Textos de Ilusao
poeta errante
como ventania desajeitada
alma pela estrada
ilusão encantada…
vivo eu a velhice
no silêncio, meninice
sem crendice...
apenas vivendo
pouco querendo
ou tendo...
afinal, a vida
de uma orquídea, adiante
bela e breve,
a cada instante...
diversa, em verso
assim vou, vibrante
[…] disperso
eterno poeta errante...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/07/2020 – Triângulo Mineiro
E do que a vida é feita, se não de sonho e ilusão?
E qual a diferença entre os dois?
Sinceramente não consigo ver.
Por que em ambos estamos buscando o que nos faz feliz, seja real ou não.
A verdade é que não importa em qual estamos vivendo, os dois podem ter o mesmo fim; a decepção.
Por que independente se era sonho ou ilusão, quando qualquer um deles acaba o que sentimos é igual.
Um buraco em nosso coração!
Sinceridade é meu jogo, não brinco de ilusão,
digo na cara, sem medo, sem enrolação.
Se minha verdade assusta, não é meu problema, não, quem foge do espelho,
não merece meu chão.
Quem fica, fica forte, com alma e coração,
sem máscara, sem mentira, só pura conexão.
Sou raio de clareza, luz que corta a escuridão,
quem entende meu brilho, ganha minha devoção. ✨
Quando não houver mais esperança,
Restará o verde.
Se não restar nem ilusão,
existirão as estrelas ainda.
Se já não existir a paixão,
restará o céu.
Se a alegria momentânea não mais vier,
Haverá ainda o vento.
Se não ver ninguém por perto,
Haverá Deus, fazendo tudo no seu tempo.
Se a água acabar,
Restará seu coração.
Se o coração estiver machucado,
em algum lugar existirá alguma flor.
Se já não houver música,
existirá algum pássaro para cantar...
Sim, algo pior não há,
mas enquanto houver sol, lua e estrelas,
procure no horizonte,
a felicidade que há de estar...
pois Deus ainda estará lá.
Do que adianta
A felicidade
Se sabes que tudo
É apenas ilusão
Que depois verás
Que tudo foi em vão
E que nada é pra sempre.
Gostaria de pensar
Que há coisas que serão eternas
Mas não consigo imaginar uma
E então a unica coisa
Em que acreditas ser
Cem por cento verdadeira
É contestada
Tudo que achavas ser concreto
Tem um porem
Que em toda sorte
Haverá um revés.
Algumas pessoas passam a vida a tentar agradar as outras na ilusão de que assim serão amadas, mudam suas principais características e perdem seu caráter. Após algum tempo nem mesmo elas sabem qual o seu "verdadeiro eu", a máscara acoplou-se ao rosto.
Sem identidade, sem amor próprio e vivendo numa imensa peça teatral friamente calculada ela se torna um fantasma – um boneco da sociedade. Logo bate o desespero, a raiva e o ato insano de rebaixar as pessoas na inútil tentativa de se sentir superior. Sem contar na procura pelo prazer e amor através roupas de marca, drogas da moda e relacionamentos superficiais.
Se algum dia se deparar com algum fantasma social procure não alimentar mágoas ou raiva, mostre-o o que é amor de verdade. Tenha um pouco de dó e muita compaixão. E por fim, desbanque-o, faça com que caiam as máscaras.
Quão difícil é abrir mão mesmo sendo uma falsa ilusão. O que parece bom mas corrói por dentro, e somente o tempo é capaz de desatar os nós emaranhados de emoção que machucam o coração.
Quão difícil é entender que nem tudo é como parece ser. Os olhos enxergam o querem ver e se deixam enganar sem nem mesmo perceber.
Quão difícil é aceitar e deixar voar aquele que quer partir. Libertar-se da prisão enganada pela sensação de ter, de pertencer, de possuir.
Para todo fim há um recomeço, aliado ao tempo que se faz necessário nessa louca reconstrução chamada vida. Pensamentos se vão, sentimentos se renovarão e tudo volta ao início trazendo na bagagem uma boa dose de sabedoria para os próximos dias.
_ Na ilusão somos sóbrios ate que num momento irônico sejamos a inércia que se dilui no teor da virtude.
Sob aquela perspectiva ilusória, a admiro por um pouco a mais a natureza crua, e assim num testemunho da veracidade o transhumanismo tornasse âmbito desconhecido...
Na tua calida forma... mais e mais tendêncioso o temor das falácias.
Seria apogeu meramente sobretudo palavras voam no sussurro da besta...
