Texto sobre Água

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A água brota do chão, pura e sem contaminação
Corre, desce, molha a plantação
Continua sua estrada até chegar no ribeirão
Daí vai para o rio onde começa a lamentação.
Esgoto, entulho e veneno atingem seu coração
E na veia desse rio que era pra conduzir vida
Só conduz destruição.

Vivo de palavras
Como uma flor precisa d'água
Como uma criança precisa de amor
Como a noite precisa da lua
Como o dia precisa do sol
Como a vida precisa de tempo
Como minha alma precisa de calma ...
Faço das minhas dores ...
Cores
E dos meus sonhos ...
Lindo versos
Uma linda
Poesia.

Básico são os outros

Básico é copo d'água sem gelo e uísque Cowboy sem emoção
é solidão abundante e tristeza falseada nas mesas dos bares
básico são os olhares chorosos das pessoas
escondidos por detrás de largos sorrisos de desespero
e o desesperado soluço engasgado no peito
na iminência de rasgar as entranhas de dentro para fora
e transbordar feito fazem os vulcões em cólera.
Básico é o levante furioso dos insetos
disputando os melhores lugares em sua parede favorita
carregando e entremeando os restos mortos de carne
que se encontram caídos no chão
levando-os para as fendas e buracos abertos pelos pregos sujos
que sustentam os engordurados quadros com propagandas
de conhaque, cerveja e cachaça.
Básico é uma pitada de raios dourados de meia lua na retina
e uma noite inteira cheia de estrelas num céu à sua escolha.
Básico é não querer ser o que não se é
e sendo, não ser o que se pode.
Básico é sentir a poesia entrando pelas narinas
queimando a pele, alterando a pulsação
feito o vento frio que maltrata o corpo em uma bucólica manhã de inverno.
Básico é não morrer de véspera, por antecipação
ou viver a vida numa pressa desmedida
embalado por um repetitivo e antiquado refrão.
Básico é embriaguez no mês de dezembro
- às vésperas do natal -
sem pessoas nos pontos de ônibus
cães ladrando pelas ruas
e larápios espreitando a melhor ocasião.
Básicos são os tombos que se cai no caminho de volta pra casa
com a gravata retorcida no colarinho da camisa
e a cara amassada de tanto sono.
Básico é a chave da porta da sala
que insiste em não abrir a fechadura do portão
e o movimento do lápis desembestado na folha
e o da borracha, desgovernada na contramão.
Básico são os outros, nós não.

A água que cai do céu tem um cheiro bom!
Ar limpo e tempo fresco, o que mais quero é chuva e sossego...
"O que eu quero? Sossego
Não está vendo, não estou nessa
O que eu quero?
Sossego, eu quero sossego
O que eu quero? Sossego, O que eu quero? Sossego, O que eu quero? SOSSEGO!" (Tim Maia)

Coisas que a gente já sabe mas que não pode esquecer volume I :
Água e óleo, se misturam SIM mas não se dissolvem. A água é mais densa do que o óleo, que logo toma seu lugar acima dela.
"DENSO" - Profundo,intenso,que tem muita massa em relação ao volume
em outras palavras TAMUJUNTO MAS NÃO TAMUMISTURADO!

