Texto sobre Medo de Mario Quintana
O peso do medo
Dizem que há sombras na esquina,
sussurros frios na neblina,
olhos que espreitam na escuridão,
mãos que apertam sem compaixão.
Tranque as portas, feche o peito,
dobrem-se ao fardo do preceito.
Há sempre um monstro à espreita,
um castigo para a alma imperfeita.
No deserto, a voz bradou:
“O mar se abre a quem rezou!”
E os que duvidam, sem piedade,
são tragados pela tempestade.
Na fogueira, a chama dança,
queima o corpo, apaga a esperança.
A fé impõe o seu decreto:
“Negue-me e prove do inferno certo.”
Coroas brilham, aço brande,
o medo cresce e nunca expande.
Pois só se vê o que convém,
quem dita a lei nos faz refém.
Um novo rosto, um novo nome,
sempre há um lobo em meio ao homem.
Ora justiça, ora nação,
ora inimigo, ora oração.
E assim seguimos, sem acerto,
livres no corpo, presos por dentro.
Grades que o tempo não desmancha,
o medo pesa... e nos amansa.
Coragem de Ser amanhã
Viver é um ato de coragem. Não dessas bravuras que se estampam em manchetes ou que fazem as multidões aplaudir, mas daquela coragem miúda, que se levanta todos os dias, encara o espelho e diz: "Hoje eu vou tentar de novo." Porque, no fundo, a vida não é sobre certezas, é sobre o risco de errar, o risco de doer, o risco de amar.
Quantas vezes nos prendemos às grades invisíveis do “e se”? E se não der certo? E se rirem de mim? E se eu me machucar? Mas a verdade é que a vida não nos dá garantias. Não há contrato assinado, não há promessa de finais felizes. Só há o agora, esse instante breve que escorre pelos dedos enquanto pensamos demais.
Manuel Bandeira queria “passar a vida limpa, útil, fraterna”.
Drummond tropeçava em pedras que só ele via.
E você? Qual é o poema que está escrevendo hoje? Será que está parando nas reticências do medo?
Ou será que, como Clarice, arrisca o abismo só para descobrir que lá embaixo há asas?
Seja como for, vá! Vá com o coração trêmulo, vá com a voz insegura, vá mesmo sem saber se é o caminho certo. Porque não ir é pior. Não ir é morrer um pouquinho de cada vez, é ser metade onde poderia ser inteiro.
Dance no meio da sala, mesmo que os vizinhos escutem. Grite seus sonhos no vento, ainda que ninguém os ouça. Ame tanto que o peito quase não aguente. Porque viver é isso: abraçar o caos, aceitar o improviso, celebrar o inacabado.
E se der errado? Ah, ao menos você viveu. Ao menos você foi mais do que uma sombra caminhando pela vida. Foi humano, foi poesia, foi fogo. Amanhã pode nem existir, mas hoje é seu.
Então vá, sem medo de ser feliz.
Quantas vezes desistimos antes mesmo de tentar? Quantas oportunidades deixamos escapar porque o medo nos convenceu de que o fracasso era certo?
Uma amiga me disse: "E se der errado?"
Eu respondi: Se der errado, você tenta de novo. E se errar de novo, aprende com isso. Mas o medo de falhar não pode ser maior do que a vontade de vencer.
Ela hesitou: Tenho medo de que não dê certo.
Foi então que percebi: ela desejava muito aquilo, mas não estava realmente pronta.
Então eu disse: O fato de querer algo não significa que você deve tê-lo agora. Você está insegura com uma resposta que ainda nem existe. O mínimo que deve fazer pelos seus sonhos é acreditar que pode! Caso contrário, quando chegar lá, não estará preparada para sustentar o que tanto desejou.
O medo faz parte do caminho, mas acreditar em si mesma é a base para alcançar qualquer meta. O sucesso não vem apenas da tentativa, mas da disposição de crescer emocionalmente e amadurecer a cada obstáculo.
Se você realmente quer algo, precisa confiar em si antes de esperar que o mundo confie em você.
Vida em escuridão
Em momentos de descontrole
O mundo dele virava do avesso...
