Textos de reflexão sobre a vida
A esta tal liberdade hoje escreverei. Escreverei em palavras duras, dura como esta imposição.
Imposição esta que, hipocritamente, é mascarada em um antigo dito, chamado: Liberdade.
Como posso eu, a vida aproveitar, da vida desfrutar, se junto a mim tenho esta tal liberdade?
Liberdade esta que dita minhas escolhas e imprime o meu viver. Viver... Se é que ainda tenho esse viver.
Por que esta liberdade, toma a liberdade, de minha liberdade fazer a dela? Por que finges que me conhece?
Por que finges que sou livre? Por que finges que ainda tenho decisões próprias a tomar?
Existem seis tipos de comportamentos que não são suportaveis.
- Os hipócritas que pregam valores que eles mesmos não seguem.
- Os sinalizadores de virtudes que só querem aprovação e aplausos, não mudanças reais.
- Os slacktivists que acham que ativismo é só postar algo online e não agir.
- Os controladores de opinião que querem calar qualquer ideia que não se alinhe com a deles.
- Os parasitas que vivem às custas do esforço e sacrifício dos outros.
- Os irresponsáveis que nunca assumem seus erros e colocam a culpa em tudo e todos no mundo.
- E os vampiros de energia que sugam tempo, atenção e paciência, desviando qualquer conversa para conflitos inúteis e desgastantes.
A Sinfonia do Silêncio
Passei anos acreditando que a vida era uma sucessão de equações a serem resolvidas, um labirinto de espelhos onde cada reflexo era uma promessa de resposta. Mas, ao atravessar os corredores do tempo, percebi que esses espelhos estavam quebrados. O que vi refletido neles nunca foi a verdade, apenas fragmentos distorcidos de quem eu achava que deveria ser. O problema dos espelhos quebrados não é apenas a distorção: é o fato de que, ao tentarmos nos enxergar neles, corremos o risco de nos cortar.
Ninguém nos ensina a caminhar sobre cacos sem nos ferirmos. Crescemos com a ilusão de que há um roteiro, uma sequência lógica que nos levará a algum lugar seguro, estável, definitivo. Mas a verdade, essa entidade cruel e irônica, é que tudo o que chamamos de segurança não passa de um castelo de cartas erguido sobre a ventania do acaso. Ainda assim, insistimos em seguir regras invisíveis, colecionamos conquistas como se elas fossem amuletos capazes de nos proteger do inevitável, buscamos um propósito como se ele fosse a resposta universal para todas as angústias.
Não existe trilha sonora para o vazio. O silêncio, esse grande maestro, rege a nossa existência sem partitura, sem compasso, sem ensaios. Passamos a vida tentando dar sentido ao som das nossas próprias pegadas, mas, no fundo, estamos apenas tentando não nos perder de nós mesmos. E há algo de profundamente irônico nisso: vivemos com medo do silêncio, mas é nele que a vida realmente se revela. Tudo o que somos, tudo o que sentimos, tudo o que aprendemos só faz sentido quando finalmente ousamos escutar aquilo que nos recusamos a ouvir.
Fernando Pessoa dizia que a dor, quando fingida, parece mais real do que quando sentida. Eu acrescentaria que a busca por sentido, quando levada a sério demais, se torna um tipo sofisticado de autoengano. Tentamos nomear cada experiência, medir cada sentimento, organizar cada memória como se fôssemos arquivistas de nós mesmos. Mas a vida não cabe em um sistema de classificação. Ela escorre pelos dedos, rindo do nosso desespero em tentar segurá-la. Acreditamos que podemos domesticar o tempo, que podemos domar o imprevisível, que existe um manual escondido em algum lugar. Mas não há. Nunca houve.
E então vem a pergunta inevitável: se nada tem um sentido definido, qual o motivo de continuar? A resposta, se houver uma, está na própria pergunta. Às vezes, continuar é o suficiente. Nem tudo precisa ser justificado. Talvez o real aprendizado seja esse: aceitar que o vazio é parte do percurso, que a dúvida é uma velha amiga, e que nunca estaremos completamente prontos. Há beleza em não saber. Há liberdade em admitir que estamos todos tateando no escuro, tropeçando em certezas temporárias, colecionando respostas que amanhã já não servirão mais.
