudo o que temos.
Deixando apenas lembranças,
e um vazio que não podemos preencher.
Mas talvez a morte não seja o fim,
apenas uma transformação.
Uma passagem para outro lugar,
um renascimento para a eternidade.
Então, não tenha medo da morte,
ela é apenas uma parte da vida.
Abrace-a com coragem e dignidade,
e viva cada momento com intensidade.
Através desse poema vou me descrever,
Sou um ser soberano e muitos ainda hão de me conhecer
As tragédias que estão acontecendo, não foram nada,
muito ainda irá acontecer.
Fique atento, pois a próxima tragédia pode estar perto de você.
Eu posso tirar, colocar, roubar, matar, causar.
Também posso temporariamente lhe agradar,
Vou deixar de “arrodeio” e logo me mostrar,
Sou a conhecida e apelidada morte.
Aquela que muitos ainda minha mão irá apertar.
Vou lhe buscar onde quer que esteja, disso num duvide não,
Vou lhe buscar mesmo se estiver no chão, num carro ou em um avião.
Odor de velas
Em ambiente perfumado
Ao sabor das mazelas
Jazia um defunto velado
Abandonado à própria sorte
Condenado ao esquecimento
Esquecera-se de sua morte
E do seu tamanho sofrimento
Que lhe fora curta a vida
Não pode mais trabalhar
Desse mundo fez sua despedida
Não mais irá voltar
Assim caminha nobre humanidade
Na sua cruel zombaria
Vivendo na insanidade
Jogando suas memórias na estrebaria!
<Chiquinho (Sexta-feira treze)>
Quando a morte nos abraça e segue caminhando a nosso lado, falando baixinho em nossos ouvidos os seus segredos mais bem guardados,
ela parece querer que ninguém desconfie que seus intentos são engenhosos:
- Uma queda da própria altura, um tropeção imbecil
e a cabeça explode em uma quina qualquer...
Quando a morte nos abraça pelo caminho
é o nosso descaminho que ela quer.
Não foi a cachaça maldita
nem esse bendito calor
caminhando pela rua do bairro, esquivou-se pra despedida
veio a morte enxerida e com um abraço apertado o golpeou.
Tentaram reavivá-lo... Não teve jeito!
Já estava confortável em seu leito chão.
Todos diziam que ele era um bom sujeito
mas agora caído, morto, duro e frio o que dirão?
Chamavam incessantes por seu nome:
- Chico! - Chico! - Chico! - Chico...
Tentavam reavivá-lo, faziam massagem em seu coração,
respiração artificial, preces a Nossa Senhora Aparecida...
Mas ele já estava confortavelmente acomodado em seu leito chão.
Descansava da vida
da sua nada mole vida
em vida.
Todos perplexos já haviam entendido
encerrara-se mais uma vida, secara mais uma flor
e aquele corpo duro e frio contorcido na avenida
padeceu feito outros tantos todos os dias, o motivo: - desamor.
Morte
Por que nos gela a espinha tua presença diáfana? Senhora Morte, tu que és a mais presente companheira desta humana caminhada e ainda assim, sempre a mais estranhada.
Porque, não te ocultas sob o negro manto, antes nos confronta face a face, para que possamos nos ver refletidos em teus olhos, não como nos ideamos, mas como realmente somos. Nivelados sob o peso da inexorável foice, despidos das terrenas pretensões, sem arrogância, sem status.
Porque colhes sem critérios, não fazendo distinção entre bons e maus, jovens ou velhos, crédulos ou incrédulos.
O muito Ouro não te intimida, a sabedoria não te afasta, a inocência não te comove.
Lanças em nosso rosto, sem pudores, a verdadeira natureza de nossa existência, sem as cores da poesia, no tom cru e áspero das palavras que não ouvimos, mas que ecoam no mais profundo de nosso ser: Somos mortais, hoje aqui estamos, amanhã...
O que nos assombra de fato, não é que venhas cedo ou tarde, repentinamente ou anunciada. O que nos assombra é que quando enfim chegares certamente dirás :
- "Eu vim, como bem sabias que eu viria. Que fizeste tu neste tempo em que me aguardavas?"
(Elsa Maia)
Gostaria de pensar que minha vida é algo além do que eu posso imaginar, como o cosmo hoje em dia - um universo infinito, cheio de surpresas- mas não, não sou capaz de imaginar algo tão complexo, e talvez essa seja a ilusão que me prende dos meus desejos, conceitos e até mesmo ao afeto por pessoas mais proximas. Como dever do ser humano, eu devia pelo menos tentar quebrar essa barreira, me livrando dessa prisão para que ele seja abranjida por todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza, mas sinto que não alcançarei completamente esse desafio, porem talvez se eu lutar pela sua realização me liberte.
