Textos que Descreva a Si Própria
QuEm nÃo é cApAz dE PeRdOaR Os oUtRoS É InCaPaZ De sEr bOm cOnSiGo pRóPrIo.
(AnÔnImO)
SaBeR PeRdOaR É Um dOm. NãO É FáCiL, mUiTaS VeZeS, qUaNdO NoS SeNtImOs mAgOaDaS, aViLtAdAs. MaS O PeRdÃo vErDaDeIrO, sInCeRo, NãO Só dEiXa nOsSo cOrAçÃo mAiS LeVe cOmO TaMbÉm fAz cOm qUe a gEnTe aCeItE MuItO MaIs fAcIlMeNtE As nOsSaS PrÓpRiAs iMpErFeIçÕeS.
O céu não está totalmente negro
Carrega em si, nuvens cinzentas
embaçadas como nevadas
Como um pintor, por um descuido deixou respingar pequenas gotas de
tintas sobre o quadro escuro
formando pequenas estrelas
O silêncio é tomado pela melancolia
do vento assoviando levemente
dentre as gretas da janela
ouço o estrupo ( barulho) dos grilos em sintonia
Enquanto uns pegam o sono
Eu admiro a noite
Conto as estrelas
E sinto a calmaria da noite
Após um dia completo de agitação.
A noite está maravilhosa.
Dona de si:
Uma mulher resolvida intimida qualquer homem.
Mas antes de chegar nessa fase, ela já passou por maus bocados, já juntou seus cacos, mergulhou em abismos profundos, mas engoliu o choro, e seguiu.
Não tão firme quanto gostaria, mas a cada tombo, mais forte ela renascia.
Há quem diga, que ela se tornou fria, mal sabem esses, que ela apenas aprendeu a pisar nas pontas dos pés. Há lugares que são como areia movediça, é por isso que ela vê bem, onde é que pisa.
Depois de tantas dores, não é qualquer pessoa que fica na sua vida. E não é que a pessoa não queira ficar, hoje é ela, que não faz questão de nada.
Hoje ela não tem medo da vida, não tem medo de dizer o que pensa, ela sabe o que quer, e sabe bem como chegar até lá.
"Ela é dona de si, e quando ela descobriu isso, ela não foi de mais ninguém."
Porque para amar, não precisa se perder, muito menos se encontrar, é preciso estar inteira, e outro também deve estar.
Seja água", disse o mestre.
"A água limpa a si mesma, e limpa tudo aquilo que toca. Seja água em torrente".
"Seja fogo", disse o mestre.
"O fogo faz a madeira podre transformar-se em luz e calor. Seja o fogo que queima e purifica".
"Seja vento", disse o mestre.
"O vento espalha as sementes sobre a terra, faz o fogo arder com mais brilho, empurra as nuvens - para que a água caia sobre todos os homens".
"Se você tiver a paciência da terra, a pureza da água, a força do fogo, e a justiça do vento, você está livre."
Só os idiotas são felizes
Nada mais libertador do que rir de si mesmo
Idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda, visceral. Putz, coisa pentelha.
A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado do Schopenhauer? Deixe a pungência para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota. Ria dos próprios defeitos, tire sarro de suas inabilidades. Ignore o que o boçal do seu chefe proferiu. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, objetivos claramente traçados mas não consegue rir quando tropeça? Que sabe resolver uma crise familiar mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Sim, porque é bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Em suma: desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. A realidade já é dura; piora se for densa. Dura e densa, ruim. Brincar, legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não se descontrolar, não demonstrar o que sente. É muito não. Dá pra ser feliz com tanto não? Pagar as contas, ser bem-sucedido, amar, ter filhos – tarefa brava. Piora, muito, com o peso de todos aqueles nãos. Tenha fé em uma coisa: dá certo ser adulto e idiota. Aliás, tudo fica bem mais fácil ser for regado a idiotice, bom humor. Manuel Bandeira foi um grande homem e um grande poeta. Disse certa vez: “E por que essa condenação da piada, como se a vida fosse só feita de momentos graves ou só nesses houvesse teor poético?” Estava certo.
Empine pipa
Adultos podem (e devem) contar piadas, ir ao fliperama, beliscar a bunda da mulher, sair pelados pela cozinha. Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único “não” aceitável.