A vida não é um destino, é um fluxo. E talvez o maior erro seja acreditar que existe um ponto de chegada. Passamos tanto tempo preocupados em alcançar algo que esquecemos de olhar ao redor. Quantos momentos desperdiçamos porque estávamos ocupados demais tentando encontrar uma resposta que nem sabíamos formular? Quantas vezes olhamos para trás e percebemos que o que realmente importava estava nos detalhes que ignoramos?
Este livro é uma coleção de cacos. Pequenos fragmentos de um caminho que percorri sem mapa, sem roteiro, sem garantia de chegada. São verdades provisórias, aprendizados imperfeitos, epifanias tardias. Talvez, no fim, nada disso importe. Ou talvez importe mais do que eu imagino. No fim das contas, quem decide isso não sou eu. É você.
Agradeço por ter a oportunidade de te conhecer, por ter bons momentos e boas memórias com você!
Agradeço pela oportunidade que foi me dada, de crescer ao seu lado, de poder ter sentido o seu carinho e o seu amor que me foi dado. Pois através desses momentos que me foi dado com você, me fez ter a percepção de um mundo melhor cheio de amor.
Agradeço por você ter existido, mesmo que por um momento em minha existência, mas foram momentos que me proporcionaram vibrações de paz, amor e felicidade!
Hoje, você vive em minhas lembranças e em meu coração! E agradeço imensamente por ter tido a oportunidade desses pequenos momentos que significaram muito em minha vida como um todo! Gratidão por todos os momentos bons vividos com você!
Você se foi, mas sempre viverá em meu coração! Te amo eternamente!❤️
A originalidade, afinal,
é um mito bonito contado por quem esqueceu
que até a luz do sol é repetida
todos os dias,
e ainda assim nos encanta como se fosse a primeira vez.
Criar é respirar o mundo,
engolir memórias, sons, dores e belezas,
e depois devolver tudo isso
com outra forma, outra cor, outra alma.
Somos colagens vivas —
de livros que lemos, músicas que ouvimos,
pessoas que amamos,
e sonhos que não são só nossos.
Nada é original, mas tudo pode ser autêntico.
Porque a arte não nasce do nada.
Ela floresce do tudo
que carregamos por dentro.
A VIDA & A ROSA: EFEMERIDADE E SUTILEZA
Só existe beleza naquilo que queremos. Somos autocríticos de nós mesmos e de todos que permitem. Somos a faca e a espada que cortam ferozmente o coração do lobo. Somos lobos sedentos. Somos a água que mata essa sede. Somos a sede que não tem fim. Somos o fim, daqueles que não se permitem sonhar. Somos o sonho, de quem aprendeu amar. Somos o amor, dos que na vida, quiseram lutar. Somos a luta dos dias de sol. Somos o sol brilhando às 5h da manhã. Somos o amanhã, de quem acredita na vida. Somos sol, raio e flor. Somos incontáveis células de amor.
O Gato Preto
Ando há milênios por esta terra. Vigio aqueles que não querem ser vigiados, espalho o temor por onde passo e retiro tudo o que um dia tiveram. Minha passagem é rápida, mas o acompanhamento, não. O que parecem ser apenas dez minutos para a hora H, para mim, são décadas. Porém, em certos casos, meu trabalho precisa ser mais rápido.
No meio da madrugada, enquanto caminho pelas ruas silenciosas, observo o pequeno felino preto. Ele caminha com a tranquilidade de quem já conhece cada buraco da calçada. Acompanhar animais é sempre mais fácil que acompanhar humanos. Eles são simples, puros, não lutam contra o destino. E eu, ainda que feita para ser imparcial, confesso: prefiro os animais.
O felino se aproxima de uma lata de lixo. Ao lado dela, um pratinho com restos de comida. Suas patas, enfaixadas com uma gaze velha e suja, repousam sobre o chão como se cada passo pesasse uma vida inteira. Já é a terceira vez na semana que o vejo assim. Desleixado? Talvez.
E isso explicaria por que estou aqui.
Por um instante, o perco de vista, mas logo o reencontro. Lá está ele, brincando com a menininha do vestido vermelho. Ela usa um coque bagunçado que tenta domar os cachos loiros, uma pulseirinha rosa e o sorriso de quem ainda não sabe que o mundo pode ser cruel. Ela o agarra com o carinho de quem enxerga valor onde outros veem apenas sujeira. Talvez nem tudo esteja perdido.
