Textos de Mar
SILÊNCIO
Só eu e o mar
Quero o silêncio
Rever meus pensamentos
Ouvir a minha alma
Escutar conselhos.
Quero apenas um segundo
Para entender
Essa bagunça do pensamento
A alma inquieta
Às vezes tento entender
Esse mundo desconexo
Onde tudo não tem nexo
Nem tão pouco a explicação...
Autoria Irá Rodrigues
MOMENTOS ASSIM
Onde encontro com o meu eu
Viajo no meu pensamento
Entre o céu e esse mar
Aqui nesse momento.
Ondas que rola sem pressa
Chuvinha fina caindo
Até às gaivotas festejam
Parece que estão sorrindo.
Praia quase vazia
Esse azul de tanta beleza
Pisadas deixadas na areia
Parece bordada pela natureza.
Esse silêncio contagiante
São momentos assim
Que esqueço tudo lá fora
E me perco dentro de mim.
Autoria Irá Rodrigues.
MEUS RABISCOS
É calmo como água fresca
De mar sereno no entardecer
Tranquilo, aguardando a Lua
E o Sol se recolher
É onda que rola serena
Saudando o amanhecer.
E quando o dia desperta
É como açoite do vento
Tira minha tranquilidade
Bagunça meu pensamento
Invadindo minha calma
Me perco pou um momento.
É riacho de lágrimas saudosas
Ou rio de gargalhadas,
De correnteza sem fim
Misturas embaralhadas
É essa saudade doida
Chegando nas madrugadas.
E assim são meus rabiscos
Às vezes nada presta
Quase nada me inspira
A razão e o desejo protesta
Nesse caminho confuso
Embaralha a alma da poeta.
Autoria Irá Rodrigues.
O MELHOR MOMENTO
Sentar numa praia vazia
Ouvir o canto do mar
Que canta baixinho
Parece uma melodia.
Essa paz em sintonia
Ondas adormecidas
Apenas Deus por testemunho
Nessa imensa areia vazia.
Hora de viajar no pensamento
Esquecer os problemas
Ouvindo o sussurro do vento.
Então aproveito a hora
Fica nessa paz serena
Antes que o tempo vá embora.
Autoria Irá Rodrigues.
Dias de tempestade
No coração havia um mar revolto em plena ressaca, que teimava em transbordar pelos olhos. Disposta a estancar a dor que visivelmente lhe inundava a face, ela ergueu a cabeça, secou o sal da última lágrima que solitária morreu no canto dos lábios, respirou fundo, e olhando no espelho abissal dos olhos ainda úmidos, disse para si mesma com firmeza e a força soberana da certeza: Vai passar! Vai passar! Vai passar!
Há dias em que o mar amanhece escandalosamente agitado. Impetuoso e imponente, como um macho em pleno período de acasalamento exibe sua masculinidade com ondas assustadoramente gigantescas, num movimento de vai e vem quase indecente.
Ao entrar em contato com a areia morna e úmida espraia-se delicadamente afável, libidinoso e atrevido como um animal embriagado pelo cheiro excitante da fêmea.
Sem pressa cheira-a em toda sua extensão, lambe, beija, abraça com a sutileza de um amante amaroso e, deita-se sobre ela numa concupiscência dos deuses.
O amor é uma casinha branca com vista para o mar dos sentimentos mais puros já experimentados pelos mortais.
Nessa casinha simples bate sol o ano todo e existe abundância de afeto. As portas estão abertas para a compreensão, o respeito, o companheirismo e a cumplicidade e as janelas estão sempre enfeitadas com as flores dos sentimentos mais belos.
Aqueles que acreditam que o mundo é um mar de rosas, e que todos nos estenderão um tapete vermelho, vão ficar profundamente frustrados e oprimidos. Pois, não devemos viver de vãs ilusões que jamais vão se realizar. Mas sim, de um ideal firmado em um propósito de amarmos a nós mesmos, a Deus e ao nosso próximo como a nós mesmos.
Acordei hoje e no mesmo instante ainda sonolento olho pro lado e vejo essa imagem!
Confesso que velei esse sono por algum tempo, inevitável a maresia que molhou o meu rosto.
Deitar e ter vocês próximo aos meus braços é me sentir como uma ponte firme que unem nosso sonhos e as fantasias de um futuro antes tão inacessíveis.