Teste a teoria. Uma semaninha, pra começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que são: passageiras. A briga, a dívida, a dor, a raiva, tudinho vai passar, então pra que tanta gravidade? Já fez tudo o que podia para resolver o problema? Parou, chorou, pediu arrego? Ótimo, hora da idiotice: entre na Internet, jogue pebolim, coma um churrasco grego. Tá numas de empinar pipa no sábado? Vá. Quer conversar com sua namorada imitando o Pato Donald mas acha muito boçal? E é, mas e daí? Você realmente acha que ela vai gostar menos de você por isso? Ela não vai, tenha certeza. Só vai gostar mais, porque é delicioso estarmos com quem sorri e ri de si mesmo.
Eu fico chateada por não ser tão idiota quanto gostaria; tenho uma mania horrível de, sem querer, recair na seriedade. Então o mundo fica cinza e cada lágrima ganha o peso de uma bigorna. Nessas horas não preciso de cenhos franzidos de preocupação. Nessas horas tudo de que preciso é uma bela, grande e impagável idiotice. Como sair pra jogar paintball – ou, melhor ainda, me olhar fixamente no espelho até notar como fico feia com os olhos vermelhos e o nariz escorrendo. Como fico ridícula quando esqueço que tudo passa.
Fidelidade é uma palavra que por si só, é mentirosa. Remete tanto a obrigatoriedade quanto a espontaneidade As pessoas não costumam ser fiéis de forma espontânea, elas a são por algum tipo de obrigação: contratual, matrimonial, dependente ou de aparências, ao menos a grande maioria.
Como vai o teu relacionamento, sente-se obrigado a algo?
Cada um deve ser e proporcionar a si mesmo o melhor e o máximo.
Quanto mais for assim e, por conseguinte, mais encontrar em si mesmo as fontes dos seus deleites, tanto mais será feliz.
Com o maior dos acertos, diz Aristóteles: A felicidade pertence aos que se bastam a si próprios.
Pois todas as fontes externas de felicidade e deleite são, segundo a sua natureza, extremamente inseguras, precárias, passageiras e submetidas ao acaso; podem, portanto, estancar com facilidade, mesmo sob as mais favoráveis circunstâncias; isso é inevitável, visto que não podem estar sempre à mão.
- Arthur Schopenhauer
Desbravador
E aqueles que são "DESBRAVADORES", devem saber a arte de conhecer a si mesmo, pode ir longe. Encontrei uma bela palavra, DESBRAVADOR, quero ser um desbravador, para encarar o meu próprio ser. Existem palavras que a gente tem de tomar para se mesmo, e essa palavra é uma das palavras que tomo para mim. DESBRAVADOR...
Quando achar que é o fim, ame.
Quando achar que perdeu as forças, ore.
Quando não couber em si de alegria, chore.
Quando a tristeza te invadir, ame.
Quando tudo começar, ore.
Quando a fúria te dominar, chore.
Quando não aguentar mais, durma
Quando pensar em desistir, recomece
Quando for explodir, silencie
Quando for bom, ame
Quando for ruim, ame
Quando for meio termo, não se manifeste.
Sobretudo ame.
O amor torna fácil o que é dificil, ainda que não seja.
O amor põe no rosto um sorriso, ainda que na alma ele não esteja.
Gentilmente...
O amor,
Cruel,
Devorador, desespero, em trevas
Sinto morrer durante a noite,
Simples, o terror em teus lábios...
Virtual, o desejo vulgar da espaço a anarquia
Sinto muito! Mas, sou parte da escuridão
Que cobre indefinidamente os laços da sua vida,
A quero neste estante! lhe ofereço a eternidade...
Ai dos homens que errôneos por natureza e desgraçados pela vida idealizam para além de si mesmos.
Eis vossa maior angustia ,a ânsia pela gloria que crava com seus afincos o egoísmo impertinente e sedutor.
Eis de vossa fúnebre reflexão que a tona traz o homem que infeliz pelos erros encontra-se o seu conforto nas ilusórias crenças que lhe desabrocham um amargo sorriso
Ai de vossa imaginação avassaladora que nos guia ao abismo com sua sua aura sinistra oculta em vossa alma que nos oferece tal como uma oferenda as trevas ,conforto tão ilusório capaz de desvanecer-se sendo constituído apenas de seus esboços ,ademais abismos negros que famintos anseiam por outras ilusões e desgraçados pela fome insaciável ,destroem-se a si mesmos.