NUM CAFÉ, O TEMPO PAROU...
Trago comigo um amor em segredo,
que tem morada na minha ilusão;
amor sem nome, sem culpa, sem medo,
que veio do fundo da solidão!
Pintei seu rosto na tela da mente,
onde o amor, em silêncio, florescia;
a cor do afeto — sutil e envolvente —
tingiu de ternura a melancolia.
Vaguei nas ruas da perseverança,
em busca de algo que nunca se achou;
no rastro fugaz de parca esperança,
o amor calado mais fundo ecoou!
Um dia o vi — por acaso ou bruxedo —,
num café, e então minha alma se avia;
surgiu qual fosse um feitiço de enredo,
e pensei: “Será ela? Quem diria!”
O tempo parou — tremi de surpresa —
não era a mesma, mas lembrava tanto,
que meu olhar se perdeu na incerteza,
e até busquei conservar o encanto!
Mas, sem defesa, rendido à realidade,
voltei à vida, ao mundo real!
E então, sentindo uma estranha saudade,
amei — de novo — um amor sem final!
Nelson de Medeiros.
Eu não sei se algum dia eu amei alguém de verdade. Talvez tenha sido só ilusão, desejo, ou a necessidade de acreditar que existia algo mais profundo. Lembro de sentimentos que deveriam queimar, mas que só passaram como faíscas apagadas pelo vento. Procuro na memória alguma lembrança intensa, algum olhar que tenha parado o tempo, mas tudo parece vazio, distante, como se eu tivesse participado de uma peça em que não entendia o roteiro. E, no fundo, talvez eu nunca tenha amado alguém… ou talvez eu tenha amado tanto que nem percebi.
Glaucia Araújo
“A pessoa certa não é ilusão”
Quando alguém diz “a pessoa certa não existe”, geralmente está partindo da ideia de que ninguém é perfeito, que sempre haverá defeitos e diferenças. E nisso há verdade. Mas dizer que não existe “a pessoa certa” é o mesmo que negar que exista encaixe, sintonia e propósito entre duas pessoas.
A pessoa certa não é aquela sem falhas, mas aquela cujos defeitos não anulam o amor, cuja presença multiplica a paz, cuja vida soma à sua e não subtrai.
Ela é “certa” porque desperta em você o que há de melhor, porque transforma o ordinário em extraordinário, e porque faz do caminhar juntos um lugar seguro mesmo diante das tempestades.
Se não existisse a pessoa certa, não existiriam histórias de casais que superaram décadas juntos, não haveria quem dissesse “eu não trocaria essa pessoa por nenhuma outra”.
Isso não é ilusão: é experiência real de quem encontrou alguém que fez sentido para a vida.
Minha ilusão de Junho.
A criança insegura beijou
Soltou muito ar
não brincou de tocar
Não sabia o que fazia
E nem os seus olhos fechou.
Foi em Junho, eu me lembro,
No guarda-roupa de sua casa.
Minha mão parou em teu ombro
E na tua boca me senti em casa.
Eu gostei da sensação
Chorei de emoção
Jurei que contigo teria um casamento
Mas agora lembro de ti com dor
E ressentimento.
Porém te amo, meu varão
Mas te amar foi ilusão.
Ao mundo com dor testemunho
Tu foste Minha ilusão de Junho.
Última Dose de Ilusão
William Contraponto
No espelho trincado da aurora,
Risquei meu nome com batom vencido.
Cada verso é uma estrada que chora,
Cada amor, um contrato rompido.
Apaguei cigarros com promessas,
Tatuando no peito um talvez.
A vida servida em mãos avessas,
Brindando ao silêncio outra vez.
Fui poeta de bares esquecidos,
Dos que cantam verdades tortas.
Minha alma é um quarto sem ruídos
Com mil portas e todas mortas.
Já vendi meu relógio ao futuro
Pra não ter que explicar o passado.
Hoje ando com o tempo mais duro
E um coração quase penhorado.
Se menti foi por pura ternura,
Se fugi, foi da zona de guerra.
Mas há sempre uma certa amargura
Naquilo que a gente mais erra.
Não me espere com flores na mão,
Me receba com vinho barato.
Que eu ainda componho a canção
Que ninguém cantou no teatro.
⭐ O Caos Latente do Mundo
O mundo gira, imerso em seu caos perpétuo e cíclico,
Onde a ilusão da ordem desmorona a cada novo dia.
