Texto em verso
Verso versos verso verbos
Querer,fazer
Saber,ter
Se em um universo ao inverso eu viver,o que irei ver?
Presente futuro passado
Passando o passado o futuro é presente
Talvez diferente...
Versos dispersos
Imersos
Diversos transversos
Universo perverso
Controverso
Porém absterso
Ter,haver
Ser,saber
Sendo gerúndio
Particípio passado
Sido
Infinitivo ser
Poema imprudente?
Anteriormente
Inconsequente?
Congruente mas decente!
Versos verbos
E no verso...
O remetente
' A CADA AMANHECER '
Você é o verso mais lindo de amor
que na noite eu Componho
És de amor, meu mais belo sonho.
Está Sempre presente onde quer que eu vá
Como raios de sol em minha vida brilhar
teu cheiro é suave como maçã,
é a nota musical, que compõe
minhas manhãs !
Tudo que mais anseio é sua alma
mesclada na minha !
És a minha flor de esperança,
a me trazer mais alegria.
uma vida repleta de sonhos
Nunca uma vida vazia.
Não desistir é a meta; pois o
amanhã é sempre um novo dia !
Você é a luz do sol que ilumina meu viver
És a flor preciosa do "bem- me -quer"
Para sempre "meu - bem - querer"
A cada despertar, quando os raios do sol
Começa a nascer;
é em ti que penso, a cada amanhecer !
Na vasta página em branco, o verso floresce,
Literatura é a dança da alma que enaltece.
Palavras se entrelaçam, sonhos ganham asas,
Nas letras, mundos se criam, emoções trespassam.
Autores tecem tramas com tinta e papel,
Com rimas e metáforas, fazem do mundo um bordel.
A literatura é a lente que revela a verdade,
Nas entrelinhas, segredos de toda a humanidade.
No aconchego de um livro, encontramos refúgio,
Nas histórias, vivemos cada desafio e subterffúgio.
Da poesia ao romance, do drama à comédia,
Literatura é o espelho da nossa própria ideia.
E assim, as páginas viram janelas para o infinito,
Onde mente e coração se entrelaçam, bendito.
Na magia das letras, encontramos consolo,
A literatura é o farol que ilumina nosso solo.
Como um fantasma
Verso 1:
No meio da multidão
Eu me sinto um fantasma
Meus sentimentos são ignorados
E ninguém me dá uma chance
Passo despercebido, sem ser notado
Como se não existisse, sou rejeitado
Ninguém parece se importar
Com o que tenho a dizer, com o que quero compartilhar
Refrão:
Sou como um fantasma, invisível aos olhos
Ignorado, deixado de lado
Ninguém para e me escuta
Sigo em frente, como uma alma perdida
Verso 2:
É como se eu estivesse gritando em silêncio
E ninguém ouvisse minha voz
Meus pensamentos são silenciados
E assim eu sigo, sem direção, sem apoio
Sinto-me só, mesmo rodeado de pessoas
Que passam por mim como se eu não estivesse lá
Ninguém se importa com o meu coração
E isso me traz uma profunda solidão
Refrão:
Sou como um fantasma, ignorado e esquecido
Cercado por uma multidão vazia
Ninguém olha nos meus olhos
Sigo em frente, como um espectro perdido
Verso 3:
Às vezes me pergunto se alguém se importaria
Se eu sumisse, desaparecesse sem deixar rastros
Se alguém sentiria a minha falta
Ou se seria apenas mais um rosto ausente
Sinto-me como um fantasma, flutuando na multidão
Ninguém se importa com o que está dentro de mim
É como se eu fosse uma sombra a passar
Sem nunca ser notado, sem jamais ser chamado
Refrão:
Sou como um fantasma, isolado e esquecido
Ninguém percebe a minha alma silenciosa
Sigo em frente, deixando apenas vestígios
De um ser que luta para ser reconhecido
Verso 4:
Mas ainda assim, continuo a esperar
Que alguém finalmente me estenda a mão
Que alguém se detenha e me enxergue
E me devolva a sensação de pertencer a este chão
Pois mesmo sentindo-me como um fantasma
Acredito que tenho valor e importância
Eu tenho sonhos e desejo ser ouvido
Não quero mais ser invisível, quero ser acolhido
Refrão:
Não sou apenas um fantasma, perdido e solitário
Sou um ser humano em busca de conexão
Espero que alguém pare e me escute
E me tire deste sentimento de rejeição
Ponte:
Então, mesmo em meio à indiferença
Eu escolho acreditar na minha própria existência
Ninguém pode apagar a minha luz interior
E eu continuarei a buscar minha própria voz
Refrão:
Não sou um fantasma, sou real e pulsante
Agora é hora de ser reconhecido, de pertencer
Espero que alguém veja a minha essência
E me salve desse constante sentimento de estar só
O estranho
Verso 1:
Quem é aquele que anda sozinho?
