Teto
Amor é uma casa pequenininha com teto iluminado de estrelas e portas abertas pro infinito. Por trás de uma cerca branquinha vê-se um jardim florido, abarrotado de amor perfeito.
Nessa casinha simples por trás de nuvens transparentes carregadinhas de ternura o sol brilha o ano todo e as janelas com vista para o jardim recebem a luz do o sol e a da lua. Nessa casinha aparentemente simples existe a maior riqueza escondida por trás de sorrisos largos, abraços calorosos e essas coisinhas miúdas que dão significado à vida que a gente chama de felicidade
portas, corredores, luzes quadradas,
percorrendo pelo teto,
já não caibo onde um dia, já fui completo.
quarta letra do alfabeto, o seis da chamada,
chute na barriga, "criança mimada",
livros nas costas, bicicleta na calçada,
medo de ser adulto, levando flechada.
cresci demais: sou meu produto, meu objeto,
meu próprio vício (e de outras também),
shiu... conta nada, pra ninguém.
investindo em cada projeto, discreto.
falando: irônico mas papo reto, direto.
em silêncio, aclamado por palmas caladas
pois meu maior público vem de visualizações abafadas.
nunca estou pronto para nenhuma fase da vida?
não vim com manual de instrução:
você criou meus nomes, mas não minhas carreiras,
apenas o dono de casa sabe onde ficam as goteiras,
as cascas de banana escondidas procurando as respectivas lixeiras,
segurando nas estribeiras.
me entendendo entre caim e abel,
correndo entre as salas iguais desse hotel,
perseguindo como uma cascavel
gritando que meu talento se comprova só com uma folha de papel
de qualquer curso batido de universidade;
já sou crescido demais para saber a minha vontade.
nunca gostei de caminhos comuns,
sendo aqueles que vocês nunca valorizam,
me mostro ao mundo com pequenas conquistas, recebo o nobel
porém para vocês sigo na construção da torre de babel,
e como já contei antes, não adianta:
eu já fiz minha subida ao céu.
mil talentos, multifuncional
julgado por eu ser o meu próprio par ideal,
ainda não é mundial, meu hobbie está local,
já que dias f0das nunca serão esquecidos,
pois os elogios de fora são os mais floridos,
os que nunca me viram,
os que admiraram o meu coração e cérebro récem-nascidos.
tudo é sensível aos meus sentidos,
tudo mudou, essa vontade me expressar nunca passa,
como tarantino: não espere por nada, simplesmente faça.
das quatro paredes do meu quarto, a mente se divide em uma casa inteira,
cada cômodo se torna maior que qualquer coroa ou mérito que me consagre,
a partir de hoje, sou um santo de casa que / ainda não / faz milagre.
Nem todo caminho é o certo.
Nem todo andarilho é sem teto.
Nem todo tombo te lesiona,
alguns até te impulsionam.
Cair não é ficar caído,
se você se levantar, mesmo que ferido.
A cicatriz será um novo começo,
só a lembrança de um tropeço.
Marcas de uma batalha vencida,
de uma vida vivida,
de uma história para contar, ou saber onde pisar.
Pois há tolice no achar que nunca mais irá errar,
e sabedoria no entender que o errar te fez aprender.
Se o cair acontecer, levantar é pra vencer.
Sinceridade é cobrir com suas telhas o teto da casa do outro, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde é você quem vai se molhar com os pingos das goteiras
Viver sob o mesmo teto de um narcisista é ter a certeza de que você nunca vale nada e que a culpa de qualquer coisa é sua.
...Ali, no improviso, sem consciência, sem juízo.
Falta abrigo, abraço, falta cama, quarto, teto de palha, lama como piso.
O sonho não tem medo nem escola, vem girando como roda, como bola.
É um filho de águia, que ainda não voa, mas depois de um tempo, instintivamente decola,
Não escolhe onde nascer, mas não aceita abandono;
É um cão adestrado, vagueia atrás de um outro dono,
Que seja atencioso e que não seja intimidado pelo ambiente.
Que tenha foco, determinação, que tenha um mundo na mente.
Que seja Paulo, José, Ana, Carla ou Antonio,
que tenha amor e conheça a dor, e os seus muitos sinônimos.
E que seja pronto para ousar, acreditar, que motive e que dê ânimo;
aos outros tantos esperançosos, no palco dos anônimos.
...não tinha teto, não tinha nada (do que estamos acostumados...)
