Textos Fortes
Sogra e Caprichos
A arte faz parte
do meu dia a dia
Ora faço tricô
Ora teço poesia
Bastidor
Na mão
Agulha
Linha
Inspiração
Criatividade
Esforço
Dedicação
Tecendo
Bordando
Nos bastidores
Da vida
Em cada ponto que eu conto
Há um conto e amor
E de ponto em canto
Eu faço o meu ponto tricô
Alpendre da Varanda
Vive
No mundo
Da lua
Na certa
Não tem
Pé no chão
No alto
Cabeça
Pra baixo
Do mundo
Tem outra
Visão
Na estrada
Ao contrário
De todos
O resto
Na
Contra mão
Um olho
Na trilha
Mesmice
O outro
Caminha
Por si
“Ilusões
Visões
imenso
Segredos
Que
Não tem
Fim”
Na Cancela da Porteira
Na batida
Da cancela
De chegada
De saída
Lembranças
Falando alto
Na batida
Da cancela
Onde a dor
Aprende
A doer
Saudade
Finca
Plantão
No silêncio
Da cancela...
Diante aquela porteira,
Na subida da pedreira
Bateu triste certo dia
O sol ia descambando
Quando ela despedia
Ele partia para a guerra
Na porteira ficou ela
Vendo ao longe ele sumir
A porteira foi fechando
Duas vidas separando
Para um dia se unir
Já não ouço suas batidas
Seu triste rangido lembranças me traz
Chegue hoje ou agora
Não se avexe meu fio
É sentá e assuntá
Publicação Medieval
O livro é um mestre que fala, mas que não responde, este livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.A natureza, é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas.
Talvez ninguém mereça, traças se alimentam de papel e letra, há muito papel e pouca letra e, em algumas, muitas letras para pouco papel. Há verdades que é mais perigoso publicar do que foi difícil descobrir e nenhuma medida de tempo com você seria suficiente. Mas vamos começar com o para sempre.
Estação Ferroviária
As paixões violentas por coisa nenhuma
Do cansaço de se estar em mãos insanas,
Mãos que jamais terão satisfeitos seus desejos
A sutileza das sensações inúteis
O que há em mim é sobretudo o cansaço
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural
Não tenho medo dos maus
Mas do cansaço dos bons
As paixões violentas por coisa nenhuma
A vida me obriga à desatar tantos laços,
E causando infinitos desembaraços
Provocando em meu corpo e alma
Um profundo e prazeroso cansaço
E na imensidão do meu inconsciente,
No vazio da minha mente agora quieta,
Encurto o passo, me lançando na exaustão
Dos meus braços.
Há sem dúvida quem ame o infinito
Há sem dúvida quem deseja o infinito
Há sem dúvida quem não queira nada
Homero em Ítaca
"Toda a literatura ocidental nada mais é que uma nota de rodapé de Homero." O ruim é viver uma vida de mortal em um lugar que não é o seu. São mitos como esse que fazem a docência valer um pouquinho mais a pena.
Diz-se que "a Filosofia é uma ciência sem a qual o mundo vive tal e qual".
Também já escutei a paráfrase sobre a geologia, que entra pelos pés do geólogo experiente.
De ambas, o chiste não é verdade se a primeira é vital para o mortal saber do mundo em que vivemos e a segunda o explica desde o surgimento do Universo, da Terra, da vida e da sua forma mais instigante, o Homem.
Mais de 2000 anos se "passaram", porém, à atualidade é a mesma. Diversas pessoas são infelizes porque não encontraram a pessoa certa, o emprego certo, a cidade certa, etc... Resumindo em uma palavra: procrastinação. Procrastinar é não querer tentar o novo, é não enfrentar os desafios, é se "conformar" com o estado em que se encontra por não querer encarar situações adversas. Mais vale a derrota de uma lágrima, que a vergonha de não ter tentado.
Mãos Queimam
Baixou as armas
Jamais sacadas
Ensarilhou-as
Sem nunca
As ter
Desensarilhado
Sentiu-se
Um pistoleiro
Do entardecer
Sem nunca
O ter sido
No amanhecer
Uma sensação
De alegria
Não mais ser
O que nunca
Tinha sido
Desde sempre
Sentiu-se
Estranhamente
Feliz
Missão cumprida
Deu-se
Por satisfeito
O Derramar Caneta Tinteiro
Antes que tudo em tudo se transforme.
Para que esse mesmo tudo não se torne nada
Quando não mais estiver amando.
Eis o erro em ter tudo como tudo
Quando se acha que tem tudo por só ter alguém
Talvez um dia e além dos dias
Encontre o que queres, porque o queres
Mas pobre o sonho que só quer por tê-los
Pobre esperança de só existir somente
Como aquele que com quem passa a mão pela textura
Como que por assim se diferes
E em si mesmo se sente e se difere
Como assim sendo faz mal ao sonho o concebê-lo
O sossego não quer razão nem causa,
Quer somente a noite curta,fria e enorme
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Se se sente, já não existe
Se passa e anda, já não mais ouça.
