Textos Escritos por Paulo Mendes Campos
" AVULTA "
Eu fico aqui sentado, sem maldade
observando, apenas, a intenção
daqueles que só vivem da ilusão
de que, pra amar, também se tem idade!
O amor olha, de cara, a pretensão
de quem se veste só da mocidade
achando que ela dura a eternidade
e, então, isso lhes basta ao coração.
Há três amores que nos vem (ou mais):
aquele que é da infância, os joviais
e o que chega depois, na vida adulta…
Pra amar não tem idade, tempo certo…
O amor se nos expõe, de peito aberto,
à força da paixão que, em nós, se avulta!
" O TENS "
Estás nos braços de outro, novo amor,
por certo enamorada, enternecida,
qual fosse-te a maior paixão da vida
a te abraçar envolta em seu calor!
Mas inda pensas no outro, o da partida,
aquele que se foi em pranto e dor
levando n'alma a mágoa, o dissabor
do teu desprezo dado, ressentida.
Se o vês, já não ocultas teu pensar
e é fácil perceber que, a lamentar,
tua alma chora o fim de linda história…
Nos braços de outro estás, se pode ver,
fingindo o tempo todo não saber
que ainda o tens, no peito e na memória!
" MANSAS ÁGUAS "
Navego as águas mansas desta vida
levado pela barca da emoção
e encanta-me, bem junto ao coração,
o sol se pondo à luz de sua partida!
Chegando ao fim vou eu, na embarcação,
sabendo logo ser-me a despedida
como este sol que parte em luz remida
dizendo adeus ao céu de sua paixão.
São poucos os que estão comigo ao barco…
No paz que trago, a todos, eu abarco
com gratidão por tudo me ofertado…
Nas mansas águas desta vida minha
lembrança tua, junto a mim, se aninha
nesse infinito amor já consumado!
" DESCONFIANÇA "
Se desconfias, vai-se a confiança
no elo que se efetivou no amor
e, o sonho tido, passa a ser terror
de que se deteriore essa aliança!
O que era garantia, era penhor,
se torna apenas dúvida, cobrança,
e o sentimento esfria co'a mudança
de tudo posto, agora, em desfavor.
Difícil retornar ao de consenso
pois que, o caminho a tal, se faz extenso,
bem árduo, tenso, frágil, arenoso…
Se te há desconfiança, abre o jogo…
Escutes, da razão, a voz, o rogo,
pois, sem amor, perdoar é mais custoso!
" ME LIGA "
Me liga, às vezes, longe, do passado,
em meio à madrugada, uma saudade,
distante, vinda lá de outra cidade,
de algum lugar, de um lance recordado!
Me fala com ternura e com bondade
num papo extenso, longo, demorado
qual se estivesse, mesmo, do meu lado
sentindo-se, feliz, bem à vontade.
E como fala… Horas! Sem ter pressa…
Não vejo como e nada que lhe impeça
de me ligar em meio à qualquer hora…
Então, desta conversa, amiga, boa,
um sentimento agudo me ressoa
que, o tempo, em nada ajuda nem melhora!
" PERDIDO "
Nem sempre falarei, aqui, de amor
por meio de um soneto me inspirado!
Às vezes é melhor ficar calado
pra não colher encrenca e dissabor!
Contraditório, o amor! É bom de um lado
e, de outro, a mais completa confusão
que se perfaz, num tempo, de paixão
e nos remete, após, a triste estado.
Mas a poesia é feita dele e, assim,
eu tenho aqui por conta que ele, enfim,
precisa ser, melhor, é compreendido…
Não falarei de amor nalgum soneto,
se é ruim, se é bom, se branco ou preto,
mas se dele calar-me, estou perdido!
" TAL COMO "
Pra ser, se era, romance, uma aventura,
instantes de loucura e de paixão
ou se era mesmo a voz do coração
a me indicar caminhos de ventura,
não saberei dizer na exatidão
nem dar real valor ao que era jura,
se promoveu-me o mal ou deu-me a cura,
se foi real história ou ilusão!...
Só me entreguei por força do momento
sem questionar qual era o sentimento
pro trás do instinto puro e verdadeiro…
O olhar quebrou-me, assim, de tal maneira
que promoveu, ali, real cegueira
tal como foi no meu amor primeiro!
" ESQUEÇA "
Passou, jogou-me o olhar feito em malícia
acompanhado de um sorriso ao rosto
e ali se fez o curso, então, proposto
de que, lhe ter, seria uma delícia!
Vontade de provar-lhe a carne, o gosto,
mas isso se faria uma estultícia..
Teria, ao fim, história é pra polícia
e assunto, de luxúrias mil, composto.
