Textos que Falem eu Nao Vivo sem Voce

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Não estou vivendo perigosamente.
Troquei o perigosamente, pelo intensamente, inconsequentemente,
apaixonadamente.
Não há perigo.
Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram como certo
e nunca mais se libertar, correndo o risco de não saber mais viver
sem um manual de instruções.

Sem açúcar

Todo dia ele faz diferente
Não sei se ele volta da rua
Não sei se me traz um presente
Não sei se ele fica na sua
Talvez ele chegue sentido
Quem sabe me cobre de beijos
Ou nem me desmancha o vestido
Ou nem me adivinha os desejos

Dia ímpar tem chocolate
Dia par eu vivo de brisa
Dia útil ele me bate
Dia santo ele me alisa
Longe dele eu tremo de amor
na presença dele me calo
Eu de dia sou sua flor
Eu de noite sou seu cavalo

A cerveja dele é sagrada
A vontade dele é a mais justa
A minha paixão é piada
A sua risada me assusta
Sua boca é um cadeado
E meu corpo é uma fogueira
Enquanto ele dorme pesado
Eu rolo sozinha na esteira

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.

Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.

Inserida por gtrevisol

Seu desespero vinha de que não sabia sequer por onde e pelo que começar. Só sabia que já começara uma coisa nova e nunca mais poderia voltar à sua dimensão antiga.
E sabia também que devia começar modestamente, para não se desencorajar. E sabia que devia abandonar para sempre a estrada principal. E entrar pelo seu verdadeiro caminho que eram os atalhos estreitos.

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por thaisassumpcao

Há quem diga que o tempo não existe, que somos nós que o inventamos e tentamos controlá-lo com nossos relógios e calendários. Nem ousarei discutir essa questão filosófica, existencial e cabeluda. Se o tempo não existe, eu existo. Se o tempo não passa, eu passo. E não é só o espelho que me dá certeza disso. (...)
A interferência do tempo atinge minhas emoções também. Houve uma época em que eu temia certo tipo de gente, aqueles que estavam sempre a postos para apontar minhas fraquezas. Hoje revejo essas pessoas, e a sensação que me causam não é nem um pouco desafiadora. E mesmo os que amei já não me provocam perturbação alguma, apenas um carinho sereno. Me pergunto como é que se explica que sentimentos tão fortes como o medo,o amor ou a raiva se desintegrem. Alguém era grande no meu passado, fica pequeno no meu presente. O tempo, de novo, dando a devida proporção aos meus afetos e desafetos.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Coisas da Vida. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Nota: Trecho da crônica "A interferência do tempo"

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Inserida por lituaniasi

Tem noites em que o sono não vem, me reviro na cama deixando que me invadam os piores prognósticos: não sobreviverei ao dia de amanhã, não terei como pagar as contas, quem me cuidará quando eu for velha, o que faço com aquela camiseta tenebrosa que comprei, não posso esquecer de telefonar, de dizer, de avisar, e o escuro do quarto pesa sobre minha insensatez, até que o dia amanheça me traga de volta a lucidez.

Coisas da Vida - Os Lúcidos.

Inserida por lituaniasi

Peruíce não é falta de gosto, e sim pânico gerado pela proximidade do fim. Muita gente tenta deter o tempo manipulando o próprio rosto e se caricaturando sem autopiedade e sem autocrítica. Porém, o tempo continua passando da mesma forma, só que ele é mais implacável com quem joga fora suas expressões, que é o que temos de mais jovial. Uma senhora idosa pode muito bem ter um ar de garota. É insano abrir mão disso para ficar com rosto de boneco de cera.

Coisas da Vida - A morte por trás de tudo

Inserida por lituaniasi

Espelho não me Prova que Envelheço

O espelho não me prova que envelheço
Enquanto andares par com a mocidade;
Mas se de rugas vir teu rosto impresso,
Já sei que a Morte a minha vida invade.

