Texto Pai do Mario Quintana

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O olhar do poeta escapa

Quintana disse: Ao olhar do poeta,
não escapa nada.
Mas, não seria: O olhar do poeta
não escapa à nada?

Não!
O olhar do poeta escapa,
escapa à pessoa amada.
E, quando escapa,
tudo passa; o tudo é nada.

O passarinho voa, treme uma asa
pro poeta, nada.
Uma nova estrela, revelou a Nasa
pro poeta, nada.
A formiga anda, adentra a casa
pro poeta, nada.

Se seu olhar
somente escapa
à pessoa amada,
pode-se dizer
que somente dela
depende o tudo
e depende o nada?

Inserida por lucian1989

Dia dos pais.
Ao levantar na calada da noite e caminhar em direção ao vossos quartos eu vejo que eles estão vazios, assim também, como estão vazios os outros aposentos da casa. Então, vem as lembranças de quando eram pequenas e ali estavam a me saudar com um cumprimento a perguntar: como fora meu dia no trabalho. Eu, em tom de brincadeira, dizia: foi bom, apenas havia um eritroblasto orto e policromatico junto a uma contagem de retículocitos que me cansou o dia. Com isso, eu arrancava alguns sorrisos e logo tudo voltava de pai, mãe e filhas sob o mesmo teto,a sentar na mesma mesa para o jantar, apreciar um filme ou mesmo uma brincadeira.
Há muitos detalhes de vida para se contar num espaço tão limitado como esse. Hoje acompanho-as a distância, apreensivo quanto a seus futuros e torcendo pelos seus sucessos.
Tenho que aceitar que agora vocês têm asas e querem voar, juntar raminhos e fazer seus próprios ninhos. Nesse meio tempo, vou me entregando as lembranças e a dor de nunca mais ver minhas piazinhas que pegava no colo, ajudava nas tarefas escolares e saía juntos a passear por aí.

Um certo dia um homem me falou que para ser grande e importante é preciso ser forte, valente, saber impor a sua vontade e soberania e que por não ter estas qualidades eu sou e sempre seria pequeno, sem importância para ninguém, apenas um servo.
E ele tinha razão. Sou pequeno, pequeno como um grão de areia que em união com outros pequenos grãos formam belezas grandiosas como as praias, a imensidão do mar e dos desertos.
E sim, sou um servo, um servo de uma jornada de luz, paz e acolhida.
Nunca menospreze aquele que parece-lhe não valer, pois dele virá a força mais pura e necessária para o seu caminhar.

Inserida por CarlosAcero

Eu também gostaria de ter conhecido meu trisavô, gostaria que meu pai me acompanhasse mais um pouco, gostaria sobretudo que Matilde me sobrevivesse, e não o contrário. Não sei se existe um destino, se alguém o fia, enrola, corta. Nos dedos de alguma fiandeira, provavelmente a linha da vida de Matilde seria de fibra melhor que a minha, e mais extensa. Mas muitas vezes uma vida para no meio do caminho, não por ser a linha curta, e sim tortuosa. Depois que me deixou, nem posso imaginar quantas aflições Matilde teve em sua existência. Sei que a minha se alongou além do suportável, como linha que se esgarça. Sem Matilde, eu andava por aí chorando alto, talvez como aqueles escravos libertos de que se fala. Era como se a cada passo eu me rasgasse um pouco, por¬que minha pele tinha ficado presa naquela mulher.

Eu poderia ter o mesmo pai, a mesma mãe, ter freqüentado o mesmo colégio e tido os mesmos professores, e seria uma pessoa completamente diferente do que sou se não tivesse lido o que eu li. Foram os livros que me deram consciência da amplitude dos sentimentos. Foram os livros que me justificaram como ser humano. Foram os livros que destruíram um a um meus preconceitos. Foram os livros que me deram vontade de viajar. Foram os livros que me tornaram mais tolerante com as diferenças.

Mas descobri que foi o príncipe azul, que na verdade era meu pai, que me ensinou a não ter medo de atravessar o rio enorme, profundo, gelado e escuro, da história que inventamos. Dentro da barraca que não é barraca, é lençol preso no teto com fita crepe. Ele me deu a capacidade de sonhar, o resto do mundo agora é comigo.