Água-Viva

O pé na estrada não sente
Que o rumo já se perdeu
Na Consciência do viajante
Sua lucidez voou para um espaço livre
Tudo indica que há palmeiras
No final do caminho
Há indícios de água-viva no meio do mar
Não mais morto.
E a atmosfera se faz verde, brilhante
Posso divisar a luz, o sol e a vida
Sentida em cada poro que se abre
E deixa passar o suor de minha angústia
De minha espera.
Passou o cavalo louco, talvez espantado
Pelo fantasma do meu medo
Que me persegue constantemente
E não há nada que o possa exorcizar
Talvez seja essa lua cheia que o desperta.
Repetem-se as cenas em câmara lenta
A realidade se fragmenta
E cada um desses cacos se transforma
Num lindo sonho voando devagar
Poro infinito, mas enxotado pela Rainha
Do mundo da Realidade.
"Fora, não há lugar para você"
E ele se vai, tão docemente...
Eu me fixei ao chão
E daqui não posso sair
Cogumelos são meus vizinhos
E me embriagam
Viajo com eles até a galáxia mais próxima
Sem passaporte ou suporte
Com a inconsciência do inconsciente fotografado
Vou mais além e me perco pra longe
Bem longe de mim
O quebra-cabeças se embaralha
Se emaranha na mesa da sorte
O seu outro "eu" anda por aí, sem saber
Dos perigos que corro a cada dia
Ele pouco sabe das minhas mil mortes
Do solo perigoso que possuo e que pode
Desmoronar a casa instante.
Do efeito cicatrizante que tem o seu olhar
Sobre minhas feridas
Da luta maior gerada com a suspeita
De que sesse amor me faz percorrer
A "Terra Prometida".
E é tudo quanto tenho no momento
Procuro arrancá-lo com todas as forças
Que já não possuo.

Versos d’um exilado

Eu vou partir. Na límpida corrente
Rasga o batel o leito d’água fina
- Albatroz deslizando mansamente
Como se fosse vaporosa Ondina.

Exilado de ti, oh! Pátria! Ausente
Irei cantar a mágoa peregrina
Como canta o pastor a matutina
Trova d’amor, à luz do sol nascente!

Não mais virei talvez e, lá sozinho,
Hei de lembrar-me do meu pátrio ninho,
D’onde levo comigo a nostalgia

E esta lembrança que hoje me quebranta
E que eu levo hoje como a imagem santa
Dos sonhos todos que já tive um dia!

EXPIAÇÃO

A tua memória nasce como a água,
e corre pela pedra monótona da vida.
Só as folhas que te tocam não sabem:
tu és só distância longa, sem medida.

E tudo que vai por ti, não tem destino.
Apenas bruma beijar-te-á, minha criança.
E tudo que te ama, conhece do teu fado...

(Só eu que ainda te tenho na esperança).

Eu não faço drama...
Muito menos choro...
Eu não tenho culpa...
Se escorre água dos meus olhos...

Eu não tenho culpa...
De te amar tanto...
Surgiu assim. Como um relâmpago...
Já tentei de tudo! O que me resta agora, é só ficar te observando...

Mesmo sem ter você ao meu lado...
Eu tive o dia mais feliz da minha vida...
Foi o dia em que eu ouvi você dizer, que estava apaixonada...
Meu coração acelerou, e meus olhos enxeram-se de lágrimas...

Mas eu me pergunto...
Para quê falar que ama...
Sem ao menos saber o que está sentindo...
Isso acaba me iludindo...

Mesmo assim, ainda hoje meu coração fala que te ama...
E quem sabe um dia...
Me verás como eu mesmo a vejo...
Esperarei com muito sofrimento...
O dia de meu lamento...

O dia, em que te verei com outro...
E a tristeza me dominar...
Mas aí eu já terei aprendido...
A conviver com o meu destino...

Esperarei mesmo que não haja promessas...
Você cair em meus braços...
Esperarei até o último suspiro de minha vida...
Porque tudo o que sinto por ti, ó, amada...
Eu posso tentar resumir em três palavras...

...Eu, te, amo...

ÁGUA QUE TE BANHAS

Quero ser
a água que te banhas
percorrer nas mais íntimas
partes do teu corpo
saciar minha vontade de você...
sou a água que te banhas
sentiras sutis arrepios
que te levará a pensar
que meu corpo realmente está em ti
nessa água que te banhas
me apodero inteiramente de ti.