Pois toda essa beleza que te veste
Vem de meu coração, que é teu espelho;
O meu vive em teu peito, e o teu me deste:
Por isso como posso ser mais velho?

Portanto, amor, tenhas de ti cuidado
Que eu, não por mim, antes por ti, terei;
Levar teu coração, tão desvelado
Qual ama guarda o doce infante, eu hei.

E nem penses em volta, morto o meu,
Pois para sempre é que me deste o teu.

(Tradução Ivo Barroso)

Inserida por Babi26

Tome conta do seu dia!

Hoje é o seu dia!
Sim, não existe outro dia para ser feliz.
Ao passado não podemos regressar.
E por vezes, é no passado que encontramos a frustração,
o nosso motivo de insatisfação.
Então, é hoje o dia de ser o seu dia.

Muitos projetam a felicidade para o amanhã.
Dizem que amanhã será melhor.
Mas como será melhor se o dia de hoje não for bom?
Isso é contar com a sorte,
igual a esperar Papai Noel na janela,
sair de casa num dia quente com camisa de flanela!

Hoje é o seu dia!
Abrace-o como se fosse o último (e poderá ser).
Não se deixe levar nem pela impressão
nem pelas frustrações dos outros.
Cada um pegue o seu barco e reme…

Não entregue a sua felicidade nos braços de ninguém.
Não faça da sua alegria, uma dependente de alguém.

Sua paz, sua autoestima, sua vida enfim,
dependem única e exclusivamente do seu olhar interior.
Aquele que ao acordar, olha para o espelho e diz:
- Tai uma pessoa feliz!
Esta pessoa é você, e eu repito:
- Hoje é o seu dia!

Tome conta dele, é o seu tesouro.
Não deixem que os vampiros da alegria,
os “dementadores” que andam soltos por ai o levem.
Aredite em você e na sua capacidade de ser feliz.
Tome conta do seu dia.

Inserida por Epena

O luto e as tintas

Chora não!

O que foi dito, foi dito e ponto final.
O que foi feito, está feito e não tem jeito.
O que passou, passou e não volta mais.
Tudo tão simples não é?
Não! Não é.

Para quem vive uma situação de arrependimento,
para quem está passando por uma dor profunda causada por uma perda,
nada é simples, nada é claro.

Por isso, quando quiser ajudar,
ou sair de uma fase assim, viva o seu luto.

Ou seja, chore, arranque os cabelos, xingue,
grite, proteste, fique sem comer, desabafe,
mas faça tudo com emoção verdadeira,
com lágrimas de sangue, sem dó de ninguém,
nem de você.

O único cuidado que você deverá tomar é com o tempo.
O seu luto não deve passar de 7 dias.
Não estou falando de esquecimento.
Certas pessoas e fatos não devemos esquecer.
Estou falando da intensidade da dor.

Eu te garanto que tem gente de luto a mais de 10 anos.
Tem gente que já nasceu de luto.
Tem gente que você olha para a cara e vê o luto.
Outras que só se aproximam para deixar você de luto.

Não se prenda ao passado que não volta!
No arrependimento que não conserta,
na esperança vazia do que não vai acontecer.

Pegue a sua malinha de dores e jogue no rio
(com uma pedra pesada dentro).

O que resta para nós todos os dias,
é apenas o dia de hoje.

Pegue o seu dia e construa o seu futuro agora.
Ele vai ter a cor, o sabor
e as alegrias que você desejar já.

Qual será a cor da sua vida amanhã?
É só olhar para as cores que você está pintando hoje.
Espero que seja com aquarela amarela, cheia de cores lindas.
Porque cinza já basta a minha meia antiga…
Viva o seu dia!
Viva você!

Inserida por Epena

Não me peça para dar-te respostas acerca das questões mais delicadas de tua vida, porque algumas verdades são por demais desagradáveis e inconvenientes,tal modo que ao ouví-las de mim tu te magoarias e não às aceitarias.

