Tenho Cara de Metida
Tanta gente equivocada
Se achando invocada
Sem ter moral, sem ter nada,
Nem presente e nem futuro.
De tudo quer dar copa,
Mas quem tem luz própria,
Na certa, incomoda
Quem está no escuro.
Você pode tentar me rotular,
Porém não saberá descrever quem eu sou!
Sou um enigma, só me abro para poucos
Muitos me consideram a metida
Só quem me conhece de verdade
Pode dizer algo sobre mim
Você não!
Você nem me conhece direito
E já sai por aí espalhando mentiras
Você não paga as minhas contas
E já vem falando que eu não presto!
Você não sabe nem um terço da minha história, não sabe como cheguei até aqui.
Então para! Para, que está feio!
Pisa menos,
Porque o chão não aguenta mais
Eu posso aguentar tudo o que você inventar sobre mim.
Sabe por quê? Porque eu não desisto!
Por isso vou até o fim!
#BlendaLorraine
Agora me tornarei uma pessoa daquelas que se cuidam para não se envolver. Já tenho um passado, tenho tanta história.
Vivo sem explicação possível. Eu que não tenho sinônimo.
E bem sei como tenho tentado me alimentar dessa casca suja que chamamos com fome e pena de pequenas-esperanças.
Tenho dito tantas vezes, quanto sofro sem sofrer, que me canso dos revezes, que sonho só para os não ter.
E tenho, vos asseguro, tudo o mais que faz de mim uma mulher às vezes viva, às vezes objeto.
Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez.
E se estou adiando começar é também porque não tenho guia. O relato de outros viajantes poucos fatos me oferecem a respeito da viagem: todas as informações são terrivelmente incompletas.
Sinto que uma primeira liberdade está pouco a pouco me tomando... Pois nunca até hoje temi tão pouco a falta de bom-gosto: escrevi “vagalhões de mudez”, o que antes eu não diria porque sempre respeitei a beleza e a sua moderação intrínseca. Disse “vagalhões de mudez”, meu coração se inclina humilde, e eu aceito. Terei enfim perdido todo um sistema de bom Mas será este o meu ganho único? Quanto eu devia ter vivido presa para sentir-me agora mais livre somente por não recear mais a falta de estética... Ainda não pressinto o que mais terei ganho. Aos poucos, quem sabe, irei percebendo. Por enquanto o primeiro prazer tímido que estou tendo é o de constatar que perdi o medo do feio. E essa perda é de uma tal bondade. É uma doçura.
Tenho medo de não conseguir manter minhas ideias, meus pontos de vista, minhas escolhas. A minha cabeça é como um guarda que não permite que eu estacione em local algum. Eu fico dando voltas e voltas no meu cérebro e quando encontro uma vaga para ocupar, o guarda diz: circulando, circulando. Você está me entendendo? Eu não tenho área de repouso. Raramente desligo, e quando isso acontece, não dá nem tempo para o motor esfriar.
(...) Atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos, começa a passar.(...) “Tenho uma boa taça. Quero compartilhá-la com você”. Estende as mãos para a frente, como se fosse tocar o rosto de alguém. Mas você está sozinho, e isso não chega a doer, nem é triste. Então você abre a janela para o ar muito limpo, depois da chuva. Você respira fundo. Quase sorri, o ar tão leve: blue.
Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre. E eu soquei meu coração até ele diminuir, só pra você nunca se assustar com o tamanho.
(…)
E eu vou continuar me fantasiando de não-amor, só pra você poder me vestir e sair por aí com sua casca de não-amor. E eu vou rir quando você me contar das suas meninas, e eu vou continuar dizendo “bonito carro, boa balada, boa idéia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora.Porque no nosso contrato, tomamos cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro. Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono… Só para enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono, eu vou deixar. Vai que um dia você acredita.
Tenho vontade de te chamar de idiota, porque é isso que você é. Está me perdendo e não percebeu ainda.
Eu tenho pedido força pra me lembrar de como é ruim sofrer por algo que já tá predestinado a dar errado e de como cansa tentar ser feliz sozinho, e cansaço da alma, meu bem, é pior que não poder dormir depois de várias raves e horas de viagem.
Eu tenho uma promessa, nela confiarei e esperarei. Pois os sonhos de Deus são maiores que os nossos.
Quando penso nas cartas da paciência de Frode, tenho a impressão de que o equilíbrio da natureza desapareceu por completo.
Tenho aprendido coisas que ainda estão vagas dentro de mim, mal comecei a elaborá-las. São coisas mais adultas, acho. Tem sido bom.
O que aprendi, já esqueci, mas tenho a certeza de que de algum modo ficou em mim.
Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.
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