Conflitos antigos e novas discórdias se entrelaçam num ritmo bélico,
Enquanto a humanidade busca um farol em meio à ventania.
Há um grito silencioso nas grandes cidades, na pressa, no consumo,
E a natureza responde com a fúria que o descaso plantou.
Mas no olho do furacão, reside a chance de um novo rumo,
A fagulha que exige a reconstrução do que se fragmentou.
É preciso aceitar o turbilhão para enxergar a clareza escondida:
Que a desordem externa é reflexo de nossa própria jornada dividida.
Ilusão Lado a Lado
Lembranças, torturas sem fim.
E essas lembranças me matam junto às lágrimas.
Eu só queria parar, apenas parar de sentir.
Sentir as lembranças invadindo meu subconsciente,
e lembrando que as lágrimas congelam, e aquele calor no peito,
aquela última luz, a alma perdida,
era só a minha pedindo socorro.
Não era mais ninguém.
Apenas a memória de uma tortura e uma ilusão, lado a lado.
E tudo isso são asas quebradas de um anjo preso na própria mente.
Ninguém conseguiria entender,
pois esta dor é a dor da culpa,
a dor de ter escolhido.
É a maré de lágrimas geladas e promessas vazias.
Enquanto alguns gritam por ajuda e choram até o fim,
outros se afogam na solidão e na própria vida.
Aqui estou eu,
contando a história de um coração frio que sofreu demais,
contando a história de um anjo, de uma pessoa,
que se foi tão cedo que ninguém notou.
As lembranças não me sufocam nem me matam,
elas me abraçam e me ensinam a sorrir.
Pois se eu chorar, o mundo corre o risco de cair.
Se eu chorar, ninguém verá, só o mundo.
E eu...
Não poderei partir e rever seu rosto.
Não poderei chorar e apagar seu sorriso.
Não consigo parar de pensar, e eu penso.
A solidão é a minha sombra.
E o silêncio grita o nome de quem se foi sem dizer adeus,
enquanto esta alma, vestida de gelo, espera por um fim que nunca chega.
O único desejo é que a morte venha molhada, em prantos,
que este anjo só possa se libertar desabando em chuva.
Pois só se eu chorar até secar a última gota,
só então a tortura acaba e eu, finalmente, poderei descansar.
A vida é arquitetada para nos vender uma ilusão: a de que somos os protagonistas, os mestres no controle de nosso próprio destino. Mas a verdade nua e crua é que o controle pertence, unicamente, a quem tem dinheiro.
Para o resto de nós, a agência é uma farsa. Não temos poder real de escolha, não temos voz, não temos um lugar de fala que seja verdadeiramente ouvido. Nossa função no sistema é simples e brutal: existir, crescer e, acima de tudo, enriquecer uma minoria que monopoliza a vida que todos nós desejaríamos — ou melhor, que todos teríamos o direito de viver.
E, como insulto final, somos forçados a engolir o consolo barato de que "amanhã será um novo dia". Que mentira. Nunca há um novo dia. Há apenas uma nova data no calendário para repetirmos o mesmo ciclo exaustivo, enquanto nos iludimos com a sensação de avanço ao adquirir coisas supérfluas, conquistas vazias que não preenchem absolutamente nada.
Esses pequenos prazeres materiais, que nos oferecem um alívio fugaz, logo revelam sua total inutilidade. Então, em um raro momento de clareza, a verdade nos atinge como um soco: todo o dinheiro gasto nessas distrações deveria ter sido guardado para uma fuga. Para um destino desconhecido, um lugar para, finalmente, ESFRIAR a cabeça e talvez sentir, nem que seja por um único e miserável instante, a brisa do que a vida de verdade poderia ser.
Sabe o que me deixa indignado?
É essa história de que “evoluímos”.
MENTIRA!
Pura ilusão moderna!
A humanidade acha que ficou mais sábia, mais culta, mais iluminada…
Mas basta observar, com honestidade, sem autoengano, para perceber:
continuamos caindo nas MESMAS armadilhas de Adão!
No princípio, Deus falava.
Havia ordem!
Havia direção!
Havia clareza!
O homem ouvia!
Sim, ou-via!
E hoje?
Hoje Deus ainda fala — mas ninguém escuta!
Porque estamos ocupados demais com o barulho ensurdecedor do próprio ego!
Viramos especialistas em trocar a sabedoria divina
pela opinião de qualquer sujeito com um celular na mão!
Gente que mal dá conta da própria vida… mas fala bonito e vira referência!
A serpente?
Coitada!