É preciso, pois, que tu aprendas conversar contigo, em teu íntimo, e acredites: as respostas para as questões mais delicadas de tua vida estão dentro de ti mesmo.

Inserida por AugustoBranco

As sociedades são conduzidas por agitadores de sentimentos, não por agitadores de ideias. Nenhum filósofo fez caminho senão porque serviu, em todo ou em parte, uma religião, uma política ou outro qualquer modo social do sentimento.
Se a obra de investigação, em matéria social, é portanto socialmente inútil, salvo como arte e no que contiver de arte, mais vale empregar o que em nós haja de esforço em fazer arte, do que em fazer meia arte.

Inserida por kellylauro

Ortografia, concordância verbal,
e tudo que envolve gramática
não faz a minha cabeça,
nem muito menos é primordial em minha poesia.

O que é errado hoje, será correto amanhã,
por isso uso e abuso de minha licença poética,
e deixo-me levar apenas pelo sentimento
e pela melodia. :)

Inserida por AugustoBranco

Não sou contra a banalização do amor.
O amor tem que ser banalizado, mesmo!
Tem que estar em toda parte, em todo lugar,
a toda hora, com qualquer pessoa.

O que não pode ser banalizado é o ódio,
a frialdade, a indiferença,
tudo aquilo que é ruim e causa dor.

Mas o amor?
O amor não deve ser guardado como uma pedra preciosa
que você esconde egoisticamente para oferecer
apenas a este ou aquele alguém.

O amor deve ser espalhado como o mais doce e sublime perfume, para que inspire e inebrie todas as pessoas do mundo,
a todo instante, por todo o sempre!

Inserida por AugustoBranco

CÂNTICO

Não, tu não és um sonho, és a existência
Tens carne, tens fadiga e tens pudor
No calmo peito teu. Tu és a estrela
Sem nome, és a morada, és a cantiga
Do amor, és luz, és lírio, namorada!
Tu és todo o esplendor, o último claustro
Da elegia sem fim, anjo! mendiga
Do triste verso meu. Ah, fosses nunca
Minha, fosses a idéia, o sentimento
Em mim, fosses a aurora, o céu da aurora
Ausente, amiga, eu não te perderia!
Amada! onde te deixas, onde vagas
Entre as vagas flores? e por que dormes
Entre os vagos rumores do mar? Tu
Primeira, última, trágica, esquecida
De mim! És linda, és alta! és sorridente
És como o verde do trigal maduro
Teus olhos têm a cor do firmamento
Céu castanho da tarde - são teus olhos!
Teu passo arrasta a doce poesia
Do amor! prende o poema em forma e cor
No espaço; para o astro do poente
És o levante, és o Sol! eu sou o gira
O gira, o girassol. És a soberba
Também, a jovem rosa purpurina
És rápida também, como a andorinha!
Doçura! lisa e murmurante... a água
Que corre no chão morno da montanha
És tu; tens muitas emoções; o pássaro
Do trópico inventou teu meigo nome
Duas vezes, de súbito encantado!
Dona do meu amor! sede constante
Do meu corpo de homem! melodia
Da minha poesia extraordinária!
Por que me arrastas? Por que me fascinas?
Por que me ensinas a morrer? teu sonho
Me leva o verso à sombra e à claridade.
Sou teu irmão, és minha irmã; padeço
De ti, sou teu cantor humilde e terno
Teu silêncio, teu trêmulo sossego
Triste, onde se arrastam nostalgias
Melancólicas, ah, tão melancólicas...
Amiga, entra de súbito, pergunta
Por mim, se eu continuo a amar-te; ri
Esse riso que é tosse de ternura
Carrega-me em teu seio, louca! sinto
A infância em teu amor! cresçamos juntos
Como se fora agora, e sempre; demos
Nomes graves às coisas impossíveis
Recriemos a mágica do sonho
Lânguida! ah, que o destino nada pode
Contra esse teu langor; és o penúltimo
Lirismo! encosta a tua face fresca
Sobre o meu peito nu, ouves? é cedo
Quanto mais tarde for, mais cedo! a calma
É o último suspiro da poesia
O mar é nosso, a rosa tem seu nome
E recende mais pura ao seu chamado.
Julieta! Carlota! Beatriz!
Oh, deixa-me brincar, que te amo tanto
Que se não brinco, choro, e desse pranto
Desse pranto sem dor, que é o único amigo
Das horas más em que não estás comigo.

