Textos em versos
Miragem de Morrer -
Hoje o dia está cansado
dos meus versos de saudade,
oiço um canto, é um fado
e há silêncio na cidade.
Hoje a noite está perdida
em palavras de amargura
e minh'Alma tão esquecida
no passar da noite escura.
Hoje a morte é só miragem!
P'ra quem tem sorte de morrer
a vida é triste imagem
na vontade de viver ...
Meu destino, nao ter casa,
foi a vida a que me dei,
hoje sinto, não sou nada,
porque o sinto eu nao sei!
Aos Pés da minha Cama -
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de versos
uma dor que é tamanha
de um poeta controverso.
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de morte
hora a hora de quem ama
e odeia a sua sorte.
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de vida
uma vida de má-fama
de tantas regras despida.
Aos pés da minha cama
há uma dor, triste lembrança,
mil poemas, o meu drama,
o baú da minha herança.
Ao baú cheio de versos que está aos pés da minha cama na casa do Outeiro em Monsaraz.
Escuridão
Já há alguns poemas que não te vejo
talvez estejas escondida entre os versos
ou entre as minhas amarrotadas madrugadas
aquelas que eu respiro na tua pele
cada vez que escrevo os meus
movediços e sonoros vazios
de amar-te até à exaustão dos poentes.
Sei que irei encontrar-te onde estou perdido
naquele lugar naufragado em mim.
POESIA NO AR
Solto no ar agora minha voz
Em sons ritimados de solfejados versos
Que em altos brados viajaram
E nos quebrantados silêncios, os tornem cálidos
Aquecendo as almas tristes, nos sussuros
Dos acordes ao pé do ouvido
Nas frias tardes de outono onde
No cair das folhas levadas pelos ventos
Cheguem a ti, onde estiver
onde possam rodear-te
formando véu emoldurado de palavras
Divinamente inspiradas pela emoção
E revelem os sentimentos encobertos
Deste esquecido e dolente coração
Agora que já te dei um descanso Posso voltar a lhe escrever Versos simples, palavras doces Pra você não me esquecer
Sei que voas ao infinito Seus sonhos não tocam o meu chão Como uma águia observa de longe A presa do teu coração
Longe estão teus horizontes Muito além do que posso calcular Em palavras estou tão perto Quase posso te tocar
Em paralela observo a chuva Deslizar pela janela O coração voa em silêncio Encontrar a minha bela
Linda por natureza No limite da perfeição Quisera eu achar palavras Pra tocar teu coração
Deves me achar um louco No mínimo...um sonhador Um poeta matemático Um coração com muito amor
Não embarques no meu sonho Ouça apenas a minha voz Nessa equação da vida Deixa que eu sonho por nós
O arco íris cobre a terra Numa parábola de beleza No mundo da fantasia Fiz de ti minha princesa.
Canto os versos poéticos para encantar-te no qual os teus olhos me falem o quanto minhas doces e suaves palavras tocaram o teu coração;
Contemplo o teu sorriso e desenho a tua felicidade sob o luar inspirador... A poesia que flui de meus lábios tem o talento de lhe dar água na boca...
E o quase noite restituída pela minha serenata de cortejar-te te faz sentir-se viva como uma mulher de desejos a serem realizados;
Em um momento eu quis te fazer feliz, mesmo te oferecendo o meu melhor, escrevendo versos tão serenos e vivos que possam tocar o seu coração;
E te digo que renasceu em mim um sentimento quase inexplicável te pondo em meu interior com pensamentos de 24 horas;
Por isso declaro-me entrelinhas para sentir você lendo com todo carinho, te exalto como posso para a sua alegria;
“Lo confesso“ (soneto)
Os versos de amor que não lhe cantei
Aquele poema tão terno que não o fiz
Por achar que era sabido o que te dei
E que todo meu sentido lhe era servis
Passei pela saudade e de ti não serei
Vi que foi mesmice, pois teu olhar diz
Mas em cada verso no versar te porei
Registrando o quanto, então, te quis!
Mas agora é tarde, apenas sensação
Não mais sinto uma delirante paixão
Revelo-te sem quaisquer nostalgias
Leia-me com os olhos do sentimento
Pois, são confissões sem sofrimento
Que deixei abafadas noutrora poesias.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 julho 2025, 20’09” – Araguari, MG
Lamentos
Quanta dor...
Não queria estes versos escrever.
Minha vontade é toda dor do mundo esconder.
Mas há algo que em mim insiste.
De escrever meu coração não desiste.
Tornar palpável meu sofrimento...
Quem sabe diminui meu tormento.
Lamento.
Triste não te quero deixar não.
Não deixe esta minha dor perto de ti chegar.
Não leia esta dorida lamentação.
Poesia enganosa
Temas tão tristes
teimam em minha mente aparecer...
Versos sadicamente me fazer escrever.
Uma cruel solidão assola meu coração.
Uma dor tão doente...
