Textos de Lembranças

Cerca de 3694 textos de Lembranças

Estou aqui sozinha.
Fecho os olhos e sinto desabrocharem na alma lembranças de tempos que passaram e deixaram suas marcas .

Uma brisa toca-me o rosto e, como num toque de mágica, conduz-me a recordar preciosos momentos.

Sinto o cheiro da infância com os brinquedos simples, as folias com meus irmãos, a chuva caindo no quintal de terra, o cheiro da geleia de goiaba caseira e do doce de leite apurando no fogão de lenha .

Lembrei-me das brincadeiras de rua, das cantigas de roda,do patinete, do esconde- esconde, das bonecas de louças, do catavento, do pulo com saco, da peteca, da bola, do pular corda, do bambolê, dos carrinhos de madeira, da gangorra de pneu no quintal e das lindas pipas sem cortantes colorindo nossos dias.
E as mães sentadas nas varandas conversando sobre os acontecimentos na cidade.

Sinto também o cheiro do leite fervendo no caldeirão e que fiquei de vigiar, mas que com tantas brincadeiras só me lembrei quando a fumaça se espalhou e me apavorei, porque ia ter que me explicar.

Recordo as serenatas dos admiradores que pelas madrugadas vinham com seus violões tímidos, vozes trêmulas e canções românticas, na esperança de ganhar minha atenção.

Lembranças doces dos recadinhos de amor que recebia em papel perfumado, deixados ao lado de meus cadernos.
E que eu, sempre tímida,nunca respondia .

Sinto saudade de meus pais, e só agora tenho noção de quanto os amei. Já não os tenho mais e percebo que uma parte de mim já não existe, também se foi com eles.
Com tristeza me lembro de pessoas amadas que não fui me despedir e talvez por fraqueza ou medo, preferi suas lembranças.

Sinto o calor de minha cachorrinha, encostada aos meus pés enquanto eu estudava e que se contentava só por estar por perto. Muitas vezes eu nem a percebia e que agora sua fidelidade, falta me faz.

Sinto o cheiro das cartilhas novinhas do primário que eu gostava de encapar, dos mestres que se aprimoraram em me ensinar e até da sopa deliciosa na cantina do Grupo Escolar, onde minha mãe como servente, que ia preparar.

Fui sempre o orgulho para minha mãe, pessoa simples que na sua singeleza mostrava nobreza de caráter e talento. Trabalhou muito para nada faltar e me formar.

Em todas estas recordações, agora sei o que faltou.
Momentos que deixei passar, que não falei, que desprezei, que não valorizei mas, que foram tão marcantes que nunca os esqueci.
Essas lembranças são a força que preciso agora e estão nesse exato momento me acalentando, mostrando ao meu coração que nada acontece sem ter uma razão.

Ao abrir meus olhos percebi que a mesma brisa que trouxe tudo isso à minha mente, agora, num sopro angelical, seca as lágrimas que choro com saudade e emoção.

Agradeço a Deus por ter vivido tantos momentos preciosos, ter podido ajudar pessoas e ser ajudada por tantas outras,
pelos amigos e tudo que vivenciamos juntos,por minha família que me ensinou os valores essenciais para a vida e, por cultivar um amor bonito em meu coração.

É bom sonhar...eles impulsionam nosso viver.
Os sonhos constroem nossos castelos.
Os sonhos trazem as recordações e as levam de volta para nossa caixinha mágica,onde só serão lembradas quando o coração apertar, novamente.

As lembranças são algo que reviram nossa mente e nossos sentimentos.
As lembranças fazem a gente da um sorriso bobo a qualquer momento.
As lembranças nos tortura, até a gente chorar.
As lembranças as vezes por mais que sejam boas, chegam a nos machucar.
As lembranças tantas vezes só fazem a saudade aumentar.
E hoje estou aqui me lembrando que as coisas mudaram e não vão voltar.