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já me não dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
Arbusto insensato
Mesmo o não ser ali, que já foi bem aqui e por não estar lá, estava sempre ali. Outrora, eu era daqui, e hoje regresso estrangeiro,forasteiro do que vejo e ouço, velho de mim. Já vi tudo, ainda o que nunca vi, nem o que nunca verei,reinei no que nunca fui. Veja o destino,regue as tuas plantas, ame as tuas rosas, o resto é a sombra de árvores alheias e,se é um gesto,fique com os outros,em novas sombras que me esperam, no desencontro que é a vida cinza e bela no preto do branco.
Almirantes Rotineiros
No tempo em que festejavam
Os dias de meus anos
Eu era feliz e ninguém estava morto
Sou hoje um corpo frio
Sou mal amado pela escolha que fiz
Apenas por comodismo e conveniência
Sou tudo que me acostumei
Triste, melancólico, morto na besta vida que me propus ter
Vida sem amor,
Na bobeira que me agarrei por medo
O que eu sou hoje é tempo
Como eu te compreendo como pessoa
Como te amo sendo pessoa
Não, não morremos enquanto memória
Não fui eu que fiz anos, foste tu.
Fácil e bom para escutar
Lindo, difícil de entender
O saber tem seu lugar
Sabedoria é quase tudo
O Caminhar Andrajo
Todo tempo a viver intemporal
Vais saber que " pedradas " ou tareias que levaste
Eram elas ,também do outro lado
Eu que tenho sentido o piscar dos moços do frete,
Eu tenho visto o andar andrajo do peso que carregas
Eu que passeio e vejo no passar do passo o futuro vazio
No descarrilhar de uma linha reta
No encontro de trechos de uma escada espiral
No encontro de cartas que me cobram sem valor
Na cantiga anotada na parede de um muro sem tinta
Na entrada da casa de uma parede sem porta
Na batida do vento do percolar noturno
Vendo passar o castigo do só em algum momento
Vendo ir e bem devagar a folha soprada pelo vento
Vendo no chão a sandalha esquecida por qualquer criança
Assistindo ao chão a briga de qualquer boneco fantasma
Assistindo assim mesmo o deitar do cansado boneco
Assistindo a metade quebrada de todo brinquedo
Passando pela rua daquela casa maldita
Passando por mim em um local poente
Passando por mim a vida vendida na venda
Com vendas nos olhos de um cego tapado
Com marca - passo de um cardíaco romântico
Com a muleta encostada sem nenhum firmamento
Amor em Tempos de Relativismo.
Medicina, direito, administração, engenharia, são atividades nobres e necessárias à vida.
Mas a poesia, a beleza, o romance, o amor, são as coisas pelas quais vale a pena viver
A falta de amor na vida, a consequência é que a sua vida se torne mesquinha, pequena, covarde, previsível, autocentrada e portanto, absolutamente irrelevante.
O pior da traição é terceirizar a responsabilidade, culpar os outros, a falta de carinho e trair é uma escolha. Se for pra ser canalha, que seja um canalha honesto.
Quem aceita viver com um traidor ao seu lado, aceita a traição como índole de caráter. Daí, temos relacionamentos fadados a vagar na mentira e no descaso emocional, como batemos meta no trabalho, batemos meta em casa.
A traição sempre é uma opção. Um passo voluntário. Às vezes, até uma premeditação. No entanto, não é tão simples lidar com as nuances que implica o processo de traição. São muitos os fatores que favorecem, "Amor" em tempos de relativismo.
O Grego
Não é que eu seja perfeito, nem sou um modelo ético,mas eu tento um esforço permanente de viver não pelo que a lei diz, mas porquê eu sei que é o correto.
A vida ética é a vida reta,e assim, a vida que vale a pena ser vivida,se o malandro soubesse o quanto é bom ser honesto, ele seria honesto só por malandragem.
O Camelo e Agulha, Deus e o Efeito Gangorra.
A "Força Ativa" é o professor manifestando sua potência na intensidade de voz e a "Força Reativa" sou eu, oscilando os botões de volume para conseguir assistir na velocidade de minha concepção sem ficar surdo.Quem já leu Nietzsche sabe exatamente porque do Eldorado. Ler o Alemon de Bigodon, é um exercício de flexibilidade e vários tapas na cara, porque ele usa toda uma estrutura de linguagem teatral e artística, quase como um pregador de palco ou um bêbado de praça.
