Tarde
Eu bebo de qualquer maneira,
não me nego à diversão,
e durante a tarde inteira
só vou beber um garrafão.
I
Essa coisa do beber
vos conto meus amigos,
é este o destino que sigo
só para me entreter...
Já estou quase a ferver
por uma bela macieira
ou então uma bagaceira
daquela que não se fez,
bebo-a toda de uma vez,
eu bebo de qualquer maneira.
Ii
Essa é só a primeira
porque o vinho vem a seguir,
e o prazer do engolir
parece que tem cegueira...
A cerveja tem dianteira,
e o whisky, pois então,
bom é tê-lo sempre à mão
seja de noite ou de dia,
com um jarro de sangria
não me nego à diversão.
III
Bebo tal qual um leão,
não rejeito o absinto,
meus amigos, não vos minto
que é quase uma paixão...
pois bate-me o coração
por uma pinga de primeira,
penso só na bebedeira,
quase chego a estar morto
por uns litros do bom porto,
e durante a tarde inteira.
IV
O meu estômago é uma feira
de tanta mistura que faço,
desde o vodka ao bagaço,
do gin à aldeia velha,
bebo tudo o que me dá na telha...
Chego a não ter um tostão,
peço fiado na ocasião,
disso não me envergonho
e para provar o medronho
só vou beber um garrafão.
ela é sim ou não.
ela é agora ou nunca.
ela é aquele céu de fim de tarde ou aquela trovoada da madrugada.
ela é riso solto ou lágrima pura.
ela não trabalha com meio termo
Medita o bardo em silêncio profundo...
Na tarde cinza dum dia sem cor,
a alma chora seu revés sem rancor
mas, o coração se afoga em lago imundo!
Descem lágrimas em pingos de dor...
Cada suspiro é lamento rotundo
e, só a tristeza habita o seu mundo
desprovido da alegria do amor!
Sua alma é noite escura de agonia...
Porém, no fundo, uma luz a brilhar,
traz promessa de novo porvir, pois
a tristeza, embora possa durar,
é passageira como a ventania
que destrói, mas traz beleza depois!
Um filho é como um pássaro pousado em nossa mão. A gente sabe que mais cedo ou mais tarde as suas asinhas emplumam e ele voa. E, as vezes, voa pra longe. Tudo ao nosso redor, então muda, se torna tristeza e solidão e o que nos resta é um ninho vazio fazendo-nos lembrar a todo instante que a felicidade esteve ali e um olhar perdido no horizonte esperando o dia que ele volte para nos visitar trazendo a felicidade da sua presença de volta.
Nesta tarde nublada, o mundo se dissolve,
o canto suave invade o ar,
como brisas que acariciam folhas secas,
sussurros de outono em cada nota.
Fecho os olhos, deixo a melodia me levar,
navego em mares de sonhos esquecidos,
onde o tempo se curva e repousa,
na inocência das memórias que dançam.
Os sons embalam a alma,
como lençóis de nuvens que abraçam a terra,
encontro conforto na sua voz,
que ecoa como um eco distante de risos.
E assim, em sua idade dos sonhos,
mergulho na suavidade do instante,
deixo que o universo me ensine a sonhar,
nesta tarde nublada, envolta em serenidade.
Verde expressivo de árvores frondosas, a lua majestosa, brilhando no azul de um fim de tarde, um lindo mar exibindo a forte movimentação de suas ondas, a vida de uma arte simples, representando um cenário sublime, dentro de um pequeno quadro, capaz de tirar-me um pouco da realidade, transcendendo os limites do meu imaginário, fomentando a simplicidade de alguns versos, criados com poucas palavras, o reflexo desta obra, modesto, profundo e admirável.
Helena, Helena, Helena
Talvez queira dar a mão
Talvez tão tarde, até em vão
Quem saiba eu tenha um rumo à vista ou quem sabe eu nem exista
Ofereço este meu canto a qualquer preço, a qualquer pranto
Não quero amor, não se discute
Eu procuro quem me escute
PÔS-SE O SOL
Pôs-se o sol. Cá pras bandas do cerrado
da tarde o fulgor pouco a pouco esvaece
o encarnado entardecer, geme em prece
desmaiado o poente, num tom desafiado
E no horizonte, o luar obscuro reaparece
encapotado, embaciado. E desmantelado
o dia, tudo em silêncio está. Sombreado
rubro, taciturno, o escurecer resplandece
E no mistério das trevas, poético recanto
sinfonizando em uma melancólica sangria
faz-se noite, que vai cantando o seu canto
E ainda, ter toda a magia, faz-se a poesia
enchendo o sentimento de tanto encanto
assim, vem a noite, e amanhã é outro dia!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04/09/2024, 18’46” – cerrado goiano
O fim de uma tarde de domingo,
talvez seja apenas o fim de mais um dia,
ou o fim de esperanças e sonhos, que são digeridos pela rotina.
Era uma tarde de domingo
O dia em que ela se despiu
Das emoções
Era uma tarde de domingo
O dia em que ficou implícita
As intenções
Era uma tarde de domingo
Apenas uma tarde de domingo.
No final da tarde
A saudade arde
Tudo se mistura
Em uma leve textura
A gente se sente sozinho
Caminhando no escuro
O medo vem
A tristeza aparece
No fundo você sabe
Que só existe você e o seu silêncio ocupando todo o espaço
- Final da tarde
Vejo beleza nos detalhes simples:o aroma do café fresco, a suave carícia da brisa no fim da tarde, e nas risadas inocentes, despretensiosas.