Inserida por MarcusBraz

Não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.

"Jamais se esforce para esquecer o que é inesquecível. Sofrer faz parte do amor. Encontrar um amor é quase impossível. Você tem poucas chances."

Às vezes bate aquela vontade de ir embora, mesmo sem ter pra onde ir.

"Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doí demais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar!"

Não guardo rancor, mas também não tenho amnésia.

"Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar."

Tem coisas que a gente não fala, mas quer que o outro perceba.

"A vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos se realizam, ou não. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe. É o quão isso te faz sorrir. E só."

"Ando um pouco para dentro, não sei se você entende. Me fechei um pouco, de tudo. Me abri para mim, me fechei para o resto. Ainda não sei se é certo ou no que vai dar, mas garanto que estou me descobrindo um pouco..."

Inserida por carlinharios

Mas é que também não sei que forma dar ao que me aconteceu. E sem dar uma forma, nada me existe. E – e se a realidade é mesmo que nada existiu?! Quem sabe nada me aconteceu? Só posso compreender o que me acontece mas só acontece o que eu compreendo – que sei do resto? O resto não existiu. Quem sabe nada existiu! Quem sabe me aconteceu apenas uma lenta e grande dissolução? E
que minha luta contra essa desintegração está sendo esta: a de tentar agora dar-lhe uma forma? Uma forma contorna o caos, uma forma dá construção à substância amorfa – a visão de uma carne infinita é a visão dos loucos, mas se eu cortar a carne em pedaços e distribuí-los pelos dias e pelas fomes – então ela não será mais a perdição e a loucura: será de novo a vida humanizada.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por natxalinha

Não compreendo o que vi. E nem mesmo sei se vi, já que meus olhos terminaram não se diferenciando da coisa vista. Só por um inesperado tremor de linhas, só por uma anomalia na continuidade ininterrupta de minha civilização, é que por um átimo experimentei a vivificadora morte. A fina morte que me fez manusear o proibido tecido da vida.
É proibido dizer o nome da vida. E eu quase o disse. Quase não me pude desembaraçar de seu tecido, o que seria a destruição dentro de mim de minha época.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por natxalinha

Não, nem o mundo nem a vida são um mar de rosas.
É preciso ter muita garra e disposição
para enfrentar não só o infortúnio, a violência
ou as doenças e tragédias que nos acometem.
É preciso prostrar-se como um guerreiro em todas as situações,
mas principalmente contra a falta de amor, contra a Indiferença,
contra a ambição e a deslealdade de muitos.

Inserida por AugustoBranco

Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava. E a tal ponto que tive a certeza súbita que não conseguiria mais sair. Não sabia até que ponto isso seria bom ou mau — mas de qualquer forma não conseguia definir o que se fez quando comecei a perceber as lembranças espatifadas pelo quarto. Não que houvesse fotografias ou qualquer coisa de muito concreto — certamente havia o concreto em algumas roupas, uma escova de dentes, alguns discos, um livro: as miudezas se amontoavam pelos cantos. Mas o que marcava e pesava mais era o intangível.

Lembro que naquela manhã abri os olhos de repente para um teto claro e minha mão tocou um espaço vazio a meu lado sobre a cama, e não encontrando procurou um cigarro.

Inserida por cellesaracol