Tentou contar-lhe tudo sobre si mesma
Ele estava apenas a alguns passos dela
Não era feliz?
Foi isso o que disse?
estava vendo tudo deformado
Era terrivelmente estranho
- E se você começar a ver o mundo pela janela e não se olhar no espelho?
Como você aceitaria o mundo? Aceitaria como seu mundo?
- Eu estarei lá fora junto com as nuvens ou dentro de uma estrela. O mundo é cada pedaço de mim.
- E se juntasse todos os pedaços?
- Não caberia dentro de mim, tenho de partir.
- Posso levar um pedaço dessa partilha? O que sobraria?
- Uma imensa solidão.
Quer ser feliz? Então trate de se preocupar mais com o que você sabe sobre si, do que com o que os outros pensam ao seu respeito. O que pensam é problema deles e diz muito mais sobre quem eles são, do que sobre quem você realmente é.
Não se magoe com as opiniões sobre você. Elas sempre vão existir, mas você pode simplesmente escolher assumir o controle da sua vida e decidir se importar apenas em esbanjar felicidade e segurança por aí.
Cuide-se mais, invista em você, em tempo para si, em colocar-se em primeiro lugar. Afaste-se de tudo que lhe rouba a paz e que tira seu sorriso.
Acorde todas as manhãs agradecido pela benção de mais um dia e se comprometa a vive-lo da melhor forma possível.
Nem sempre é simples manter-se bem, manter-se em paz (consigo e com os outros), mas você pode ESCOLHER SER FELIZ, apesar de qualquer circunstância.
O dia está só começando, então levanta aí, se arruma e vai a luta! É que hoje você terá um dia inteirinho para cuidar do seu bem mais precioso: sua vida!
Tenha um dia exageradamente abençoado e repleto de felicidade.
Opte pela sua felicidade diária!
Normalmente a pessoa deseja, com a opinião alheia, atestar e reforçar para si a opinião que tem de si mesma.
O interesse em si mesmo, o desejo de dar satisfação a si mesmo atinge no vaidoso um tal nível, que ele induz os outros a uma avaliação falsa e muito elevada de si e depois se atém a autoridade dos outros: ou seja, introduz o erro e acredita nele.
Abençoados são aqueles que permitem a si mesmos serem contagiados com a festividade, com o amor, com a paz,
com o silêncio e a celebração”
O riso é muito mais poderoso que qualquer arma nuclear
O outro não o preenche. Preenchimento é interno.
Nesta profunda aceitação de seu ser natural está a semente de sua transformação. E quando ela vem por si mesma, então é um crescimento.
Eu acho que todo mundo deveria reservar umas horas da semana para si próprio.Ir ao cinema sozinho.Dar uma volta no lago.Ou simplesmente, deitar a cabeça no travesseiro, só para ouvir as batidas do próprio coração.Não há nada melhor, do que estar com você mesmo.Isso é tão saudável
quanto qualquer outro tipo de hábito.Vale muito à pena praticar.Confesso que virei fã de coisas desse tipo.E apesar de não abrir mão dos meu amigos queridos,sempre saio na companhia do meu EU.
A confiança só será possível se primeiro tiver confiança em si próprio. E isto deve começar por acontecer dentro de si. Se tiver confiança em si próprio, poderá ter confiança em mim, poderá ter confiança nas pessoas, poderá ter confiança na existência. Mas, se não tiver confiança em si próprio, então nunca mais será possível ter confiança em mais ninguém. E a sociedade corta a confiança pela raiz. Não permite que você confie em si próprio. Ensina-lhe todo o tipo de confiança - confiança nos pais, confiança na Igreja, confiança no Estado, confiança em Deus, ad infinitum. Mas a confiança básica é completamente destruída. E depois qualquer outra confiança será uma impostura, estará destinada a ser uma impostura. E então qualquer outra confiança não passará de meras flores de plástico. Não há em si raízes verdadeiras que lhe permitam fazer nascer flores verdadeiras.
