Textos sobre Dor
"" Mesmo que pareça não ter valido a pena,
Ainda que a dor não tenha sido pequena,
Ainda assim valeu.
Valeu a esperança, valeu o desejo, valeu o amor.
E se a saudade é o presente, o futuro será certeza:
De que apesar da perda, ainda haverá muito o que sonhar, haverá muito o que viver, haverá muito o que amar ...""
Querias me tirar o ar o chão
Deitar-me em gélida solidão
Num crepúsculo sem volta,sem dor.
Num gesto duro, sem amor.
Querias tragar-me como fumaça
Que a noite desce, finda, escassa.
Numa onda de pura agonia,
Ainda não, vossa senhoria
Fugi de seus braços que em laços
Tentavam me levar
Ao fim do mundo, me afogar.
Para emergir mais forte
Resignado com essa sorte
Molhado, frio, mas longe de ti... Morte.
Ser destruído por alguém que não amamos é suportável…
Difícil mesmo é quando a dor vem justamente de quem mais amamos nessa vida.
É como se o coração quebrasse em silêncio, sem defesa, sem aviso.
Porque daquelas mãos, a gente só esperava acolhimento, nunca feridas.
Mas tudo que acontece tem um propósito, mesmo quando não entendemos.
A vida é feita de linhas misteriosas que Deus traça com sabedoria e silêncio.
E por mais que o amor não tenha acontecido da forma que esperávamos, ele aconteceu.
E isso, por si só, já é algo que nem sempre se explica apenas se sente.
A dor de amor
Pobre coração alvorecido
O teu sono é vinilo
E o teu despertar ominoso,
Choro, choro, de dor autousa
Lágrimas,
Que descem neste meu rosto greda,
Choro! Choro!
Pobre alma perdida
Na conjuntura do vazio escuro
Deste meu corpo morto por te herdado,
Hoo! Que Sentimento nociceptivo tu és amor.
TRISTE QUIETUDE
As árvores cansadas da dor
Deixavam cair seus braços tão tristes
E o sol castigava as pedras do chão
Como ferro quente a marcar o gado,
Na tarde já morta de sede.
Só uns cabelos de oiro
Esvoaçavam loucos na brisa infernal...
Eram os teus procurando os meus,
Na triste quietude da tarde defunta.
Fugiram os pássaros e tudo o que é vida
Da vida que tem sangue nas veias.
Dolorosamente, em prantos de cinzas
As árvores tornaram-se pó
E os ramos partiram-se numa chuva
De mil pedaços queimados.
O sol escondeu-se amedrontado;
A tarde e a brisa quente
Feneceram de saudade.
Só ficaram os teus cabelos de oiro
Sempre à procura dos meus,
Revoltos na triste quietude...
Mas tudo tão inútil.
(Carlos de Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 27-08-2022)
I N V E N Ç Ã O
Fui eu que inventei o amor,
Mesmo sem saber se era dor
Aquele ardor que se sente
Logo que se pronuncia
A palavra amor.
Senti-lo, é bem pior
Do que praticá-lo?
Eu sei lá!
Só sei que o amor
É uma coisa
Que quase deixaram
De pronunciar
Com medo do bicho amor.
Afinal, não fui eu
Que inventei o amor
E jamais
O inventarei.
(Carlos De Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 01-09-2022)
DORA DA MINHA DOR
Clamei por ti noites inteiras.
Eras a Dora
Da minha hora,
Que foi amar-te nas clareiras
Das selvas em que vivi.
E eu sempre a chamar por ti.
E a Dora que agora
Me desadora,
Esta perfumada e rica senhora
De berloques de jóias gamadas,
De mamas por gigas sustentadas,
Faz de conta que não existo
Na sua memória cruel!
Não adiantou eu dizer: Sou o Manel,
O que te aliviou o "vírgulo"!
Pelo visto e sem mais vírgula
É triste lembrar assim
Quem não se lembra de mim...
Ah, Dora, mulher fatal,
Que matas qualquer mortal
Como me mataste por fim!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 31-05-2023)
A saudade dos mortos pode ser uma perda de tempo, visto que a dor, ou sentimentos de culpa, juntos ou separadamente, não trazem ninguém de volta;
Mas a saudade dos vivos, se for verdadeira, faz sair de casa, a pé, de ônibus, carroça, de qualquer forma, importando apenas com o encontro, para rir do tempo que fez desencontrar.
Fibromialgia, a dor que nunca passa.
Meu corpo a muito padece de tantas dores generalizada, não há um ou outro ponto em especifico.
São diversas tarefas, até as mais corriqueiras como pentear o cabelo ou caminhar até o portão, me inunda de dores.
No decorrer do dia e da noite, tenho pelo corpo grande variações de dores, tanto faz se dormindo ou acordada é pesadelo.
O que mais dói são os comentarios de quem não tem empatia comigo devido minhas dores!
A dor de se sentir invisível por alguém que tem poder emocional sobre você é um dos sentimentos mais cruéis que existe. Não importa se é amor romântico, amizade, hierarquia ou tudo junto. Quando essa pessoa te nega reconhecimento e respeito básicos e distribui sorrisos seletivos ao lado, isso atinge diretamente seu valor percebido. Especialmente quando o comportamento do outro oscila. Um dia é frieza, no outro é sorriso e “toquinho de mão". Isso te prende num ciclo de “recompensa emocional”, igual vício. A necessidade quase insana de validação se transforma em migalhas, junto com a anulação própria pra ser “visto”.