Ficou ultrapassada!
O homem moderno já faz o serviço sozinho!
E aquele papo antigo de “vocês serão como Deus”?
Isso virou o ideal do século XXI!
Todo mundo acha que tudo sabe, tudo merece, tudo pode!
É a república dos egos inflados!
Pequenos deuses de bolso!
Cada um com seu altar digital!
Mas depois de tanta “autonomia”, o que sobra?
O mesmo de sempre!
Vergonha.
Culpa.
Vazio existencial!
Adão se cobriu com folhas.
Nós nos cobrimos com filtros, frases feitas e um personagem que não sustenta cinco minutos sem cair.
E Caim?
Caim não morreu!
Ele só se modernizou!
Hoje não precisa levantar a mão — basta digitar!
Mata com palavras, com ataques, com cancelamentos!
Violência elegante, tecnológica, covarde!
E Babel?
Ah, Babel virou mania nacional e mundial!
Torres de seguidores!
Torres de consumo!
Torres de ego!
E a frase é a mesma dos velhos tijolos:
“Olhem para mim!”
E o mundo gira… e cai nos mesmos buracos!
Jesus avisou sobre os dias de Noé — e eu digo:
estamos vivendo as reprises!
Mas — preste atenção agora! —
há um detalhe que os cínicos não suportam:
O Espírito ainda se move!
Ainda há luz sobre o caos!
Ainda há chance de retorno!
Porque o problema não é falta de informação!
É falta de humildade!
Falta de arrependimento!
Falta de reconhecer que, apesar de toda tecnologia, continuamos tão frágeis quanto o primeiro homem!
A história se repete.
Sim, repete!
Mas não é inevitável!
Podemos romper o ciclo!
Desde que paremos de brincar de divindade…
E lembremos quem foi que acendeu a luz no início de tudo!
japão
Ontem fui no Japão
Uma bela cultura e recepção
Mas tudo que eu via parecia uma ilusão.
Acho que o sushi estava estragado
o shoyu passou da validade
o yakisoba queimou
e o wasabi estava sem intensidade.
Apesar disso ,todos os pratos estavam tão bonitos...
Mas todo prato bem decorado tem um pouquinho de veneno.
E aqueles que puxam os olhos tem um amigo pequeno, assim como as suas pernas, curtas.
Sabe por quê?
Porque o Japão é uma mentira, e tudo que parece lindo se desfaz com o tempo, para que possamos ver sua verdadeira face.
Fui no Japão uma vez...E fui maltratada
Fui no Japão outra vez...E fui ignorada
Na terceira vez...Eu já não aguentava mais
Não entendia porquê eu amava tanto o Japão.
Agora fico pensando...como eu queria voltar ao Japão
Mas já estou cansada de tudo isso
Não quero ir de novo para um lugar onde não me querem.
Não quero sofrer mais
Vou embora do Japão
e não volto nunca mais.
“Anjos, asas de ilusão, um sonho audaz.”
Ser assim: brilhar como um farol, luz na escuridão.
Ouvir as músicas que lhe convierem, ser eclético.
Gostar de ir por onde ninguém foi.
Querer viver — viver mais e mais — e não fingir, não esconder no olhar, mas se permitir ser feliz, aqui ou em qualquer outro lugar.
Não! Não vou mudar a minha maneira de ser, pois é isso que me dá vida.
Viver é ter o mundo real na cabeça e os pés firmes no chão; e, ainda assim, nos é permitido sonhar e projetar coisas. É somente assim que transformamos realidades e preenchemos o inexplicável vazio da alma e do coração.
Cante uma canção.
Dance.
Faça a vida entender que você está feliz por estar aqui.
Os sentimentos — ah, os sentimentos! — são eles que fazem toda a diferença. São responsáveis pela criação de tudo o que vivemos… ou deixamos de viver.
O pensamento é a energia que dá forma ao que desejamos materializar.
Espinho da ilusão
O amor é feito clarim sem enredo
Luzir de rosas por entre alvoradas
Jamais deve ser confundido como brinquedo
Nem ser objeto de qualquer desejo
O amor não é feito asa vazante
Quando se deleita em qualquer horizonte
Inda que o amado(a) esteja distante
O coração fica ali por todo instante
Ai do amor sem a cor da primavera
Desconhece o êxtase do encanto
Morre sozinho no espinho da ilusão
Mal sabe o caminho da quimera
Sob pétalas de lágrimas de canto
Vegeta sobre as sombras... sobras da escuridão !