Que sempre parece estar perdido
Ninguém sabe de onde veio
O estranho, sempre esquecido
Refrão:
O estranho, o diferente
Caminha sem rumo aparente
Busca um lugar para chamar de lar
O estranho, sempre a vagar
Verso 2:
Ele observa o mundo de longe
Sempre distante, nunca se encaixa
Mas por baixo dessa aparente estranheza
Há um coração que anseia por um abraça
Refrão:
O estranho, o diferente
Caminha sem rumo aparente
Busca um lugar para chamar de lar
O estranho, sempre a vagar
Ponte:
Talvez o estranho só precise de amor
De alguém que o escute, que lhe dê valor
Não julgue pela aparência ou pela voz
Pois por dentro, todos são feitos de dores e nós
Refrão:
O estranho, o diferente
Caminha sem rumo aparente
Busca um lugar para chamar de lar
O estranho, sempre a vagar
Final:
Pois por mais estranho que possa parecer
Todos estamos em busca de um lugar para viver
Então estenda a mão para o estranho que encontrar
Pois no final, todos queremos apenas amar.
O homem do piano
[Verso 1]
No Esmerald Bar, onde todos vão se encontrar
Onde as luzes brilham e as almas vem descansar
Lá está o homem do piano, com suas notas a acariciar
Tocando as dores e alegrias que ali vêm desaguar
[Verso 2]
José, o garçom sorridente, sempre pronto a servir
Com seu jeito simpático, faz todos os corações sorrir
E ao seu lado está Maria, a garçonete tão gentil
Com seu riso encantador, ela espalha luz por ali
[Refrão]
E o homem do piano toca leve, toca suave
As histórias se entrelaçam, no Esmerald Bar
Onde vidas se encontram, onde sonhos se encontram
E o homem do piano apenas observa, apenas toca
[Verso 3]
Há Fernando, o velho marinheiro, com olhar distante
Lembra dos mares que cruzou, das tempestades e do pulsante
Paula, a escritora solitária, com seus versos a desabrochar
Encontra nas melodias, inspiração para criar
[Verso 4]
E no canto escuro, Miguel, o sonhador
Com sua guitarra surrada, canta versos de amor
E ao lado, Ana e João, o jovem casal a dançar
Sob as teclas do piano, celebram o seu eterno amar
[Refrão]
E o homem do piano toca suave, toca forte
As histórias se entrelaçam, no Esmerald Bar
Onde vidas se encontram, onde sonhos se atraem
E o homem do piano apenas sorri, apenas toca
[Ponte]
E nas noites silenciosas, o barulho das taças a se chocar
Ecoa pelas paredes, como um clamor a ecoar
O homem do piano, com seus olhos a brilhar
É testemunha silenciosa de cada sorriso, de cada pesar
[Refrão]
E o homem do piano toca firme, toca suave
As histórias se entrelaçam, no Esmerald Bar
Onde vidas se encontram, onde sonhos se elevam
E o homem do piano, eterno guardião, apenas toca
[Final]
Assim segue o Esmerald Bar, onde o tempo não quer parar
O homem do piano, seu testemunho a ecoar
Em cada nota, em cada suspiro, em cada olhar
O Esmerald Bar, onde as vidas se entrelaçam, e o homem do piano continua a tocar.
O Homem do Piano part 2
**Verso 1:**
No Esmerald Bar, onde as luzes são suaves,
O piano ressoa, tocado pelo homem que encanta.
Conhecido por todos como o mestre das teclas,
Ele narra histórias de vidas que se entrelaçam.