Lembranças que ficaram

Ciúmes,insegurança o coração a palpitar...
incerteza, dilemas...
Ah!! Quantas coisas...
Seu cheiro, seus abraços, suas palavras me deixava tão apaixonado...
Sei q não posso parar...
Ainda que rastejando, sangrando, tropeçando...
Ah, não posso parar devo andar no caminho sem titubear
Pois esta jornada é o que me faz viver...
Renascer a certeza de que tudo ficará para a história.
Uma historia contada pelo poeta.
Que, à beira da estrada, está a expressar momentos estes que para sempre, vou guardar.
devo andar não posso para
avida me rezerva mais do que eu posso imaginar
Ainda não é o fim.
E já dizia o entendido:
Tudo há de dar certo...
No fim.
Bom, devo andar.
Não posso parar...
Tem dias que, me pego olhando para trás...
Sinto o meu corpo se dilacerando e logo volto a caminhar.
Posso ver a graça, o amor, a paz.
Um propósito:
Devo caminhar.

Quanto de memória podemos usar.
Quantas senhas podemos guardar.
De quantas lembranças podemos lembrar.
De quantas pessoas podemos gostar, e de quantas vamos lembrar e quantas vão permanecer ?
E quais vão ser especiais, quantas vão lembrar de nós e quantas vão nos esquecer, e nos amar ?
Quantas vamos querer esquecer, fora as que não esqueceremos jamais.
Quanto de espaço livre na memória podemos dedicar as lembranças que ainda nem aconteceram.
O quanto você pode lembrar ?

B.

AMIGOS...

Que não haja tempo, distância ou barreira que nos afaste
da lembrança dos vãos (e tão bons) momentos...
Penso que a vida resuma-se absurdamente no hoje, no agora.
Vejo o amanhã ou mesmo o "daqui a pouco" como algo totalmente incerto,
e mais, digo, sem medo, que o que vier, d'agora em diante, é lucro! (...)
Talvez eu seja louco por não seguir roteiros e não traçar tantos planos,
mas eu tenho lá uma meia dúzia de sonhos e viver é o mais importantes deles...

Amigos, meus (idiotas) queridos,
saibam que muito me basta tê-los comigo,
tenho certeza de estar completo quando lembro
que rimos juntos das nossas próprias palhaçadas
ou quando rasgamos as cordas do violão
na tentativa de fazer um acorde que sempre soa estranho...
Digo sempre que ser feliz é muito simples, e bobo!
Ser feliz, é simplesmente ter amigos!


...Quão bom é saber que mesmo nem sempre juntos tenho comigo vocês,
anjos bons - demônios barulhentos!
Quão bom saber que não preciso conhecê-los desde o princípio dos tempos,
pois não se forma amizade cronometrando o tempo,
se faz amigo estando junto, batendo, brigando e essencialmente; "sendo".

- Obrigado por existirem!

"Há pedaços meus, extraídos. Há em todos, um eu, em vocês, meus amigos."

LEMBRANÇAS

Senhora, que chora
o espelho no chão
o tempo passa
Passou
Mudou-se a canção

Memórias vividas,
sempre relembradas
lágrima que continua
Crítica, dor no interior
O eu que fala
grita
e pede atenção

O que não volta
ficou...
introspectivo, mas o carinho
o conforto, vem do céu
O olhar, socorro
E o novo.

Soneto de uma lembrança

Que todo sentimento meu foi real,
E que também todas as lembranças causam dor
E que Todo amor foi real e que os momentos foram eternos
não foi nada em vão e minhas juras não foram mentiras

Para sempre fará a lembrança vossa viva em minha memoria
E dessa memoria cada momento inesquecível
E nesses momentos também aqueles difíceis
Pois estes e que justifica todo o meu amor

Jugue tais expressões faça delas uma balança
Analise minha dor, a força de uma saudade eterna.
Mais não vos subestime o meu amor

Que esta madrugada de amargura sejas meu veredito
De um dos mais puros sentimentos
E da mais cruel madrugada de dor.

