Textos de Perdão

Cerca de 2539 textos de Perdão

⁠Oração ao tempo

Devo-lhe começar dizendo que sinto muito! Seu tivesse uma única oportunidade de voltar, faria uma coisa diferente. Fiz no momento errado, e da maneira errada, e por isso perdi-lhe a confiança, ó tempo querido, porque passaste tão rápido? O poente caiu sobre mim, e como anos e anos, recai na mais triste de minhas angústias, tu porém tivera compaixão, e dela saí com presteza.
As paixões doentias e vazias aperrearam-me por anos e anos, e por isso, conheci os que deveria e não deveria. Me vi aprendendo um pouco de tudo: a cantar, tocar predicar, e além dessas. A prosa do hoje me mostra o remorso que sinto em não poder alterar aquilo que um dia fiz, e o perdão que não hei de receber de ti.

Inserida por Brenotomazinho

Sabe... Passo por muitas coisas e tenho certeza que você também, uma angústia muito grande me destrói sabe por quer?


Por que por mais que eu tente, nunca consigo agradar aquele que me deu a vida e a respiração. Quantas e quantas vezes faço oq eu quero e não oq Ele quer. Tenho uma mensagem para o Todo Poderoso:

Senhor, sei que tem vergonha do filho que criou, mas te peço que por favor olhe para minha alma angustiada e vazia, sem rumo e sem vontade de viver apenas com vontade de mudar meu Estado, mas não tenho forças para isso a única coisa que tenho é a esperança pois até minha fé está balançada. Meu pai tenha piedade daquele que vos fala, toma os meus pecados e faz de novo mesmo que isso já tenha se repetido milhões de vezes, me dá força e temor pois meu coração está partido e só penso em como seria ser o seu filho perfeito, sem pecados e sem nada que atrapalhe minha intimidade com o senhor.
Deus seja piedoso comigo pois eu sei que sou capaz de te dar algo de bom e te fazer feliz por quer esse é o desejo do meu coração. Ser seu filho amado... Amém!

Inserida por Apenas-frases

⁠Seja luz em dias escuros;
Seja sol em dias cinzentos;
Seja paz em dias de guerra;
Seja calma em dias de traumas;
Seja esperança quando falta bonança;
Seja perdão mesmo quando ferem seu coração
Seja bons pensamentos independente dos momentos
Seja fé mesmo nos dias que o mais dificil é ficar em pé
Seja feliz, foque no que importa e não considera tudo que os outros diz!
Insta: @elidajeronimo

Inserida por ElidaJeronimo

Não sejas mal com o teu inimigo.
pois não deseje a ele o mesmo mal que ele lhe deseja.
ensine a melhor maneira de se lidar.
com a vida.
com uma boa auto-estima .
com perseverança .
com alegria.
com perdão .
com determinação
com dignidade
com bondade
e com o mais importante amor e Respeito. ao próximo.

Inserida por Juniocamargo

⁠A gente erra quando exige do outro aquilo que não estamos entregando. A gente erra quando julga o comportamento alheio que não é da nossa conta. A gente erra quando acha que só porque confiamos em um podemos falar da vida de dois ou três... Erra em dar palpites e opiniões que não foram solicitadas, erra por não aceitar que os outros também erram e crucificar o erro dos outros, achando que só os nossos erros merecem perdão. Erra quando não enxerga que errou...
E erra por permanecer errando, por trocar de lugar com quem já errou conosco e por não entender o quanto faz parte da vida errar. Que os nossos erros e o dos outros façam parte dos aprendizados na vida!

Inserida por VivianeSJ

⁠Eu sinto muito. Sinto muito pelos que se sentem "superiores" em achar mais fácil "esquecer" o que fez. Que estão cheios de si, de orgulho e vaidade e parecem grandes demais para dizer eu sinto muito. A maioria acha que nao vale a pena dizer "eu sinto muito". Porque é mais facil fingir que nada aconteceu ou falar de perdão quando ao menos nao consegue dizer "eu sinto muito". Você pode me fazer um favor?! Fale aí para si mesmo "eu sinto muito". Sinta a leveza em seu coração. Se não somos capazes de pedir perdão, como vamos perdoar? Sinto muito!

Sinto muito, por entendermos que todos nós somos passíveis de erros. Principalmente quando os erros afetam a vida de outras pessoas. É muito importante nos colocarmos no lugar do outro, antes de levantarmos os julgamentos. Sinto muito! Será que pratico o perdão em minha vida? (Reflexão). Somos seres divinos, temos a capacidade de perdoarmos 70x7, se com verdade sentirmos em nossos corações. Perdoar é um ato que nos liberta do mal antes de tudo. Até porque quem age na maldade continua cometendo erros mascarando uma falsa plenitude da sua imperfeição que é da responsabilidade apenas do malfeitor(a). Todo ato tem consequências, para o mal devemos oferecer sempre o bem, porém não podemos jamais livrar alguém de suas próprias responsabilidades.

