Texto eu Amo meu Namorado
eu cresci ouvindo duas vozes.
uma dizia: abaixe a cabeça.
a outra perguntava: até quando?
•
no começo, obedeci.
porque ensinaram que ser boa
era o mesmo que não incomodar.
que ser certa
era não querer mais do que te dão.
e eu quis.
quis tudo.
quis entender o que havia em mim
que doía mesmo quando tudo estava calmo.
quis saber se a fé podia existir sem promessa.
se era possível amar sem se oferecer em sacrifício.
•
foi assim que aprendi a diferença entre culpa e chamado.
culpa grita quando você se escolhe.
chamado sussurra quando você esquece de si.
•
tem gente que ouve Deus nas igrejas.
eu ouvi dentro de mim.
no dia em que parei de fingir que tava tudo bem.
no dia em que parei de repetir o nome dos outros
como se fosse meu.
•
não me tornei melhor.
me tornei honesta.
com a raiva.
com o medo.
com a sede de parar de agradar
quem nunca teve fome de mim.
•
há quem diga que a vida é sobre encontrar paz.
mas ninguém avisa que, às vezes,
a paz é barulhenta.
ela chega quebrando os móveis
onde você guardava a versão que os outros aceitavam.
•
no fim, eu entendi:
o inferno não são os outros.
é a tua própria voz
cada vez que você se cala pra caber.
e o céu?
o céu talvez seja esse instante exato
em que você decide nunca mais se explicar.
—
Juliana Umbelino
#Literatura #AmoLer #Leitora #Leitura
Quem és tu?, que em pensamentos perdidos,eu vós a encontro,
Perdido em teus olhos, sem rumo, sem retorno
Afogo-me na onda do teu olhar suave,
Tua mão que desejo, em minha pele, a ser gravada,
Sou tua sombra, em sussurros a pulsar,
Corpos no escuro, juntos no vibrar do amor.
Na noite escura, lê vejo dançar,
E em cada passo, meu coração a acalentar.
Lembranças de beijos, ecoam em mim,
Em teu abraço, perdido esse sentimento parece não ter fim
Quem és tu? Onde estás? Em que lugar?
No mistério da noite, teu nome a ecoar em minha mente e mim a murmurar,
Quem és tú?, que meu pensamento vira um melodia, cada vez que. Imagino sinto saudades de teu abraço apertado e carinhoso,
Quem és tu?, que cerca meu coração em luz, essa luz que uma vez fostes escuridão profunda,
Perdido em pensamento, porque vós me fazer-tez sentir mais forte, uma imagem sua me dar forças e me faz superar minha escuridão profunda,
QUEM ÉS TU?
Numa dança de emoções eu me vejo
Entre o querer e o temer, eu me vejo preso,
Em teus olhos, olhos como um farol, tua voz que e ecoa como um canto
Que me guiam num caminho que não vejo
Queima a chama do meu coração
Nesse jogo onde a paixão e um leão
Tentação que me consome, que me seduz
Entre a razão e a loucura, me conduz
Não há disfarce que resista ao teu olhar
És o fogo que me incendeia, sem cessar
Quero apostar toda a força do meu amor
Neste duelo onde o desejo é senhar com nosso futuro
Vou até o fim, mesmo que me machuque
Pois contigo, cada dor se reduz a um a uma pequena fração do que realmente foi
Queimando, sem cessar
Até que reste apenas o calor do nosso amor.
Eu sou
Eu sou o sussurro que paira antes do grito,
o silêncio que dança nas frestas do tempo.
Eu sou a lâmina sem fio que corta o que não se pode tocar,
o olhar que não se dobra, mesmo diante da luz.
Eu sou o passo que não ecoa,
mas faz tremer o chão.
Sou a sede que não se sacia,
o caminhar sem destino,
a fome sem nome.
Sou a palavra que se nega a ser dita,
o desejo que não cabe em desejo.
Sou o rastro invisível deixado em corações que jamais saberão meu nome.
Eu sou o erro e o acerto,
o meio sem bordas,
o abraço que aperta sem tocar.