Embaralha minha mente demente.
Causa-me espasmos agoniantes permanentemente.
Machuca-me profundamente... essa insistência em me fazer pôr em versos
do meu coração toda a dor.
Triste e chorosa... lágrimas calmas brotam em meus olhos... caem dentro de mim.
Triste esse caminho em que a dor me faz companhia...
É minha sombra do começo ao fim.
O perfume das rosas é o que apenas desejo.
Mas elas secaram.
Um odor agro exalam.
Um cheiro de pólvora flutua no ar...
O oxigênio pouco a pouco a se acabar.
O mundo ao meu redor recita, numa lamentação acrimoniosa
poesias que soam amargamente amargas... enganosas.
"Versos Que Me Libertam"
"Te amo… e te odeio no mesmo verso.
Queria ser feliz, mas me afogo nos meus próprios erros.
Sou falha, sou confusão,
presa em sentimentos que nem eu entendo.
Escrevo pra me acalmar,
porque só nas palavras encontro paz
pra tudo o que sinto — e não consigo dizer."
AMOR QUE FREIMA (soneto)
Versos meus que chamei de ilusão
Devaneios, mas cheios de sentido
Suspiro, sussurro, na dor escondido
Versos meus a que chamei paixão
O ardor cultivei, tive sofreguidão
Também, de afeição fui servido
Nesta versificação estive aluído
Ora cá, ora acolá, varia emoção
Romantismo na rima foi colocado
Onde o meu versar fica debruçado
A espiar o existir a se movimentar
E direis, versos meus, ainda teima?
Como negar a um verso apaixonado
Se meu canto tem amor que freima.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 julho, 2025, 19’56” – Araguari, MG
Versos de um Biquíni no Tempo 🎶
No coração do Brasil, um som despertou,
Entre acordes e sonhos, o tempo parou.
Biquíni Cavadão, rebeldia e ternura,
Cantando verdades com alma tão pura.
Vieram dos anos de dor e mudança,
Guiados pela luz da eterna esperança.
Em cada refrão, um grito contido,
Em cada palavra, um mundo vivido.
Não era só música — era libertação,
Era ponte entre o medo e a inspiração.
E até hoje, no peito de quem sente,
Ecoam canções que embalam a gente.
APENAS UM POEMA
Um poema com traços vibrantes
De versos que agrade os leitores
Despido de aplausos e louvores
Que prenda os olhos por instantes.
Aquele poema que traz sentimento
No grito de uma melodia
Deixar explodir a minha fantasia
Um poema escrito sem fingimento.
No êxtase da paixão se despir
Arrancar suas vestes com ousadia
No suspiro de uma doce magia
No poema de amor não vale fingir.
Nem tão pouco a falsidade
Mesmo que o poema seja atrevido
Com aquele verso bem exibido
Ele sempre diz a verdade.
Autoria Irá Rodrigues.
VERSOS DE SAUDADE (soneto)
Vou de versos em saudade, sofrente
As trovas choram lágrimas, suspiram
Soluça. A solidão e o pesar, inspiram
Vertente. Nublando o verso da gente
O poetar de nostalgia, uma serpente
Ondeando o ritmo com um amargor
Envenenando o verso com sua dor
E na versificação uma dor clemente
Adeus, uma poesia que estrangula
Adeus, agonia que o pesar formula
Enfeitiçando a prosa tão cruelmente
Aperto, enjoo, o verso sem medida
Nesta saudade poética tão abatida
Enchendo o soneto de rima ardente.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 julho, 2025, 13’51” – Araguari, MG
“Versos em Meio à Fumaça”
Oi Deus, tá ouvindo? Porque aqui embaixo tá difícil.
O mundo tá quebrado, cheio de dor, cheio de fome.
As crianças choram com o estômago vazio,
enquanto os ricos contam moedas que não curam ninguém.
Tem guerra rolando todo dia,
não é só entre nações, é entre anjos e demônios
dentro de cada mente que tenta sobreviver.
O amor virou artigo raro,
ninguém sente mais nada, nem por si mesmo.
Tô aqui, sentado no canto da rua,
escrevendo o que meus olhos cansaram de ver:
pecado virando rotina,
bondade virando piada,
e a esperança... quase indo embora.
Vejo o Estado sumido,
só aparece quando é pra reprimir.
Polícia sobe o morro com fuzil,
mas desce sem futuro,
deixa mãe chorando e a mídia sorrindo.
Na TV, o sangue dá audiência,
a miséria é pauta, mas nunca urgência.
Político promete, mas mente com pose,
só lembra da gente na época de voto e selfie com pobre.
Educação? Tá largada.
Professor sem voz, aluno sem chão.
Saúde? Tá doente.
Quem não tem plano espera milagre no corredor.
A favela grita, mas ninguém escuta.
A rua fala, mas só quem vive entende.
É por isso que eu falo com o céu,
porque aqui embaixo, Deus,
o silêncio é mortal… e a revolta é o que nos mantém de pé.
