Te Conheci pela Internet
Em nossa sociedade atual criou-se uma falsa idéia idiota, onde se crê que os termos "fascista" e "comunista" são insultos. São "ofensas" praticadas por gente ignorante que não sabe interpretar conceitos.
Como diria Karnal, a internet deu voz para idiotas.
Na verdadeira arte contemporânea dos séculos XX e XXI a função da arte não é só estética, é sim um canal livre de linguagem contra toda arbitrariedade, um instrumento propagador de novas ideias e um contra fluxo trans da mesmice pasteurizada imposta ao mundo dito civilizado pela nociva globalização.
A complexidade da criação do mundo e das espécies
DEUS É UM GAMER?
Para se chegar à criação se faz necessário, antes, a definição sobre o Criador. Foi dito a Allan Kardec que “Deus é a Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas”, diferentemente do que a ciência já desconfia de que Deus é uma consciência cósmica, cuja proposta dos meios científicos é defendida aqui como qualidade dos arcanjos, seres criadores altamente poderosos que sustentam toda a estrutura universal com a grandeza e poder de suas auras e mentalizações, e não do Deus Supremo propriamente dito.
Dando um exemplo bastante grosseiro, o Universo foi criado, e continua sendo, com o mesmo padrão-estrutural–harmônico da internet, que pode ser chamado aqui de cosmo; o computador, de mundo; a placa-mãe, de natureza-mãe; a memória do computador, de espírito; a energia, de corpo sutil, e o arcabouço do aparelho, de corpo material, que é o modelo predisposto das tecnologias da realidade virtual do momento atual.
Este modelo é apenas uma pequena imitação da programação virtual lançada pelo Criador, onde há o princípio para o desenvolvimento e consecução de toda sorte de leis para o surgimento da vida em seus vários contextos. Os éteres cósmicos são pequenos fragmentos da Inteligência Suprema que enchem o cosmos caindo sobre a existência como fagulhas de fogos de artifício, programados para criarem os átomos, que como já foi dito pelas tradições esotéricas, possuem matéria, energia e consciência, e que se encarregam de criar os corpos pela lei de atração magnética, dando origem ao reino mineral, composto pelos seres inorgânicos, como, por exemplo, o solo, a rocha, a água e os minérios. Neste reino, a consciência que está impregnada nos átomos é nada mais, nada menos, do que um princípio inteligente, que pela lei do magnetismo se elabora de maneira tão espantosa a ponto de fazer condensar a matéria, até que ao longo de milhões de anos, alguns elementos vão sofrendo uma espécie de ruptura ou mutação para a eclosão do reino vegetal que mais tarde se encarrega de fazer surgir o reino animal onde impera a lei do instinto e da consciência fragmentada ou consciência-grupo.
A intermediação entre o reino mineral e o vegetal se dá através da geração espontânea dos vírus que se situam na encruzilhada de todos os reinos da natureza, como uma espécie de ensaio para as ordenações das transições entre os incontáveis estágios de vida da alma. Por este motivo observa-se que as algas se situam na zona de predisposição entre os reinos mineral e vegetal, ou seja, entre os seres inorgânicos e orgânicos, enquanto os fungos, as plantas carnívoras e as águas-vivas, por exemplo, entre o vegetal e o reino animal, seres inanimados e animados, porque não são as espécies que evoluem, mas a consciência. As espécies são criadas por força da evolução da consciência, e não o contrário. Os corpos são vestimentas da alma* durante toda a trajetória da vida na matéria, quando, a depender do seu patamar evolutivo, toma o envólucro adequado e necessário ao seu crescimento evolutivo. Na Bíblia, achamos palavras semelhantes, em Coríntios, 15: 37,38, quando diz que "a semeadora não é do corpo que virá a ser, mas de uma simples semente[...], e a cada espécie de semente (consciência) o seu corpo apropriado".