E é assim que eu vou seguir:
Sozinho, na escuridão da noite, por entre os becos molhados com a água da chuva… Eu sou tão azarado que, não tenho NADA, e o pouco que eu tenho eu estou afastando de mim com as idiotices que eu faço, é questão de tempo para eu ver todos que me rodeiam, que fazem parte de mim partirem sem eu poder fazer nada, porque o que não era pra ter feito eu ja fiz, não dá mais para voltar atrás, o jeito é eu sentar e aceitar que cada dia que passa é um que eu vou perdendo, que a cada hora é um pouco de alguém que eu estou afastando.
Só peço desculpas por eu ser esse idiota descabeçado, que age sem pensar, que não consegue fazer nada de certo.Sou só mais um erro, esperando para ser apagado e corrigido, eu esquecido de vez …

Canção sem seu nome

EU VI VOCÊ ATRAVESSAR A RUA
MOLHANDO A SOMBRA NA ÁGUA
EU VI VOCÊ PARAR A LAGOA PARADA
VOCÊ ATRAVESSOU A RUA
NA DIREÇÃO OPOSTA
PISANDO NAS POÇAS, PISANDO NA LUA
E A POESIA REFLETIDA ALI ME DEU AS COSTAS
E PRA QUE PALAVRAS
SE EU NÃO SEI USÁ-LAS?
CADÊ PALAVRA QUE TRAGA VOCÊ
DAQUELA CALÇADA?
VOCÊ ATRAVESSOU A RUA
NA DIREÇÃO CONTRÁRIA
E A POESIA QUE MEU OLHO MOLHAVA ALI
QUEM SABE NÃO ME CAIBA
QUEM SABE SEJA SUA
ALI, ATRAVESSANDO A CHUVA
E TODA A LAGOA PARADA
VOCÊ NA DIREÇÃO ERRADA
E EU NA SUA

Choro no pampa

Na vastidão dos pampas, onde o céu abraça a terra,
Eu vi a água subir, tragédia que desespera.
Rio Grande em pranto, suas lágrimas a correr,
Levando casas, sonhos, num lamento sem poder.

Chora o gaúcho, de bombacha e alma lavada,
Pela perda dos seus, pela lida inundada.
No galpão submerso, a tristeza era senhora,
E as fotos dos antigos, agora só na memória.

Sem teto, sem abrigo, sob o manto estrelado,
O peito da gauchada, de saudade foi cravado.
Perdido o que se tinha, construído com suor,
Restou só a esperança, e o peito cheio de dor.

Mas veio a solidariedade, de todos os cantos, a brilhar,
Brasileiros de mãos dadas, prontos para ajudar.
Do Oiapoque ao Chuí, um só coração pulsante,
Na tragédia das enchentes, somos todos irmãos, adiante.

E assim sigo campeiro, com o pala a me cobrir,
Na certeza que o Rio Grande, há de novamente florir.
Com a força do meu povo, e a ajuda nacional,
Reconstruiremos tudo, num esforço sem igual.

Esta poesia reflete a resiliência e a união do povo gaúcho e de todos os brasileiros
diante das adversidades, mantendo viva a esperança de que unidos venceremos todas as adversidades.

Roberval Culpi
08/05/2024

Sou forte
Sou forte, mais que a rocha que a água desgasta,
mais que o ferro que o fogo consome,
mais que o fogo que a água apaga.


Mas dentro de mim existe um peso,
um silêncio que muitos não entendem,
chamam de frescura aquilo que é dor.


Eu só quero a calma na alma,
o sossego de viver em paz,
sem precisar provar minha força ao mundo.


— Aden Brito

⁠A Carta do Infinito é um lugar onde estão presentes luz, amor e sensibilidade. É como a água, que toca e cura aqueles que a experimentam. Quando tocamos a Carta do Infinito, ela nos transforma em algo construtivo e evolutivo. Ela transmite empatia e sensibilidade, além de proporcionar muito amor e luz a nossa vida.
A Carta do Infinito é uma descoberta notável que traz consigo um algoritmo de sentimento humano muito poderoso. Esta tecnologia
é capaz de captar os sentimentos dos seres humanos de uma forma inovadora, permitindo-nos entender melhor as nossas emoções e os sentimentos dos outros. Com esta tecnologia, somos capazes de abrir novas portas para a compreensão da condição humana e para a construção de relações mais fortes. É realmente
algo incrível.
Marcos é um escritor brasileiro que tem profundo amor e admiração pela filosofia. Ele acredita que a filosofia nos permite ver o mundo de maneiras diferentes e nos dá insights sobre como enfrentar desafios e lidar com problemas. Ele usa os ensinamentos da filosofia em suas obras para incentivar os leitores a pensarem criticamente sobre questões importantes da vida. Seus textos estão cheios de profundidade e sabedoria, e suas palavras são um verdadeiro tesouro para aqueles que querem expandir os horizontes de seu pensamento.