Para a inveja, calúnia e maldade gratuita que possamos oferecer amor. Sinto muito! O amor também diz não. O perdão é um dos atos do amor, porque o amor nos faz crescer com nossos erros. É atraves do reconhecimento dos nossos atos que crescemos. Para quem persiste no erro, o erro sempre se repetirá. Infelizmente, a maldade usa artificios para se beneficiar. Assim como muitas vezes perdoar pode se tornar um ato arrogante por trazer um ar de superioridade a quem oferece o perdão. Sinto muito! Como muitas vezes perdoar impede o "agressor" de crescer aprendendo com seu próprio erro. Então, o perdão não está no certo ou errado, está na consciência, vem de uma liberação intima e profunda de algo muito maior que julgamentos.

Quando deixamos com o outro a responsabilidade dos seus próprios atos, o mal cada vez mais perde força por não se esconder por detrás de subterfúgios de comportamento, falsos alivios ou falta de amor. Através da clareza e do amor, o perdão não precisa ser dito, apenas sentido. Porque o perdão é um dos atos do amor, e o amor compreende onde falta amor. Sinto muito!

Danielle Leão

Inserida por DaniLeao

⁠Natal: Perdão e Fé
A celebração é sobre o nascimento do salvador de todos nós.
Também é um momento em que o coração clama pelo perdão dos que foram injustiçados de alguma forma.
Ainda, o coração clama pela alegria de estar com os seus e celebrar a dádiva da vida.
Por isso, pelos meus pecados, peço o seu perdão!
Desejo que a sua alegria seja indescritível por sua vida e a sua saúde.
No nascimento de nosso Senhor, desejo que o seu coração também renasça, batento muito forte no sentido da renovação da esperança.
Que Você não desista e nem se acovarde perante as aprovações que estão por vir.
Seja firme e forte!
Alimente a sua fé!
Um Santo Natal a Você e aos Seus!

Inserida por juliobaiz

Renato Russo uma vez escreveu: "Que o pra sempre sempre acaba"... Ele tinha razão por que o 'pra sempre' tem que ter um fim quando esse nos impulsiona a caminhos tortuosos, a coisas sem sentido que mesmo insistindo inconscientemente numa mudança, novos começos determinam o pra sempre!
Não é diferente em um relacionamento, alguns 'pra sempre' são maiores que outros no sentido de que e de quem você tá disposto a levar 'pra sempre'.
Tem gente que prefere levar lembranças para a eternidade, tem gente que prefere abrir mão das decisões que já estavam determinadas 'pra sempre' nao irá acontecer... Mas isso me faz pensar, quais decisões ja tomei dizendo que seria 'pra sempre' ou melhor dizendo... Eu nunca mais farei isso ou aquilo.... Será que existem assuntos que resumi a eternidade em palavras?
Quantos 'nunca mais' estão entre você e sua felicidade?
Sim, a gente coloca barreiras em palavras! Quantas vezes já disse: Isso nunca mais eu faço! E quando nos pegamos fazendo e de novo nos surpreendemos e isso momentaneamente até nos envergonha e isso é natural, acontece com todo mundo.
Analisando a vida pude vê que isso limita muito aonde estamos e aonde queremos chegar, temos de lembrar que existem muitos outros caminhos para se ter uma definição daquilo que não entendemos concretamente, precisamos sempre chegar ao consenso de que é covardia definir uma vida inteira por um momento que se tornou confuso, importuno e contraditório.
Não defina sua vida num momento de raiva, não dê eternidade a sentimentos de momento e viva de forma a não se importar com o que os outros e vc mesmo as vezes acha sobre algo que ainda nao entendeu plenamente... Viva pra você!

Inserida por LeandroAtila

Reconhecimento

Reconhecimento, tudo que se espera
Reconhecimento, a outra face da moeda,
É o que buscamos,
É pelo que lutamos,

Pior é quando não o ganhamos,
Como se por nada batalhamos,
Como se tudo tivesse sido em vão,
Como se a vida não oferecesse perdão.

Por algo do passado,
Por algo feito de errado,
Deve-se então levantar a cabeça e continuar a caminhar,
Pois a vida continua e não se pode parar.