LADO A LADO
A mentira consegue destruir o amor, a amizade,o carinho , e as boas lembranças que construimos com pessoas especiais que passam pela vida da gente..a mentira e a traição estão lado a lado..as vezes somos tolos e perdoamos, mas não devemos ser idiotas e deixar que aconteça novamente,...sco

É bom sentir saudade..
Há pessoas que partem e deixam dentro de nós...
muitas lembranças de alegria e de dor.!
Há saudades que doêm por algum tempo e..
depois adormecem mas ficam no coração.!
Saudade não é sinônimo de tristeza!
É um sentimento belissimo...
só a sente quem viveu grandes e ..
felizes momentos e amou verdadeiramente!

Lembranças

Uma canção triste entoa em minha mente,
A noite é fria e o tempo parece ter parado,
Onde estão nossos sonhos, parecíamos os donos do mundo.
O guardião do tempo levou nossas lembranças e guardou em uma caixa
Sei que fizemos muitas loucuras, promessas malucas,
Como de ficar juntos para sempre.
Você se lembra? Não tenho certeza.

Uma canção triste entoa em minha mente,
A noite é fria e o tempo parece ter parado
Me lembro de um sorriso alegre e uma doce voz,
Falando de amor. Fizemos amor?
Ainda sinto o calor de seu corpo. Como pode isso?
A chave do guardião procuro até hoje, talvez seja melhor não encontrar.
Não sei se isso foi real, ou se foram apenas devaneios.
As sensações que sinto me fazem doer o coração.
Será que tudo foi real.

Lembranças

Quantas …Quantas noites mal dormidas,
vendo o deslizar das horas mortas,
vagamos por imagens absortas
no silêncio da casa adormecida.

Quantas as lembranças produzidas,
que tomam de assalto o vão das portas
e erguem um retrato em linhas tortas
daquilo o que foram nossas vidas.

E neste emaranhado sempre tem
a dor d’uma lágrima sentida
que recorda-nos a face de alguém.

Alguém, por quem a alma chora e sonha
e o abraço ao travesseiro é a saída
…Mesmo que as vezes lhe encharque a fronha!

No silêncio da noite esconde tantas coisas; vontades, lembranças, pensamentos de paz. Passa o filme de toda sua vida até chegar neste instante, o agora. E então você percebe que cada ato falho, atitude boba, até mesmo deixar de sair de casa por uma noite, aquela discussão com alguém que você ama, com seu amigo ou seus pais. Aquelas coisas que você sempre quis ter e nunca teve... Tudo isso fez você ser quem é hoje. Mas creio que houve instantes que você desejou mudar tudo isto, se você pudesse. Mas depois de um certo tempo você percebe e pensa assim "cada passo até aqui teve um propósito, um motivo, uma razão, sacrifícios, e seja qual for o que passou valerá a pena algum dia, mesmo que hoje não Valha, mas tenho fé que sim.
Sua luta terá um imensurável valor. Você faz suas escolhas, existe uma força que te empurra que concerta os seu caminho te guia sem que você perceba, e quando você tenta muda-lo não importa o caminho eu acredito que você chegará lá. Se desejares do fundo do seu coração. Peço-te que coloque Deus em tudo. Desde o início até o final , para que tenha uma final feliz.

#reflexões

A DOR DA SAUDADE!

A saudade é uma dor sem jeito,
De lembranças e emoções,
Que sangra dentro do peito,
Que emociona os corações.

Saudade, doce saudade,
De eternas e doces lembranças,
Saudade só não é saudade,
Quando se perde as esperanças

Saudades de entes queridos,
E de grandes amores também,
Saudade não é tempo perdido,
Saudade é sentimento de amar é gostar alguém.

Saudade, doce saudade,
Que aperta o coração,
Quem nunca sentiu saudade,
Por amor ou por paixão?

Saudade de quem foi embora,
Saudade de quem ficou,
Coração em silêncio chora,
Dessa dor que aqui deixou.

Saudade vem como o vento,
Numa forma de miragem,
Sempre me vem ao pensamento,
Seu retrato sua imagem.

Saudade, por mais que se disfarce,
É dor de um amor tamanho,
Enquanto ela chega e bate
Eu sinto, sofro e apanho

Saudade, eterna saudade,
Gotas de lágrimas do coração,
Só quem não sentiu saudade,
Quem não teve Amor ou Paixão.