No entanto, na migração do princípio inteligente para o reino animal (reino da consciência grupal), os seus seres conquistam, definitivamente, a capacidade de agirem de maneira instintiva, conforme foi dito, manifestando-se em bandos, obedecendo ao mesmo ímpeto da consciência do espírito-grupo que os dirige, animando muitos de uma só vez, como as andorinhas, os cardumes de peixes da mesma espécie, etc., por não terem a noção de si mesmos, mas se elaborando de tal forma que os mais evoluídos já conseguem agir com um pouco mais de independência e mais próximos da individualidade dos seres humanos, a exemplo do cão como último estágio da alma-grupo, e do macaco na aurora da consciência individual, tudo obedecendo a leis complexas que vem sendo aplicadas desde os átomos para a constituição dos corpos das diferentes espécies até chegar aos seres humanos. Por este motivo, a célebre frase de Léon Denis: "A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem".
Mas, enfim, nisso tudo, o mais curioso é que mesmo os seres humanos sendo portadores de individualidade, precisam viver em sociedade, trabalhar em equipe e compartilhar experiências, porque a sua inteligência ainda é grupal, ou seja, a consciência é individual, mas a inteligência é de grupo, até que seja emancipada com a conquista da perfeição, sem mais precisar de corpos para se manifestar, a exemplo dos seres arcangélicos que são os administradores do Universo, logos planetários em harmonia com os logos solares, em total consonância com o Logos Cósmico que é Deus. Pois assim como na internet há um computador central de controle e administração, nos altos padrões da administração sideral, também há um computador cósmico de comando das leis da natureza sob os cuidados dos arcanjos, seres perfeitos, que são como Deus, mas que nenhum deles é o Deus supremo, assim como os robôs são como os seres humanos, mas que nenhum deles é humano.
Ironicamente, este texto é recheado de questionamentos ao invés de respostas.
Juahrez Alves
* "Alma" aqui, entende-se como princípio inteligente e também como consciência-grupal, espírito-grupo e consciência individual, para o texto ficar mais compreensível.
Eu não vou ser sua amiga de rede social
A gente vive hoje em um mundo que as pessoas medem a qualidade das amizades pela redes sociais. Pelas fotos postadas, pelos comentários e likes. Eu vim de uma geração que viu nascer a internet. Lá em casa tinha um computador que ficava no quarto dos meus pais, MS DOS. No início nem tinha internet. Quando ela surgiu, era caro demais e ainda ocupava a linha do telefone porque era internet discada. Pra entrar, eu tinha que revezar com meus irmãos. A gente combinava com os amigos de entrar de madrugada, era mais barato. Era tudo muito lento, e começamos a entrar na era digital com o falecido ICQ. Quando queríamos contar alguma coisa pros amigos, a gente usava o telefone. Quem não sabia de cor o telefone fixo dos amigos? É camarada, fixo, porque naquela epoca os celulares só mandavam SMS e ninguém tinha dinheiro pra bancar uma ligação de longos minutos. Também tinha a opção de ligar de três segundos (quem nunca?). Eu também mandava muita cartinha. Tinha uma caixa de cartas, nem sonhava na existência do whatsapp.
A gente comprava filme de 12, 16, 36 poses. Tirava foto e ficava torcendo (pelo amor de Deus) pra não queimar ou ter piscado na hora. A gente tinha que revelar as fotos, e também pagava por isso, fazia álbum de viagens, excursões, festas. A vida era analógica, e olha, a gente era feliz viu?
Temos vivido na era da paranóia. Todo mundo sabe que vida de instagram nem sempre (quase nunca) retrata a vida real. O problema é que, mesmo sabendo disso, muitos encaram a vida virtual como mais importante que a convivência offline. O fato de não te seguir no instagram ou no twitter, ou não te ter na lista de amigos do facebook, não significa que eu não goste de você. Tenho vários amigos que não tem rede social, e adivinha, sou mais próxima do que vários que me dão likes o dia inteiro. Posso não te seguir porque não curto suas postagens (nada pessoal ta?), ou porque as vezes meu feed ta lotado e numa dessas limpezas da vida, parei de te seguir sem querer. E será que isso é realmente o mais importante?