A sociedade faz isso deliberadamente, de propósito, porque um homem que confie em si próprio é perigoso para a sociedade - uma sociedade que depende da escravidão, uma sociedade que investiu demasiadamente na escravidão. Um homem que confie em si próprio é um homem independente. É impossível fazer previsões a seu respeito, ele movimentar-se-á conforme quiser. A liberdade será a sua vida. Confiará quando sente, quando ama e, nesse caso, a sua confiança conterá em si uma grande intensidade e verdade. Então a sua confiança será viva e autêntica. E ele estará pronto a correr todos os riscos pela sua confiança - mas só e apenas quando ele a sente, apenas quando ela é verdadeira, apenas quando ela mexe com o seu coração, apenas quando ela mexe com a sua inteligência e com o seu amor. Não se pode forçar esse homem a ter qualquer espécie de crença.
(Auto)Biografia Não Autorizada
Escrever uma (auto)biografia já é uma árdua tarefa por si só. Viver é biográfico. Por mais público e notório que se seja, a distinção entre o público e o privado é ou será sempre a distância elementar entre a cozinha da casa e sua latrina.
Os cômodos de uma casa são praticamente a realização da vida de uma pessoa. E é nela, esse pequeno feudo chamado lar, em que escrevemos com sangue, suor e lágrimas os momentos significativos e significantes de nossa estúpida e singular existência.
Talvez por isto, essa distância tão hegemônica à tantos mundos, em que quartos e salas, áreas distintas entre o lazer e o serviço, sejam tão pouco comensais. Um olhar sobre si mesmo recai muito mais sobre nossas mentiras do que sobre nossas imprudentes verdades.
Ao certo e para tanto: verdades não nos interessam. Por si mesmas já desencantam. Desmistificam. Desmitificam. E isto é trágico.
Ser sincero é ser sozinho: egoísta demais para conviver com a fragilidade da existência e sua incompletude.
Caso não queira ser contrariado, por favor: não nasça! Desejas ser perfeito? Morra!! Somente a morte nos torna, retorna, reflete em si, o que por ventura ou desventura é perfeito.
Há quem diga da perfeição divina. Nem nela, aos 120 anos de idade, um homem de bom senso crê.
Não por sua latente companhia. Aliás, de ambos: Eros e Tanatos. Juventude e decrepitude sempre andam juntas. É como saber e ignorância: como necessitamos de justificativas para nos dizermos sãos. Como precisamos tanto da palavra igualdade para nos afirmarmos únicos e tão únicos, tão donos de nós próprios: livres. Encarcerados em uma bolha de ares não respiráveis, mas livres!
E nada como afirmar: o amor é azul! A terra é azul. O mar é azul. O ouro é azul. A morte azul. A chama da vida: o fogo é azul!!
É... A lua, no entanto, é cor de burro quando foge! Ou algo meio insonso, insípido. A lua é sem sal. E tudo sem sal é, na modernidade de nossos pré-tumulares, bom. É preciso iodo. Não etos, atos. Sei lá mais... Em um mundo formatado em óides, úricos e ídricos, apenas os hídricos e hesitantes são totalmente descartáveis para o bem maior da integridade econômica (reciclável) glocal.
O êxito é uma palavra sagrada. Secreta. Guardiã da eternidade. Mãe da sobriedade. Talvez natimorta. Já que o que se revela no hoje o é em sua totalidade. E há que fale sobre sustentabilidade. Vá entender lá o que é isso!? Na antiguidade, e nunca sequer saímos de lá (se é que lá estivemos ou chegamos!?), era a legalidade da escravidão! O que não está longe, mas bem presente! Enfim, nada como ser troglodita.
Outro dia estava lá, debruçado sobre os escombros de si mesmo e solicitando piedades aos transeuntes, o meu precursor: algo de resto entre o preto, o branco e o qualquer coisa chamado de índio. E rio-me quando afirmam-nos cinza. Acaso trate-se da cor: ainda há como escolher entre escuro ou claro; mas tratando-se de ou da existência, resistência, força, qualidade, propriedade, serve ao menos para salgar a caça que sobrar. Acaso sobre.
Falava-se outro dia sobre a fome. Não a conheço. O que conheço possui outro nome. Chama-se estupidez. E nada é tão farta no mundo quanto a estupidez. Estupidez e ignorância são sinônimos da igualdade que se busca e da sustentabilidade que se conquista no “por ora” das horas extras não pagas.