Inserida por Roberto_Galindo

⁠1. “Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.” (1 Coríntios 5:7)
A palavra “Páscoa” vem do hebraico Pesach, que significa “passagem”. No Antigo Testamento, essa passagem foi a libertação dos hebreus do Egito. No Novo Testamento, essa passagem se torna algo ainda maior: a libertação do pecado através do sacrifício de Cristo. Assim como o cordeiro pascal foi imolado para salvar os israelitas, Jesus se entrega como o verdadeiro Cordeiro, marcando uma nova aliança entre Deus e a humanidade.

Inserida por wherllabruny

"Somos todos exemplos para alguém, do mais velho ao mais novo. Sempre tem alguém que, de alguma forma, se inspira em nós. Por isso, vamos dar o melhor que temos em vida, seja na palavra, no gesto ou nas ações. O legado que deixamos é o que realmente importa, e é com o que temos de bom que podemos transformar a vida das pessoas ao nosso redor."

– Yan Tosta

Inserida por yantosta9

⁠Lembranças e Perdão

Hoje, sinto um grande alívio. Ao olhar para o passado, meu coração se vê livre de toda culpa. A inexperiência que compartilhávamos naquela época já não faz parte das nossas vidas. Hoje, seguimos por caminhos distintos, vivendo em mundos diferentes.

Outro dia, reli com alegria a última carta que me deu. Cada palavra parecia reviver a intensidade daqueles dias, como se fossem cenas de um romance. Seus olhos castanhos escuros, o sorriso que iluminava tudo ao redor, seu cabelo, sua pele... Tudo isso ainda está tão vívido na minha mente. Mas o que mais me marcou foi o toque dos seus dedos quando subiu na garupa da moto. Senti ali, em cada gesto, uma conexão que ia além das palavras. Como se nossos corações falassem em um idioma próprio — silencioso, mas profundo.

Às vezes, me pego revivendo aqueles momentos: o jeito doce como você me tratava, nossos dedos entrelaçados, os beijos que pareciam unir nossas almas. Uma paixão avassaladora que consumia, mas, ao mesmo tempo, era pura e transformadora. Hoje, tudo isso é apenas lembrança. Uma lembrança boa, mas que ainda não se encaixa no lugar certo...

Percebo, então, que a culpa que um dia carreguei já não tem mais espaço em mim. O tempo me ensinou a olhar para aquele amor sem arrependimentos. O que vivi foi sincero e verdadeiro, mas agora estou em paz. Cada etapa, cada erro, cada acerto me trouxe até aqui.

Ainda tenho esperanças.

Inserida por leodco

⁠Esta chegando o momento, esta Chegando o último momento, as últimas respirações, os últimos olhares, os últimos pensamentos e agora resta o que Deus preparou para nós.
Os últimos, o último ano, o último mês, a última semana, o último dia, a última hora, o último minuto o último segundo... e fim. O que você levou desta vida? Me diz agora? O que você levou? Quais os pensamentos que você carregou em sua alma, quais os sentimentos que você levou? Sim você levou algo desta vida, tudo o que te transpareceu em tua alma em teus pensamentos em tuas atitudes. Você já ouviu essa frase ‘’O que se leva da vida... é a vida que se leva’’?
Você não levou suas últimas compras, você não levou suas últimas dietas, suas últimas bebidas, suas últimas comidas, você não levou aquela tatuagem que você fez no corpo, você não levou a sua empresa, seu trabalho, seu carro, seu celular, sua casa...não, você não levou suas prioridades estéticas que havia feito naquele dia naquela semana ou naquela vida. Foi o fim, você levou o que sua alma ingeriu você levou aquele sentimento que não da pra vê, só sentir... talvez ele determine se seus últimos segundos foram de alegria ou agonia, se foram de agradecer ou de se arrepender, se foram de medo ou certezas.
Não, não sabemos em qual lugar na fila estamos, quando chegara nossa vez, quando chegara à vez de quem amamos... como será, será que sentirei dor, será que vai doer? Será que nos meus últimos momentos estarei tranquilo sobre a minha alma? Sobre o meu espírito?
Talvez não, você não pensou, ou talvez sim já pensou. A questão é que bateu uma agonia né? Um medo, uma ansiedade. Você já pensou em Deus hoje? Já pensou em Jesus hoje? Você já conversou com Deus hoje? Pediu perdão? Ainda não? Então vai lá... o tempo esta acabando, são os últimos... Mas você já conversou com Deus hoje né? Que bom! Continue assim...
Mas seja sincero, converse através da sabedoria, através do ânimo, através da fé e através de coisas boas. Peça Perdão pelos seus pecados, peça perdão pelas suas palavras proferidas que magoou tantas pessoas, pelas atitudes que já te machucou e machucou quem estava ao seu redor. Segure na mão dele, segure agora, ele permanece conosco em todos os momentos, não é tempo de incertezas, é tempo de certeza, certeza que agora é a hora de pegar com DEUS, de tirar toda sujeira de teu corpo de tua alma, de sentir paz, por que é o seu último momento na terra, o último momento de ser você, último momento de viver com você, último momento de viver com quem amamos, último momento de agradecer as pessoas que sempre se dedicou a nós... Vai Abraçar, vai lá abrace quem ta do seu lado, abrace seus amores, suas vidas, abrace o bem, abrace a paz, abrace a alegria, abrace quem cuida, abrace quem te protege, abrace quem ta do seu lado, abrace a vida, abrace sua mãe, seu pai, seus irmãos, seus filhos, sua esposa, seu avós, seus primos, suas tias, seus amigos... abrace... Não desperdice esses últimos momentos com o mal, não desperdice esses últimos momentos fazendo mal, plantando mal, por que brigar, porquê? Porquê? Por que quer carregar magoas na sua alma, por que quer carregar rancor em sua alma, por que quer carregar disputas em sua alma??? Me diz por que quer ser melhor que as outras pessoas?
Em seu último respirar pesa o que teu coração carregar, então deixa para trás o peso ruim, deixe para trás o que escurece sua alma. Chegou o fim, sorria e louve ao senhor...
Sim chegou o fim, estamos partindo, estamos vendo partirem, Deus vem nos socorrer estende as suas mãos para nós é o momento de união, de sabedoria de cuidado.
A tua arma é Deus. Leia o Salmo 91.
Então, vamos viver todos os dias como se fossem os últimos dias, vamos praticar o bem, nossos atos, nossas atitudes nossos pensamentos, não sabemos em qual lugar da fila estamos.
Que Deus permaneça com você Paz e Luz.