Sou quem molda a si mesmo a cada respirar,
sem roteiro,
sem permissão,
sem plateia.
Eu sou aquele que dança com as sombras,
não por medo da luz,
mas por amar a textura do escuro.
Aquele que colhe o que não plantou,
e semeia em terrenos onde ninguém ousa pisar.
Eu sou a chama que não arde,
o frio que não gela,
o toque que não acaricia...
mas marca,
finca,
mora.
Sou o que nunca se cansa,
mas finge cansaço só para sentir o gosto do repouso que nunca vem.
Sou o viajante sem mapa,
o traço sem desenho,
o verbo sem tempo.
Eu sou.
E por ser, não peço licença.
Apenas respiro...
E no meu respirar,
o mundo aprende a conter o fôlego.
A Trindade do Eu
No centro onde o nada é proibido,
Ergue-se o trono do ser incontido.
Ali reina aquele do meio, verbo e sentença,
A mão que molda, o olhar que dispensa.
Na sombra à direita, o silêncio respira,
Frio como aço, sussurro que delira.
É a mente que nunca vacila,
Que lê o caos, destrincha e destila.
Olhos de cálculo, voz sem paixão,
Diz: “Aqui há padrão, aqui há razão.”
Nenhum suspiro escapa despercebido,
O que está à direita vê o invisível escondido.
Mas à esquerda... ah, à esquerda há fogo,
Labaredas que dançam, desejo sem rogo.
É o faminto, o ardente querer,
Que ama, que odeia, que vive pra ter.
Risos quebrados, pupilas em chamas,
Quer tudo, devora, acende mil tramas.
Se o que está à direita mede, o da esquerda quer possuir,
Transforma em fascínio até o que é porvir.
E então, no meio, aquele se ergue,
O Juiz, o Criador, aquele que segue.
Recebe dos lados o dado, o desejo,
E cria o caminho, o mundo, o ensejo.
Não ama, não teme, não sofre, não chora,
Ele escolhe quem vive, quem some, quem mora.
O da direita aponta, o da esquerda quer incendiar,
Mas é o do meio quem decide... quem faz colapsar.
Três em um. Um em três.
O da direita, o da esquerda, e o do meio a comandar,
A dança do Eu, o fluxo a pulsar.
Aqueles se ajoelham, imploram, suplicam...
Mas só o do meio… decide quem fica.
I. a parte em que ninguém percebe
há dias em que o mundo continua ~
mas eu não.
eu me arrasto dentro da roupa.
cumpro compromissos como quem finge
ainda habitar o próprio nome.
me sento onde sempre me sentei,
mas algo em mim não chega.
o corpo levanta,
mas não comparece.
•
há horários que evito.
nomes que pulo.
itens na gaveta que não toco há meses.
não é superstição.
é autodefesa.
ninguém entende.
porque continuo funcionando.
mas já não pertenço à máquina.
•
II. a parte que só eu escuto
há um som que só eu ouço.
não é voz,
não é memória,
não é aviso.
é uma frequência baixa
que vibra quando tudo está em silêncio.
uma presença que não se mostra,
mas me atravessa.
me obriga a manter as janelas fechadas,
a não reorganizar os móveis,
a conservar os espaços como estavam
no dia anterior ao que nunca mais passou.
•
não estou esperando nada.
mas também não fui.
é isso que ninguém entende:
o não ir.
o continuar por engano.
o viver como quem segura a respiração
no fundo da piscina
sem saber se ainda é possível subir.
•
III. a parte em que eu entendo
as coisas não melhoram.
elas se adaptam.
e chamam isso de cura.
eu aprendi a conversar sem falar.
a sorrir sem acionar músculo.
a dormir com a sensação
de que algo ainda respira ao lado.
talvez seja eu.
talvez não.
mas sigo deitada.
olhando pro teto
como quem espera uma explicação
que não chega.