Saudade,de dores ou felicidade,
De alegres ou tristes lembranças,
Enquanto existir saudades,
Existirão sonhos e esperanças.
Márcio Souza.

Vejo flores cálidas ao chão...
Lembranças de um tempo de luz ou escuridão?
Remetem-me a fogueiras,
Acendem luz ou lançam canhão
Mulheres, biólogas, bruxas...
Quanta intenção!
Vejo flores cálidas ao chão...
Flores apáticas, defraudadas ou também é questão de opnião
Estupidamente entoou um canto de liberdade
E as algemas que não me cabem exalam minha fragilidade
Portanto, não pretendo me calar
Lembranças...
Retalhos da escuridão...
Enfeitiço minh'alma tecida de madrágoras
Alumia-me em doce amor cortês
Sofisticado...
Entalhado nas dobras desta vestidura
Antes do entardecer deste dia
Ouço uma charamela em unissona canção
E em cada nota mergulho...
Ébrio alucino e vejo flores fincadas no meu túmulo.
_________________________________________
Texto: Flores cálidas... Ébria canção
insta: @william.calixto.barbosa

Ainda resta algo de mim em ti?
Ainda que seja uma saudade, ou uma lembrança…?!!
Existe algo de mim em ti?
Uma resta do meu sorriso, o pesar do meu silêncio, o incômodo do meu sumiço?
Mas, por que isso me interessaria?
Só se …
Ainda resta algo de ti em mim?
Uma saudade, uma lembrança…?
O rastro do teu sorriso, o pesar do teu silêncio, o incômodo do teu sumiço?

Contudo, ainda é possível recomeçar. Desprender de lembranças ruins e cicatrizar a alma. As pessoas erram algumas vezes sem intenção, outras ferem por pura maldade, ainda sim, estando elas arrependidas ou não, é você quem decide ter uma nova história. Esperar que o tempo ajeite as coisas é uma opção, se permitir perdoar é outra. As duas juntas caminham muito bem.

Alessandra Gonçalves

SONETO DO DESENCANTO

Meu verso hoje é de saudade
É lembrança amarga dorida,
É pétala doce ferida
É dos lábios o gosto acre.

Meu verso é ferida d’alma
É cântico de sofrimento,
É do amor o desalento
Do poeta que inda chora.

E nesses versos de solidão
De dor e desencanto
No peito um coração,

Se rasga em pranto
Recordando a desilusão
Por ter se apaixonado.

SEM VOCÊ

Hoje sou apenas um pensamento.
Fui resumido a uma lembrança que jamais será apenas vaga.

Rascunhos dos nossos momentos ainda fazem de mim um poeta sem ilusão,
Incapaz de criar ao menos um verso que possa refletir as angústias do meu descompassado coração.

Revivo todos os dias, a felicidade que contigo tive outrora.
Tentando esquecer tua eterna ausência e a falta de um adeus antes de ires embora.

Lembro-me de cenas só nossas... Tantas, que viraram pinturas esboçadas na tela da minha mente.
Nas cores que dei a saudade, como se meus olhos fossem pincéis...
Pinto tua inesquecível imagem a minha frente.

Esse é meu testamento, meu legado, a lembrança de meus erros do passado, a dor por este expressada, vem do dia em que te vi, o momento em que perdi meu chão, não soube me expressar, só pude contemplar, seus cabelos ao vento, seu olhar oblíquo vindo dos mais belos olhos q poderia imaginar, seu sorriso encantador que instantaneamente me arrancou o ar, sua voz entorpecente que insistia em me
hipnotizar, esse é meu testamento, lembrança do dia em que me disse olá, o melhor momento que poderia imaginar, e que permanece a me atormentar, esse é meu testamento, meu legado não passa de dor e solidão, permaneço então nesse furacão, furacão de pensamentos e memórias que me trazem de volta àquele dia, o dia em que o medo me fez fugir, e sofrer calado, com a sombra que vive ao meu lado e
me lembra constantemente, que nunca estarei contigo, seu sorriso nunca será por mim, seus olhos nunca irão brilhar por mim, e jamais terei seu coração, esse é meu testamento, meu fim, estarei sempre aqui, ou talvez não permaneça, o tempo dirá, ele sempre diz, esse é meu testamento.