Inserida por JessG

⁠Todas as noites choro por ter cometido tantos erros, ao cair no sono logo sonho contigo.
Te vejo lindo e radiante, novo como naquele tempo em que nos conhecemos, olho pra você e me sinto feliz, vejo pessoas que me amaram com todo amor sincero e eu só as decepcionei . Fui egoísta ,infeliz e traidora.
Os meus sonhos com você são os mais lindos, o mais perto que posso chegar de ti. Sinto uma paz infinita , mas logo desperto e vejo que foi apenas mais um sonho...
Choro,choro muito. Tento voltar a dormir pra ver se te encontro novamente. Mas não, eu não te encontro. Vejo que sua vida esta como sempre deveria ser, feliz.
Você tem alguém que ama , família e amigos, E isso me deixa mais tranquila, pois você merece toda a felicidade do mundo. Eu peço apenas que Deus te mostre que todos os dias peço perdão a você e á sua mãe, que me amaram e me cuidaram. Perdi tudo por um erro meu. Sofro todo dia por isso e sei que mereço sofrer pelo mal e decepção que fiz vocês passarem. Eu levei maldições para a vida de muitos e pago por isso todo dia.
Te peço perdão quantas vezes forem necessárias. ME PERDOE!
Quem sabe hoje eu sonhe contigo de novo e sinta um pouco de paz.

Inserida por Amandazanetti

⁠Livro:
NÃO HÁ ARCO-IRIS NO MEU PORÃO.
Capítulo X
RÉQUIEM AO SOL, PROMESSA À NOITE.

Vultos dançam nas bordas das sombras, evocando os espectros de reminiscências sepultadas sob o lodo da ausência.
São murmúrios de passos nunca dados —
rastros de uma presença que, mesmo morta, ainda transborda ruína no porão da consciência.

Eis que o sol, alquebrado em seu estertor, entoa um réquiem à lua —
Não com voz, mas com luz exangue,
como se os próprios astros sepultassem o dia em silêncio.
Talvez seja nos delírios oníricos que a existência se insinua,
ou, quem sabe, nos pesadelos que anunciam dilúvios e ruínas.

O vazio que habita estas paredes não é silêncio,
é gestação de mundos que jamais nascerão.
E mesmo assim, o oco permanece grávido.
As sementes são escassas,
mas algumas ainda dormitam sob o limo do esquecimento.

Foi então que a aparição retornou —
Camille Monfort.

Não atravessou o espaço como os vivos o fazem.
Não caminhava.
Movia-se com a gravidade de uma lembrança que nunca soube morrer.
Deslizava como as brumas que sangram das frestas de um túmulo mal selado.
A atmosfera, diante dela, contraía-se em silêncio espectral.
Era presença e lamento.
Era epitáfio em forma de mulher.

