Texto para minha Sogra
Fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado. E ter apenas a própria vida é [...] um sacrifício. Como aqueles que, no convento, varrem o chão e lavam a roupa, servindo sem a glória de função maior, meu trabalho é o de viver os meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver.
Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro dos ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comigo mesmo. Virava as páginas lentamente, há muito tempo antes, e não me surpreendia nem me atemorizava pensar que muito tempo depois estaria da mesma forma de mãos dadas com um outro eu amortecido — da mesma forma — revendo antigas fotografias. Mas o que me doía, agora, era um passado próximo.
Então eu disse a ele - e foi a única coisa dita: se isso acabar agora, vai ter valido a minha vida (...) Eu vou atrás dele. Desse homem que nunca conheci de fato, mas que existe de outra forma, que existe com outro rosto e outro nome, que existe no meu futuro, se o futuro eu permitir que aconteça. Não quero mais o presente, não quero mais a paralisia, o pra sempre. Alguém espera por mim. Alguém não vê a hora de eu chegar. Eu não vejo essa hora. Daqui, não alcanço esse sonho. Eu me vou. (...) Me reconheça ímpar. Impaciente. Só. Muito antes de louca. Muito antes e muito mais. Louca é pouco. (...) As perdas serão calculadas, as malas serão fechadas, as crianças serão preservadas e as vidas seguidas. E eu, então, irei atrás do meu instante.
Ele me aperta como sempre, até que algum ossinho da minha coluna estale, e me diz, como sempre também: “Que é que você tem que eu sempre largo tudo e venho te ver?” Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa.
Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos.
Aos poucos, na ausência dele, enquanto tentava compreendê-lo. Cada vez menos para que minha compreensão fosse sedutora, e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo a. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.
E é então que esqueço de tudo e vou olhar nos olhos de minha bem-amada como se nunca tivesse visto antes. É ela, Deus do céu, é ela! Como a encontrei, não sei. Como chegou até aqui, não vi. Mas é ela, eu sei que é ela porque há um rastro de luz quando ela passa; e quando ela me abre os braços eu me crucifico neles banhado em lágrimas de ternura; e sei que mataria friamente quem quer que lhe causasse dano; e gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos mirando muito além das estrelas.
Cedo fui obrigada a reconhecer, sem lamentar, os esbarros de minha pouca inteligência, e eu desdizia caminho. Sabia que estava fadada a pensar pouco, raciocinar me restringia dentro de minha pele. Como, pois, inaugurar agora em mim o pensamento? E talvez só o pensamento me salvasse, tenho medo da paixão.
Vida e morte foram minhas, e eu fui monstruosa. Minha coragem foi a de um sonâmbulo que simplesmente vai. Durante as horas de perdição tive a coragem de não compor nem organizar. E sobretudo a de não prever. Até então eu não tivera a coragem de me deixar guiar pelo que não conheço e em direção ao que não conheço: minhas previsões condicionavam de antemão o que eu veria. Não eram as antevisões da visão: já tinham o tamanho de meus cuidados. Minhas previsões me fechavam o mundo.
Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses três ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor; Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia.
Minha cabeça virou um álbum de fotografias que vou montando diariamente, uma espécie de colagem de minhas cenas inesquecíveis. Elas precisam mesmo ser inesquecíveis, caso contrário me restará apenas o breu. (...) Tenho me apegado aos pedaços do meu corpo, preciso deles para formar um mosaico do que sou. (...) A amplitude agora é interna, meus olhos estão fechando pra fora e abrindo para dentro, e hei de descobrir algo que me interesse e me motive nessa viagem sombria, sem gôndolas, sem tons pastéis, sem pontes nem edificações históricas.