VERSOS ANTI-CURRAL
Demétrio Sena - Magé
Um governo está sempre devendo ao país;
não entendo quem ache que tudo está bom;
só um povo infeliz enaltece a quem paga,
sem sentir os efeitos de pagar impostos...
Multidões sempre sofrem com desigualdades;
há governos melhores por comparação,
mas nenhuma nação é feliz por completo
nem há povo que tenha por que festejar...
Os heróis que aclamamos debocham de nós;
temos voz emprestada pra brincar de gente
nessas frentes de lutas por cidadania...
Nosso voto recente nos livrou dos bichos
que roíam direitos e cavavam caos;
mas louvar menos maus não nos dignifica...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
À Senhora da Última Viagem
Morte, de tantos nomes e em tantos versos,
Escrevo-te hoje, sem medos ou reversos.
Não como um lamento, nem com dor a chorar,
Mas com a curiosidade de quem quer desvendar.
Vens sem aviso, ou com sinais que ignoramos,
Levando de nós os elos que tanto amamos.
Em teu silêncio, resides a grande incerteza,
Do que há depois, da eterna beleza.
Muitos te temem, a ti, o inevitável fim,
A fronteira que corta a vida de mim.
Mas vejo em ti também um grande alívio,
O ponto final para o sofrer e o calvário.
Tu não distingues idade, riqueza ou poder,
Com tua foice justa, vens para colher.
És a igualdade que a vida não oferece,
A paz derradeira que o corpo envelhece.
Ensina-nos, Morte, a valorizar cada instante,
A amar sem reservas, com um amor radiante.
Pois ao sabermos que tua visita virá,
Damos mais valor ao tempo que nos resta.
E quando chegares, com teu véu a planar,
Espero encontrar a calma para te abraçar.
Que em teus braços, a alma possa repousar,
E o que foi vivido, eternamente brilhar.
Com respeito e, sim, um pouco de fascínio,
Um Ser Humano em seu caminho.
Versos de Mim
Se eu pudesse viver uma vida em um só dia,
eu viveria mil existências em cada amanhecer.
Sou o tudo e o nada.
A plenitude e o vazio.
Não habito o passado,
não espero promessas do porvir —
vivo o agora como quem beija o instante.
Sou tristeza em forma de silêncio,
sou alegria em forma de tempestade.
Sou cada emoção à flor da pele.
Não me basta ser o que sou —
sigo em busca do que ainda posso me tornar.
Sou estiagem quando o mundo exige pausa,
sou tormenta quando o peito transborda.
Minha alma não se acomoda em metades:
não aceito histórias incompletas,
finais morrentes,
sorrisos contidos.
Trabalhar pouco, dançar pouco, amar pouco...
isso não me cabe.
Eu sou intensidade —
e só sei viver em excesso.
Não creio em sucesso sem suor,
nem em fortuna sem caminho.
Conquistas, para mim, têm preço.
E eu pago — com coragem.
Sou extremos.
Sou mistério e revelação.
Criatura e criadora do caos e da calmaria.
Aos meus amigos, dou-me inteira.
A eles dedico o que há de mais puro:
meu amor leal, minha presença fiel,
minha alma em celebração ao afeto.
Desejo sua felicidade como extensão da minha.
E me alegro — de verdade —
por vê-los sorrir.
Quando amo, sou céu e abismo.
Sou milagre e tempestade.
Quem me ama, jamais me esquece:
meu amor não se aprende em livro —
ele se sente com o corpo inteiro.
Sou mar sereno,
mas basta um sopro de dor
e posso me tornar onda que arrasta o mundo.
Sou idealista —
prefiro morrer de pé por aquilo em que creio
do que viver ajoelhada diante do que não faz sentido.
Se me fosse dada a escolha,
seria mártir da minha verdade,
nunca cúmplice da covardia.
Não fui feita para o morno, para o meio,
para o quase.
Sou intensidade em estado bruto:
muito mais ou muito menos,
mas nunca menos do que sou.
E quando fujo de mim,
quando esqueço o que sou,
é a noite — com sua voz de vento —
quem me lembra:
"É no teu esquecimento de si
que mais profundamente te permites existir."
Teço versos com delicadeza,
Embarco nesse mar de sutilezas,
Crio laços de pura magia,
Entre palavras e poesia.
A conexão que nos une é intensa,
Numa dança poética, imensa,
Das palavras surge a identidade,
E a criatividade em sua plenitude.
Somos artistas desse universo,
Compondo o roteiro do verso,
Projetando sentimentos na tela,
Em cada gesto, em cada janela.
Como uma festa de Halloween,
Cada palavra é uma cena,
Numa entrevista com a emoção,
Nos preparamos para a evolução.
Que a poesia seja nossa guia,
Nessa jornada de pura sinfonia,
Onde a arte e a vida se entrelaçam,
Num poema que eternamente abraça