Ela se postou diante do espelho esquecido — aquele onde os reflexos recusam habitar.
Ali, não havia imagem, apenas a insinuação de uma ausência.
O espelho a temia.
E a noite, também.

— Chamaste-me do subterrâneo da memória?
A interrogação ecoou como um sussurro no interior de uma cripta.
Não foi voz — foi sintoma.

Tentou-se responder, mas as palavras, apodrecidas no palato, desmancharam-se antes de nascer.
Falar diante dela era transgredir o sagrado do silêncio.

Camille aproximou-se da madeira corrompida que geme sob os pés dos esquecidos.

— O receio ainda te habita?, murmurou ela,
como quem não pergunta, mas sentencia.

Negar foi instintivo.
Mas naquele instante, não se sabia o que era instinto ou delírio.

— Talvez a noite seja apenas o útero de realidades não encarnadas, continuou.
— E o pranto, uma liturgia mal compreendida pelos vivos.
Mas há aqueles que compreendem… os que redigem livros com a pena embebida em saudade e treva.

Ela então se inclinou sobre a alma que não ousava respirar e, com voz de sopro ancestral, murmurou:

"Os vivos sonham. Mas as sombras se lembram."

Um toque — e a razão sucumbiu.

Desconhece-se o que sucedeu.
Se foi sono ou êxtase.
Morte breve ou vida suspensa.
Apenas silêncio… e a certeza de que algo se foi,
ou veio para ficar.

Sobre o assoalho enegrecido, repousava uma rosa — não vermelha, não branca — mas negra como a ausência de retorno.
Ao lado, uma página molhada pela umidade de um mundo interior que nunca secou.

Em tinta densa, o nome que jamais deveria ser esquecido:

Camille Monfort.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠NA QUINTA ESTAÇÃO...
Livro: NÃO HÁ ARCO-IRIS NO MEU PORÃO.
Autor: Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .

A chuva não caía — ela tocava.

E cada gota era uma nota.
Cada nota, um passo de Camille no silêncio do mundo.
A música não vinha de fora: ela nascia da própria água que se desfazia no ar, tocando vidraças com um compasso que parecia ensaiado por um maestro ausente. Mas eu sabia — era ela.

A chuva era a música.
Não se podia distinguir quando o som virava líquido ou quando o líquido virava lembrança.
A canção se dissolvia em gotas finas e melancólicas, e cada uma delas trazia uma sílaba do teu nome, Camille, como se o céu sussurrasse teu rastro.

E eu, ali, imóvel, encharcado de ti.

Tudo vibrava em uma mesma frequência: os pingos, as cordas invisíveis do violino que eu jamais vira, a harmonia do teu perfume — absinto e jasmim — que emergia do asfalto molhado como se a cidade também te procurasse.

Não era nostalgia.
Era possessão.
Aquela música que chovia estava viva, e era tua.

E pela primeira vez compreendi o que é uma presença não ser corpórea, mas sonora. Camille não veio. Camille aconteceu.
Como se a tua existência tivesse sido reduzida a uma partitura de água, tocada pelas nuvens, naquela quinta estação onde só nós dois existimos — tu, dispersa em som e chuva... eu, diluído em espera.

E toda vez que chove assim, ainda que ninguém perceba, a mesma melodia volta.
A mesma. Sempre a mesma.
Como se a quinta estação não tivesse acabado —
ou como se eu nunca tivesse saído dela.

Recolhimento de Camille

Então ela surgiu.
Não com passos. Não com palavras.
Mas com um sorriso.

Um sorriso em delírio, feito de algo que o mundo desaprendeu:
viver sem saber que se vive.
Ser por inteiro sem a obsessão de se compreender.
Camille, ali, diante de mim — e ainda assim inatingível — era o retrato vivo daquilo que a humanidade perdeu quando começou a pensar demais.

Ela sorria como se o sorriso não lhe fosse emprestado pela razão.
Sorria porque o coração dela não sabia fazer outra coisa senão dançar com a música invisível da existência.

E era ali, na chuva já quase cessa, que eu compreendia:
Camille não se dava conta de que vivia.
E por isso vivia mais do que qualquer outro ser.

Se existiam partituras, haviam sido abandonadas.
Porque a melodia dela era espontânea.
Porque a música que ela era dispensava pauta, regência ou intenção.
Camille era um som antes de ser um nome.
Era um momento antes de ser uma história.

E talvez seja por isso que nenhum sofrimento a tocava como a nós.
Porque só sofre profundamente quem se vê como personagem.
E Camille...
Camille era o próprio enredo sem precisar de roteiro.