Não tem como não estar repleto de sentidos, de ser exato e até
alheio ao mundo, fulgaz ao caos,
remando e remando a vida que eu escolhi pra mim.
Mas percebo nitidamente que estava enganado, como fui tolo nessa certeza da força dos meus braços.
Não era eu, na verdade era o sopro que o Senhor sempre moveu pra mim.
Sigo ainda, agora aparando as lágrimas e algumas estrelas no caminho.
Não preciso mais ater-me a olhares sutis e desconhecidos e muito menos desvendar enigmas.
Só preciso aparar a brisa
e fugir da preocupação com o tempo.
Fugir do destino sem um guia.
Confesso que achava que eu que vivia fugindo dessas águas sossegadas, e olha que eu achava que era o dono do Timão, mas nessa manhã entendi que não estava fugindo de nada, estava me preparando pra voltar pra você, só não estendia o que o mar queria de mim, pois me levou por águas profundas e agitadas!
Mas tudo isso era pra eu aprender dar o verdadeiro valor da calmaria dos seus braços e entender o que ele queria guardaria para mim...
Nao é por nada não, mas esse papo de que o mundo tá perdido é furado.
Ainda existem pessoas que não aceitam o vulgar, cuja principal característica é não se deixar caracterizar.
Não somos muitos os que lutamos por país mais justo e também por uma sociedade mais igual, e por mais que sejamos poucos, aprendemos que qualquer pouco é muito independentemente de qual seja a causa social.
E há quem diga que a religião religa as pessoas ao amor, só que as guerras santas ainda são travadas, e ao mesmo tempo que exigem respeito eles matam, e espalham medo e dor.
Essa luta não é minha, é de um planeta inteiro, que sabe que terra é vasta e que o mar ainda é profundo, que são sete bilhões de pessoas no globo, e nem uma delas é igual ao resto do mundo.
Mergulho da alma
Minha alma imerge na profundidade do oceano dentro de mim ao adormecer todos as noites, e sempre vejo as pegadas de meus passos num caminho de barcos ancorados, onde o farol são os vaga-lumes que iluminam a escuridão para eu passar, instantes esses que as estrelas parecem me acenar... na areia observo os moluscos brincando com a maresia... e nesse cenário inglório e intangível cheio de magia, suspiro profundo ao despertar para a vida todos os dias...
Olhos azuis
Na imensidão dos teus olhos azuis
Torno-me um velejador
Disposto a navegar em alto mar
Ou perece por teu amor
Viajante delirante
Já não sei mais quem eu sou
Poeta, solitário,
Ou um simples velejador
Rodeado pelo azul do céu do mar
Rodeado por teu amor
Parto ao inesperado
Das incertezas deste amor
Assim como as mulheres
Dominam-nos pela força do olhar
Sou levado pelas ondas
Deste amor
Vai e vem
Neste alto mar
Espero ir de encontro
Olhos azuis
Aqui estou
Amor
Ah o amor, o amor é algo surpreendente, algo divino, algo maravilhoso, mas como vivê-lo intensamente quando se estar longe?
Ah o amor, o amor tudo suporta, tudo crê...
Mas qual o sentido do amor se não amar?
Por isso amo, amo muito e brindo o novo ano, brindo por você , brindo por nós e viva o amor que temos em nós!!
Meu bosque, meu mar, meu amor.
Raios e trovões
Ondas agitadas
Arraias e tubarões
Portas ainda seladas
Redemoinhos e tufões
Embarcações atracadas
O mar começava a falar
E eu o queria escutar
Sua voz tão bela e serena
Fez-me lembrar de quando ainda pequena
"Ele irá te guiar
Não importa aonde fores
Irá te fazer sorri
Dividirás com ele todas as tuas dores
Quando desamparada estiveres
A ele deves consultar
Pois ele é gentil e bondoso
Melhor lar que ele não há"
O mar
Nada mais faz
Do que te acolher, cuidar, e soltar
Não olhes para trás
A não ser que à terra queiras voltar
Lembre-se que a terra nada mais faz
Do que teu último exaurir.
O que se passa aí dentro?
O que houve que o deixou tão confuso sobre você mesmo?
Você tem seu universo particular, sua forma de agir, pensar.
Só não esqueça que dentro de cada um também há vida, momentos, cortes e feridas.
O calor que no teu corpo habita, em meu corpo fez breve moradia, e já não mais corresponde com tua saída vazia.