**Refrão:**
O homem do piano, fiel guardião,
Em suas notas, segredos da solidão.
Esmerald Bar, onde as almas se encontram,
Em melodias, as histórias se entoam.
**Verso 2:**
No balcão, Jack, contador de piadas,
Ao lado, Mary, com suas risadas marcadas.
Garçonetes, sorrisos como luzes brilhantes,
Em cada pedido, histórias diferentes.
**Pré-Refrão:**
Ao som do piano, as portas se abrem,
Entram Tony e Sara, amor que renasce.
No Esmerald Bar, as emoções dançam,
Como a dança suave de um valsa.
**Refrão:**
O homem do piano, fiel guardião,
Em suas notas, segredos da solidão.
Esmerald Bar, onde as almas se encontram,
Em melodias, as histórias se entoam.
**Verso 3:**
Há Joe, o poeta, rimas no ar,
Versos declamados, sonhos a voar.
E no canto, Laura, a sonhadora,
Em seu olhar, esperança que encanta.
**Ponte:**
No Esmerald Bar, as horas se perdem,
Como as folhas que dançam no vento.
O homem do piano, testemunha silente,
De vidas que se cruzam, destino presente.
**Refrão:**
O homem do piano, fiel guardião,
Em suas notas, segredos da solidão.
Esmerald Bar, onde as almas se encontram,
Em melodias, as histórias se entoam.
**Verso 4:**
E quando o dia se despede,
O bar se transforma em palco de saudades.
O homem do piano fecha seu teclado,
Até a próxima noite, onde tudo é revelado.
**Final:**
No Esmerald Bar, as histórias persistem,
Como um eco suave, que nunca desiste.
E assim, a cada nota do piano que ecoa,
O homem do piano perpetua a história.
A estação abandonada
(Verso 1)
Na penumbra de uma estação, onde os trilhos esquecidos
Ecoam os murmúrios do tempo, segredos não divididos
O vento sussurra histórias, entre os vagões de solidão
Uma estação abandonada, palco da próxima canção
(Refrão)
E lá vem o trem fantasma, pelos trilhos da saudade
Leva passageiros estranhos, em uma dança de eternidade
Entre sombras e memórias, onde o passado se entrelaça
Este é o caminho que transcende,
(Verso 2)
As portas rangem abertas, convidando almas perdidas
Fantasmas do passado, embarcam em suas vidas
Cada banco carrega histórias, como folhas ao vento
Enquanto o trem serpenteia, seu destino é um segredo
(Pré-Refrão)
O chiar dos freios ressoa, como um lamento no ar
Entre estações abandonadas, o mistério a se revelar
A lua observa silenciosa, enquanto a viagem se inicia
O trem fantasma parte, numa jornada que não se acaba
(Refrão)
E lá vem o trem fantasma, pelos trilhos da saudade
Leva passageiros estranhos, em uma dança de eternidade
Entre sombras e memórias, onde o passado se entrelaça
Este é o caminho que transcende,
(Ponte)
Pelos campos de lembranças, o trem desliza como um sonho
Passageiros observam paisagens, onde o tempo é um enigma a ser desvendado
Uma sinfonia de suspiros, ecoando através dos vagões
Enquanto o trem atravessa horizontes, tocando corações
(Verso 3)
A melodia da viagem, é uma canção sem fim
Cada nota ressoa, em corações que buscam o além
Rostos pálidos refletidos nas janelas embaçadas
O trem fantasma avança, por trilhos onde a história é contada
(Pré-Refrão)
O tempo dança lentamente, entre os destroços do passado
Na estação abandonada, um eco de vida é ressuscitado
Os fantasmas do trem, em cada estação que passam
Deixam marcas na alma, como vestígios que jamais se desfaçam
(Refrão)
E lá vem o trem fantasma, pelos trilhos da saudade
Leva passageiros estranhos, em uma dança de eternidade
Entre sombras e memórias, onde o passado se entrelaça
Este é o caminho que transcende
(Final)
Na última estação, o trem desaparece na neblina
Deixando para trás o eco de uma jornada divina
A estação abandonada volta ao silêncio, à espera do amanhã
Enquanto os passageiros descem, tocados por essa viagem sem fim.