•
e então amanhece.
como se nada tivesse acontecido.
como se meu corpo não estivesse carregando
o peso exato
do que ninguém ousa perguntar.
e eu levanto.
porque a vida, ao contrário da morte,
não precisa pedir permissão pra continuar.
Juliana Umbelino • O Luto Sou Eu
#LeitoraVoraz #Luto #Sentimentos #Lar #LiteraturaBrasileira
Eu não acredito…
Que quem escuta calado, aceita.
Que quem discute, não aceita.
Que o que parece, é.
Que o silêncio é conformismo.
Que palavras são sempre mentiras.
Que atitudes são sempre intencionais.
Eu acredito…
Na minha intuição.
No que eu sinto —
o bom, o ruim,
o que vem de dentro pra fora.
No desabrochar dos sentimentos
que me revelam a verdade.
Acredito na vida,
na experiência,
e principalmente —
acredito em mim.
Eu me sinto um lixo
sempre escolho atalhos
pra não encarar o erro.
Gosto do silêncio,
porque eu falhei no barulho das relações.
Quando a dor aperta,
eu me escondo em comprimidos.
Se aperta demais,
eu penso em ir embora de vez.
Me saboto
sou meu inimigo íntimo,
que só quer me deixar sem saída.
E penso:
se eu sumir, talvez seja um alívio.
Pra mim.
Pra eles.
Pra todo mundo que ainda se importa
(mais do que eu mereço).
Devo continuar?
Ou já desisti sem saber?
Se eu parar agora, será autossabotagem?
Ou apenas exaustão disfarçada de escolha?
Eu gosto do que faço.
Mas por que é tão difícil?
Por que parece que o mundo
sempre quer mais do que eu posso dar?
Ser bom não basta.
Ser bom não paga as contas,
não abre portas,
não põe comida na mesa.
Preciso de mais.
Mais resultados, mais reconhecimento,
mais do que apenas um "você está indo muito bem".
Investir... ou desperdiçar meu tempo?
Essa pergunta me assombra como uma sombra.
Qual é o meu valor?
Será que eu tenho um?
Às vezes sinto que não tenho.
Às vezes sinto que sou apenas mais uma pessoa
tentando parecer inteira
com pedaços mal se segurando.
Mas eu não quero voltar.
De volta àquele lugar escuro,
frio e sem rumo.
Com medo de quê?
De fracassar? De ter sucesso?
De me olhar no espelho
e não saber quem eu sou?
Eu não sei.
Mas eu ainda estou aqui.
E talvez...
talvez seguir em frente
seja o grito mais alto que eu possa dar.
"Maldita família. Maldita hora que eu acreditei que amor podia ser casa."
Maldita hora em que eu achei que família era abrigo.
Que amor era mais forte que o sangue frio.
Que talvez, só talvez, alguém fosse me olhar e me ver.
Mas tudo que vi foi silêncio.
Tudo que senti foi peso.
Tudo que me deram foi um nome que não era meu e um destino que já vinha marcado de dor.
Eu era uma criança sem lar,
e me deram um teto com paredes que sufocavam. Me chamaram de filha, senhora, erro, confusão. Me olharam como problema, me moldaram como boneco.
E eu gritei — por dentro.
Eu chorei — sem som.
Eu vivi — escondido.
Porque se eu mostrasse quem eu era, eles iam me quebrar mais ainda.
Deus?
Se tá ouvindo, sabe:
eu não pedi isso.
Eu só queria um canto no mundo que não doesse tanto.
Mas o mundo me deu aço.
Então eu virei lâmina.
Maldita seja essa ideia de lar.
Porque quando eu fui atrás de amor,
me deram prisão.
E agora…
sou eu que construo meu próprio nome.
Meu próprio chão.
Meu próprio inferno — e minha própria saída.
Carta de Desabafo
Você sabe… eu nunca pensei que precisaria escrever isso.
A gente abre a porta da casa, mas principalmente a do coração. Acredita, confia, entrega… E quando é amizade de verdade, não há medo, não há testes. Só que algo dentro de mim, não sei explicar, pediu silêncio e atenção. Então fiz algo pequeno — deixei um pote com dinheiro sobre a mesa. Saí cedo, como sempre, para comprar pão. Uma rotina comum… em uma casa que já não era só minha, era nossa.