E por mais que as pessoas orientassem
Ele sentia como se coisa alguma tivesse fim... nem mesmo tinham começo.
Ele dizia que o que via era só escuridão.
Sob seus pés areia movediça.
Na boca um gosto de fel...
Um castelo sem ponte levadiça.
Ele sentia bater acelerado seu coração.
O mundo girava sem parar...
Sentia-se tonto, desnorteado.
Como se tudo estivesse fora de lugar
Coroação
Há quem pense que o poder nasce de cima,
mas nunca houve cúpula que não tivesse sido erguida
pelas mãos dos de baixo.
Quem põe a coroa na cabeça de outro
assina a própria servidão,
mesmo que diga que o faz por justiça ou ordem.
O homem que aceita governar
sem ter pedido,
já caiu.
E o povo que o aclama,
também.
O medo não vem de quem manda,
vem de quem obedece por hábito.
E o hábito é o maior inimigo da alma.
Não é preciso revolta,
basta deixar de ajoelhar.
Basta parar de apontar o dedo
e de esperar que apontem por nós.
Porque o verdadeiro governo
é o de si próprio.
E a única coroa que vale
é a que não se vê —
a que se acende dentro,
quando se escolhe ser livre
sem precisar de mandar.
O Peso dos Dias e a Leveza do Tempo
Nunca gostei de comemorar aniversários.
Não me entendam mal — não é um desprezo pela vida, tampouco um capricho melancólico. É, talvez, um desacordo silencioso com o calendário. A data do nascimento me soa arbitrária demais para conter em si todo o mistério e a beleza de estar vivo. Há algo estranho em reduzir a celebração da existência a um dia fixo, como se a vastidão da vida coubesse numa vela, num bolo ou num parabéns apressado.
Eu prefiro envelhecer a fazer aniversário.
Gosto da ideia de envelhecer porque ela carrega marcas. Rugas, histórias, memórias e silêncios. Envelhecer é a confirmação de que estive aqui — que sangrei, sorri, perdi e me encontrei. Cada linha no rosto é uma frase escrita à mão pelo tempo. Cada ano que passa é mais uma página virada com esforço e sentido. Envelhecer é a prova irrefutável de que vivi — ou ao menos tentei viver.
Mas viver, veja bem, é diferente de estar vivo.
Estar vivo é biológico: pulmões funcionando, sangue correndo, agenda cheia. Viver é outra coisa. É quando a alma respira, quando os olhos se demoram num pôr do sol, quando o silêncio não assusta mais. É quando a dor ensina, quando o amor transforma, quando o tempo passa e você sabe que ele passou por você — e não apenas ao seu lado.
E é exatamente por isso que não temo a morte física. Essa virá para todos, no tempo que não escolhemos. O que realmente me assusta — e profundamente — é a morte em vida. Aquele estado em que os olhos seguem abertos, mas o mundo já não causa espanto; em que o coração bate, mas não se comove; em que se respira, mas não se sente mais o perfume da existência.
Essa morte silenciosa, discreta, cotidiana, me aterroriza. Porque ela se instala devagar, sem anunciar-se. De repente, já não se sonha. Já não se espera. Já não se luta. É essa a morte que me recuso a aceitar.
Por isso celebro o cotidiano. Todo dia é um aniversário da minha consciência desperta. Todo gesto de sensibilidade, toda lágrima sentida, toda esperança cultivada é uma prova de que ainda estou vivo — e não apenas biologicamente funcional, mas inteiro.
Não preciso de presentes nem de aplausos. Preciso apenas do milagre cotidiano de seguir. Porque todo dia que me é dado é, por si só, um aniversário da minha resistência. Um lembrete de que estou aqui — apesar de tudo, apesar de mim.
E assim, envelhecendo sem pressa, vivo celebrando o que realmente importa: a arte rara de continuar sendo.
não tenho mais medo
não tenho mais medo
Ou mais do que temo?