Eu tenho um amor que não pega em minha mão apenas para dizer aos outros que tem alguém, mas para demonstrar o companheirismo. Eu tenho um amor que não tem apenas uma companhia, e sim um amor que dura para sempre. Eu tenho um amor que não me abraça apenas para me sentir, mas sim para mostrar que em seus braços eu estou protegida. Tenho um amor que adora a Deus por ter o plano Dele realizado perto de mim. Amor, aquele que seu perfume não sai do meu nariz, não porque ficou em minha roupa, mas sim em minha memória. Aquele que ora comigo, espera eu terminar de comer, repara na roupa nova e lembra meu aniversário, e ele não faz isso só porque é importante pra mim, mas porque é importante para ele! Aquele amor que disse sim para a vontade de Deus, que esperou com confiança, que descansou com fé... Aquele com quem não conseguirei viver sem ouvir sua voz todos os dias... Aquele amor que todos os dias ao fim da noite diz que me ama e me dá um beijo na testa e me diz pra dormir com Deus, aquele amor que eu terei pela vida inteira, pois é a benção que Deus me concedeu. Eu tenho alguém que me faz rir de um jeito louco, que me faz andar descabelada na rua, que me acorda domingo às dez da manhã com um sorriso lindo e que me faz esquecer de brigar. Eu tenho alguém que se importa com o que sinto, que se preocupa com o que penso e que me diz do que as outras pessoas têm medo, a verdade. Eu tenho um alguém que xinga por mim e se for preciso bate, que ama comigo e me apoia mesmo quando sabe que não vai dar certo, ele acredita que vou aprender. Eu tenho alguém que sabe seduzir e me faz rir vendo idiotices tão cotidianas, que me ensina que certos temperos não combinam, na comida e na vida, que me apresentou um amor que eu não era capaz de sentir. Tenho alguém que sente ciúmes, mas que sabe que ele me tem também. Tenho alguém que é único pra mim, que é meu anjo, minha vida e nada vai nos separar, porque eu tenho alguém por quem vale a pena lutar, por quem vale a pena viver, por quem eu descobri que o amanhã pode ser melhor, porque estamos dispostos a viver juntos para sempre. Esse alguém é meu lindo amor...
A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só se permitirmos.
Minha pureza era linda, Zé, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma, nem do meu coração, pelo simples fato de que eu não tenho mais nada disso. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa.
Nota: Trecho da crônica "Zelador".
Já que não tenho coragem de assumir minha loucura, queria que ao menos algum canto do mundo me acolhesse. E me abraçasse e dissesse que tudo bem, tudo bem de vez em quando eu perder assim a razão ou o equilíbrio. Eu queria que existisse um canto do mundo que nunca me dissesse ‘’ei, você se expõe demais’’ e que me deixasse ser assim e apenas me deixasse ficar quietinha e quente quando o mundo resolvesse me magoar porque eu sou briguenta, mas sou mais sensível que maria-mole na frigideira.
Nunca entendi. Nunca ME entendi. Nunca soube explicar o real motivo do nosso fim, da minha fuga. Por que sim, eu fugi. Fugi de um amor cheio de promessas… Promessa de ser pleno, de ser eterno, de ser perfeito... E a perfeição assusta e muito! Mas hoje eu sei o porquê de tudo. Eu precisava dessa fuga, desse intervalo de tempo. Eu precisava ter certeza que o que há entre nós é maior do que tudo aquilo que parece existir por aí. Eu acho que o meu amor por você fingiu morrer só pra nunca deixar de viver, pra nunca deixar de ser amor, esse amor, amor pleno, eterno e perfeito. E principalmente, pra nunca ver o fim do teu amor por mim. E agora que estamos novamente lado a lado eu consigo enxergar: era o meu destino!
Minha maior dor é não saber fazer a única coisa que me interessa no mundo que é amar alguém...(...) Me perdoe pela loucura que é algo tão pequeno precisando de amor e ao mesmo tempo algo tão grande que expulsa o amor o tempo todo. Eu sou uma sanfona de esperança. Eu tenho estria na alma."
Sempre pensei assim: a escolha é minha. Por pior que seja o problema (e eu sei que às vezes ele é bem cabeludo) sou eu que decido como as coisas vão ser. Posso encará-lo reclamando, me queixando e lamuriando ou tentando entender e aceitar que nem sempre a vida é simples. Eu prefiro tentar ver o lado bom das coisas. Mesmo que em um primeiro momento tudo pareça escuro e escorregadio, sei que uma hora tudo clareia. O tempo muda a todo instante. Por isso, procuro encarar os problemas de frente, mesmo que tenha que pegar aquele sorriso no canto da boca pela mão e dizer "ei, fica aqui".
E às vezes no silêncio do meu dia, no momento mais conturbado da minha alma, paro pra pensar em quando tudo isso começou. Eu sei, todos nós desperdiçamos oportunidades, chances, pessoas, amores… Mas de alguma forma, quando eu te conheci, eu sabia que seria você. Talvez tenha demorado pra perceber, mas o fato foi que percebi e naquele momento eu tive a certeza de que não podia te perder. Eu temia que fosse amor. Mas, de repente me senti tomada por algo mais forte que eu e de alguma forma você teria que ser meu.
Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.
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