Não posso impedir o que está por vir, mas me pergunto: e se fosse um pouco mais justo?
Gatos pretos sempre foram ligados à má sorte, à morte. Superstições humanas. Ridículas, mas persistentes. Em um mundo cheio de guerra, fome e abandono, culpam um animal por tragédias que eles mesmos causam. Posso parecer ingênua questionando isso, mas toda lenda carrega uma centelha de verdade. Se não carregasse, eu sequer existiria.
Olho o meu velho relógio de bolso. Está quase na hora. Há nove anos acompanho esse gato. Longos e silenciosos nove anos…
A menina está mais alegre hoje. Ela tira algo do bolso e, com cuidado, coloca uma coleira rosa com uma jóia azul no pescoço do felino. Mesmo sem palavras, vejo sua alma brilhar com gratidão. Os humanos nem sempre percebem, mas os animais também sabem agradecer. E ela, talvez sem saber, recebeu aquele gesto como um presente.
De todos os dias que os acompanhei, este é o mais difícil. Não achei que ele sobreviveria tanto tempo. Sua vida não tem sido justa. Muitas vezes vi humanos roubarem meu papel. E pela primeira vez, sinto nojo do meu trabalho.
Ela se senta no chão com o gato no colo. Eles se apegaram demais. Em quatro meses, ela deu ao felino todo o amor que ele nunca teve em nove anos. Aproximo-me devagar e me sento ao lado dela. Ela não me vê. Não pode. Mas me sinto estranhamente presente ali. Observar os dois virou meu pequeno refúgio em meio ao caos. Deus tinha razão ao dizer que crianças e animais têm as almas mais puras.
O relógio apita. Meu rosto continua neutro, mas por dentro... tudo em mim queima. Fui feita para não sentir. Para ser imparcial. Mas se pudesse, congelaria esse momento para sempre.
Um homem se aproxima. Alto, barba grisalha, roupas rasgadas. Fede a álcool e tem o olhar de quem esqueceu o que é compaixão. Fala algo para a menina e vai embora como chegou: em silêncio. Sem deixar rastro, sem deixar paz. Não consigo deixar de pensar no dia em que terei de acompanhá-lo.
O gato me encara. Para a menina, ele parece tranquilo. Para mim, sua expressão é de compreensão. Ele sabe.
A garota, assustada, beija o felino e o coloca numa caminha improvisada. Antes de entrar em casa, sorri. O maior sorriso que já lhe deu. Mesmo forçado, tem algo de esperança. E então, ela desaparece porta adentro.
Meu relógio apita novamente. O suspiro do gato é fraco. O último.
Tiro do bolso uma pequena esfera e toco o corpo do animal. Ela brilha quando coleta sua alma. Sinto o peso de novo.
— Chegou minha hora? — sua voz ecoa leve. — Mas... e ela? Como vai ficar? Por quê agora?
Uma das grandes maldições dadas aos seres vivos é a da morte inesperada.
— Vocês irão se ver novamente — respondo com a garganta apertada.
— Eu vou reencarnar? Posso ser uma menininha? Ela disse que não tem muitos amigos…
— Não é assim que funciona — digo, caminhando pela escuridão. — Mas aquele que te envenenou vai pagar, mas eu não posso controlar o que está por vir. Eu... sinto muito.
Não o vejo, mas sei que ele está confuso. Guardo a esfera no bolso e paro na esquina. Pela primeira vez, cerrei os punhos.
— Vocês ficarão juntos, longe dessa baboseira toda…
Suspiro. Continuo andando pelas ruas, mãos nos bolsos.
— Volto para buscar ela daqui a algumas horas.
Vou embora, desejando ser alvo do papel que um dia me deram e que roubaram de mim. Desejei, pela primeira vez, não ser a ceifadora, mas sim, a colhida.
TODA FASE É UMA FRASE
Sempre dei o melhor de mim
Procurando um sentido interno
Mil anos a fim
Sem paciência pra briga
Sem tempo pra mim
Overflow em tempos modernos
É assim
É caos pra todo lado
Me sentia de olho aberto
Dentro de um mar acido
Nesse momento encontro onde me desabo
Onde embaralhado de pensamentos
Eu ligo a torneira e o rosto lavo
Vou lá fora, a brisa bate
Eu dou uma volta
E percebo que:
Toda fase, é uma frase
E todas elas tem ponto final
Pra podermos escrever
recomeçar melhor
E tropeçar em cada virgula
É com sangue que carimbo essas linhas
E se alguma vez as deixei mal escritas
É por que naquele momento era o melhor pra minha vida
"Antes de buscar paz no coração do outro, aprenda a ouvir o que o seu próprio coração grita em silêncio."