Me fale todas aquelas coisas,
E fingirei não ouvir, nem ligar
Finjo tanto quanto sinto, sinto
E escondo tanto o que sinto
Minhas palavras são como facas
Para humilha-lo como facadas
Mas minhas lágrimas que são – como feridas em todo o meu corpo
não tenho mais medo
Mas ainda tenho medo que volte, volte
Tenho a mim, que tenho que me afastar
Para me sentir segura
Eu não tenho mais medo.
Aperfeiçoa teu amor
Quisera saber como chegar;
Quisera perder o medo.
Medo do olhar de repulsa,
Mas também do apenas civilizado;
Do mero acenar de cabeça,
De toda cerimoniosa formalidade.
Medo de a palavra engasgar,
De obrigar-me a reprimir a euforia,
De ter de o abraço amordaçar;
De, depois de tanto aguardar,
Permanecerem entrelaçadas uma com a outra
As minhas próprias mãos.
Ah, por que tão grande temor?
Se é amor que em ti permanece,
Deves essas inquietações transpor!
'O perfeito amor lança fora o medo', ensina a Palavra;
Aperfeiçoa, pois, o teu amor!
Sentir medo é uma coisa boa.
O medo é algo que vive dentro de nós. Assim como a esperança, a alegria ou o amor. São todas as coisas que nos tornam especiais.Mas o medo pode ser o mais importante de todos os sentimentos. Porque sem o medo não saberíamos como ser corajosos.
O medo é que nós torna heróis.
O medo: sombra e luz em nós.
Paralisa ou impulsiona, a escolha é nossa.
Protege do perigo, revela o potencial.
Encare-o de frente, abrace a mudança.
Liberte-se, ouse ir além do que se vê.
Consiga, além do que se tem.
Rosinei Nascimento Alves
Ótimo dia!
Deus abençoe sempre 🙏🏾
Tenhamos fé!
Certa vez, minha amiga Lucy, comentou que a humanidade odiava tudo aquilo que era diferente.
Talvez Lucy tivesse razão em alguma coisa em seu pensamento, mas a ideia principal a qual queria passar, era equivocada.
O sentimento o qual Lucy se referia não era ódio, era medo. A humanidade tem uma estranha reação sobre tudo aquilo que é diferente; ela teme. Não por maldade, mas por um instinto básico de se preservar.
O diferente, é desconhecido, e o desconhecido assusta. É aquele terreno incerto onde não se sabe o que irá encontrar. Dá medo. Medo de não saber o que vai encontrar, medo de não poder voltar, medo de não ser suficiente para aquela nova verdade, aquela nova realidade. Medo. Esse pode ser o sentimento mais básico. Todos temem algo em algum nível e muitas vezes nem mesmo se dão conta disso.
Pensei em tudo que os poetas escreveram em cartas, livros e até mesmo em pedras.
Vi que muitas dessas poesias escritas foram ditadas ao longo de muitos anos e serviram de pontes para muitos apaixonados se declararem. Eu mesmo já escrevi várias mensagens, e não tenho certeza se elas serão lidas por muitos amantes, mas uma coisa desvendei, que os poetas não se importavam com quanto tempo as suas poesias iriam permanecer.
O que importava para um poeta eram os sorrisos de amor que a sua amada expressava ao a apreciar, as lindas declarações escritas com amor e emoção. Eu concluo que a importância de uma bela poesia não é o seu registro em cartas. Mas sim, o pequeno momento que ela é lida e recebida no coração. Pois não adianta as palavras escrita serem eternas, mas o que vale levar para eternidade e o amor que foi expresso através delas.
Literalmente dei flores a ela, e ela me devolveu tudo em espinhos.
Fiz seu coração florescer.
Ela preferiu me expulsar do jardim que tanto cuidei.
Entendo o quanto é assustador, ser tratada bem em um mundo tão sem amor.
Ser tratada com amor, em um ambiente desumano.
Ser respeitada com cortesia e flores, como a moda antiga, em um mundo devasso e objetificado.
Um amor com boas pretensões é uma praga mortal para as moças que já se acostumaram a serem tratadas mal.
O romantismo assusta.
É insano tentar amar amando.
Isso deixam as mulheres com medo, eles fogem correndo e te chamando de louco.