Sorri de volta, a lhe guardar segredo
de qual seria o rumo desse enredo
que já não tinha nem pé nem cabeça…
Não sou mercadoria de vitrine
e antes que isso, em vendaval, culmine
melhor deixar prá lá. É fato. Esqueça!
" PEREGRINO "
O tempo é um caminhante, um peregrino,
que não olha pra trás; só segue adiante
deixando, o que passou, longe, distante
sem se importar se é cura ou desatino!
Da vida, ele é parceiro, fiel amante
que lhe concede o mais precioso ensino
selando, pra com todos, seu destino
a caminhar em passo, enfim, constante.
Há quem lhe vai atrás à todo custo
e quem se senta à espera achando justo
que ele não pare o curso de passagem…
É um peregrino, o tempo! Não tem pressa!
Ninguém nem mesmo sabe onde começa
nem onde irá parar a sua viagem!
" INSPIRAÇÃO "
Não parta, inspiração! Fica comigo…
Não sei viver sem ter a tua presença
a me exalar a luz, o tom, a crença,
a força, o amor, a paz de um ombro amigo!
Preciso-te, ao cumprir minha sentença
de poeta ser na, estrada em que fatigo…
A mim, pois, não imputes tal castigo
de abandonar-me em tal tristeza imensa.
Abraça-me por réu junto ao teu peito
em que, de tua poesia, me deleito
ao te sugar os seios de mulher…
Comigo, fica aqui, inspiração!...
Não quebres, num adeus, meu coração
que sempre quis de ti (e ainda eu quero)!
" INFINDA "
Às vezes loiro, liso ou ondulado,
moreno, crespo, ruivo, sem pintura,
puxando pelo branco, já na alvura,
tingido por estar agrisalhado…
Ou ralo pela idade, com fissura,
com pouco trato ou mesmo caprichado,
cabelo deixa o rosto emoldurado
e, assim, destaca o belo da gravura.
Mas, não é dele a graça e formosura!...
O belo é da mulher que lhe depura
e, até careca, a vejo sempre linda…
Quer seja loira, ruiva ou se morena,
sem ter cabelo algum, alta, pequena,
mulher vem sempre c'uma graça infinda!
" FINGES "
Só finges que não notas! Na verdade
o teu olhar não perde nenhum lance
e, mesmo quando eu olho de relance
me flagras na maior cumplicidade!
Percebes a intenção nesse romance
e a tratas como singularidade;
um vício herdado lá da mocidade
que ainda se mantém ao meu alcance.
E te divertes com o que flagrado
à espera de colher do resultado
já visto que ficou tudo evidente…
Me flagras! Tu só finges que não notas…
Percebo na postura, então, que adotas
que o meu olhar te deixa bem contente!
" INESPERADO "
Um dia o amor nos chega, inesperado,
pulsante de paixão, em calmaria,
por vezes num olhar que nos sorria
mas sempre bem melhor que o planejado!
Então, como o nascer de um novo dia
carrega o que é surpresa do seu lado
iluminando tudo o que sonhado
e surpreendendo a alma em sua magia.
Estrelas ganham vida, o sol, a lua,
e torna-se poesia a luz da rua
por onde o sentimento nos procura…
Inesperado, um dia, chega, o amor,
na forma de carinho aberto em flor,
sem drama, sem pudor, sem ter censura!...
" DESIGUAL "
O desigual, às vezes, favorece
e, o que fora de prumo, dá sentido
ao belo, ali contido e adormecido,
que, sob o nosso olhar, então, floresce!
A estética diria haver despido
o que a beleza, aos olhos, enaltece
e não se sabe como isso acontece,
mas fato é que há o perfeito no descrido.
As diferenças não são mais notadas
e, as formas desiguais, lá, desprezadas
porque o conjunto todo, ao fim, agrada…
E, o que era pra ser feio, fica lindo
enquanto essa beleza vai remindo
ao que tocado foi por mãos de fada!
" GUIA "
Eu perguntei pro curso do destino
pra onde é que me leva a sua estrada
de curvas e ladeiras, pois, formada
de modo que o final não descortino!
Se a travessia imposta na jornada
oculta-se nas páginas que assino,
como é que vou colher do seu ensino
e compreender qualquer lição me dada?!
Queria antecipar o fim da história
pagando, à vista, assim, a promissória
a quem prestar as contas vou, um dia…
Mas o destino, sem qualquer resposta,
mandou que eu aumentasse, enfim, a aposta
e me arriscasse a prosseguir sem guia!
" PROPOSTA "
Deixei-te sem palavras, sem resposta,
sem dúvidas que, até, desconcertada,
surpresa, constrangida, apavorada
quando eu te perguntei se estás disposta!
Assim, de bate-pronto, na jogada,
o susto ajuda na questão suposta
deixando tu’alma totalmente exposta
sem ter qualquer suspeita arquitetada.