A questão é: ou você acorda e muda. Ou vc aceita essa condição e adoece.
Retornar ao lugar que outrora nos causou dor é como andar no caminho escuro e deserto, imerso em temor e agitação. É uma jornada repleta de incertezas e obstáculos, que nos faz reviver traumas e angústias já enterrados.
Ser solitário durante toda a jornada da vida não é senão um fardo a ser carregado, dia após dia. Não haver uma mão amiga que possa oferecer amparo e conforto quando a fadiga nos consome é uma provação que nos faz sentir como soldados em constante estado de alerta, numa guerra sem fim.
Essa solidão agonizante pode nos consumir e deixar cicatrizes profundas.
A melhor versão de mim
É aquela que
Foi forjada na dor
Que o coração se encheu de decepção
E as percepções sobre si
Chegaram a beira do abismo
De tanta ilusão
A melhor versão de mim
Passou anos e anos
Pra construir
E colar os cacos
Intrínsecos
De uma alma
Sofrida
Por não se conhecer
Não se pertencer
Como pessoa humana
A melhor versão de mim
Não entendia
Que a energia da alma
Deveria compor
As mais belas
Cores de alegria,
amor e gratidão
Pela vida
Não estou satisfeita
Com essa dor
Que veem e corrompe
O meu desejo por você
Que contradição
Deveria
Ser desejo sem medo e
Sem dor
Enfim penso que
Essas suas discussões
São a causa de tanta
Dor em meu ser
Que amor é esse que
Machuca
E faz doer a alma
Amor sem ser amor
É só isso
Que você mim
Faz sentir
Pensar em você
Parece que o
Coração sente a maior dor
As lágrimas descem
E a tristeza vem
Pra inquietar a alma
E a vida começa
A desmoronar
Como se a lama
Descesse e tomasse
De conta do rio
Seria tão diferente
Se o amor fosse
Correspondido
Não precisaria
Passar por tanta aflição
Esperando você decidir
Entender que o meu
Amor é verdadeiro
E profundo
E que só está esperando
Você me dizer
Enfim te quero
Sinto a dor no peito
E vem sua imagem na mente
Deveria ser tão diferente
Não sentir, não pensar
Mas é assim
Quando se ama
E não se tem
Deveria ser tão diferente
Não sentir, não pensar
Os dias ficam escuros
Sem tua presença
Porque a vida
Nos levou assim
Ficar distante
Só restam as lembranças
E essas são as que movem
O coração que
Sempre está partido
Dor que sufoca
Uma angústia profunda e sufocante
Por dentro um vazio
Que machuca e tira a paz
Difícil acabar com a solidão
Dores diárias sem fim
Uma tribulação com a própria mente
Caiu em um abismo difícil de fugir
Nenhuma pessoa percebe a aflição
Dentro de um ser humano
Que finge estar radiante o tempo inteiro
Tamanho tormento que habita
Dentro da mente e do coração
O colo de uma amiga
Senhor, hoje eu não aguentei
De tanta dor desabei
Fui buscar um ombro amigo
Pai, meu coração disparou
Como a minh'alma gritou
Eu estava tão aflito
Deus, tive que verbalizar
Precisei desabafar
Pois estava quase explodindo
Ah, se não fosse o Senhor
Que uma amiga enviou
Para emprestar-me os ouvidos
Recebi colo, carinho e afeto
Tudo o que esperava receber da minha mãe
Depois de tanto chorar eu confesso Senhor
O alívio foi tão completo
Achei que não suportaria o peso, meu Deus
Das lutas que apareceram
Mas pela tua bondade e graça meu Pai
De fé minh'alma se encheu
Dedicado a minha amiga Sabrina, que foi o colo que eu precisava em um dia tão amargo da minha vida. Deus te abençoe!
Se existe amor,
a vida se reinventaria,
E a dor seria apenas o olor
Do próprio amor em nostalgia.
Mas se existe amor,
O sol seria a dois, amarelando o universo,
E o vinho entorpeceria a razão,
Em um mundo duplicado, lado a lado,
Onde o amor poetizaria as tolices do coração
A ordem seria o inverso
De um horizonte sem imensidão
Coroando os nossos às de luz,
Nos estilhaços apagáveis da ilusão.
E se existe amor, o meu amor cantaria.
E viveria de canção, seja lá onde for,
Mas canção também se canta na dor,
Porém, de amor morreria,
Se existe amor?
è com vocês...
Estou triste mais é com vocês
Para chorar e sorrir
E na infâmia escassez
A dor passa a ferir
Se me perco, não, não me perco
Estou com vocês
E sigo além do medo
Com essa amizade que se fez
E quando morrer?
Levo comigo vocês
E todas as línguas vão ler
A amizade que nunca desfez
Lembraças
Chorei, na varanda eu chorei
senti o abraço da dor
que ficou em mim e não tem fim
magoando-me com seu calor
Chorei no mais lindo dia
lembrei do passado, que me traz uma lembrança
feito criança senti falta, daquela idade
da forma que nascia e dormia minha esperança
e em um retrato, vejo a minha felicidade morta
