Textos de Desejo
NAVEGUEI-TE
Naveguei-te meu amor
Pelas colinas
Das tuas encostas
Sonhei-te perto de mim
Naveguei pelo teu corpo
Desejando mais e mais
Bordamo-nos um no outro
Rasguei-te na imensidão
Da fome sentida com um olhar
Naveguei-te com paixão
E amei-te nas memórias
De tantos orgasmos felizes.
RASGO
Rasgo o sombrio de mim
Na saudade de um espasmo
Degredo esquecido em mim
Solto nos rastros perdidos
Procurei esquecer a dor
Que me atormenta no espaço
Escondido nos sonhos
Que no tormento flagela
Os meus dias, noites sem dormir
Feito de novelos que fia a dor
No crepúsculo do vento
Quimeras de sombras
Que cobrem apenas a tua ausência
Para rasgar a dor que sinto
Quando não estou contigo.
EU VOU
Vou amar sem me perder
Sem me cruxificar
Vou sobreviver
Espairecer até morrer
Para demonstrar
O que vive em mim
Deixar sair sem nada sentir
Deixar fluir sem me repetir
Fugir das prisões
Libertar-me dos grilhões
Vou tentar fugir mas de ti
Nunca sou assim, crescer amar
Vivi com intensidade
Todos os momentos
Aprendi amadurecer
Coloquei no meu coração
Tudo que senti
Deixar andar sem nada esperar
Aceitar o que está
Para vir sem nunca duvidar.
SABES
Amei-te
Sem saber quem eras
Onde estavas
Tocaste-me com a ternura
Num louco desejo
Envolveste-me com as tuas mãos
E no teu corpo descubro
O sorvo dos teus lábios
Quero mais de ti, quero tudo
Amei-te sem saber quem eras
E a quem pertencias
No fim descubro que eras meu
Só meu que me pertencias
Sim a mim.
SÃO LONGAS
São longas as noites
Que passo sem dormir
Insónias noturnas
Nestas trevas profundas
Não sei o que sentir
A dor persiste, insiste
Na escuridão é que reflicto
Sobre o que tenho sido
Sinto-me a morrer devagar
Lentamente, sem querer morrer
Nesta minha punição que me fere
Que sangra,rasga-me no peito
Que me dilacera e tortura
Com intensidade na pele
E se propaga no corpo
Destas malditas insónias dolorosas.
EU SOU
Sou um corpo caído no chão
Num coração seco de alma vazia
Que esconde as mágoas da vida
Sou um corpo deixado no chão
Entre as traições e desilusões
Sombras que a vida deixou no profundo
Desgosto marcado dos sonhos perdidos
Sou um corpo preso com cadeado
Com a alma magoada algemada de insónias
Das carícias perdidas nas noites esquecidas
Sou um corpo torturado pelas insónias
Dum pesadelo sem correntes na alma
Que grita bem alto liberdade
Sou um corpo morto de frio
Deixado numa qualquer calçada
Perto do mar pleno de emoções
Sou um corpo que arde em paixão
De tanto amor que deu em vida
E agora renasce para voltar a amar.
TALVEZ SOU
Sou o meu próprio carrasco
Despojada de palavras lidas
Num livro jamais escrito
De sonhos gigantes
Nos confins da alma
Fazendo dos nãos talvez sins
Limites de alguns instantes
Letras cativas de solidão
Busquei na procura das virgulas
Perdidas dos que se desejam
Nas carnais sensações que despertam
As palavras despidas de desejo
Carrasco de corpos sôfrego de letras
Pontos das páginas escritas
De despidos corpos amando-se
Entre as sedentas repetidas páginas
Nos profanos sentimentos
Que se tentam libertar nas letras
Entre o meu próprio carrasco
Carne, corpo, sentimento
Escrita num livro jamais lido.
Meu corpo
Minha mente
Minha alma
Não suporta mas
Viver tantas vidas
Uma hora vivo vida de rico
Outra hora vivo vida de pobre
Outra vivo uma vida feliz
Outra vivo triste
Vivo vivendo procurando viver sem ter que sentir a vida
Procuro apenas viver uma única vida
A vida que ninguém me obrigue a viver.
Tudo isso pode ser devaneio, pode ser um sonho, um sonho que torço para nunca ter fim, porque o que mais importa é você pertinho de mim.
Se não tenho você como vou viver? Andando de um lado para o outro, bêbado de saudade, simplesmente porque você é minha luz, minha felicidade.
E o que mais quero é estar com você!
Porque quando estou com você não é eu e você, somos nós, embalados um nos braços do outro, entrelaçados em pele, sorriso, desejos...
Desejos de estar sempre junto, perto, mãos dadas e o coração batendo no mesmo ritmo, rimando a cada batida, dando mais vida e mais cor no mundo, no nosso mundo!
Um mundo só nosso, onde a lei maior é amar!
E amar é o que sabemos fazer de melhor, porque eu amo te fazer sorrir, pular, gritar e se apaixonar todos os dias, porque a minha missão é te enamorar!
É te fazer feliz!
E te vendo feliz, eu serei grato a Deus e eternamente feliz!
Ana.
Como falta que se faz no peito,
Te espero,
Abstinência,
Em minha boca permanece o gosto do seu beijo,
A consistência da sua pele macia de menina,
E aquele cheiro delicioso do seu óleo de banho,
Corpo nú enrolado na toalha,
Meu coração palpita,
Exita,
Pupila dilata,
Vício meu,
Sem rebordose,
Exata dose,
Amor,
Entre suas coxas me encontro,
Acerto o ponto,
Prazer,
Em te conhecer,
Ana,
Não me engana,
Faço-te minha mulher,
No cair da noite,
Até o amanhecer,
E como é lindo o amanhecer da tua janela,
Envoltas no teu edredom,
Seu sorriso ilumina e aquece como o sol,
De dentro pra fora,
O calor do seu corpo,
Meu corpo,
Os seus cabelos que insistem em repousar sobre em meu rosto,
Até o adormecer.
Talvez eu nem queira esse espaço a sós, esse vago.
E entenda que alguns desejos e almejos,
estão fortes em meu peito.
Tiram-me o sono, me aprisionam, entristecem...
Talvez eu nunca entenda essa dor, da falta,
quando se tem tanto a dar.
E eu me perca mais e mais no tédio de estar só,
sem querer estar.
Talvez eu nem queira ser preenchida,
e sim, toque, abraço, olhar...
Tenho a falta de um luar, de amar,
de um simples enroscar de mãos...
Talvez eu nem queira algo sério, só a seriedade de estar
Em você li a frase: É PROIBIDO AMAR-ME!
Mas como? Se te li nas entrelinhas, do avesso e direito.
Senti um aroma da mistura de doçura e amargura.
Inebriante, viciante, você é!
Sem ao menos falar-te já te lia, sentia, percebia, te vivia.
Antes do primeiro oi, sinceramente,
já te tinha em pensamentos…
Mesmo proibindo-me de amar-te, já te buscava e queria! Não há quem ordene ou dome um apaixonado coração.
O meu é completamente fiel,inclusive, ao que deseja.
É PROIBIDO AMAR-ME!
Como se fosse possível conter, o encantamento da alma.
AGRADO
Existem momentos em que
as coisas acontecem alheias
a nossa vontade.
Firmamos dentro de nós esperanças
de algo que venha e nos agrade.
Porém os dias trazem negativas,
e temos de as aceitar.
Nem tudo segue o nosso desejo,
contrariados ficamos, mas nada
modificamos.
Quando menos esperamos, lá está o
que queríamos chegando.
Mesmo vindo com atraso, o coração
se alegra, pois para ele era o
sonho esperado.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Amor perdido.
Cerrou a porta. Por ora quero uma ilusória proteção das chaves. Naquele momento senti um grande vazio existencial, mas quem chegara foi Matheus. Antes não tivesse vindo. Talvez assim eu continuasse mergulhado no desejo da sua presença, continuaria assim imaginando em tê-lo perto de mim, mas não presencialmente apenas no imaginário. Chego à conclusão que a ausência é bem melhor que o peso corporal, e que a conversa no whatsApp flui mais do que ter você em presença real.
Vivi uma paixão carnavalesca, por que tudo é apenas fantasia, antes de Matheus abrir a porta eu me portava com imensos motivos e planos para a vida futura, ansiava atar minhas esperanças, mas como vivia no futuro não estava esperando o cerrar da porta hoje. Eu já sabia das suas intenções, mesmo ele estando longe de mim há décadas, entretanto nesse momento eu quisera apenas sentir o seu forte abraço.
Adentrei profundamente no seu abraço e fui buscar consolo para minhas ausências, risquei naquele momento o fósforo da paixão, nesse momento queria tomar posse da terra prometida, ansiava por andar pelo mar vermelho da minha vida, por que eu soubera que Matheus seria o condutor que me faria atravessar até o outro lado.
O alimento do amor é sempre a espera de alguém que vai chegar. Mas como posso esperar alguém chegar se ele já esta aqui dentro de mim? É inadequado o que desejo eu sei. Esse homem inacabado que cerrou a porta da minha vida, por vezes é melhor nascer de novo, apenas eu posso dizer o que lhe falta. Nenhuma outra pessoa seria capaz de completar nele o que eu reconheço de ausências. Talvez em outras vidas tenhamos a chance de nos conhecer novamente.
no amor que vivemos transluz o bem querer.
dentro da caverna só conhecemos as sombras da ilusão,
mesmo amamos com devoção,
tendo assim as correntes mais presas
iluminamos nossas mentes com iluminismo...
abrangemos a solidão como desejo no deslumbre de sonho...
esse sonho afrouxa as correntes então vemos uma saída...
talvez tarde demais do que queremos diante do que resta de nossas vidas...
mesmo assim atravessamos o desejo de apenas viver.
Bibelô
És linda,
pareces um bibelô importado.
Cabelos, olhos e boca.
Pedaços de ti, que dentro do peito,
tenho guardado.
Quando para dentro de mim olho,
os vejo, mas não gosto tanto de o
fazer.
Prefiro olhar à frente, e caminhar
bem devagar.
Arejar o pensamento, a vida viver,
cantar.
Prefiro isto, ao contrário do desejo
que sinto, quando para eles olho, e
começo a de ti lembrar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista.
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Insônia
Essa insônia que me perturba,
quero aquietar meus pensamentos,
mas eles são frenéticos,
me agitam, a noite toda.
Quem me dera silenciados,
terminar com essa rebelião
que corre por meu corpo
querendo o que não posso ter.
Coração em taquicardia
respiração curta,
uma intensa fissura,
Meu Deus, que luta.
Quero quebrar o silêncio,
dessa madrugada quente.
Gritar seu nome e ter-te,
comigo para sempre!
Tão sensacional
enxergar você,
vai muito além dos olhos
dos outros,
e perceber que sua pele
pode envelhecer.
Mas o que eu desejo,
vai através da minha retina,
e se enquadra dentro de ti,
como uma tela,
com várias cores,
quanto mais se aprecia,
se deseja...
Sentindo a euforia
de uma criança,
na primeira vista ao mar.
ASAS
Em um rompante de loucura abismal ou excepcional clareza
Lançou-se sem medo ou arrependimento movido por alguma inominável certeza
O abismo certamente se estendia a frente tão sombrio e faminto quanto podia ser
Torcendo por uma falha, um deslize, qualquer leve hesitação no seu querer
Contra todas as chances, vaticinações ou sortilégios elas se abriram com gentil entonação
Asas, como velas, bandeiras da vitória, faróis de exaltação
Ascendeu sobre as garras do abismo e sentiu o gosto do céu
Na pele o frio de um mundo esquecido enquanto rasgava daquela realidade o véu
Viu-se a longas distâncias aquele ápice de milagre
Ouviu-se o grito de êxtase movido por aquela doce insanidade
Desafiando a ira dos deuses ele arrogantemente voou
Tal como em sublime sonho foi mais alto do que qualquer mortal jamais ousou
A glória que ele sentia era impossível de descrever
E sua expressão de contentamento estava além do humano ser
Tomado por aquela sensação que lhe preenchia foi mais alto naquele momento
E ainda além se elevou almejando tocar o firmamento
Em meio aquele doce caleidoscópio de beleza etérea acabou perdido
Enquanto sublimava rumo ao infinito de seu limite esquecido
O brilho era magnânimo, maravilhosamente impossível de resistir
Mas suas penas coladas com delicada cera começaram pouco a pouco a cair
Não podia parar, não quando fora tão longe naquele devaneio desvairado
Em graça e quietude as asas se foram ante o brilho do sol, deixando apenas o mito para ser contado.
ENTREGA
Aos antigos deuses que espreitam das sombras do mundo ofereço uma prece embebida em lágrimas
O veio de beligerante graça que me nutriu se desfaz em vontades viscerais e ávidas
Vejo empaliceder ao longe, na curva sublime do horizonte esquecido, tudo que busquei no decorrer das eras, consagrado pela abóboda celeste
O peso do inframundo já não repousa em meus ombros, sigo ao desfiladeiro da mortandade e removo minha veste
O brilho do fruto proibido reluzia ao alcance da minha mão
Era furor em beleza íngreme, êxtase em ofegos efêmeros, o ápice da união
O sumo adocidado escorria pelos meus lábios e a vida nunca fora tão absoluta
Perdi o prumo, o rumo, o chão e encontrei lascas de infinidade em segundos suarentos com um toque de cicuta
Que Ártemis zele pelos desafortunados que rejeitam o pesado cálice derramando gozo
Que Héstia ofereça lar aos perdidos e desarranjados que só encontram lábios secos e gargantas ásperas em seu mundo umbroso
Sob os olhos atentos de Urano pode verter leite e mel nas terras inóspitas de um mundo cujo brilho incendeia a alma
No seio de Gaia, unânime senhora, o ápice se eclipsa em vida e homens se erguem para tombar em esmagadora calma
As estrelas mostram a óbvia verdade que o coração que eu um dia possuira sentiu
Há uma infinidade de fios na grande tecelagem das Moiras mas quando dois deles se entrelaçam os céus ribombam em júbilo ou Hades gargalha em seu covil
Do abismo da racionalidade humana soprava o vento gélido da incerteza que a meus olhos já não veda
Abri meu peito e acolhi meu desejo enquanto me lançava naquela gloriosa queda.
🔥 Já são mais de 4.000 pessoas transformando seus dias com reflexões que provocam mudança.
Junte-se ao canal do Pensador no WhatsApp e dê o primeiro passo rumo a hábitos mais conscientes.
Entrar no canal