Pode ser que um dia nos afastemos, e se esse dia chegar por favor me perdoe, a primeira coisa a fazer é permitir-se dizer adeus. Muitas vezes temos medo de finais, e assim não deixamos um adeus... Os adeus são temporários porque ninguém realmente sai, e se você se lembrar dessas duas coisas: que as pessoas estão sempre conosco porque estão dentro dos corações e em nossa memória, e a única coisa em que podemos depender é a mudança, talvez você me deixa ir.
Eu estou em guerra, e eu acho que a guerra é a coisa mais desprezível que existe. Prefiro deixar-me assassinar a participar dessa indignidade, amanho que não existe caminho para paz, talvez a paz seja o caminho, e por sinal, deve ser um um caminho cheio de espinhos e obstaculos.
A morte
A mortalidade pra mim é conflitante, pois acho que somos eternos.
Logo não vejo a morte como fim, mas uma etapa cumprida.
Cabe a cada um analisar muito bem as nossas atitudes, os relacionamentos, as energias que emitimos agora, neste exato momento!
Portando, seja gentil, paciente, tolerante, perdoe sempre e principalmente, ame incondicionamente.
Uma "homenagem" à visitante mais indesejada que existe...
Mas ela é teimosamente insistente...E ainda por cima
traz "Covidados" indesejáveis...
MORTE À MORTE
Marcial Salaverry
A morte adoeceu,
e quase morreu...
Falta de sorte,
porque ainda a morte
anda por aí,
"covidando" alguém...
Por que não morre ela também?
Pode ser de pneumonia,
ou duma dessas viroses
que acontecem todo dia,
importadas da China...
Mandamos ela pro SUS,
e vai ser um Ai Jesus...
Médicos em greve,
plantonistas incompetentes,
e dão conta do recado...
Pode ser de gripe suina,
uma virose assassina,
ou quem sabe ela encontre uma bala perdida,
que lhe ponha fim à vida...
Seria de verdade muita sorte,
se acontecesse a morte da morte...
Apenas os coveiros lamentariam...
Não importa o tempo, a distância, nem o espaço de uma dimensão a outra. O que Importa é que o amor existe e nada o impede de ser expressado quando se ama de verdade.
Almas que se encontram jamais se esquecem ou se separam.
Estas se buscam entre a saudade e a esperança.
Cada uma cumprindo seu papel nesta vida ilusória.
Aprender e re-aprender.
Para enfim viver aquilo que é eterno e imortal.
Não existe morte onde á vida.
Não existe morte onde há Deus.
(Kasolares Karvallo)
DEPENDÊNCIA É MORTE
Ok,já tá ligado!?
Estava ouvindo um dia desses que não há nada melhor do que amar! DISCORDO!
Corrijo da minha maneira: Não há nada melhor do que amar e ser amado!
Quando gostamos de alguém criamos laços, passamos automaticamente a depender de atitudes e gestos de uma outra pessoa para nos sentirmos bem, felizes,amados.
Se o telefone não toca então, é um CAOS!
Se você liga e ele não te atende... É morte na certa!
E daqui que alguma explicação se apresente, os nossos pensamentos já andaram mundo afora! Enfeitaram, fantasiaram ahh e o mais importante: Nos fizeram chorar!
Porque quando gostamos ficamos dependentes?
O que mais me irrita é que quando estamos desapontadas no amor não vemos graça em coisas que nos fazem tão bem... É como uma entrega, uma entrega a tristeza, ao desapontamento, uma aceitação àquela situação.
É triste?
É...
Dói!?
oooow!
E você vai continuar mesmo assim?
Entende é uma opção! é sim!
Todos nos temos escolha e eu não consigo me ver projetando um prédio maior do que a minha casa para ver se a luz do sol entra,
Eu prefiro um lugar aonde eu não tenha que fazer grandes projetos e ousar comigo mesma,
Eu não preciso disso,
Eu quero sim uma casa bela, com flores no jardim e que cheire a amor,mas isso é algo que não depende apenas de um "engenheiro conceituado",
Isso é mais simples do muitos pensam e depende não de um, mas de dois.
E aí sim não precisarei construir pontes para acesso ou saídas de emergência...
Eu só precisarei entrar, sentar no sofá, tirar os sapatos e lá esperar o alguém que eu sei que vai fazer toda a diferença.
O som da morte chega mais perto, não hesitando em entrar nos meus ouvidos, com uma leve dor fica em todo o meu corpo, tudo parece já não fazer mais sentido, nada mais importa, isso é tão tenebroso, escuro, mas eu não quero me livrar disso, hoje eu gosto; acostumei-me à tristeza que já faz parte da minha vida, e as vontades estranhas me dominam.