Seu toque, sua pele, seu beijo, se perderam em meio ao gracejo que a vida nos aprontou, como também por sorte e pouco tempo nos transbordou.
Mas a vida é assim, água que não deve ser desperdiçada, areia pisada, doce e marmelada, choro e ventania, água de coco e maresia, verso, prosa e poesia.
"Amor é isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. E neste espaço o amor só sobrevive graças a algo que se chama fidelidade: a espera do regresso. De alguma forma a gota da chuva aparecerá de novo, o vento permitirá que velejemos de novo, mar afora”.
(Trecho de "Onde mora o Amor", do livro 'Tempus Fugit'. São Paulo: Edições Paulus, 1990. )
Fui preparado para nadar contra a corrente e não há quem me faça desistir de ir rio acima. Não quero escorrer pro mar. Quero conhecer a perfeição da nascente. Quero ver o sopro das gotas d'água, que se transformam na imensidão fluente aqui em baixo.
Eu não nasci para ser industrializado; eu sou da terra, sou pó, sou artesanal.
Pedra és rocha
Não sei se são mais vivas as marcas que deixo onde passo ou as que levo de onde passei. O que sei é que, por gostar de opostos, quero que permaneçam vivas. Não fosse a sútil possibilidade de deixar marcas na areia da praia, poderia dizer que não teria apego algum pelo mar. Mas deixo marcas nele, e se outrora o mar vier a esmorecê-las eu deixo marcas também enquanto regresso. Travados em batalha pela vida, eu e o mar poderíamos passar anos a fio nesse desbravar. A areia adoraria ser pisada, socada, marcada por meus pés, como faz a mulher guerreira no trabalho doméstico com pano de chão... O mar equilibrado ficaria conformado, se recolheria e só iria voltar no dia seguinte. Não fosse a alegria, a extraordinária alegria de ver de cima, talvez nem me trouxesse tanto contento a altura. Mas não sou que marco a pedra mais alta e sim ela que marca em mim. É o relevo, o infinito limitado, o vento que chega, o misto de medo e alegria. As marcas são fortes, atemporais... Quantos anos de água até mudar sua forma? Não sei! O que sei é que: pedra és rocha e sobre as marcas que deixas em mim serás a força motriz para me fazer viver.
OR{AÇÃO}
Você já percebeu que dentro de "oração" existe a palavra "AÇÃO"?
Isso é pra te lembrar que chega um momento em que você precisa agir!
Lembra de quando o povo de Israel estava em frente ao mar Vermelho, Deus já havia prometido que o livraria dos egípcios e mostraria Seu poder. Mas o povo se desesperou ao ver Faraó o seguindo e começou a reclamar com Moisés. Então, Deus disse a Moisés: "Por que você está clamando a mim? Diga aos israelitas que sigam avante." (Êxodo 14:15). Aquele não era mais o momento de clamar a Deus, era o momento de agir.
Eu sei que o mar Vermelho pode estar na sua frente, as infinitas águas podem estar paradas, nem ameaçando se mover e logo atrás está vindo o exército poderoso. Você está, aparentemente, sem saída. Mesmo assim, você precisa dar o primeiro passo em direção ao mar! Você precisar marchar, pela fé. Você já clamou ao Senhor, Ele já te ouviu e prometeu estar com você todos os dias (Mateus 28:20), agora está na hora de agir.
Lembrei-me de uma canção que diz: "Para atravessar o mar, coloque o pé na água. Pra chegar ao outro lado você precisa acreditar. Deus quer abrir o mar pra você. Mas antes, você precisa crer." (Laura Morena). É assim mesmo. Você precisa dar o primeiro passo. Está na hora de agir!
Permita-me encerrar com mais uma música: "Coloque um pé e o outro pé. E vai na fé. Olha pra Deus e sorria. Coloca o medo debaixo do braço e siga." (Marcela Taís).
Então, está esperando mais o quê? ;)
Na paz Daquele que abre o caminho,
Tamara Moureth
Hoje acordei com uma vontade
imensa de VIVER!
Na verdade não acordei... "Despertei" !
E me presenteei indo ao mar.
Sua brisa recebeu-me suavemente,
Suas ondas convidavam a me banhar.
As gaivotas voavam
e chamavam-me para alçar vôo com elas.
Não me fiz de rogada!
Aceitei todos os presentes,
Agradeci.
Eternamente grata,
guardarei esse dia como se fosse o primeiro,
do meu Eterno despertar...
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