Há não muito tempo fui questionada sobre isso por algumas pessoas, uns amigos, outros nem tanto. O fato de não medir a intensidade e importância da amizade pela convivência digital me deixou perplexa por ver como as pessoas se importam com o que não deveria ter importância nenhuma. Pessoas que não fazem questão de encontrar pessoalmente, mas que se sentem extremamente ofendidas porque não são meus amigos na internet. Não leve pro pessoal, eu gosto de você, mas não vou ser sua amiga de rede social.
Transfira sua liberdade dos mundos virtuais para a vida real, quero ver o que acontecerá um dia se a internet acabar.
Se eu tivesse a oportunidade de falar com o amor, reclamaria pelo tanto de amor que desejei amar e ele não viu. Pegaria o amor pelo braço e passearia pelas minhas cidades de histórias loucas. Mostraria pra ele, naquele canto de uma memória afetiva qualquer que nunca me faltou, a imagem das mulheres que mais amei. Sentaria no banco da praça e contaria gota a gota as lágrimas derramadas nas madrugadas frias em que chorei sozinho. Despejaria sobre ele toda a minha angústia por ter amado demais quem me sentiu tão pouco. E lembraria para o amor que por pouco não sucumbi diante da amargura. Jogaria na cara do amor que, apesar de tudo, não me entreguei ao ressentimento. Deixaria claro que muitas vezes só o abracei porque estava distraindo. Desatento. Questionaria, inclusive, porque ele me deixava sem escolhas. Ou amava, ou amava. E quanto mais corria de amar, mais amor sentia. E se ele viesse com o papo de que eu não sobreviveria sem ele e que sem ele eu nada seria, diria: Ah, amor, vai procurar outra freguesia.
Queria apenas uma oportunidade de sacudir o amor e o fazer confessar todos os seus segredos. Os que nunca ninguém entendia. Que não estava escrito em nenhum lugar na face da terra nem na face dos que morrem de amores todos os dias.
Atacaria o amor. Juro que atacaria. Bateria em seu peito para descontar a dor que ele provocou no meu peito. Xingaria ele de todos os nomes sujos e indizíveis e até inventaria alguns só pra completar a minha ira.
Se eu tivesse a oportunidade de ficar cara a cara com o amor eu daria a minha cara a tapa e o desafiaria a me fazer amar de novo, só pra mostrar quem manda. O chamaria de louco por escolher errado tantas vezes.
E se ele quisesse, entraríamos em guerra fria pra sempre.
Talvez eu já tenha tido essa chance de falar com o amor e acabei falando de amor. Talvez ele já tenha me visitando e sentando comigo no banco da praça e eu silenciei. Talvez ele tenha chegado e de mansinho me abraçado. E eu acabei retribuindo ao abraço.
Mas se ele vier de novo já deixo o aviso. Se ele aparecer novamente, o alerta foi dado.
Eu juro, prometo. Grito e armo um barraco.
Temos que parar,
Se concentrar,
Não deixar nada
A nossa felicidade
Estragar.
Não deixar se afetar,
Por afetos errados,
Não deixar se abalar,
Por algo que te atinge
Sozinho (a).
Temos que parar,
Às vezes de olhar,
Da internet sumir,
Dar uma volta e ir,
Para não sucumbir.
Dar um tchau
E partir...
(09/02/2018)
Já no inicio do seculo XXI percebe se que o capitalismo perde e o socialismo avança em passos largos nas maiores nações do mundo. A internet que é originalmente uma plataforma capitalista americana ganha cada vez mais conteúdos doutrinários e conhecimentos direcionados sem a almejada liberdade e veracidade pura alguma. De certa forma enquanto ferramenta é resistência mas cada vez mais direcionada para a nova doutrina socialista do império tecnológico.
Tudo o que sei sobre a vida?
Posso parecer grosseiro, mas o básico que conheço sobre a vida já me da uma boa ideia de como o mundo funciona. É claro que essa ideia não chega nem a 2% do que o mundo realmente é… Mas já é algo.
Esse texto não é uma reclamação, não estou aqui para expressar raiva, ódio nem qualquer sentimento negativo, e sim para expressar um pouco do que vejo de errado no mundo, no nosso mundo.
Tudo começa com uma simples opinião, onde digamos que esse rapaz, vamos chamá-lo de Rapaz A para que não haja qualquer semelhança.