A cada trago me carrego para mais distante de min, o corpo esquenta conforme almenta as batidas do coração, e continuo a seguir sem destino como se fugisse do passado.
As lembranças as vezes são cruéis, as memórias me cortam por dentro e pensamentos que nunca tinham surgido em minha mente começam a aparecer igual a água jora de sua nascente.
É preciso silenciar a voz inquietante para distinguir a ilusão da verdade.
Os tempos está escorrendo por entre nossos dedos enquanto sorrimos amordaçados pela rotina e o medo.
Com olhar altivo e coração sincero
Na ansia da quietude e o peito desejoso daquilo que almeja,
Assim era um homem com coração de menino,
Com olhar ambicioso em uma alma simples e generosa,
Na busca do seu propósito transforma os que te seguem,
Sem medo de acreditar no outro, constroe cidades com seus sonhos e se lapida com pedacinhos daqueles em que confia,
Audacioso e sem medo de errar, primeiro prefere arriscar,
E assim peregrino e desbravante segue caminhante pelo seu alvo,
Confiando no que te move e vivendo um dia de cada vez, com toda intensidade da sua alma, como se o amanhã se encarregasse de si, pois vale a pena acreditar no que o hoje te reserva"
Mais dia menos dia, somos surpreendidos pela impotência de sermos quem somos.
Acordamos do sonho de ter uma vida duradoura, estável.
Batemos de frente com o muro da realidade, e o muro desmorona.
Não queremos ser espectadores de violência, nem muito menos coadjuvantes ou protagonistas, mas infelizmente fazemos parte das estatísticas.
Há momentos assim que são de muitas perguntas e nenhuma resposta.
Somos reféns da liberdade alheia, do livre arbítrio criminoso, onde quem escolhe ser protagonista da violência, transforma em vítima quem não pagou o ingresso para participar da barbárie.
Um menino encontrou seu parque de diversão, mas ficou com medo de brincar.
Então, pensou se enfrentava ou partia. Fez do seu olhar um novo mundo e que mundo de incerteza, de dúvida, de medo, de insegurança.
Em seu coração estava seguro com o que queria. O problema se deu quando ele percebeu que há muito tempo não havia manutenção (os brinquedos balançavam com o mais simples vento que vinha do horizonte).
A dúvida diretamente cresceu do parque e indiretamente mexeu em seus pensamentos.
Hoje o menino cresceu e não sabe se fez a melhor escolha. O medo de machucar-se foi maior do que a vontade de brincar.
Os ventos mais suaves gritam o lado escuro do nada, que despertam a incerteza e a consequência pode ser nefasta, simplesmente por não viver a verdadeira felicidade dentro do propósito ora estabelecido nos céus.
Lá, no fim das internas viagens,
Onde estatísticas não têm valor,
Porque, até hoje, ninguém pisou,
Em solos tão selvagens,
Mora, depois da esquina do medo,
O tesouro que tanto procuras,
Entre vielas e ruas escuras,
E que parece intransponível segredo.
Ele espera por você, intocado,
Pronto para a revelação,
Pela qual você, obstinado,
É capaz de dar dedos e mão,
Sem saber que, o danado,
É gratuito a quem tem coração.
Às vezes a vida parece uma casa limpa: todas as peças arrumadas, sem pó, com chão encerado, vidros transparentes, tudo organizadinho e cheiroso.
E aí bate um medo danado.
Deve ser porque estamos acostumados a ter sempre uma coisa fora do lugar, umas sujeirinhas que vão acumulando e ninguém vê, uma bagunça aqui e outra ali.
Nossos pedaços...
Nossos interiores...
Nem sempre sabemos o que fazer quando tudo está bom e belo.
Nostalgia
Hoje bateu saudades...
Veio em um pensamento, de maldade,
Me agonizar.
Como se o féu dessas lembranças,
tornasse a verdade de criança,
tempo que não pudesse resgatar.
E se, nos sonhos de meus filhos,
porventura reencontrar
Sonhar-los-ei mais intensos
Para a lembrança, féu, não criar
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