O trem
(Verso 1)
Num trilho sombrio, onde a noite persiste,
Um trem fantasma, onde o tempo desiste.
Carruagens de névoa, deslizando no ar,
Desejos tecendo o destino, num silencioso mar.
(Refrão)
No trem misterioso, onde o passado é presente,
Passageiros espectrais, rostos indiferentes.
Desejos dançam, tornam-se realidade,
Eu sou o único vivo, na eternidade.
(Verso 2)
Sombras dançam nos corredores sem fim,
Almas perdidas, buscando um destino enfim.
O condutor invisível guia a jornada,
Onde o desconhecido se torna uma estrada.
(Pré-Refrão)
No eco do apito, o tempo se congela,
Nesse trem de mistérios, a verdade se revela.
Olhares vazios, segredos entre suspiros,
Cada estação, um portal para devaneios.
(Refrão)
No trem misterioso, onde o passado é presente,
Passageiros espectrais, rostos indiferentes.
Desejos dançam, tornam-se realidade,
Eu sou o único vivo, na eternidade.
(Ponte)
A neblina se adensa, encobrindo a visão,
O trem se perde, na última estação.
Na penumbra, um sussurro, uma metamorfose,
Eu me vejo refletido, numa sombra que se propaga.
(Verso 3)
No vagão final, a névoa se entrelaça,
O tempo desvanece, a realidade embaraça.
Eu, outrora vivo, agora parte do espectral,
Numa jornada sem fim, onde tudo é celestial.
(Pré-Refrão)
No eco do apito, o tempo se congela,
Nesse trem de mistérios, a verdade se revela.
Olhares vazios, segredos entre suspiros,
Cada estação, um portal para devaneios.
(Refrão)
No trem misterioso, onde o passado é presente,
Passageiros espectrais, rostos indiferentes.
Desejos dançam, tornam-se realidade,
Eu sou o único vivo, na eternidade.
(Outro)
Na névoa dissipada, eu me reconheço,
Um passageiro etéreo, num destino confesso.
No trem misterioso, onde o tempo se desfaz,
Eu me torno sombra, na dança que nunca jaz.
A estação
(Verso 1)
Numa estação deserta, onde trilhos ecoam silêncio,
Entre sombras e destroços, há um mistério em evidência.
Passageiros estranhos, fantasmas do passado,
Em um trem fantasma, a jornada é entrelaçada.
(Refrão)
Bem-vindo à estação esquecida, onde o tempo se desfaz,
O trem fantasma parte, para um destino que nunca satisfaz.
Passageiros perdidos, na dança da eternidade,
Como no Hotel California, aqui a realidade é uma dualidade.
(Verso 2)
As portas rangem abrindo, um convite para o desconhecido,
A estação abandonada, palco de um espetáculo perdido.
Nas sombras dos vagões, rostos pálidos refletem saudade,
Cada banco conta histórias, como páginas de uma velha cidade.
(Pré-Refrão)
O vento sussurra segredos, enquanto o trem avança,
Pelos trilhos da nostalgia, onde a realidade dança.
O passado e presente se entrelaçam, num abraço etéreo,
No trem fantasma, onde o tempo é um jogo sério.
(Refrão)
Bem-vindo à estação esquecida, onde o tempo se desfaz,
O trem fantasma parte, para um destino que nunca satisfaz.
Passageiros perdidos, na dança da eternidade,
Como no Hotel California, aqui a realidade é uma dualidade.
(Ponte)
Pelos corredores vazios, a melodia do passado ressoa,
Cada nota é um eco, num túnel de sombras à toa.
Acredite na ilusão, onde tudo que reluz é ouro,
No trem fantasma, a jornada é um labirinto sonoro.
(Solo Instrumental)
(Verso 3)
A mulher que guia, entre as almas que vagueiam,
Acredita que o trem é um portal, onde destinos se entrelaçam.
Memórias se desdobram como pétalas ao vento,
No coração da estação, um segredo em cada momento.
(Pré-Refrão)
Os passageiros são espectros, dançando no crepúsculo,
Na trilha do desconhecido, onde cada passo é um sussurro.
O trem fantasma avança, como um vulto na escuridão,
Levando almas perdidas, numa eterna canção.