O Rapaz A possui uma opinião, o que é comum, todos tem uma opinião. Ele expressa sua opinião pela internet, meio de comunicação que percorre o mundo inteiro nos dias de hoje. Nessa opinião ele diz que ama jujubas, é a melhor coisa que já fizeram. E posta uma foto de uma jujuba azul.
O Rapaz B vê seu comentário e a foto, ele fica indignado pela ideia do Rapaz A gostar de jujubas azuis.
Então ele diz “Maldito! Discordo disso, as vermelhas são melhores.” Definitivamente ele gosta realmente das vermelhas então o mesmo decide que precisa expressar sua paixão pelas jujubas vermelhas. Até ai tudo bem! O problema é a forma em que ele se expressa, ele deixa um comentário dizendo:
– As vermelhas são melhores! – E um palavrão com uma espécie de ofensa junto.
O Rapaz compra a briga e decide defender com unhas e dentes as jujubas azuis.
E nisso eles ficam horas se agredindo verbalmente. Até o momento em que outra pessoa apaixonada pelas vermelhas e outro grupo pelas azuis resolvem mostrar suas paixões pelas suas jujubas preferidas.
E assim nasce o caos.
Após 100, 200, 500 comentários e milhares de compartilhamentos as pessoas não se importam mais com a sua jujuba preferida, elas só querem magoar aquele que não gosta da sua jujuba. Levam para o pessoal, ninguém mais se importa. Ninguém mais está agindo racionalmente.
Nesse momento um único Rapaz percebe que isso é um absurdo e diz:
– Vocês estão brigando por algo estúpido!
Nesse momento, é nesse exato momento que surge o terceiro grupo, o grupo da "razão". Mas eles não são levados a sério, afinal são poucos contra dois times com milhares. Então, eles são atacados pelos dois times e acabam perdendo a cabeça e a razão.
Todos brigam e brigam e brigam.
Até que um novo assunto venha a tona.
Como o grupo que gosta de maçã e o grupo que gosta de banana, ou o grupo que prefere refrigerante e o grupo que só toma suco.
Vocês percebem o que isso se torna?
No momento atual o Brasil passa por uma crise. O que define uma crise de acordo com o dicionário?
1. Manifestação súbita, inicial ou não, de doença física ou mental.
2. Fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos sentimentos, dos fatos; do colapso.
3. Deficiência, penúria.
4. Ponto de transição entre uma época de prosperidade e outra de depressão.
Quando uma pessoa está doente, a família se une para ajudar, acompanhar e até mesmo cuidar dessa pessoa.
A comparação é terrível, eu sei, não quero ser polêmico. Talvez eu já esteja sendo.
Mas um país é como uma grande família, não existe necessariamente um responsável pelo o rumo que esse país toma.
E se uma pessoa está tomando as rédeas e comandando é o dever de todo cidadão impedir que isso ocorra.
Como uma família quando alguém está fazendo algo de errado.
Parece bonito né? Uma grande família, um povo unido pelos seus direitos.
Seria lindo, se fosse realidade.
A realidade é simples e monótona. Todos tem sua opinião, todos estão em um grupo, todos querem os seus direitos.
Mas o direito de ir e vir muitas vezes impede outra pessoa de poder ir e vir. Se é que você me entende.
O mundo é muito grande e ele precisa ser comandado, por pessoas que sabem o que é melhor para todos. Veja bem, isso não significa que seja bom, mas justo.
Infelizmente, as pessoas que estão comandando hoje, elas não são boas, muito menos competentes. Isso não significa que o outro grupo que esteja querendo comandar seja o certo também. Talvez ambos sejam ruins.
E na situação em que estamos não podemos deixar isso acontecer. Mas como eu disse no inicio, uns gostam da jujuba azul outros da vermelha, enquanto a fábrica que produz as jujubas ri e se diverte, porque a atenção está toda no lugar errado. Ninguém está se perguntando o que eles colocam nas jujubas azuis que deixam o grupo do rapaz A tão obcecado por elas, o mesmo para as vermelhas.
Ninguém se pergunta o porquê não as amarelas, ou as roxas.