Então, fala mais alto a carne em jogo
do que a razão, ao ponderar o rogo,
abrindo, ao fim, caminho pra paixão…
E, sem palavras, sem resposta pronta,
ponderas que a proposta não te afronta
e acabas, pois, na palma, aqui, da mão!
Alma Quimera
Um corpo apaixonado se revela
Desnuda, tudo nela se congela
Num transe, numa doce espera
Do encontro íntimo de duas almas
Um toque, um sopro, um beijo
Sua pele num momento tudo espera
Ansioso corpo, ansiosa alma quimera
Dualidade da razão contida e o desejo
Sou orvalho refrescante a cair sobre o calor da tua pele
Gostas de suor de uma alma salgada
Como se todo corpo chorasse por ela
Alma alegra-te no espelho d'agua
Confia nos abraços e beijos apressados
Me conduza nos teus desejos
Satisfaz tua alma grava pra sempre esse feito.
Paulo PROS Santos
"Olhar Que Fala"
Ele e ela, tão jovens pra saber.
Que o mundo gira lento quando a gente quer.
Sambas na vitrola, rock pra enlouquecer , dias na praia até entardecer.
Mesmos sonhos tortos, mesmos medos a esconder.
Só de olhar, já sabia o que vinha,
Pensamentos cruzados na mesma sintonia.
Mas ela queimava em fogo intenso demais,
E ele ficou parado, sem coragem pra mais,
Se perderam no tempo, no silêncio e na dor,
Ainda se falam baixinho, esperando o amor.
Conversas longas até o sol se esconder,
Palavras que dançam no ar sem perceber,
Afinidade crua que ninguém pode negar,
Mas falta atitude pra realmente ficar.
Só de olhar, já sabia o que vinha,
Pensamentos cruzados na mesma sintonia.
Mas ela queimava em fogo intenso demais,
E ele ficou parado, sem coragem pra mais.
Se perderam no tempo, no silêncio e na dor.
Mas Ainda se falam baixinho, esperando o amor.
E no fundo do peito, uma chama ainda acesa,
Que insiste em chamar pra uma recomeça.
Mas ela queimava em fogo intenso demais,
E ele ficou parado, sem coragem pra mais .
Se perderam no tempo, no silêncio e na dor
Mas eles Ainda se falam baixinho, esperando o amor.
Entre o silêncio eo segredo
Ela sempre o observou de longe, com um desejo silencioso que se enraizava a cada olhar furtivo. Anos passaram, e aquele homem que parecia inalcançável virou uma presença constante na sua mente, um segredo guardado no silêncio do coração.
O destino, porém, tem suas artimanhas. Um dia, ele se tornou seu personal trainer. A proximidade diária fez crescer algo que ia além do físico: uma conexão intensa, uma química impossível de negar. Aos poucos, os encontros profissionais deram lugar a encontros secretos — eles se tornaram amantes, escondidos do mundo.
Na penumbra desse relacionamento proibido, eles se encaixavam perfeitamente. Cada toque, cada sussurro era uma explosão de desejo e cumplicidade. Mas para ela, o que era apenas prazer se transformou em amor. E com o amor veio a necessidade de honestidade.
Decidiu então acabar com os encontros às escondidas. O término foi difícil, mas necessário para preservar o que sentia de verdade.
Com o tempo, encontraram um novo equilíbrio: a amizade. Continuavam trocando ideias, conversas cheias de intimidade e respeito. Porém, quando se viam, algo inexplicável pairava no ar — uma faísca sempre acendia a possibilidade do reencontro dos corpos e desejos.
Eles eram amigos, confidentes e talvez algo mais — um segredo guardado entre sorrisos e olhares que falavam tudo sem precisar dizer.
Alma de 17
Ela tinha 42 anos, mas sua alma dançava com a leveza e a intensidade dos 17. Juliana vivia com o coração aberto, sempre pronta para amar e ser amada. Para ela, o amor era um fogo que precisava arder sem medo, sem barreiras.
Desde jovem, sonhava com sua alma gêmea, aquele príncipe encantado que completaria sua essência. Quando conheceu Rafael, acreditou que finalmente o havia encontrado. Seus olhos brilhavam ao vê-lo, seu sorriso se iluminava com cada palavra dele.
Mas Rafael não via Juliana como ela via a si mesma. Ele não correspondia àquela paixão vibrante, aquele amor que transbordava e não se contentava com pouco. Ela sentia o vazio da ausência do seu amor verdadeiro, mas nunca fechou seu coração.
Juliana continuava a amar intensamente, sonhando e esperando. Porque sabia que a alma gêmea não é apenas alguém que aparece – é alguém que reconhece a luz da sua alma de 17 anos e decide caminhar ao seu lado.
E enquanto isso não acontecia, ela dançava sozinha, livre e cheia de esperança.
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