Eu já não sei quem sou já não tenho controle pelo meu corpo, ele se movimenta sozinho, aos sons dos meus desejos, e sentimentos, ao comando da infelicidade e da tristeza que me ataca. O vazio, a solidão, essa dor que vem sobre mim, ninguém pode entender; nesse momento, eu estou completamente sozinha, a mercê de mais dor, e mais sofrimento, o que aconteceu comigo? Já não sou boa o suficiente pra fazer tudo feliz, sou apenas um fardo para todos, eu sou um fardo para mim mesma, estou podre, e estou caindo aos pedaços diretos para uma cova funda, onde tudo pode ser esquecido, e descansar de tudo isso, tanto sangue derramado, junto com ele é a marca, de que nada esta bem, nada esta como antes, de que apenas a tristeza domina tudo.
A dor que esta em mim ninguém pode tirar, ferida imortal que não se pode curar, o tempo não está do meu lado tudo isso é tão estranho, o medo me assombra, um mar de ilusões, emoções que eu não posso, não posso lidar, a tristeza domina tudo, alguém venha me tirar desse mar de feridas? O sofrimento é maior do que eu posso suportar nada alem da morte, irei morrer na tristeza, você me deixou assim, não posso mais viver, você tem me tirado toda a alegria, e o que mais quer? Sinto toda a vibração negativa, meu corpo já não suporta mais isso, já deu o meu limite, preciso ir ao alem, preciso sair, preciso sair desse labirinto de ódio, desse mar de ilusões, e tudo isso comigo, eu me sinto tão pesada, minha mente já não consegue mais captar tudo o que eu tinha de bom, que agora se foi e não sobrou mais nada de mim.
Lamentos
Não sei porque não me abraça morte.
E acaba de vez com meu pranto.
Cerrar esta vida vazia.
De um homem sem sorte
Cobri-me com teu manto.
E não deixa eu amanhecer o dia.
Sinto-me despido de afeto.
Esta fria solidão, sem abraços e muita ilusão.
Nem quero mais sofrer.
Morte debruça no meu leito
E me veste o coração.
Chega rápido, não precisa nem bater.
A porta vai esta aberta.
E caregar pra sempre este sofrimento.
É cruel o desprezo.
Leva a única coisa que me resta.
Esta vida de lamentos
Acaba comigo a qualquer preço.
Há os que dizem que ninguém é insubstituível.
Que quando chega, a morte nos apaga e apaga
nossos rastros mais cedo ou mais tarde.
Nossa condição de ser insubstituível prevalece
por pouco tempo e nos tornamos apenas
reproduções de som e imagem,
ou palavras mortas sobre o papel ou sobre a pedra,
nos livros de história, nos museus.
Quando desaparecemos, o que fazíamos poderá
ser feito por outros, o que dizíamos poderá
ser dito por outros.
Pronto, tudo resolvido.
A vida continua, o mundo continua a girar.
Verdade?
Mentira.
Não há dois dias iguais.
Um sucede o outro, mas não o substitui.
Porque cada dia é único.
Assim como na sinfonia, onde uma nota sucede
outra, mas não a substitui, sempre seremos
sucedidos nunca substituídos.
Porque nossa vida é única.
Porque cada pessoa é única.
Porque tudo o que geramos revela a nossa autoria,
como se fosse assim uma especie de marca.
Indelével, singular.
Um filho, um livro, um quadro, uma idéia,
um sentimento, uma palavra.
"Cada um de nós pode ser insubstituível.
Ser insubstituível, sim, por que não?
Um ser insubstituível não por arrogância,
nem por posses, nem por dotes físicos ou intelectuais.
Ser um insubstituível ser, simplesmente pelas emoções
criadas e pelos valores agregados em sua volta.
Ser um insubstituível seja pela renúncia à mediocridade,
pela fuga do vazio, pelo abandono da irrelevância.
Poderíamos ser todos insubstituíveis seres,
pela energia positiva que transmitimos às outras pessoas,
pela vibração produzida por nossos sentimentos,
pelos nossos exemplos e atitudes, pelo nosso esforço
admirável de passar por esta vida deixando marcas de
excelência, como se fossem rastros de luz.
Sejamos todos insubstituiveis.
Eu para você e você para mim.
Uns para os outros.
Cada um para todos
Há um grande dia
Um dos primeiros sentimentos encontrados
Do que vai da vida à morte
Tão depreciado
Mas é o mais importante para este poeta
Neste dia não estarei entre vocês
Mas meu coração vai estar
Grande São Paulo sofrerá minha ira
Mas neste dia
De grande amizade desejo e maior benção do ano
Ultimo sopro de Vida...