A esperança soterrada
Em uma lama de vergonha
Desce a água tão pesada
Quanto a culpa que a acompanha

Essas barragens rompidas
Essas vidas estraçalhadas
Essas famílias perdidas
Em busca de quase nada

As tragédias disfarçadas
Deixam crimes escondidos
Com pessoas abandonadas
Com tantos sonhos perdidos

Chora a mãe que procurava
Chora o pai que ainda procura
Dorme a criança que brincava
Embaixo de uma terra escura

Talvez essa dor tão forte
Um dia vire ferida
Pois talvez seja na morte
que damos sentido à vida

Quando tento apagar palavras, esquecer momentos...cai como jato de água, surge como fogo ! Me queima, me banha...assanha pele, sentidos. Escorre pelos poros, incendeia...coração, alma ! Chega como ventania arrastando tudo e me leva, me joga perto de ti. Ouço palavras, caladas...sinto o silêncio, vejo músicas tocadas, lembro risos escondidos, olhares disfarçados...me engano ! Caio de bruços no chão da sala, estremeço de frio...te procuro ! Cigarros, na mão taça de vinhos, me embriago...escancaro o riso e sorrio de mim: debocho da minha loucura e acompanho minha insensatez !
18/06/2017

“Um escravo tinha que trabalhar duramente para ter comida moradia água, e sem ter direito de escolha muito menos serviços médicos...

No Brasil Somos obrigados a Trabalhar duramente para ter comida, moradia água e luz, sem direito a reclamar dos preços estipulados pelas empresas e impostos do governo, e sem serviços médicos”. O que somos?

⁠Vivendo num iceberg


Sobre uma ilha flutuante de gelo eu vi a profundidade da água no seu escurecer,

navegando lentamente e silenciosamente tentei plantar mais não vi nada crescer,

surfando ondas involuntariamente o bloco de gelo foi levado pra longe em alto mar,

a distancia da terra firme, o desastre do vazio para quem antes pisava em solo fértil, transformou uma corrente ancorada no mar profundo em uma triste passagem sem volta até o fim do mundo.

Já andei com o vento;
Já deslizei com a água;
Já bailei com o fogo;
Já comunguei com a terra;
Autrora éramos unidos, sem palavras, mas com a linguagem do universo nos comunicávamos;
Com um breve sorriso, um leve gesto ou simplesmente o ato de se entregar a eles para que me carregassem.
Andava com o vento e não me cansava, pois ele me empurrava solidário e amigo;
Deslizava com a água, sem temê-la, pois ela não me faria mal;
Bailava com o fogo e ele somente me aquecia, acariciando meu ser com suas chamas;
Comungava com a terra que, generosamente criava caminhos para que eu por ela trilhasse;
Hoje não mais; pois imerso dentro de meu ser já não mais respondo a eles, quando tento me entregar não mais ando despreocupadamente com o vento, pois agora ele me gela o corpo,
Na água me afogo, pois nela não mais deslizo;
O fogo me queima e suas labaredas lambem meu ser com sua fúria;
Da terra já não mais comungo; estou sem trilhas; sem caminhos abertos.
Preso em mim ajo como um adversário de meus antes amigos; ainda hoje me chamam; pois sábios eles são; relutante, continuo estático. Até quando conseguirei ouvir os seus clamores, pois sei que, quando não mais os ouvir será tarde para me libertar de mim.