— Maycon Oliveira
Essa frase foi escrita por Maycon Oliveira – O Escritor Invisível, autor do perfil ‘O_Escritor_Invisivel’ no site Pensador.
@o_escritor_invisivel
“Inteligência emocional não é sobre controlar emoções, mas sobre conduzi-las com sabedoria. É transformar cada emoção em uma lição — e cada lição, em crescimento.”
— Maycon Oliveira
Essa frase foi escrita por Maycon Oliveira – O Escritor Invisível, autor do perfil ‘O_Escritor_Invisivel’ no site Pensador.
@o_escritor_invisivel
Do Vazio, Transbordo
Do vazio, preencho-me,
como tela que se pinta sozinha,
colorido com as mais belas cores
de uma paleta que nem escolhi.
Sou arte que se faz sem intenção,
um quadro que respira
e dança com os tons
que o acaso me deu.
Do vazio, transbordo,
como rio que se perde
entre margens inconstantes,
a fluidez de um só
corpo que se desenha
com as tintas do improvável,
na liberdade de ser
mais que apenas vazio.
Quando a vida me cobre
com véus de incerteza,
esboço-me em traços largos
e deixo que o tempo
pincele meus contornos.
Não sei se sou obra completa
ou fragmento em constante mudança,
mas aceito o caos
como parte da criação.
Sou o intervalo entre
a matéria e o conceito,
o pulsar do imprevisto
na estrutura que se rompe.
Quando me olho de fora,
percebo que sou mais
do que a soma de escolhas,
sou o reflexo que escapa
entre as fendas da razão.
Há beleza no que escorre
sem forma definida,
no gesto que se faz
pela inquietação do existir.
Sou composição inacabada,
mas inteira naquilo
que jamais cessa de se criar.
E assim,
de um espaço que era nada,
sou cor, sou movimento,
um corpo que não cabe
em linhas retas
nem em molduras fixas.
Sou a contradança
entre o vazio e o transbordar,
a essência que se molda
na ausência de certezas,
como verso que se escreve
no tempo que passa
sem pedir licença.
E se ao final
me perguntarem o que sou,
direi que sou fluido,
transição que se esparrama
entre o ser e o deixar de ser.
Um conceito escorrendo da mente
que, ao tocar o chão,
se torna rio que não desiste
de encontrar o mar.
Porque ser é também desaguar
em possibilidades infinitas,
é não temer a dissolução
e encontrar na própria mudança
a raiz que jamais se fixa.
Sou processo que se faz
enquanto a vida se move,
uma arte sem moldura,
uma verdade sem contorno,
transbordando de mim
no vazio que me acolhe.
E se por acaso
me perguntarem novamente,
não direi mais que sou completo,
nem que estou pronto.
Direi que sou como a água,
que ao abraçar a terra,
transfigura-se em rio,
em mar, em chuva,
mas nunca deixa de ser
essencialmente líquida,
livre para se moldar
e expandir,
pois mesmo quando se evapora,
não deixa de ser presença,
não deixa de ser vida.
Um passarinho na janela
Era uma manhã como tantas outras, quando minha atenção foi capturada por um pequeno pássaro que, com graça e leveza, pousou na janela de minha casa. O passarinho, em sua serena vivacidade, parecia trazer consigo um mundo de reflexões.
Suas asas delicadas tocavam o vidro com a leveza de quem afaga o próprio destino, e seus olhos, dois pontos brilhantes, refletiam a quietude de um espírito livre, como quem tem um céu inteiro dentro de si. A presença daquele pássaro revelou-se como um oráculo silencioso, sugerindo-me que a vida, em sua essência, é uma eterna contemplação do invisível.
Enquanto o passarinho perscrutava o horizonte, pensei nas vezes em que nós, humanos, presos em nossas angústias, deixamos de perceber as belezas simples que nos cercam. Ignorância é acharmos que pássaros, só porque têm asas, não caem ou que nunca descansam nos tapetes de Deus durante o seu percurso. Essa liberdade não tem nada a ver com invencibilidade.