Ramalhete Cor de Cinza
E sendo mais esperto que um diabo
Na esquina quente de andar quadrático
No caminhar em círculos de uma escada
No sentar ausente à mesa
Na cadeira quebrada que balança
No olhar gelado e trêmulo
No andar de andor e lavar
No andor daquela dor
No passo em falso de um verdadeiro
No realçar da louça que brilha
No olhar orgulhoso de um não qualquer
No aperto de mão de uma amigável
No despertar de si e de ir
No encanto em meio ao meio
No meio todo em meios poucos
Na vida breve e desencantada
Na petiscada de um petisco
Na virada de ida da partida amiga
Verde Viva
Esta é uma semana muito especial, de celebrações importantes que queremos compartilhar com vocês.
No último domingo, dia 19, comemoramos o Centenário de Paulo Freire, inspiração para nossas ações como educadores educandos nesta escola chamada Vida.
Hoje, dia 21 de setembro, celebramos o Dia da Árvore e o Dia Internacional da Paz. Árvores são símbolo de paz e amor, doam o ar que respiramos, alimentos, medicinas, abrigo, sombra, beleza, incondicionalmente.
Dia 22 é o Equinócio da Primavera. Início da estação em que a vida reverdece e floresce. Que floresça também na consciência de cada um de nós, para que estejamos cada vez mais conectados com a Natureza, realmente sendo parte dela.
Viva as árvores! Viva a Primavera! Viva a Natureza! Viva a vida!
Angustiados Brinquedos Velhos Quebrados
A angústia é como um parente chato que de vez em quando aparece de surpresa na sua casa e, sem perguntar nada, entra e fica umas semanas em sua vida. Depois vai embora.
A angústia vem e vai, quando vier, olhe pra ela, troque umas idéias, trate-a como um anfitrião educado e, depois, se despeça. Quando ela estiver mais distante, aproveite pra ter paz, até a próxima visita. Normal.
Autonomia de Kant
A angústia é uma "azia existencial" percebida pelo nosso inconsciente quando ele conclui que a existência é comportamental.
Ninguém consegue viver kantianamente, tem dia que tomo uma xícara de angustia enquanto converso com o café,se você achar que tudo tem de ter um propósito, já é sinal de que você precisa de medicação.
O Tropeçar de Bico
Há quem diz que o amor não se vê com os olhos, mas com o coração.O amor romântico é como um traje,um coração feliz, um resultado inevitável de um coração ardente de amor, que como não é eterno, dura tanto quanto dura. Embora rasgado, não há de ser menos do que sempre foi, talvez, um pouco amassado, e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, àquele que se faz de nós e rearticula o adormecido momento que se esfacela, surge o corpo real sem a figura complexa da pessoa que se diz humana, em que o vestimos.
O amor romântico,embora como quando pego e consulto Machado,cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar. A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande, portanto, é um caminho de desilusão, talvez um caminho onde os calçamentos são sintéticos e o andar andrajo se dilui.
Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, decide atribuir dentro jarro tapado ao qual escutamos o balançar de uma corrente de ar, tecer constantemente nas cortinas de véu perante àquele moinho, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove e enriqueça a pele por ele aquecida e por dentro o espectro, talvez o aspecto da criatura por eles vestida.
O prazer do amor é amar e, sentirmo-nos mais felizes pela paixão que sentimos do que pela que inspiramos e, só se ama o que não se possui completamente.
As Aventuras de Tintim
"É preferível uma vida de mortal no lugar certo do que uma de deus no lugar errado"
O amor vale mais que a própria vida, e ser feliz tem sido um imperativo do nosso tempo.
Somos seduzidos diariamente por promessas de felicidade, seja em objetos de desejo, estilos de vida, seja em metas a serem alcançadas.
Dizem que em Sildávia sou feliz, ninguém a conhece, apenas talvez em aventuras de noso amigo Tintim. A Sildávia é um reino ficcional, na região dos Bálcãs, que aparece na série de quadrinhos "As Aventuras de Tintim", do célebre cartunista belga Hergé. Provavelmente o nome é uma palavra valise de Transilvânia e Moldávia e, nos faz lembrar os países do leste europeu, Eslovênia, Eslováquia e a região croata de Eslavônia.
Vivemos em uma época de muitas possibilidades de escolhas. Ao mesmo tempo, que podemos buscar o que acreditamos que nos faria feliz, nunca nos deparamos tanto com a depressão ou infelicidade.
O que de fato nos deixa feliz?O que será que tem que acontecer na vida para ela valer a pena?
Para Aristóteles: A excelência de si mesmo. Sua vida é melhor se você explorar o que tem de mais forte.
Para Jesus: A entrega e o amor. Sua vida é melhor se você se entregar aos outros, se tiver com quem comemorar, se tiver gente feliz por perto.
Para Spinoza: Alegria e potência de agir. Sua vida é melhor se você conseguir se alegrar.
Para Rousseau: A liberdade e fidelidade aos próprios valores. Sua vida é melhor se você decidir com inteligência, e com fidelidade.