E quando voltei, o pote tinha sido mexido.
Não foi só o dinheiro que sumiu. Foi a confiança que escorregou pelos dedos. Foi a imagem que eu tinha de você que desmoronou sem fazer barulho. No corredor, ouvi passos — passos que sempre reconheci, mas naquele dia soaram diferentes. Não eram de amigo. Eram de alguém que rastejava… como quem foge depois de fazer algo errado.
E ali, parado no meio da casa, eu entendi. E doeu.
Doeu mais do que eu esperava. Não pelo que foi levado, mas pelo que foi quebrado. E o pior… eu calei. Não disse nada. Decidi observar. Esperei. Mas cada dia que passou depois disso só afundou mais a mágoa dentro de mim. Porque o silêncio também fala, e o seu silêncio me disse tudo.
Fico aqui tentando entender: em que momento a amizade virou interesse? Quando foi que meu carinho virou descuido? Será que fui ingênuo? Ou será que você nunca esteve por inteiro?
Hoje eu escrevo não pra cobrar, nem pra confrontar. Escrevo porque preciso tirar isso de dentro de mim. Porque o que dói não é o que foi levado da mesa… é o que foi arrancado do meu peito.
Espero que um dia você entenda o peso do que fez. E que saiba: mesmo decepcionado, eu ainda torço pra que você aprenda. Porque quem trai por tão pouco… vive perdendo o que tem de mais valioso.
Mas eu? Eu sigo. Com menos gente por perto, talvez. Mas com mais verdade nos olhos.
— Hercules Matarazzo
Eu me chamo saudade
Vem quando menos esperamos,
bate com força no peito,
entra sem ao menos pedir permissão.
Mexe em nossas memórias,
navega em nossos pensamentos,
se afunda em nossa solidão.
Assopra como o vento,
levantando todos os sentimentos,
que um dia estiveram no chão.
Desnorteada vaga nas lembranças,
em seu caminho encontra momentos,
vestígios de uma antiga paixão.
Enquanto a cidade dorme
Eu acordado.
A madrugada é minha companheira
A mente repleta de pensamentos
Que fervilham
Como um vulcão,
Não durmo desde terça-feira
O corpo cansado
Tudo é tão difícil
Se pelo menos você
Tivesse aqui comigo.
O que me resta é só a poesia
E nela te escrevo
Como uma última lembrança.
Quem é a garota do abismo, uma artista? uma maluca?, alguem que só esta tentando?, bom eu sei e não sei quem sou, eu realmente sou uma artista, eu pinto quadros, escrevo poesia, e faço o mundo ter mais graça, porem eu tambem devo ser uma maluca, quem sabe quem é verdadeiramente são hoje em dia?, bom eu não faço ideia.
Sei que a garota do abismo é uma mulher forte e ao mesmo tempo uma mulher fragil, uma mulher feliz e uma mulher triste, Essa sou eu, a mais genuína verdade.
Raiva, oque fazer com ela, eu viro uma bomba relógio, e quando o timer chegar no final, levo todo mundo pro ralo?
Eu dou uma coça? uma surra? uma sova? uma pancada?
todas essas palavras sugerem o mesmo, mostrar que nem tudo é preto no branco e nem tudo é escuro no claro mas sim que tudo que se planta, colhe.
Eu quero, eu posso, eu consigo.
Sempre falo que as facilidades e as dificuldades da vida são apenas uma mera questão de observação sobre a situação apresentada.
Você pode ocasionar, vivenciar, sofrer todos os tipos de situação. Agora potencializar essas situações ou diminuí-las depende de você.
Lhe pergunto, como você encara seus problemas, quais as soluções que você busca para resolvê-los?
Ora, você consegue, você tem as ferramentas necessárias para a solução de suas dificuldades, acredite nisso.
Se eu lhe perguntasse: Você consegue correr uma maratona hoje? Talvez sua resposta fosse NÃO.