O pássaro, em sua graciosa indiferença, ensinava-me a arte da quietude, a contemplação do instante presente, a sabedoria de viver sem pressa.
E assim, naquele encontro fortuito, compreendi que a janela não era apenas uma barreira física, mas uma metáfora da alma, uma passagem para a introspecção e para o entendimento do nosso lugar no mundo. O passarinho, ao pousar na janela, não apenas a tocava, mas convidava-me a abrir as portas do meu próprio coração para as sutilezas da vida.
Você poderá sorrir e chorar, amar e odiar, estar saudável ou doente, iluminar ou escurecer. Poderá continuar ou parar...
Você pode fechar seus olhos e sentir o vento passar sutilmente por você, farfalhando as folhas de uma árvore que te faz sombra fresca, enquanto escuta o canto dos passarinhos em doce dueto com o som de uma cachoeira ao fundo.
Descobrimos que é impossível ter imensa satisfação ao conquistar algo, se não soubermos como é sentir seu oposto.
Existem lágrimas que não saem dos olhos, mas que encharcam o coração.
Silêncios que soam mais do que um grito.
Palavras que cortam mais do que faca.
Sorrisos mais tristes do que um pranto.
Dores que não dói no corpo mais esfacelam a alma.
Amizades mais covardes do que um inimigo.
'A DOR DA FELICIDADE'
Essência e suor diário no rosto. À medida que o tempo passa, a magia da mágoa vai aumentando. Arraigando na alma como germe. Pouco a pouco ele perde origens, coisa que outrora nunca ganhou. Tempo devastador. E as dores da felicidade só exacerba seus dias...
Ele gastou décadas para um emprego promíscuo, sufocador. Derramando condolências tijolo a tijolo. Para que prédios ou uma casinha de papel com seus odores? A felicidade tem um preço: busca incessante. Seja lá onde for, seja lá com quem for. O peso será sempre intenso, talvez o mesmo, balanceador. Só temos que minimizá-lo e colocá-lo no bolso e andar sorrindo como se não tivéssemos...
Não adianta mais parar o tempo. Parar no tempo e olhar bobo para o passado/futuro. Ficar obeso, fazer academia, ter mais tempo com os amigos/família. A felicidade estará trazendo suas dores, cultivando seu preço. Misturado a compaixão e um punhado de tragédia, cada pessoa sufoca-se na felicidade que tem ou morre na infelicidade...
Sentado sob uma pedra, ele olha o rio majestoso [Tapajós], com suas curvas e maravilhas, e fica pensando na vida. Carregando uma dúvida desde criança que aperta o peito desde sempre. E percebendo tudo que o envolta, todos os dias repetitivos, todo o tempo que passara [e passam] nos olhos tão rapidamente, parecendo o hoje que o abarca, ele ver várias reflexões...
- Qual a finalidade de tudo isso? Bilhões de pessoas que existiram, outras que ainda carregam seus caminhos para um aquém nada absoluto. E ele lá, observando o tempo passar a sua frente. O rio fazendo sua trajetória, sua rotatividade, como se fosse amaldiçoado para isso. No inverno, correntezas destrinchando vidas, no verão, águas quentes, sem sombras para aqueles que procuram relvas...
A pretensão dele desde crianças [adolescente] era a felicidade. Sem demagogia, mas já o conseguiu. Era conquistar um emprego dos sonhos, mas já o tem! Bens necessários, mas já alcançou! Ter um amontoados de diplomas, mas já os conquistou! Ele acha difícil acordar todos os dias sabendo que o que queria já fora conquistado. Procura-se uma razão, mas ela perdeu-se e com certeza, alguém irá encontrá-la em outros rios...
O sol começa a aparecer e ele pensa: - dei bastante amor, acredito que já amei também, não sei ao certo. Hoje, nesse momento, estou insípido, incrédulo e com o coração vazio. Não quero pessoas por perto. Quero ficar aqui, observando o voo das garças, ouvindo o cantar dos pássaros que hoje, não me sustentam mais os ouvidos. Que meus filhos reescrevam suas histórias, sem retóricas, apenas vivendo com esperança nos olhos, sem importar-se para os rios que, de quando em vez, aparecem sem bater a porta...
--- Risomar Sírley da Silva ---
### A ESTRADA NÃO TRILHADA II ###
Em noites de silêncio, onde as sombras dançam,
Penso nas trilhas que a vida não me fez passar.