Essa noite, eu tive um sonho de sonhador, sonhei com uma igreja esquisita. Ela não tinha muros, piso, púlpito, bancos ou aparelhagem de som. A igreja era só as pessoas. E as pessoas não tinham títulos ou cargos, ninguém era chamado de líder, pois a igreja tinha só um líder, o Messias. Ninguém era chamado de mestre, pois todos eram membros da mesma família e tinham só um Mestre. Tampouco alguém era chamado de pastor, apóstolo, bispo, diácono ou Irmão. Todos eram conhecidos pelos nomes, Maria, Pedro, Afonso, Julia, Ricardo...
Todos os que criam pensavam e sentiam do mesmo modo. Não que não houvesse ênfases diferentes, pois Paulo dizia: “Vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem das obras, para que ninguém se glorie”, enquanto Tiago dizia: “A pessoa é aceita por Deus por meio das suas obras e não somente pela fé”. Mas, mesmo assim, havia amor, entendimento e compreensão entre as pessoas e suas muitas ênfases.
Não havia teólogos nem cursos bíblicos, nem era necessário que ninguém ensinasse, pois o Espírito ensinava a todos e cada um compartilhava o que aprendia com o restante. E foi dessa forma que o Agenor, advogado, aprendeu mais sobre amor e perdão com Dinorá, faxineira.
Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada. Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um. Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Coutinho, ajudante de pedreiro. Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do amor, que era o maior valor que tinham entre eles.
Quando eu perguntei sobre o horário de culto, Marcelo não soube me responder e disse que o culto não começava nem acabava. Deus era constantemente cultuado nas vidas de cada membro da igreja. Mas ele me disse que a igreja normalmente se reunia esporadicamente, pelo menos uma vez por semana em que a maioria podia estar presente. Normalmente era um churrasco feito no sítio do Horácio e da Paula, mas no sábado em que eu participei, foi uma macarronada com frango na casa da Filomena. As pessoas iam chegando e todos comiam e bebiam o suficiente.
Depois de todos satisfeitos, Paulo, bem desafinado, começou a cantar uma canção. Era um samba que falava de sua alegria de estar vivo e de sua gratidão a Deus. Maurício acompanhou no cavaquinho e todos cantaram juntos. Afonso quis orar agradecendo a Deus e orou. Patrícia e Bela compartilharam suas interpretações sobre um trecho do evangelho que estavam lendo juntas. Depois foi a vez de Sueli puxar uma canção. Era um bolero triste, falando das saudades que sentia do marido que havia falecido há pouco tempo. Todos cantaram e choraram com ela. Dessa vez foi Tiago que orou. Outras canções, orações, hinos e palavras foram ditas e todas para edificação da igreja.
Quando o sol estava se pondo, Filomena trouxe um enorme pão italiano e um tonelzinho com um vinho que a família dela produzia. O ápice da reunião havia chegado, pela primeira vez o silêncio tomou conta do lugar. Todos partiram o pão, encheram os copos de vinho e os olhos de lágrimas. Alguns abraçados, outros encurvados, todos beberam e comeram em memória de Cristo.
Acordei com um padre da Inquisição batendo à minha porta. Junto dele estavam pastores, bispos, policiais, presidentes, ditadores, homens ricos e um mandado de busca. Disseram que houvera uma denúncia e que havia indícios de que eu era parte de um complô anarquista para acabar com a religião. Acusaram-me de freqüentar uma igreja sem líderes, doutrina ou hierarquia; me ameaçaram e falaram: “Ninguém vai nos derrubar!”. Expliquei: “Vocês estão enganados, não fui a lugar nenhum, não encontrei ninguém ou participei de nada... aquela é apenas a igreja dos meus sonhos”.
A criança teme um monstro em baixo da cama, assim como o adulto teme um Deus sobre seu teto. Ensina-se às crianças o suposto e o catequético. Logo na idade jovem elas descobrem a verdade, que permeia o surreal e acabam desenvolvendo cinismo e cretinice. Se fosse ensinado às crianças à verdade desde a mais tenra idade, teria formado pessoas com mais capacidade de resolver problemas.
Duas alianças conjugais representam três elos para a vida inteira: contrato matrimonial e teto conjugal, onde a família é a extensão do amor e deste compromisso.
A importância não está ligada a distância;
O afeto vai além do teto;
O cuidado não está somente no tato;
O amor não tem cor,
O perdão não combina com rancor.