Se você quiser correr esta maratona você terá que estabelecer objetivos, metas, e ter foco.
Imaginemos que para este objetivo você estabeleça um prazo de dois anos. E, como meta, nos primeiros meses treinando de duas a três vezes por semana, você buscará sempre aumentar a distância percorrida. Ora, no começo, as dificuldades ocasionadas pela inércia anterior, serão seus maiores inimigos. Mas, com o esforço, você começará a sentir melhoras em seu condicionamiento e começará a acreditar mais em si mesmo. Acredito que com este trabalho constante, você atingirá seu objetivo.
Não perca o foco. Se perdê-lo, voltará a estaca zero. Lembre-se que para cada conquista, terá que fazer uma renúncia.
Se você quer passar em um concurso, terá que sacrificar horas de lazer para substituí-las pelo estudo. Sem esforço, não há resultado.
Em todas as dificuldades que passamos, podemos fazer uma autorreflexão: O que estou fazendo para resolver o meu problema? Como estou vendo a situação que estou passando? Será que estou certo ou errado em minha postura? Se estou certo, por que está dando errado? E se estou errado, o que devo fazer para consertar o erro?
As ferramentas estão com você. Não espere que as soluções brotem do nada, não dependa somente das decisões alheias, corra atrás de seus objetivos e sonhos.
Movimente-se o universo não aceita estagnação.
Você quer, você pode, você consegue.
Ilumine seu dia.
Tenha dias de paz.
Pense. Reflita.
Ter. Desejar. Fantasiar.
Quisera eu poder realizar todos os meus sonhos e fantasias.
Seria eu para mim, uma espécie de Deus, pois a tudo dominaria. Para que imaginar sofrer, para que viver as preocupações dos mortais, e por que não me entregar aos desejos que estão nos recônditos da alma.
Desejos e fantasias se digladiam com a realidade. Esta sim, física, com peso, recheada com o resultado de nossas reais ações nos remete à nossa significância ou seu antônimo. Faz criar o confronto entre o que somos e o que desejamos, nos anima e nos adoece, nos fortalece e nos enfraquece. Enfim, desnuda-nos perante nós a realidade de nossas realizações.
Quiçá pudéssemos tirar deste triunvirato composto pelo ter, desejar e fantasiar, aquilo que melhor nos convêm. Mas, isso também seria uma ilusão, um desejo frágil, uma utopia quem sabe deletéria.
Se o canto da sereia nos enfeitiça o estrondoso som do despertador nos acorda para a vida. Sim, temos uma vida e esta deve ser feita e realizada no plano real.
Nosso cotidiano cercado de todas as situações e abjeções possíveis nos remete a glorificação e amplificação dos desejos e destas advém as fantasias. Pois sentimo-nos frágeis ante as diferenças e as muralhas humanas que criamos para nos separar de nós mesmos, e neste cenário as utopias aparecem como um bote salva-vidas trazendo alento as nossas fraquezas ante o mundo em que vivemos.
De forma quixotesca lutamos ferozmente contra os gigantes criados por nós no mundo dos vivos. Padece-nos a realidade e nos entregamos a fraqueza de nossas certezas.
Oxalá um dia colocássemos a consciência no lugar da consciência, pois somente assim teríamos a chave de nossa própria prisão.
Se a realidade nos impacta é porque ela é sólida e ela não ouvirá nossas lamúrias. Nossos lamentos são somente isso, lamentos. Gritos de uma frágil inação que não deveria sequer existir a quem vive entre os sólidos.
Vivemos buscando o paraíso após fazer dele o inferno. Por isso sempre buscamos algo além de nossa realidade.
As fantasias que criamos no mundo da imaginação, neste mundo idílico, repleto de luz e as vezes escuridão. Neste mundo soberano do qual somos, deixamos a nossa imaginação fluir e nos entregamos as nossas fantasias, vícios e virtudes. Pois cercado pela barreira do próprio pensamento que vagueia no mundo imaterial, sentimo-nos protegidos para sermos quem devemos ser. Neste mundo, de ilusões e fantasias, criamos as formas e os meios para que sempre possamos nos sobressair, somos o herói e o bandido deste universo criado em nossa mente.