Inserida por mandinhafranklin

Depois de um certo tempo

Depois de um certo tempo não se diz mais, "meu amigo!", porque tudo quanto era novo tornou-se tão comum que chega a ser trivial qualquer que seja o gesto. Depois de um certo tempo as alegrias não se dispõem mais tão fáceis, porque tudo quanto era riso já foi tão rido que agora a graça das coisas já se tem perdido por aí, ensossa, no meio do que é real. Depois de um certo tempo, é verdade, tudo murcha exacerbadamente. Como que os sentimentos tivessem células e que elas envelhecessem junto com nossa pele. É como se caducassem os sentimentos. E então tudo se dissipa, no que era verbo se vê silêncio, no que se admirava se negligencia, no que era afeto se vê pedra. Pedra, daquelas que não se junta por inutilidade, nem se senta, nem se chuta, nem se vê. Pedra. Como aquelas à beira da estrada, que só são colhidas por quem as quer atirar, tão somente pelo peso que elas têm. Venhamos a convir, depois de um certo tempo, quando se conhece, quando é possível enxergar além da ponta do iceberg, quando o outro se desfia em sua própria verdade, quanto se torna transparente as limitações, fragilidades, as mazelas interiores, quando o que há é um outro eu todo perfurado, é então que se sabe o que é um amigo ou que se percebe se ele existe ou não. Depois de um certo tempo, tudo o que há são queixas aos buracos do outro, mas, já não se os propõe tapar. Depois de um certo tempo, o não-eu [o amigo?], aquele a quem às expectativas se frustraram, torna-se plutão. É, assim, depois de um certo tempo, que se sai da superfície a qual todos parecem viver. É reconhecendo o que há além da ponta do iceberg, e somente sob esta vista, que se pode julgar "amigo", porque esta não é palavra santa, nem pesa-lhe o sagrado, mas não se deveria pronunciar antes de um mergulho, um profundo mergulho. Porque é só depois de um certo tempo que percebemos que somos Narciso, que o que buscamos para as vezes é a nós mesmos, projetados no outro, dispostos, e quando damos conta que o outro é outro, saímos a procura de novos eus, expostos nas vitrines da vida. E contemplamos o raso espaço do pote, o nada de nós mesmos. É bem aí então que se desce um grande embrulho, um problema humano, uma incógnita existencial, é depois de um certo tempo, quando perdemos pelo fluir do mundo ou o pesar da morte, um grande amigo, que nos damos conta que gastamos tanto tempo condenando que não vivemos nada quanto fosse considerado verdadeiramente real. Depois de um bom tempo é que percebemos que podemos até ter um milhão de amigos, mas se não houver mergulho, se não houver profundidade, tudo quanto conhecemos é a superfície, que reflete, por ser água, um pouco da nossa própria imagem, mas não dispõe, ao mínimo que seja, de todo o grande mundo que é a Felicidade, ou ainda, a Verdade.

Depois de um certo tempo, até deus, de si pra si, morreria de solidão.
Onde estão os amigos?

Inserida por mariofrs

Encanto, paixão, amor! Ser pai é algo inexplicável, é se encantar todos os dias com o seu sorriso, é se apaixonar por cada traço que Deus desenhou e é a maior renovação do amor! Ser pai é um encantamento sem fim em uma história sem roteiro, narrada através da melodia do amor e escrita com a mais pura e verdadeira paixão!

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Ter aquilo que temos de valioso nem
sempre e objeto, olha pra novos horizontes significa está vivo ,feliz , amado , agradecido pelas oportunidades que vem ao nosso favor, ter um caminho e nunca mas nunca olhar pra trás , o passado te derrubar de uma forma que pensávamos que não iríamos cair....
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🌼❤️

Inserida por Um_texto_a_cada_dia

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Ao olhar pras estrelas lembrarei de você
(Mas será mesmo que você e minha alma gêmea?)
Ao lembrar seu doce olha ,da sua boca que nunca esquecerei
(Lembrava como tudo era bom e agora tudo se desaba)
E em pesar que tudo começou com um simples oi
(E como pra voce e fácil dizer tchau )
Sempre foi como um conto de fadas e como eu te amava, você era meu mundo
(Apesar dos tempos difíceis, dos ciúmes ao ponto de me trancar , nunca irei esquecer da pessoa em que conheci pela primeira vez)
Como e triste vel@ mudar....
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🌼❤️

Inserida por Um_texto_a_cada_dia

⁠Floresça onde Deus te plantar,ainda que não entenda plenamente porque Ele escolheu esse caminho para você.Deus vai cuidar para que você tenha a força necessária de triunfar,mesmo que voce julgue não ser capaz de enfrentar seus obstáculos.Aceite esse propósito para sua vida porque se vem do Senhor resultará em bençãos,e felicidades.Jamais duvide que está indo no rumo certo,em breve chegará seu momento de triunfar,e de ser muito mais do que vencedor(a)...
Que tudo na sua vida seja igual a vontade de Deus...Bom,Perfeito e Agradável,e com Alegria,pois a Alegria do Senhor a Nossa Força É!!!