Existe corrupção sim, e ela não é pouca. Mas ela não vem apenas dos políticos, ela também vem do povo. Ela vem das escolas, dos hospitais, das igrejas. Uma professora que não tem a vontade de ensinar um jovem adolescente e só pensa no dinheiro no fim do mês é uma corrupta, uma médica que não atende um paciente que precisa urgentemente de seus cuidados por mero desleixo é uma corrupta. Um pastor ou padre que apenas está interessado no dinheiro de seus fiéis é um corrupto.
Mas vejamos por outro lado, um lado menos pessimista.
Talvez essa professora esteja apenas de saco cheio de alguns alunos irem apenas para humilha-la e tirar sarro dos coleguinhas de turma, e isso faça com que ela não tenha mais tanta paixão pela sua profissão como tinha quando cursava a faculdade. Talvez esse aluno, bagunceiro que não está a fim de nada, tenha pais ruins que não querem ajudar o filho. Talvez ele tenha dificuldades de aprender e se sinta envergonhado por isso. Talvez ele tenha sérios problemas em casa. Quanto a médica que não quer atender, talvez ela não tenha o equipamento, talvez ela esteja cansada por ter virado noites trabalhando e com o medo de errar pelo cansaço ela prefira deixar que outro atenda aquele paciente. Afinal médicos também são humanos. Talvez o pastor peça dinheiro porque ele tem uma ideia, ele quer ajudar aqueles que não têm casa, não tem comida. Talvez ele realmente acredite em Deus.
Você consegue perceber? Consegue ver? Existem vários lados da mesma história. Porque o mundo é grande! E complexo, não se resolver nada gritando, não se resolve excluindo as jujubas azuis nem as vermelhas. Ninguém tem as respostas sozinho, como eu já disse o mundo é muito grande e para viver você tem que conviver com várias mentes pensando juntas, para resolver um milhão de problemas.
Preconceito, racismo, isso está nos olhos de quem vê. Não estou dizendo que não existe, porque existem. Mas xingar, brigar, odiar, e falar para todos o que pensa de uma forma grosseira e estúpida não vai melhorar a atual situação. Seja humilde, seja sincero sem desrespeitar, sem humilhar. Ensine, mostre o seu lado, aprenda a receber e a amar.
Esse é o meu desabafo, espero que ninguém tenha se sentido ofendido, o que acho difícil nos dias de hoje.
Mas sinta-se a vontade para escolher a sua jujuba preferida.
Porque eu escolho todas que fizerem bem para todos.
Inimigo Virtual
Era mais que amigo
Um acompanhante
Um querido
Além do palpável
Estava no virtual
Me tornava viral
E seu teclado derramava likes sobre meu corpo
O nu era quase exposto
Cada toque era um gosto
No entanto certo dia
Tanta poesia virou agonia
Como poderia possuir-me se era apenas fantasia
Se minha criação confundiu-se com a realidade
E a tecla delete tornou-se banal
E sem a menor linha
Apagou toda linha do tempo
Como se a cibernética fosse mais real que a carne
Como se o sangue não fosse todo esse fluxo de informações e mutações constantes
E em forma de rebeldia
Deletou aquela história pública com um simples toque
E tudo que foi construído então parecia desaparecer da memória
Esqueceu que a CPU é um coração virtual
E que formatar deixa marcas n’alma
E o bloqueio apenas deixou o seu choro mais exposto
A realidade vai muito além do virtual
E os cabos que foram rompidos
Tiraram apenas a imagem do monitor
Mas o coração grafou antes nas memórias eternas espelhadas em outras linhas de tempo
E o que pareceu desaparecer com um simples delete
Ficou eternizado na internet.
A privacidade hoje foi relegada ao status de ilusão. nunca foi tão difícil manter um segredo, talvez por isso mesmo seja uma escolha interessante resolver expor a si mesmo conforme o próprio desejo, já que, ao que parece, ainda há uma possibilidade de escolha, ainda que mínima, da forma, porém, não da exposição em si.
"Às vezes eu tenho a sensação de que os meus amigos virtuais sabem mais sobre mim do que o meu próprio vizinho real."