Desejar é parte inerente do ser humano, pois, a todo momento desejamos algo melhor ou algo a mais. Ouso dizer que o desejo é mola propulsora para a realização das diversas coisas que permeiam o nosso ser. O desejo ronda nossa alma e em sentido mais amplo, faz parte de nossas ações cotidianas. Ora, desejar o bem, desejar algo, desejar impor suas opiniões, são apenas alguns dos exemplos no qual identificamos a ação de desejar.
Mas, além do desejo e da fantasia, há o que realmente somos, onde realmente estamos. Aqui, para muitos a frase: “mundo cruel” ganha forma.
O mundo que vivemos é sólido e não flutua. O mundo que criamos com base no mundo real, este sim bambeia ao sabor de nossas ações, e é aí que o ser humano entra em total desacordo com o triunvirato que o governa.
Nosso ser tem como componente o resultado de nossas ações e nossas perspectivas acerca dos fatores adversos que nos cercam. A forma de agir sempre será preponderante para determinar o paraíso e o inferno em que nos estabeleceremos.
Gostar de uma fruta é diferente de desejar a árvore que a dá. No plano real, eu posso saborear e desfrutar do doce sabor de uma fruta, no campo do desejo eu posso desejar ter a árvore que da a fruta, e no campo da fantasia eu posso ter um pomar desta fruta. Qual irá aplacar de imediato a minha vontade? Qual será a real? Ora, eu posso neste exemplo idealizar a minha fantasia e o meu desejo, porém vários serão os fatores adversos que poderão ocorrer para que tais não se concretizem. Trabalhar é real, desejar e fantasiar são etéreos.
Viva a ação, viva o presente, já que nada existe além dele.
Graça e paz.
Razão e Luz.
Massako 🐢
Escolhas que nos Escolhem
Não fui eu quem escolheu a arte,
foi ela que pousou em minhas mãos,
com tintas, traços e verdades
fez morada no meu coração.
Não fui eu quem buscou a leitura,
foi o livro que abriu seus olhos pra mim,
em cada página, uma cura,
em cada história, um recomeço sem fim.
Não fui eu quem achou a canção,
foi a música que ouviu meu silêncio,
e transformou em vibração
tudo aquilo que eu nem sei se penso.
A arte nos vê por dentro,
a leitura nos acolhe com calma,
a música toca o tempo
e canta o que vive na alma.
Elaine Paula Silvestre
Quem sou eu para escrever o que escrevo?
Escrevo há vinte anos. Para jornais, para sites, para quem quiser ler.
Há quinze anos, vivenciei a prática: atuei em associações culturais, comunitárias, presidi grêmio estudantil, estive em movimentos sociais — inclusive na luta LGBT — e comuniquei, com voz firme, em rádio comunitária.
Trago na pele e na palavra a marca das experiências políticas e ideológicas que atravessam minha existência desde sempre.
Tenho 38 anos de vida. E esta é, talvez, minha maior formação.
Sou inquieto. Busco, pesquiso, observo, anoto.
Gosto do que é difícil de compreender — não por vaidade, mas por necessidade. Porque há beleza no que exige mais da mente e do sentir.
Não temo a sombra: ela é natural.
Não fujo do vazio ou do silêncio: convivo com eles. E sei que são territórios que só os corajosos atravessam sem desviar os olhos do espelho.
O que escrevo nasce disso tudo.
Da coragem de pensar.
Do risco de sentir.
Da ousadia de encarar o que muitos evitam.
" Talvez eu devesse tentar
mais uma vez,
insistir
ouvir quem sabe outro não
a vida tem mostrado
que não é interessante correr atrás de coisas difíceis, impossíveis
mas que fazer se sou assim determinado
insensato
quando a procura é por algo
que não sei
resta tentar e tentando vou vivendo
buscando o que acho que é meu
esteja onde estiver...
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