E cobrá-las acaba por ser direito, porém, incoerente. Afinal, a previdência é a previdência. E para ela hora extra não existe. Não conta como tempo de serviço. Ou se conta, onde estão os dez, quinze anos nelas embutidos e consagrados à vã gloria do proletário. Assiduidade. Nada como ser assíduo. Nada como a mais profunda competência. Relevância. Excelência. É bom também! É ser sustentável... No mínimo: auto-sustentável, ainda que imóvel.
Imóvel. Creio bem mais nesta palavra do que na liberdade ou esperança. Um dia foi-se criança. E hoje é-se velho, arcaico, deprimente, descartável – principalmente se não possuir renda ou recursos. E tem-se apenas vinte anos... O que dizer de quem chegou – sobrevivente – aos sessenta, setenta, oitenta, cem...
E sem é uma palavra derradeira. Porém cada vez mais comum. Assim como imóvel. É... O latifúndio venceu: a cova rasa é um direito legal, porém, distante, bem distante do lugar comum. É um imóvel. Como cada vez mais nos tornamos...
O pedágio está nas ruas, nas vielas, nos becos e avenidas, está nas praças, nos concretos e congressos, nas concretudes constituídas no pânico e no medo nosso de cada dia.
É o patrimônio que somos. O legado que deixamos. A biografia. A historiografia real e ampla de nossas palavras, atos e omissões. E tudo é trabalho. Tudo se resume ao servir, ao prestar, ao eficiente e eficaz. Aos meios e recursos recebidos. Às habilidades e competências adquiridas. Ao uso. Usufruto, talvez!? Usucapião, sempre.
Memórias são assim: fragmentos de nossas conveniências.
E como somos tão determinados por nossas inconveniências. Como somos julgados segundo nossas misérias. Como nos espelhamos tanto em dependências.
O mundo não é um mundo de luzes. Ele é constituído e consagrado através da escuridão. O obscuro e o oblíquo são as forças motrizes da existência. Precisamos muito mais dos vícios do que das virtudes... Pessoas virtuosas não nos são úteis.
E no fim desta, assim como as demais, pouco nos importa ser Dante ou Cervantes: de nada ou pouco a prata abasta. Tanto faz perguntar sobre o caminho: “as aves do passado não repousam no mesmo ninho do agora”.
Ter um Deus apenas, não é algo de bom senso.
Falar de amor não é bom. Amar faz bem, só isso. Saber amar é que é difícil: tanto de aprender, quanto mais, ensinar...
Perdão?! Não conheço! Mas esquecer vale a pena.
Vou viajar. É comum ao tempo fazer-se espaço. Na bagagem quase nada levo. O suficiente para uma semana, ainda que a jornada leve décadas. Esteja onde estiver, lá estarei completamente nu. E isto me é bom e sagaz: ser sempre incompleto. Satisfatoriamente, incompleto...
Quando tudo estiver desabando ao seu redor, cale-se... cale-se dentro de si, não como uma fuga, mas como um encontro. Um encontro consigo mesmo, com as possíveis respostas que não consegues encontrar. Cale-se de todas as vozes conhecidas, acostumadas a te orientar por sendas tortas... vozes que moram em ti, e sufocam o que o silêncio quer te confidenciar... e ao perceber-te em ausência de ruídos torturantes, atente para um possível suave toque... porque Deus não cala, Ele te aconselha a todo instante. Mas a confusão da insensatez ao teu redor te impede de ouvir.
Calar, não é só emudecer... é, muitas vezes, também ensurdecer para o que não convém.
Não temos tempo para desistir, a melhor opção é seguir...
É cuidar de si, olhar para dentro.
Se encontrar finalmente com o espelho da alma.
E dizer enfim :
-Felicidade, aí vou eu!
Mergulhar no tempo para emergir num amanhã glorioso...
Que fique apenas o que for necessário, as boas lembranças, as melhores pessoas, a fé, o amor.
Detalhes são marcas que desabrocham no futuro feito flores num jardim bem cuidado.
Que a boa memória nos acompanhe, para que a nossa essência seja perfumada como as flores que já desabrocharam lindamente dentro de nós !
Lanna Borges....
16 de julho 2020