Preso por mim mesmo, preso na verdade entre a vida e a morte,
Me perguntando o que fazer, ou como fazer, derrepente fui bombardeada por milhares de pensamentos e lembranças, lembrando de cada abraso, de cada olhar como se fosse o ultimo, pois na verdade era mesmo os últimos, e enquanto meu fôlego se esgotava, me lembrei de sonhos, projetos que fiz durante toda minha vida, me lembrei que um dia sonhei em ser um bom homem, sonhei em ter uma família, sonhei em casar, e como o mar sem água, eu ia me perdendo e me esgotando, lembranças de cada pessoa amada, de cada amigo, e eu sempre me perguntava o que eu iria fazer antes de morrer, se tivesse um tempo estimado de vida, porém reparei que na verdade a única coisa que sempre precisei em toda minha vida foi de Deus...cada pessoa tem seus sonhos seus projetos, seus ideais, não sei bem quais são os seus, mas como você reagiria se tivesse apenas somente mais um mês de vida...
A MORTE DO AMOR
Todos os dias morre um amor.
Quase nunca percebemos, mas todos os dias morre um amor...
Às vezes de forma lenta e gradativa,quase indolor,após anos e anos de rotina.
Às vezes melodramaticamente, como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas vexaminosos, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos.
Pode morrer em uma cama de motel ou simplesmente em frente à televisão de domingo.
Morre sem um beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com um gosto salgado de lágrima nos lábios.
Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, diálogos cada vez mais resumidos, de beijos cada vez mais gelados...
Morre da mais completa e letal inanição !!!
Todos os dias morre um amor, embora nós, românticos mais na teoria do que na prática, relutemos em admitir.
Pode morrer como uma explosão, seguida de um suspiro profundo (porque nada é mais dolorido que a constatação de um fracasso), de saber que, mais uma vez, um amor morreu.
Porque, por mais que não queiramos aprender, a vida sempre nos ensina alguma coisa. Esta é a lição: qualquer amor pode morrer !
E todos os dias, em algum lugar do mundo, existe um amor sendo assassinado.
Como pista do terrível crime, surge uma sacola de presentes devolvidos, uma lista de palavrões sem censura, ou o barulho insuportável do relógio depois da discussão...
Afinal, todo crime deixa as suas evidências !
Todos nós podemos ser um assassino.
E podemos agir como age um assassino: podemos nos esconder debaixo das cobertas, podemos nos refugiar em salas de cinema vazias, ou preferir trabalhar que nem um louco, ou viajar para "espairecer", ou confessar a culpa em altos brados, fazendo do garçom o confidente...
Mas há também aqueles que negam, veementemente, a sua participação no crime, e buscam por novas vítimas em salas de bate-papo ou em pistas de danceteria, sem dor ou remorso.
Os mais periculosos aproveitam sua experiência de criminosos para escrever livros de auto-ajuda, com a ironia de quem tem muito a ensinar para os corações ainda puros.
Existem também os amores que clamam por um tiro de misericórdia : ainda estão juntos mas se comportam como um cavalo ferido, esperando ser sacrificado.
Existem também os amores-fantasma, aqueles que se recusam a admitir que já morreram. São capazes de perdurar anos, como mortos-vivos sobre a Terra, teimando em resistir apesar das camas separadas, dos beijos frios e burocráticos, do sexo sem tesão (se houver). Esses não querem ser sacrificados, mas irão definhar aos poucos, até se tornarem laranjas chupadas.
Existem ainda os amores-vegetais, aqueles que vivem em permanente estado de letargia, que se refugiam em fantasias platônicas, recordando até o fim de seus dias o sorriso da ruivinha da 4a.série... Ou se faz presente na fã que até hoje suspira e delira em frente a um pôster do Elvis Presley.
Mas eu, quase já desistindo da minha busca, pude ainda encontrar uma outra classificação: os amores-vencedores. Aqueles que, apesar da luta diária pela sobrevivência, das infinitas contas a pagar, da paixão que decresce com o decorrer dos anos,da mesa-redonda no final de domingo, das calcinhas penduradas no chuveiro e das brigas que não levam a nada, ressuscitam das cinzas e se revelam fortes, pacientes e esperançosos. Mas esses são raríssimos, e há quem duvide de sua existência. São de uma beleza tão pura e rara que parecem lendas.
Um dia vou colocar um anúncio, bem espalhafatoso, no jornal : PROCURA-SE UM AMOR VENCEDOR - oferece-se generosa recompensa...
Mas, no fundo, sei que ele não surgiria como por acaso...
O que esses poucos vencedores falam é que esse amor foi suado, trabalhado, bem administrado nas centenas de situações do cotidiano.
Não é um presente de loteria, de sorte, nem de magia...
É simplesmente o resultado concreto daquilo que foi um relacionamento maduro e crescente entre duas pessoas ...
Nota: Versão adaptada do "Pequeno tratado sobre a mortalidade do amor", de Alexandre Inagaki: Link
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