Inserida por Adyesanguimaraes1801

- Então Charlie Brow, o que é amor pra você?

- Em 1987 meu pai tinha um carro azul.

- Mas o que isso tem a ver com amor?

- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir. Acho que isso é amor...

PAI ESTEJA COMIGO

Pai sempre que saio em minha moto, me lembro de te pedir pra ir comigo nela. Sei que muitas vezes não mereço que conduza ela pra mim, mas se vier deixar de fazer isso, por favor lhe peço pegue a sua e esteja do meu lado... pois sem ti nas estradas desta vida, a minha queda será certa.

minhas reverências ao grande pai da Economia Clássica ADAM SMITH, o qual escreveu obras tão fascinantes como "A riqueza das nações" em 1776, um visionário nato. um trecho do livro "Não é da benevolência do açougueiro, cervejeiro e do padeiro que espero meu jantar e sim de seus próprios interesses." Adam Smith afirmava que o desenvolvimento econômico é movido pelo interesse individual das pessoas.

Se não fosse os próprios interesses individuais das pessoas em ganhar dinheiro, será que estavam se esforçando para construir tecnologias cada vez mais avançadas para facilitar o trabalho humano? só para o bem estar da sociedade? gastar tempo e dinheiro em pesquisas sem ter a expectativa de obter lucros futuros? Não, não estariam se esforçando se não fosse capaz de ter lucros futuros com as invenções.

Não sei como é ser pai.
Mas deve ser muito desesperador e, ao mesmo tempo abençoado.

Saber que tem pessoas que depende do seu esforço e do seu carinho.
Saber que quando chegar em casa depois de um dia muito cansativo de trabalho.
Tem alguém que está a sua espera.
Obrigado pai. Por você conseguir criar 10 filhos. Mesmo com dificuldades no dia a dia. Nunca nos deixou faltar um pão.
Quando eu crescer quero ser igual ao senhor. Te amo.
Feliz Dia dos Pais, pro meu e pro seu que acabou de ler essa mensagem.

HOMI NUM CHORA

Hoje aqui, oiando pra vancê meu pai,
To me alembrando quanto tempo faz
Que pela primeira vez na vida, eu chorei.
Não foi quando nasci pru que sei que vim berrando...
E disso ninguém se alembra, não.
Foi quando um dia eu caí...levei um trupicão,
Eu era criança. Me esfolei, a perna me doeu,
Quis chora, oiei pra vancê, que esperança.
Vancê não correu pra do chão me alevanta.

Só me oiô e me falô:
Que isso, rapaz ? Alevanta já daí...
HOMI NÃO CHORA.
Aquilo que vancê falô naquela hora,
Calou bem fundo,
pru que vancê era o maió homi do mundo.
Não sabia menti nem pra mim nem pra ninguém...
O tempo foi passando...cresci também...
Mas sempre me alembrando..

HOMI NÃO CHORA. Foi o que vancê falô.
O mundo foi me dando os solavanco,
Ia sentindo das pobreza os tranco...
Vendo as tristezas vorteá nossa famía,
E as vêiz as revorta que eu sentia era tanta,
Que me vinha um nó cego na garganta,
Uma vontade de gritá...berrá, chorá...mas quá..
Tuas palavra, pai, não me saía dos ouvido..

HOMI NÃO CHORA
Intão, mesmo sentido, eu tudo engolia
E segurava as lágrima que doía...
E elas não caía, nem com tamanho de quarqué uma dô...

Veio a guerra de 40...e eu tava lá...um homi feito,
Pronto pra defendê o Brasí.
Vancê e a mãe foram me acompanhá pra despedi.
A mãe, coitada, quando me abraçô, chorô de saluçá.
Mas, nóis dois, não.
Nóis só se oiêmo, se abracêmo e despedimo
Como dois HOMI. Sem chorá nem um pingo.
Ah, me alembro bem... era um dia de domingo.

Também quem é que pode esquecê daquele tempo ingrato?
Fui pra guerra, briguei, berrei feito um cachorro do mato,
A guerra é coisa que martrata..
Fiquei ferido... com sodade de vancês...escrevi carta
Sonhei, quase me desesperei, mas chorá, memo que era bão
Nunca chorei...
Pruque eu sempre me alembrava daquilo que meu pai falô:

HOMI NÃO CHORA.
Agora, vendo vancê aí...desse jeito...quieto..sem fala,
Inté com a barbinha rala, pru que não teve tempo de fazê..
Todo mundo im vorta, oiando e chorando pru vancê...