POIS É

A verdade pode durar uma vida inteira, perseguir uma mulher madura, assaltada de lembranças provocadas por uma amiga que mexe com uma varinha "o fundo lodoso da memória". E, de repente, a avó percebe uma convulsão na sua realidade, porque de repente outra verdade se sobrepõe. Explica. Reduz. E ao mesmo tempo amplia. Pois é. A verdade, em Lygia Fagundes Telles, é tão crua quanto esclarecedora. O que está em seus contos é a vida, sua própria e de outros, tão real e tátil como o chão áspero de cimento.
Reli, com assombro renovado, seu Papoulas em feltro negro, que ela incluiu no livro "Meus contos preferidos". Em onze páginas, Lygia roteiriza, organiza, sumariza, romantiza, anarquiza e enfim suaviza e cicatriza uma vida inteira.
Ojeriza.
Fuga.
Medo.
Ansiedade.
Mentira.
Não foi sem intenção que a narrativa das memórias suscitadas por um telefonema se concentre na latrina do colégio. Era o ponto da tangência. O ponto da fuga. A casinha fedorenta era melhor do que a sala de aula, com aquela presença esmagadora, opressora da professora castradora. Mentira! Tão bem dissimulada que pareceu verdade, por cinqüenta anos. E a verdade, um dia, lhe atinge a face como a aba de um chapéu de feltro, ornado de papoulas desmaiadas.
A memória é sinestésica. E os elementos formais estão ali, polvilhados no conto de Lygia, a declarar a ação dos sentidos. O tato da memória traz a aspereza do giz, o suor das mãos, o pé que esfrega a mancha queimada de cigarro no tapete. A audição da memória pede que se repita a Valsa dos Patinadores, como se repetiu a lembrança pela voz da companheira sessenta e oito, da escola primária. Mas o cheiro da memória remete, primeiro, a urina. A latrina escura. E eis a visão da memória a denunciar a obliteração. Negro quadro-negro. Trança negra. Saia negra. Feltro negro.
No meio do negrume, o sol reflete o seu fulgor majestoso na vidraça. É o esplendor do flagrante descobrimento. "O sol incendiava os vidros e ainda assim adivinhei em meio do fogaréu da vidraça a sombra cravada em mim." Dissimulação - mesmo em meio a tanta luz, há uma sombra. É uma sombra que persegue a personagem até o reencontro com a professora. Sombra, por definição, é uma imagem sem contornos nítidos, sem clareza. Como a professora, morta-viva, "invadindo os outros, todos transparentes, meu Deus!" E Deus, que sombra é esta a que chamamos Deus?
Pois é. Neste conto de Lygia, o gosto da memória, ou a memória do gosto, está ausente. Não se manifesta o sabor. Por que não se manifestou o saber, é por isso?
O conto é partícula de vida. É meio primo da História. Mais do que eventos, registra caráter, caracteres, costumes, clima, ambiente, formas, cores, preferências, gostos. O conto é uma das modalidades da história feita arquivo. Por isso conto, contas, contamos. O conto oral é o livro em potência, a história em potência. Ambos pertencem a quem os usa, e a quem de seus exemplos faz uso.
A escola deve ensinar a ler. Mas também deve ensinar a ouvir. Por isso, também na escola, que é um complemento da família, é preciso haver quem conte histórias. Como Lygia, que nos faz lembrar que é preciso haver a lembrança de uma infância vivida, o acalanto de uma voz querida, contando histórias, ilustrando a vida.
Lygia é de uma franqueza pontiaguda.
Este conto, em especial, é uma escancarada confissão de humanidade. A personagem é Lygia, ou qualquer um de nós. A personagem é frágil. Conquanto pensasse, a vida inteira, que era forte. Imaginava-se executora. Conquanto pensasse, a vida inteira, que era executada. Humana, enfim. Eis a verdade. Eis Lygia. Pois é.



Jornal das Letras, edição de agosto de 2007