(Refrão)
Bem-vindo à estação esquecida, onde o tempo se desfaz,
O trem fantasma parte, para um destino que nunca satisfaz.
Passageiros perdidos, na dança da eternidade,
Como no Hotel California, aqui a realidade é uma dualidade.
(Final)
No horizonte distante, o trem se perde na neblina,
A estação silenciosa aguarda o retorno da sina.
Na penumbra, a música persiste, como um eco na eternidade,
Na estação de sombras, onde o trem fantasma encontra sua verdade.
No derradeiro verso do ano que se esvai,
A saudade se entrelaça com a esperança que sai.
"Último poema do ano", ecoa a despedida,
Mas no coração, a promessa de uma nova vida.
Entre as linhas que traçam o destino incerto,
A poesia persiste, como um eterno concerto.
Depois nunca mais, mas sempre um recomeço,
Na dança do tempo, o poeta encontra seu endereço.
Fragilidade
Se o verso bater de novo à minha inspiração
Inquieto, suspirante, para o meu sentimento
Hei de dizer-lhe tudo quanto for duma razão
O meu afastar, como um vingador momento
O que vir de tal gesto, pouco importa a ação
Não se faz árduo e penoso, tão pouco isento
Quando o versejar compõe para uma solidão
Falham com as duras rimas, sofrem fastiento
E, se for irreverência com uma flor, dor causa
E, se for olhar jogado ao vento, disperso olhar
Ah! borrado verso quando o amor, nele pausa
Tudo se faz tão vazio, ao poema tão aturdido
Sem cor, cheiro, colo, e sem um poético lugar
Onde o canto se põe a chorar num tom traído.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 janeiro, 2024, 04’38” – Araguari, MG
Em cada verso
Frio dormente.
Gotejo poemas na madrugada gelada.
É uma confusão na mente...
Desconfio... todo poeta sente.
Sou as marcas do tempo.
Sou as dúvidas que a todos assolam.
Sou o mar...
Sou o céu.
Sou o ar.
Ando rimando amores com dores.
Rindo pra não chorar.
Amando desesperadamente o que não sei amar.
Indo por um caminho que não tem volta...
Vendo na escuridão uma miríade de cores.
Sou a vida em você.
Sou tudo o que você sente e vê
em cada verso que vejo nascer.
Além do Tempo
A vida é um sopro que mal percebemos,
um verso perdido no canto do vento.
Quando se vê, já é outono…
Quando se vê, já partiu o momento.
Os dias se dobram, frágeis e breves,
como as folhas que o tempo carrega.
E quando se vê, já é passado…
E o que ficou? O que nos resta?
Ah, se houvesse outro instante,
um rastro de luz na estrada vazia,
eu não contaria as horas frias,
mas faria de cada segundo poesia.
E, livre, deixaria para trás
os grilhões do tempo, sem medo ou lamento,
pois só é eterno quem não se apega
ao relógio lento do esquecimento.
Nem toda letra vira música, mas toda dor vira verso.
O silêncio, quando canta, é mais profundo que o universo.
A verdade mora no que se esconde entre as linhas,
Nos vazios que a voz não preenche, mas ilumina.
A gente vai, tropeça, sangra, aprende —
Cada queda, um mapa; cada erro, um norte.
E mesmo quando a noite pesa no peito,
Amanhece. Sempre. O sol se põe no nosso jeito.
A dor? Só o primeiro acorde.
O amor? O refrão que insiste e reverbera.
Pronto pro beijo, pro abraço, pro recomeço,
Porque a vida é um disco riscado que gira no mesmo preceito.
Fantasia de novo, sem porquês, sem escalas:
Os sonhos não pedem licença, rompem as muralhas.
O medo é só tinta escura num quadro em branco —
Apago, recomeço. Tudo se refaz. Tudo é tanto.
O tempo não é linha — é espiral.
Cada volta traz a mesma estrela com luz diferente.
A estrada dobra, mas não some:
Ela é a cicatriz que virou ponte.
E quando o caminho parecer só incerteza,
Lembre: até o deserto guarda o eco de uma prece.
O que nos faz humanos é a fissura, não a perfeição —
O amor que racha, mas nunca perde a canção.
A dor é só o começo.
O abraço? O verso que se alonga no peito.