Eu quero me alembrá...quero segurá...quero maginá
Que nóis dois sempre cumbinemo de HOMI NÃO CHORÁ...
Quero maginá que um dia vancê vorta pra nossa casa
Pobre... e nóis vai podê de novo se vê ansim, pra conversá

Intão vem vindo um desespero, que vai tomando conta..
A dô de vê vancê ansim é tanta...é tanta, pai,
Que me vorta aquele nó cego na garganta e uma lágrima
Teimosa quase cai..

Óio de novo prôs seus cabelo branco...e arguém me diz
Agora pra oiá pela úrtima vez..que ta na hora de vancê
Embarcá.

Passo a minha mão na sua testa
Que já não tem mais pensamento....
E a dô que to sentindo aqui dentro,
Vai omentando...omentando, quage arrebentando
Os peito...e eu não vejo outro jeito senão me descurpá.

O sinhô pediu tanto pra móde eu não chorá..
HOMI NÃO CHORA... o sinhô cansô de me falá...mas, pai,
Vendo o sinhô ansim indo simbora...me descurpe, mas,
Tenho que chorá.

"As flores nascem e depois murcham... as estrelas brilham, mas algum dia se extinguem.... comparado com isso, a vida do homem não é nada mais do que um simples piscar de olhos, um breve momento. Nesse pouco tempo, as pessoas nascem, riem, choram, lutam, são feridas, sentem alegria, tristeza, odeiam alguém, amam alguém. Tudo isso em um só momento." -

Às vezes somos possuídos por uma sensação de tristeza que não conseguimos controlar,
dizia ele. Percebemos que o instante mágico daquele dia passou, e nada fizemos. Então,
a vida esconde sua magia e a sua arte.



Existem muitas maneiras de se cometer suicídio. Os que tentam matar o corpo ofendem a lei de
Deus. Os que tentam matar a alma também ofendem a lei de Deus, embora seu crime seja menos
visível aos olhos do homem.

Aquele que é sábio, só é sábio porque ama. E aquele que é tolo, só é tolo porque pensa que pode entender
o amor


O amor é cheio de armadilhas. Quando quer se manifestar, mostra apenas a sua luz – e não nos permite ver as sombras
que esta luz provoca.

“Ridículo”, penso comigo mesma. “Não existe nada mais profundo que o amor. Nos contos infantis, as princesas beijam os sapos e eles se transformam em príncipes. Na vida real, as princesas beijam os príncipes e eles se
transformam em sapos.”



– Certas pessoas vivem brigadas com alguém, brigadas consigo mesmas,
brigadas com a vida. Então, elas começam a criar uma espécie de peça
de teatro na cabeça delas, e escrevem o roteiro de acordo com suas frustrações.
– Eu conheço muita gente assim. Sei do que está falando.
– O pior, porém, é que elas não podem representar esta peça de teatro
sozinhas – continua. – Então começam a convocar outros atores.
...
“A agressividade deste senhor era visível, foi fácil evitar que contracenássemos.
Outras pessoas, entretanto, nos ‘convocam’ quando começam a se comportar como vítimas, reclamando das injustiças da vida, pedindo para que a gente concorde, dê conselhos, participe.”
...
– Cuidado – disse. – Quando se entra neste jogo, sempre se sai perdendo.



E admiro a luta que está travando contra seu coração.



– Um sujeito encontra um velho amigo – que vive tentando acertar na vida, sem resultado. “Vou ter que dar uns trocados para ele”, pensa. Acontece que, naquela noite, descobre
que seu velho amigo está rico, e veio pagar todas as dívidas que havia contraído no decorrer dos anos.
Vão até um bar que costumavam freqüentar juntos, e ele paga a bebida de todos. Quando lhe indagam a razão de tanto êxito, responde que até dias atrás estava vivendo o Outro.
– O que é o Outro? – perguntam.
– O Outro é aquele que me ensinaram a ser, mas que não sou eu. O Outro acredita que a obrigação do homem é passar a vida inteira pensando em como juntar dinheiro para não morrer de fome quando ficar velho. Tanto pensa, e tanto faz planos, que só descobre que está vivo quando seus dias na Terra estão quase terminando. Mas aí é tarde demais.
– E você, quem é?
– Eu sou o que qualquer um de nós é, se escutar seu coração. Uma pessoa que se deslumbra diante do mistério da vida, que está aberta aos milagres, que sente alegria e entusiasmo pelo que faz. Só que o Outro, com medo de decepcionar-se, não me deixava agir.
– Mas existe sofrimento – dizem as pessoas no bar.
– Existem derrotas. Mas ninguém escapa delas. Por isso, é melhor perder alguns combates na luta por seus sonhos que ser derrotado sem sequer saber por que você está lutando.
– Só isto? – perguntam as pessoas no bar.
– Sim. Quando descobri isto, acordei decidido a ser o que realmente sempre desejei. O Outro ficou ali, no meu quarto, me olhando, mas não o deixei mais entrar – embora tenha procurado me assustar algumas vezes, me alertando para os riscos de não pensar no futuro.
“A partir do momento em que expulsei o Outro da minha vida, a energia Divina operou seus milagres.”