Decisões guardadas, sonhos como pássaros engaiolados,
Há uma caixa de Pandora dentro de mim, em silêncio...
Os risos que não ecoaram pelas colinas,
Amores que se desfizeram antes mesmo de florescer,
O tempo perdido, entre incertezas e convicções,
Cada escolha que hesitei, me trouxe até aqui...
Se a vida tivesse outro percurso, outros ventos,
Será que encontraria mais paz, mais serenidade?
Ou seria um espectador de uma outra existência,
Ainda buscando o verdadeiro sentido do ser?
As sombras das vidas não vividas me perseguem,
Ecos de um passado jamais realizado, sussurrando.
Mas no destino que escolhi, encontro pedaços de paz,
Aceito as imperfeições que me moldaram, com gratidão...
A vida, com suas incertezas e suas belezas,
Não pode ser domada, moldada ao nosso querer,
Mas pode ser apreciada em sua essência plena,
Encontrando beleza em cada dia, em cada amanhecer...
A aceitação do agora, com suas alegrias e dores,
Permite que eu viva plenamente meu mundo interior.
O futuro é uma página branca, pronta para ser escrita,
E cabe a mim preenchê-la com experiências e amor...
As vidas não vividas são mistérios guardados,
Mas a vida que escolhi é profunda, verdadeira.
E em cada segundo que passa, encontro razões
Para seguir adiante, buscando o sublime no mundano...
--- Risomar Silva ---
BARCO À DERIVA
A vida é uma jornada incerta, repleta de altos e baixos, e às vezes, pode nos levar a lugares inesperados. É fácil se deixar levar pelo fluxo e esperar que as coisas aconteçam, mas essa não é a maneira de seguir em frente.
Há uma história de um homem que estava à deriva em seu barco e é um lembrete de que precisamos tomar as rédeas da nossa própria vida e não deixar que o acaso decida o nosso destino.
Na história, ele partiu em sua jornada com um sonho, mas conforme a vida foi passando, ele se deixou levar pela correnteza e esperou que as coisas acontecessem. Ele dormiu e quando acordou, tudo havia mudado. Ele não era mais o mesmo, o lugar não era mais o mesmo e as águas não eram mais as mesmas. Ele se perguntou onde ele estaria se não tivesse conduzido o seu próprio barco.
Infelizmente, ele se deixou levar pelo acaso e acabou se perdendo no meio do oceano. Hoje, o mar o engoliu por completo e o que restou dele está nas profundezas de seu próprio oceano. E essa história serve como um alerta para que não cometamos o mesmo erro. A vida é curta e não devemos deixá-la passar sem seguirmos nossos sonhos e metas.
Não espere que a vida faça acontecer, segure os remos e não os solte um só minuto. Não deixe que o acaso decida seu destino, você é o único responsável pela sua jornada. Então, se você ainda tem a chance, não perca tempo, pegue os remos e comece a remar em direção ao seu sonho.
Perdido Dentro De Mim
Perdido dentro de mim, sem vela, sem norte,
caminho em espelhos que sangram a sorte.
Meu peito é um bosque de névoa e vazio,
onde a alma se esconde, chorando em frio.
As vozes que escuto são minhas, e não são,
sussurros antigos de outra versão.
Amores que tive — ou apenas sonhei —
flutuam no escuro, mas nunca os toquei.
Meu coração grita num canto fechado,
ecoando memórias de um tempo apagado.
O amor que me resta é sombra e punhal,
um beijo que corta, silêncio fatal.
E quando me busco, não sei o que vejo:
um vulto cansado, sem luz, sem desejo.
Se volto ao meu corpo, não sei se é meu fim.
Pois sigo perdido, perdido dentro de mim.
Copyright By Izaias Silva
Tiktok:👉izaiasmsilva
Destino e Amor
O destino traça linhas no ar,
como o vento a brincar no mar.
Cada curva, um mistério a se abrir,
cada encruzilhada, um novo sentir.
E o amor, teimoso e sereno,
segue os traços, dança ao tempo.
Às vezes brisa, às vezes furacão,
mas sempre ecoa no coração.
Se o destino nos guia sem ver,
o amor nos ensina a escolher.
Entre as rotas que a vida desenha,
só o amor faz a jornada ser plena.
Copyright By Izaias Silva
Tiktok:👉@izaiasmsilva
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp