Texto Sobre Silêncio
O Abismo do Sentir
Será que o verdadeiro temor das pessoas em se conectar com alguém que tem depressão ou transtornos emocionais é apenas a incapacidade de saber o que fazer? Ou talvez seja algo mais profundo: o medo de mergulhar em territórios extraordinários, onde o sentir é avassalador e pleno?
Quem sente em excesso carrega uma consciência afiada, uma percepção quase divina — refletindo sobre tudo e todos, tocando o invisível que outros ignoram. Mas essa profundidade também pesa. E, sendo humanos, não compreendemos completamente essa intensidade, que nos faz constantemente julgar nossas falhas, buscando desesperadamente acertar.
Queremos seguir a vontade de Deus, amar e compreender a humanidade, mas acabamos nos perdendo de nós mesmos. Questionamos nossas fraquezas e nos culpamos por não sermos melhores para nós, para os outros e, principalmente, para Deus. Esse fardo, essa culpa silenciosa, vai além do sofrimento emocional: é a dúvida que dilacera a fé, a existência e o amor divino.
E talvez seja isso que as pessoas temem ao se aproximar: perceber que há um abismo dentro delas também, onde a fragilidade humana encontra a necessidade incessante de redenção
Deixando-me Ir
Estou me deixando aos poucos,
como quem deixa rastros no caminho,
sinais de uma despedida silenciosa,
sem palavras,
mas com a marca de cada passo dado.
Estou me permitindo, lentamente,
mergulhar no vazio e no silêncio,
como quem vai,
se entregando ao fluxo da vida,
sem resistência,
apenas deixando o que vem me conduzir.
Somos muitos em um só dia.
Às vezes acordamos esperançosos, outras vezes calados por dentro. Podemos ser gentis pela manhã e, horas depois, impacientes. Somos luz em alguns encontros, sombra em outros. Não somos incoerentes — somos humanos, múltiplos, atravessados por memórias, sentimentos e vibrações que dançam conosco a cada instante.
Essas variações internas não são falhas; são convites. Convites para olhar com mais atenção o que sentimos, para perceber o que nos habita sem julgamento. Quando nos tornamos conscientes dessas mudanças, abrimos espaço para a alquimia interior. Podemos, então, transmutar medo em coragem, raiva em lucidez, tristeza em silêncio fértil.
Estar presente é o primeiro passo.
Reconhecer-se em cada versão é o caminho.
A consciência não nos impede de sentir — ela apenas nos liberta da prisão de reagir inconscientemente.
E é nessa presença que encontramos poder: o de sermos inteiros, mesmo sendo muitos.
Frase:
O silêncio é uma droga viciante: entra sem perceber e, quando se dá conta, já não consegue mais sair.
Reflexão:
No começo, o silêncio parece descanso. Um alívio. A gente se cala para evitar conflito, para poupar explicações, para não se machucar de novo. Mas, aos poucos, esse silêncio vira hábito — e, sem notar, ele ocupa tudo.
Você começa a engolir sentimentos, engavetar palavras, esconder dores. E, quando tenta falar, já não sabe como. O silêncio, quando vira refúgio constante, deixa de proteger e passa a isolar.
É como uma droga: traz um alívio imediato, mas cobra caro depois. E sair dele exige esforço, coragem e, muitas vezes, ajuda.
Falar não é fraqueza. É libertação. Porque o silêncio só é saudável quando é escolha — não quando é prisão.
Grito silencioso
Ela pediu um drinque no velho bar
Como se fosse remédio para a dor
Fugindo de si mesma, angustiada
Tentando sentir um pouco de calor
Laís não é mais uma garota de 15
E foi iludida de novo por um rapaz
Rodeada de várias amigas falsas
De sobreviver ela quer ser capaz
Os comprimidos estarão à espera
Todos conhecidos de longa data
Em sua infernal e infeliz trajetória
Com a cabeça sem reflexão exata
Por favor, guarde já esse estilete
Você ainda irá descobrir a alegria
Nada de se precipitar em desvario
Sei que lhe fará bem mais um dia.
PROLIFERAS A PAZ
O silêncio da madrugada inspira-me.
Faço versos e prosas com ou sem rima.
A imaginação flui toma forma e retrata a paz.
Um fragmento, um pensamento.
A mão desenha rabiscos,
E os rabiscos formam letras,
E as letras formam sílabas,
E as sílabas formam palavras,
E as palavras formam frases,
E a frase versa paz.
Paz é sossego.
Paz é liberdade.
Paz é direito de ir.
Paz é direito de vir.
Paz é social.
Paz é legal.
Paz é moral.
Paz é constitucional.
Paz é celestial.
Adentre no mundo da pesquisa
Lá está a paz que espera ser descodificada.
Paz serena, sublime, sossegada
A espera de ti para se proliferar no espaço.
Não a deixe cair no limbo.
Não permitas que passe ao largo.
Segure-a, guarde-a dentro do coração.
Observas a paz:
No ermo.
No silêncio da noite.
Na beleza do natureza.
No acervo humano.
Linda, suave, disponível
Para adentrar na essência.
Espalhar-se no mundo.
Inundar o teu, o meu, o nosso coração.
Contemplas o universo.
Vejas a perfeição.
Absorves a paz.
Proliferas este sentimento desmedido,
Sem máscaras, sem subterfúgio onde passares.
A paz tem mil facetas
E um único propósito: o amor.
Gratidão.
Gratidão por tê-lo tecido,
por enxergá-lo,
por compreendê-lo,
e por firmá-lo no chão —
porque é sobre ele que dou meus próximos passos.
Estou de pé.
E subirei.
Não tirarei meus pés desse chão — piso firme, como quem pisa sobre serpentes.
Piso com confiança, porque os lábios que feriam, agora estão silenciados.
O veneno perdeu o efeito.
Na verdade… me fortaleceu.
Você não perdeu o valor.
Eu é que ganhei consciência.
E isso muda tudo.
Este texto é uma marca —
uma fronteira entre o que fui e o que estou construindo.
É o testemunho do homem que, dia após dia, pensou em desistir,
achando-se fraco...
sem perceber que estava resistindo.
Hoje, a minha mente é minha.
O veneno que me derrubava, virou alimento.
As conexões partidas se romperam com o ranger dos dentes,
mas abriram espaço para o silêncio fértil.
O amor que virou ódio,
o ódio que virou compreensão,
a compreensão que virou indiferença…
e a indiferença —
me libertou.
Eu sou o que restou depois da tempestade.
Eles me procuraram.
O quebrado.
O derrotado.
Aquele que caiu e não voltou.
Mas não encontraram.
Porque eu renasci no silêncio das noites frias,
nas calçadas onde ninguém me ofereceu abrigo,
na solidão que me forçou a conversar com meus próprios fantasmas.
Eles queriam que eu desistisse.
Mentiram, me traíram, me empurraram até o fundo... e eu fui.
Mas lá no fundo, eu descobri uma verdade:
quem aprende a andar no escuro,
descobre o que é confiar em Deus.
Antes de tudo desmoronar,
eu escrevi nas paredes do meu quarto como quem já sabia que o fim estava próximo.
Palavras como alertas.
Como profecias.
Como quem já tinha morrido em silêncio,
e deixou ecos no lugar de explicações.
Falei das orações.
Do amor que nunca foi verdadeiro.
Da distância que eu previa.
Eu previ o que fariam comigo.
Como um homem caminhando de braços abertos para a traição,
eu deixei acontecer.
Em silêncio.
Sem vingança.
Sem olhar para trás.
Porque há olhos que você nunca mais encara.
Porque há feridas que provam sua honra.
Eu não precisei gritar minha dor.
Não precisei provar nada.
A vida recompensa quem caminha com honestidade.
E eu ainda estou aqui.
Mais inteiro do que muitos que tentaram me destruir.
Eu fui importante — mesmo quando não reconheceram.
Fui espelho.
E espelhos quebram quem foge da verdade.
Aos que buscam meu nome,
que encontrem minha força.
Aos que desejaram meu fim,
que assistam ao meu recomeço.
Eu sou o que restou depois da tempestade.
E o que restou… é indestrutível
Talvez eu precise me ouvir mais,
em voz alta, ou em silêncio.
Saber o que realmente se passa
em minhas angústias e em meu tédio.
Fazer uma lista do que eu amo,
fazer uma lista do que eu gosto,
uma lista do que eu quero,
ou talvez, até listar menos.
Talvez eu precise ouvir aquela música
mais algumas vezes.
Talvez eu só precise conversar com calma,
com a criança ressentida
em minha psique, e finalmente,
explicá-la que crescemos.
Talvez, eu só precise sorrir mais,
lembrar que, em uma realidade
em que eu não tenha nada,
eu trocaria tudo,
pelo que tenho.
Talvez, eu só precise
lembrar que hoje,
é tudo que eu preciso.
Tributo
O pensamento dissipa-se ilimitado
Como se te prestasse um tributo da paixão
No vento teu nome é pronunciado
Entrelaçando um séquito de fantasia
Brota no poente o sol amarelado
Da janela o contemplo astro rei
Sábia é a língua capaz de louvar
Tanta beleza no longínquo abismo
Onde o silêncio retalha os ruídos.
Uma fração de mim habita dentro de ti
Vertente que escorre intensamente
Meu querer carregado do orvalho
Ofertando seu bálsamo cobiçável.
O sol nasce de trás do horizonte e entre nuvens
Densas banha as águas revoltas da imensidão do mar.
O pescador adentra no mar e lança longe a linha de pesca
E pacientemente fica a espera de mais uma fisgada.
Entre o silêncio e a espera sempre haverá uma nova
Possibilidade e sonhos que poderão ser realizados.
O homem e o mar se conectam de alguma forma
E entre eles serão revelados segredos inimagináveis.
O rumor é forte e a maresia deixa o ar impregnado.
O voo rasante e o grito das gaivotas quebra o silêncio.
O céu encoberto deixa a manhã de janeiro pálida e a
Brisa canta suavemente deixando o momento impar.
Ombros da Saudade
Naquele instante que os olhos percebem
A envergadura do mistério da noite,
O silêncio vela por aqueles que descansam.
Nos ombros da saudade o frescor dos dias
De chuva de verão cavalga em direção do nada
A vida passa rapidamente acenando e sorrindo.
Assim, fica apenas a sensação de que alguma coisa
Ficou para trás e nós apenas observamos.
Certa vez, ouvi um orador diante de uma multidão dizer:
‘Não sei a quem você machucou, decepcionou ou feriu. Mas hoje, eu lhe digo: siga em paz.’
Naquele instante, algo explodiu dentro de mim.
Que tipo de facilidade é essa que concede perdão a quem talvez nunca reconheceu o próprio erro?
Será que perdoar tão prontamente — sem uma reflexão, sem um pedido de desculpas — não alimenta uma geração que evita a responsabilidade?
Uma geração que acolhe argumentos vazios, que prefere o conforto de um perdão automático a encarar a dor da culpa e a necessidade do arrependimento?
O perdão é nobre, mas não pode ser banalizado.
Declarar “eu te perdoo” sem consciência pode impedir a evolução de quem precisa amadurecer.
E negar esse processo, em nome de uma falsa paz, é enfraquecer o pensamento crítico, é sufocar o aprendizado que nasce da dor.
Perdoar não é esquecer.
É entender, é aceitar, é permitir seguir…
mas sem ignorar a responsabilidade que cada um carrega pelas marcas que deixou.
Eu gosto é do silêncio.
Eu gosto é de sentar num trapiche bem perto do mar,
Ouvir o vento passar,
As gotas que eu sinto sobre o meu rosto,
Aquele gosto, vida ao mar.
A brisa que invade aquela cidade,
As nuvens que passeiam como que desenhadas pelas mãos de Deus, aquele azul que em lápis de cor nunca se viu.
O som do violão que se mistura a canção que vem do vento.
Tom que gera vida em palavras que se transformam em poesias,
Vida fora do relógio, dentro do propósito e longe da multidão.
Aumento o som do silêncio, que é para ouvir a Tua voz.
Troco meu óculos por um binóculo,
Minha visão é falha, meu Deus é grande, infinito.
Troco fala por cessar palavras,
Sábio o homem tardio em falar.
Aprendo ao cessar, erro ao falar.
Refreie o pensamento antes de chegar à língua,
Ou pode ser tarde demais para alguém.
Quem sabe, joga o lixo pra fora,
Mas quem não sabe faz do lixo seu enfeite.
Pra quem não sabe, o normal é normal,
Pra quem sabe o normal é mau.
Troque seus óculos por um binóculo,
Ajuste as lentes, olhe à frente.
Sare as feridas antigas,
E não as guarde como velhas amigas.
Cesse as palavras, ouça o silencio, o vento.
Pare e pense na vida, não a antiga,
Mas a mais bonita.
Olhe para Deus e não pro seu eu.
Costure o coração dilacerado,
Se olhe no espelho e de um sorriso para si.
Recomece, sem nunca mais cair.
Agora, não espere outra hora.
A cada segundo gira o mundo,
O passado se transforma em presente que antecede o futuro,
Não se pode alterar a lógica do Universo.
Esqueça seu eu, olhe pra Deus.
Nada se perdeu amigo, existe um abrigo, vem comigo?
Jogue tudo pra fora, a hora é agora,
Pule se lance, sim está o teu alcance.
Troque seus óculos por um binóculo,
Ouça a voz que vem do céu,
Siga em frente companheiro,
Larga esse isqueiro, larga o cinzeiro.
Essa pinta de bad, pra que serve?
Se tua vida está tão morta quanto o couro dessa jaqueta de cor preta.
Troque seus óculos por um binóculo.
"Não vou olhar pela fresta da janela,
Pra não ver o sol entrar,
Não vou viver mais um dia,
Esperando o outro raiar,
Fecho os olhos e não quero mais abrir,
Vejo o que está lá fora e já não quero mais sair...
Só Deus meu amigo, só Deus!
O mundo está entorpecido.
Enquanto isso,
Mantenho os vícios longe daqui,
Longe de mim.
Eu vou fitar todas as pedras do caminho,
Pra não ter que tropeçar,
Foco na fé meu amigo,
Foco na fé,
Subindo até o céu chegar...
Me dê um analgésico pra dor,
Um sonrisal pra me dar alegria,
E alguma enciclopédia que me explique,
Quando vai chegar o dia?
Acorda meu amigo,
Acorda e para de olhar pro teu umbigo!
Sei,
Bem sei,
Perfeição não mora em mim,
Eu calo demais,
Tenho minha paz,
Mesmo em meio o caos,
Nada tenho à oferecer,
Além do meu viver calmo,
Que te acalma,
Além da Alma,
Eu vim trazer-te um pouco de silêncio,
Ao seu grito de socorro,
Um jeito,
De mudar seu jeito,
Cheio,
Em meio ao vazio,
Do Universo do seu ser,
Onde eu admiro cada estrela,
No planeta do seu corpo,
Em forma de pintas,
Aprecio cada uma delas,
Cada toque,
Cada pedaço,
Todo seu cheiro,
Que me entorpece,
Enaltece,
Mergulhando-me,
Cada dia mais no teu Universo,
Universo de Alma,
Universo paralelo,
Psicodélicamente em cores,
Sabores,
Suspiros,
Entre gritos, silêncio, beijos, suspiros e defeitos,
A gente se embala,
Se orienta,
Se aguenta,
Até que tudo vira música,
Uma linda canção de Amor.
Ansiedade
Vem sem avisar, como vento ligeiro,
Sussurra no peito um medo inteiro.
É um nó na garganta, um frio sutil,
Tempestade na alma, calafrio febril.
Pensamentos correm sem direção,
O coração dispara sem explicação.
É querer parar, mas o corpo não vai,
Desejo de calma num mundo que cai.
E à noite... tudo pesa mais um pouco,
O silêncio grita, o tempo fica oco.
A mente insiste em não descansar,
E as lágrimas na garganta começam a apertar.
Dias bons, outros nem tanto,
Sorrisos forçados, por dentro o pranto.
Mas há força mesmo na dor,
Uma fé que insiste em gritar por amor.
Respira fundo, devagar, num passo só,
Mesmo que o mundo pareça menor.
Há luz na curva, há paz depois,
Você não está só — somos muitos, somos mais do que dois.
T.Lauren
Enquanto a Vida Passava
imagina,
a vida passando na tv da sala.
sem pausa,
sem voltar.
um ao vivo sutil —
onde você pode sentir,
dizer,
ou apenas estar.
mas se olhar pro celular,
perde.
perde um olhar,
um gesto,
um silêncio.
perde o agora.
o celular aqui é só um nome
pra tudo o que te afasta de ti,
uma metafora.
as comparações,
as vozes que não são suas,
as urgências inventadas.
basta um segundo,
e você já não está mais ali.
está em outra vida,
ou desejando estar.
e sua história,
que é só sua,
segue passando...
sem reprise.
sem legenda.
sem aplausos.
por quanto tempo mais
você vai deixar
que a distração
se sente no seu lugar?
"...Tudo se mostrava tão extenso, agregado,
Que nesse instante, dentro do teu silêncio,
Era como se uma profundidade entre nós se cingia.
Então, coloquei-me a teu lado, respirando-te.
Permanecemos emudecidos, por dentro acolhidos,
Guardando infinitos abraços em nossas almas..."
Carlos Daniel Dojja
In Fragmento Poema Recolhimento
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