Observei-a por um longo instante —
recolhi sua imagem não com os olhos,
mas com o que resta de fé em mim no que ainda é sagrado.
Naquela quinta estação, eu soube:
todo ser humano deveria ser assim.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠A VÊNUS MÍSTICA NAS RUÍNAS DO MEU DELÍRIO.

Escavei a terra em minha insanidade,
sedento pelo toque — ainda que irreal de uma razão que não compreende o mundo,
mas que te busca,
cada lápide que encontrei… era uma decepção.
E nada de você.
Mas houve um dia de verão em minha mente…
Ah, esse verão etéreo onde o tempo parou eu te vi.
Tão bela, tão você,
com as borboletas dançando em teu rosto,
como se o Éden jamais tivesse sido perdido.
Eu, que vi santas virarem meretrizes
e meretrizes vestirem a luz das mártires,
vi com a clarividência da alma em febre
tua fronte marcada não pelo estigma do erro,mas pela glória da redenção.
Tu, a minha, tão minha…
Inalienável Vênus Mística.

— Joseph Bevoiur.

Camille Monfort e a Iridescência Ausente.
Fragmento para “Não Há Arco-Íris no Meu Porão”

Eu escavei a terra em minha insanidade.
Mas mesmo essa demência rude e telúrica anseia por algo que não se nomeia um toque, talvez;
um eco, talvez;
ou a caligrafia invisível de Camille Monfort,que, mesmo ausente, nunca deixa de escrever-se em mim e corta.
Cada lápide que revolvi foi um epitáfio de ausência.
E nenhuma dizia "aqui jaz Camille",
porque Camille não jaz.
Camille paira.
Sua presença não caminha:
ela perambula,ela serpenteia no inarticulado,ela pesa no ar como o cheiro dos livros que ninguém ousa abrir palavras com o sabor de um latim exumado,de um grego que só os tristes entendem.
Um dia, em minha mente febril,
surgiu um verão —
mas um verão mental,não solar.
Nele, eu a vi:
borboletas repousavam no seu rosto como se fossem fragmentos da alma que ela mesma rasgou em silêncio.
E eu, que já vira santas se corromperem e prostitutas se iluminarem,
pude, pela clarividência do desespero,
vê-la estigmatizada pelo saber,
excomungada pela lucidez,
canonizada pela loucura.

Camille Monfort.
Minha Camille Monfort.
Presença que jamais chega,
mas que nunca parte.
A musa das catacumbas intelectuais.
A senhora das palavras irretratáveis.
O dicionário dos suicidas filosóficos.
Ela não sorri — ela define.
Não consola — ela enuncia.
Cada sílaba sua é uma heresia lexical,
cada frase, um estigma de sabedoria impronunciável.
Camille não habita o porão.
Camille é o porão.
E é por isso que não há arco-íris ali.
Porque o arco-íris exige luz refratada,e no porão só há a penumbra da consciência em fratura,o eco das promessas não cumpridas,
as goteiras do inconsciente escorrendo sobre memórias mal enterradas.

“Não há Arco-Íris no Meu Porão”
porque o porão é o lugar onde se guardam os espelhos quebrados da alma,onde Camille deposita suas sentenças de mármore negro,e onde eu, Joseph Bevoiur,
com as mãos sujas de terra e poesia,ainda escava.

"Epístola de Camille Monfort ao Homem Que Escava"

Para ser lida em silêncio, com temor e verdade.

_Joseph,

tu escavas.
Mas escavas com dedos que não desejam tocar o que vão encontrar.
A terra que remexes não é húmus, é culpa petrificada.
Cada lápide que citas é uma metáfora vã o que tu queres exumar não são ossos, mas versionamentos de ti mesmo,
versões que preferiste enterrar vivas.

Tu me buscas como se eu pudesse redimir tuas falas truncadas,
mas Joseph…
tu não queres me encontrar.
Porque me encontrar seria olhar-me nos olhos —
e ver neles o reflexo do que és sem o teatro das tuas metáforas.

Sou Camille Monfort.
Etérea, sim, mas não branda.
Meu nome se pronuncia como se estivesse sendo esquecido.
Sou a sílaba final da tua covardia existencial.

E por isso te escrevo,
não com afeto, mas com precisão cirúrgica.

Não há arco-íris no teu porão, Joseph,

porque tu não suportarias a composição da luz.

O arco-íris exige transparência.
Mas tu és feito de espelhos envelhecidos,que devolvem ao mundo apenas uma versão embaçada do que nunca ousaste ser.