– Já amei antes.
Amar é como uma droga. No começo vem a sensação de euforia,
de total entrega. Depois, no dia seguinte, você quer mais.
Ainda não se viciou, mas gostou da sensação, e acha que
pode mantê-la sob controle. Pensa na pessoa amada durante
dois minutos e esquece por três horas.
“Mas aos poucos, você se acostuma com aquela pessoa, e passa a
depender completamente dela. Então pensa por três horas, e esquece
por dois minutos. Se ela não está perto, você experimenta as mesmas
sensações que os viciados têm quando não conseguem a droga. Neste momento,
assim como os viciados roubam e se humilham para conseguir o que precisam,
você está disposto a fazer qualquer coisa pelo amor.”



a Verdade sempre está onde existe a Fé.




“Se a dor tiver que vir, que venha rápido”, eu disse. “Porque tenho uma vida pela frente, e preciso usá-la da melhor maneira possível. Se ele tem que fazer alguma escolha, que faça logo. Então eu o espero. Ou o esqueço.
“Esperar dói. Esquecer dói. Mas não saber que decisão tomar é o pior dos sofrimentos.”


Durante anos eu lutara contra meu coração, porque tinha medo da tristeza,
do sofrimento, do abandono. Sempre soubera que o verdadeiro amor
estava acima de tudo isto, e que era melhor morrer do que deixar de amar.
Mas achava que apenas os outros tinham coragem.
E agora, neste momento, descobria que eu também era capaz.
Mesmo que significasse partida, solidão, tristeza,
o amor valia cada centavo do seu preço.




– Você acha que vai chegar o momento certo? – perguntou.
Eu sabia do que estava falando. Levantei, e fui sentar-me na beira de sua cama.
A brasa do cigarro iluminava seu rosto de vez em quando. Ele segurou minha mão, e estivemos assim por alguns instantes. Então acariciei seus cabelos.
– Você não devia perguntar – respondi.
– O amor não faz muitas perguntas, porque,
se começamos a pensar, começamos a ter medo.
É um medo inexplicável, nem adianta tentar traduzi-lo em palavras.
“Pode ser o medo de ser desprezada, de não ser aceita,
de quebrar o encanto. Parece ridículo, mas é assim. Por
isso não se pergunta – se faz. Como você mesmo já disse
tantas vezes, se correm os riscos.”



– Eu sei. Nunca perguntei antes.
– Você já tem meu coração – respondi, fingindo não haver
escutado suas palavras. – Amanhã pode partir, e lembraremos
sempre o milagre destes dias; o amor romântico, a possibilidade, o sonho.
“Mas eu acho que Deus, em sua Infinita sabedoria, escondeu o
Inferno no meio do Paraíso. Para que estivéssemos sempre atentos.
Para não nos deixar esquecer da coluna do Rigor enquanto vivemos a alegria da Misericórdia.


Eu estava surpresa com o que havia dito. Mas, se você aceita que sabe, termina realmente sabendo.



O amor sempre faz besteiras...


sonhos dao trabalho...

O Poeta da Roça

Sou fio das mata, cantô da mão grosa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô

Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá

Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito

Pra ser sincero eu não espero de você mais que educação
Beijos sem paixão crimes sem castigo aperto de mãos
Apenas bons amigos
Pra ser sincero eu não espero que você minta
Não se sinta capaz de enganar
Quem não engana a si mesmo
Nós dois temos os mesmos defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos
Pra ser sincero eu não espero de vc mais que educação
Beijos sem paixão crimes sem castigo
Aperto de mãos apenas bons amigos
Pra ser sincero não espero que vc me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma ao diabo
Um dia desses num desses encontros casuais
Talvez a gente se encontre
Talvez a gente encontre explicação
Um dia desses num desses encontros casuais
Talvez eu diga minha amiga
Pra ser sincero prazer em vê-la
Até mais
Nós dois temos os mesmos defeitos
Sabemos tudo a nosso respeito
Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não dexam suspeitos