Fantasia outra vez, sem medo de ser brecha:
Os sonhos são asas. O resto? Só trincheira.
Tudo se refaz.
Tudo se refaz.
Nos teus olhos, vejo o universo,
Um cosmos de estrelas a brilhar.
Cada olhar é um verso,
E em cada toque, um novo despertar.
Teu sorriso é a luz da manhã,
Acordando meu ser com suavidade.
Em teus braços, encontro a paz que afã,
Um refúgio seguro de felicidade.
Quando você fala, o mundo se aquieta,
A melodia da tua voz é canção.
São notas que dançam, uma sinfonia completa,
Que ecoa profundo em meu coração.
Amar você é como flutuar,
Nas nuvens de sonhos que criamos juntos.
É perder-se e ao mesmo tempo encontrar,
Um amor tão profundo, que dissolve os mundos.
E assim seguimos, lado a lado,
Construindo memórias que nunca vão se apagar.
Cada momento é um tesouro guardado,
E em cada batida do coração, eu sei: vou te amar.
"Quando a Chuva Fala"
Cai a chuva, em verso manso,
como quem canta um velho canto,
que embala a terra em doce transe
e lava o tempo do seu pranto.
O som que faz é quase abraço,
um sussurrar de acalentar,
batendo leve no telhado,
como se a vida fosse ninar.
E o cheiro... ah, o cheiro vem
como lembrança de outro dia,
de pés descalços na infância
e alma limpa de poesia.
Cheiro de chão, de folha e vento,
de coisas simples, sem demora,
de tudo aquilo que é eterno
e cabe inteiro numa hora.
A chuva chega sem pedir,
mas deixa tudo mais bonito.
O som, o cheiro, o existir —
num instante infinito.
"Primavera em Verso"
Desperta a terra em doce alarde,
com flores dançando em tom suave,
o vento canta, a vida arde
num verso leve que não se acabe.
Borboletas traçam no ar
desenhos livres de esperança,
o sol sorri só de espiar
o renascer da temperança.
Os campos vestem-se de cor,
os ramos brotam sonhos novos,
o tempo abranda sua dor
e pinta o céu com traços roxos.
Primavera, estação do peito,
onde tudo encontra jeito
de florescer sem ter receio —
até o amor, num simples beijo.
Tacaratu, meu verso primeiro
Nasci onde a aurora não apenas nasce — floresce,
como se o céu inteiro se inclinasse pra beijar a terra.
Ali, o luar não ilumina — acaricia,
com a ternura de um sonho que insiste em ficar.
Meu lugar…
ah, meu lugar é espelho da alma minha:
tranquilo feito riacho que desliza em segredo pela planície,
sereno como prece que o coração murmura sem voz.
Falar de Tacaratu é perder-se em devaneios sem fim,
é tecer saudades em fios de vento,
é chorar com os olhos fechados
por memórias que doem — e acalentam.
Tacaratu, terra de gloriosas nostalgias,
de encantos agrestes e eternos.
Altiva, como as serras do Piranhas que te guardam,
parte nobre do velho e sonhador maciço da Borborema.
És mais do que berço:
és raiz e voo,
és chão e reza,
és a metade de mim que nunca se ausenta.
Tu és minha.
E eu, irremediavelmente teu.
Somos feitos um do outro,
em silêncio, sol e saudade.
Verso 1
É sempre assim, onde eu chego,
Foi sempre assim, desde que eu me entendo,
Bom de jogo, capoeira no peito,
Eu sou menino, vou jogar, sem medo.
Refrão
Capoeira, meu corpo se lança,
No movimento, minha alma avança,
Ginga que vai, ginga que vem,
Vou jogar, vou vencer também.
Verso 2
No toque do berimbau, a energia me guia,
Cada passo, cada queda, é sabedoria,
A roda é meu lugar, a força é de quem luta,
Capoeira é vida, é liberdade absoluta.
Refrão
Capoeira, meu corpo se lança,
No movimento, minha alma avança,
Ginga que vai, ginga que vem,
Vou jogar, vou vencer também.
Final
E onde eu chego, o jogo começa,
É sempre assim, a luta nunca cessa,
Capoeira, meu mundo, minha paixão,
Sou menino, sou guerreiro, sou da roda, do chão.