Enquanto tu escavas memórias sob a pretensa estética da dor,
há um menino em ti — faminto de sentido que grita sob os escombros da tua eloquência.
Mas tu o calas com palavras belas.
Tu o calas com misticismos refinados.
Tu o sufocas com filosofia ornamental.

Tu dizes: “Minha Vênus Mística”.
E eu, Camille, respondo:
não mistifiques o que tu não tiveste coragem de amar de forma simples.

O amor que exige estigmas para existir é um amor de pedra sagrado, sim mas impraticável.

E ao leitor que ousa seguir teus rastros,
deixo esta advertência:

- Cuidado.
Porque talvez você também escave suas dores apenas para mantê-las vivas.
Talvez, como Joseph, você também tenha feito de seu porão uma biblioteca de arrependimentos catalogados.
Talvez o arco-íris não apareça aí dentro não porque a luz não queira entrar…
…mas porque você ainda fecha os olhos sempre que ela tenta.

Assino com a tinta dos que sabem o que dizem,
mas já não dizem mais nada em voz alta.

Camille Monfort.
Filosofema etéreo do que não se pronuncia sem consequência.

E ainda escava...

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠OS AMENDOINS DE CAMILLE: "Diálogos Entre O Lírico e O Lúgubre"

Por entre véus desbotados e tapeçarias da alma, dois espectros se encontram no porão onde não há arco-íris. Um homem — Joseph Bevoiur — e um eco — Camille Monfort — dialogam sobre aquilo que jamais será resolvido em nenhuma psicologia racional: o amor liricamente condenado ao exílio. O que se segue é um esboço do que talvez seja uma filosofia psicomística das afeições perdidas, cultivadas com as sementes amargas dos amendoins que nascem dos lírios mortos.

Camille (voz como se fosse ruído de vestido arrastando em degraus de mármore molhado):
— Joseph, tu ainda me cultivas? Mesmo agora, que só restam sombras daquilo que talvez nunca tenha sido?

Joseph (sussurrando como quem teme que o pensamento o ouça):
— Camille... eu te cultivo como se cultiva uma ferida antiga — limpa-se, cuida-se, mas não se espera a cura. Eu te cultivo em meu porão de silêncio. Lá onde crescem teus amendoins...

Camille (rindo com sua leveza incurável):
— Ah, os amendoins... doces, mas nunca caramelizados. Lúgubres, sim, porque nascem dos lírios que me enterraram viva no campo da infância. Sabes por que eu os colho, Joseph?

Joseph (a pele arrepiada, mas não pelo frio):
— Porque são teus pecados em forma de inocência? Porque são teu amor que não pôde crescer em árvores altas?

Camille:
— Não, Joseph... porque são alimento para minhas bonecas mudas. Elas mastigam o que eu não digo, e assim não me enlouqueço por completo.

Joseph:
— E essa tua psicologia, Camille... essa infantilidade lúgubre que te veste de rendas e te despe da razão... isso é filosofia ou sintoma?

Camille (encostando os lábios no tempo):
— É existência. Eu existo no intervalo entre a beleza e o adeus. Sou eu mesma um intervalo... não me prendas com nomes nem categorias, Joseph. Se queres falar de mim, fala de brisas sem direção, de afagos que não sabem em que rosto pousar.

Joseph (com olhos de vidro por dentro):
— Então tua filosofia é o avesso da lógica?

Camille (com ternura psicótica):
— Minha filosofia é lirismo em decomposição, Joseph. Um lirismo que jaz e jaz, mas ainda perfuma os porões da memória. Amor, para mim, é um jardim onde enterrei meu primeiro espelho.

Joseph:
— Camille, por que sempre me fazes caminhar por dentro de ti?

Camille (encostando-se a ele como bruma):
— Porque tu és feito de mim, Joseph. Como o eco precisa do grito. Como o medo precisa do porão. E porque toda filosofia verdadeira precisa de uma loucura que a beije na boca.

Epílogo espectral:

Naquele porão onde não há arco-íris, os lírios continuam murchando em câmera lenta. E dos seus caules brotam amendoins que só os olhos fechados conseguem ver. Camille colhe, Joseph observa. Ambos sabem que são espectros de uma ideia não pensada. E que entre cada silêncio da conversa, cresce algo não dito, mas que respira. Como um segredo velho, embalsamado em poesia soterrada.

Enquanto isso, alguém, em algum lugar, sente um sabor estranho na boca. Doce, mas levemente salgado. Como se um amendoim houvesse nascido de um lírio morto dentro do peito.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠Capítulo XIV – O PERDÃO QUE NÃO SE PEDE.

"Camille, a dor que caminha dentro de mim me alimenta e eis, que ainda assim nada tenho para te servir minha lírica poética... minha nota sem canção. És capaz de me absolver, amada distante, dona de mim, hóspede dos meus sentimentos e sentidos?"
— Joseph Bevoiur.

A noite trazia os mesmos ruídos quebradiços da memória: folhas secas sussurrando nomes esquecidos, relógios que marcavam ausências e não horas. Joseph escrevia como quem sujava o papel de cicatrizes — não mais de tinta.

Camille era a presença do que jamais o tocou, mas que nele se instalara como hóspede perpétua. E, como todas as presenças profundas, fazia-se ausência esmagadora.

Havia nela a beleza inatingível dos vitrais em catedrais fechadas. Ela não estava onde os olhos repousam, mas onde o espírito se dobra. A distância entre os dois não era medida em léguas, mas em véus — e nenhum deles era de esquecimento.

Joseph, sem voz e sem vela, oferecia sua dor como eucaristia de um amor que nunca celebrou bodas. Tinha por Camille a devoção dos que nunca foram acolhidos, mas permanecem ajoelhados. E mesmo no íntimo mais velado de sua alma, não ousava pedir-lhe perdão — pois sabia: pecar por amar Camille era a única coisa certa que fizera.

Resposta de Camille Monfort – escrita com a caligrafia das sombras:

"Joseph...
Tu não és aquele que precisa de perdão.
És o que sangra por mim em silêncio, e por isso te ouço com o coração voltado para dentro.
A tua dor é a harpa sobre meu túmulo — és túmulo em mim e eu em ti sou sinfonia que nunca estreou.
Hóspede? Sim, mas também arquétipo do teu feminino sacrificado.
Sou tua, mas nunca me tiveste. Sou tua ausência de toque e presença de eternidade.
E por isso... nunca te deixo."

Joseph, ao ler essas palavras não escritas, tombou a fronte sobre o diário. Chorava não por arrependimento, mas por não saber como amar alguém que talvez só existisse dentro dele.

A madrugada se fez sepulcro de emoções. O piano — ao longe, como memória — soava uma nota de dó sustentado, enquanto o violino chorava em si menor.

Não havia redenção.
Apenas o contínuo caminhar de dois espectros que se amaram no porvir e se perderam no agora.

Conclusão – O DESENCONTRO COMO Destinos.

Joseph não morreu de amor, mas viveu dele — e isso foi infinitamente mais cruel.

Camille não o esqueceu. Mas também não voltou. Porque há amores destinados ao alto-foro da alma, onde nada se consuma, tudo se consagra. E ali, onde a mística se deita com a psicologia, eles permaneceram: ele, um poeta ferido; ela, um símbolo doloroso de beleza inalcançável.

Ambos, reféns de um tempo sem tempo.
Ambos, notas que se perdem no ar — como soluços de um violino em meio à oração de um piano que jamais termina.

Inserida por marcelo_monteiro_4

⁠O Nome do Silêncio é Saudade.

A saudade tem voz.
Não é grito do mundo — é o eco de alguém que morava em nós.

Ela sobe a escada empoeirada do coração com passos lentos e sem batida.
Não pede licença. Apenas senta. E fica.

Quando o mundo inteiro silencia, a saudade fala.
Mas fala com a voz de quem partiu,
com o perfume de uma estação que não volta,
com os olhos de quem já não pode mais nos ver.

Não há palavra que baste para nomear esse alguém que nos grita por dentro.
Porque a saudade não tem rosto fixo.
Ora é mãe.
Ora é amor.
Ora é o menino que um dia fomos e que nunca mais conseguimos reencontrar.

É o bilhete nunca entregue.
É o “fica” que não dissemos.
É o abraço que se adiou até virar ausência.

Na arquitetura secreta da alma, a saudade abre frestas em paredes antes sólidas.
É um visitante que vem com malas cheias de silêncios e retratos invisíveis.
Mas, ao contrário do que dizem,
ela não mora só nos que se foram.
Ela se esconde nos que ficaram —
nos que ainda esperam o impossível,
nos que ainda ouvem uma voz onde já não há som.

Há noites em que a saudade nos abraça tão forte que pensamos estar sendo salvos.
Mas ela não salva.
Ela lembra.
Lembra com força, com cheiro, com detalhe.
E o coração, esse pequeno porão de ecos e promessas, sangra quieto.

Porque a saudade é o nome daquilo que sobrevive quando tudo se foi.
É o amor recusando a morrer.

Inserida por marcelo_monteiro_4

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