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Nem todos os sonetos Shakesperianos mais profundos e eternos de amizade e respeito seriam suficientes para reconhecer o quão importante você é para mim.
Milhares de anos atrás, na República, Platão ofereceu uma visão curiosa de pessoas que confundem sombras lançadas numa parede com a realidade. Na Ilíada, os troianos caíram por um cavalo. Shakespeare preferia sorrisos a pontas de espadas e colhia rosas mesmo sabendo dos espinhos. E, nos últimos anos, o viés cognitivo é utilizado como o último desespero para salvar a raça humana e substituir a coragem. O uso de palavra de sentido inverso ou oposto ao que quer ser proferido é empregado para gerar confiabilidade na informação. Como quando a televisão te manda desligar a televisão.
Mente o poeta que se diz vazio
E escreve poemas de amor
Mente o poeta que se diz forte
E não sabe esconder naquilo que escreve, a sua dor
Moça
Moça ainda na mocidade
Moça que vive a puberdade
E desfruta da vaidade
Moça, não viverás eternamente na mocidade
Ou rodeada de amizade
Moça, é apenas uma verdade!
Caçador Sombrio
Como podes privar os olhos dos santos da beleza de uma pomba tão bela?
Como podes se engrandecer em meio a caçadores pela conquista de um ser tão puro?
Aaah, que insanidade vinda de ti!
Se não cuida para que ela continue bela, deixe-a partir!
Mas não a mantenha presa a ti como um troféu, e não corte a única grandeza que a faz livre; suas asas.
Irá mata-la não vê? Deixe-a partir!
E que bem longe de ti, ela finalmente viva em paz.
Tirar frase clichê da internet para impressionar alguém, para mim é como interpretar um personagem, não condizer com o que realmente sente. Ora pois, não seja um fingidor, ative seu William Shakespeare, e à impressione. Ela merece lê-lo.
Eis a sublime estupidez do mundo; quando nossa fortuna está abalada – muitas vezes pelos excessos de nossos próprios atos – culpamos o sol, a lua e as estrelas pelos nossos desastres; como se fôssemos canalhas por necessidade, idiotas por influência celeste; escroques, ladrões e traidores por comando do zodíaco; bêbados, mentirosos e adúlteros por forçada obediência a determinações dos planetas; como se toda a perversidade que há em nós fosse pura instigação divina. É a admirável desculpa do homem devasso – responsabiliza uma estrela por sua devassidão.
O homem está acima do cidadão. Não há Estado que valha Shakespeare.
(extraído do livro em PDF: Aforismo e Afins)
Vestida de vermelho e preto
Eu sou a morte sofrida e sangrenta
Eu sou a praga da morte rubra
Que leva reinos a calamidade
Eu sou um pouco de Edgar Allan Poe
Com uma pitada de Shakespeare
O amor e a loucura
O desejo e a tão temida destruição
A vida e a morte
O azar e a sorte
Sou a dama escarlate
Montada no cavalo da morte
Cavalgando pela escuridão
Procurando a quem devorar
Sou o brilhante luar
Que clareia e mostra a direção
Sou paz e segurança
Sou luz, pra quem me procura
E escuridão para os que me temem
Talvez eu seja o eclipse
Luz e escuridão
Medo e salvação
Verdade e ilusão
Eu sou miríades de sentimentos
Com estradas cheias de novas direções.
Eu sou a bondade e a maldade,
E a necessidade de viver
Eu sou mundos e fundos
Eu sou tudo e ao mesmo tempo nada
E não a ninguém igual a mim...
De tanta inspiração meus nervos convulsivos de agonia clamam por uma dose de ventura, minhas ilusões minha saudade e minha eternidade sucumbida.
Como a aurora da manhã o gosto do vinho glorioso o cheiro dos livros antigos, do salgado das lagrimas perdidas nas belas leituras melancólicas de Lamartine, Byron, Shakespeare.
"Shakespeare, sussurraria ecos de ser ou não ser, mesmo após o terceiro ato, após duas doses de um nórdico hidromel, num vislumbro escaldo, se caísse de paraquedas, numa aliança maquiavelista liberal do século XXI"
CLICHÊS vs TRAGÉDIAS
Sou shakesperiano assumido,
prefiro as tragédias aos clichês.
Gosto de entender que há realidade
em tudo que é belo,
e que há aprendizado
em tudo que é feio.
Sou romântico progressista assumido,
prefiro a devoção ao autocuidado.
Gosto de fazer existir histórias
onde só havia ilusão,
gosto de ver luz
no meio da escuridão.
Deveria eu assumir as tragédias
e então reproduzí-las?
Ou inspirar-me em clichês do cinema,
em histórias não vividas?
Prefiro viver uma história de cada vez,
um sentimento de cada vez,
para que quando a hora enfim chegar
haja tanta realidade que já não se sabe
se é uma tragédia ou um clichê.
NEM MESMO VAN GOGH
Tudo um dia
Se vai
Eu um dia vou partir,
Todos vamos partir
As flores vão murchar,
A água vai secar,
E nós humanos, vamos nos matar
Sabe a única coisa que não se vai?
A tamanha beleza
Daquela garota
Nem mesmo Van Gogh
Conseguiria achar
Uma palavra para a descrever
Nem Shakespeare
Iria conseguir canta-la
Monalisa teria inveja de
Uma pintura sua, maldito da Vinci,
Errou em sua escolha de obra
São Paulo, cidade da paixão
É onde vive uma gostosa, a tentação
Seus olhos são negros como a noite
E seu sorriso é tão brilhante
Ela caminha pelas ruas com graça
E todos os homens a olham com a cara
Ela é linda e sensual, um sonho
E todos querem fazer dela o seu bem
Ela é divertida, mas também é inteligente
E seu jeito de ser é tão cativante
Ela é uma mulher forte e independente
E nunca deixa ninguém a desrespeitar
São Paulo é uma cidade grande e agitada
Mas ela é a estrela mais brilhante
E todos que a conhecem são abençoados
Por ter essa gostosa como amante
Quão impotente somos diante do futuro,
não temos onisciência nenhuma sobre ele,
a unica esperança que temos com esse mundo do amanha são os frutos que plantamos hoje e, mesmo assim correndo o risco de uma colheita indesejada.
Afinal como disse Shakespeare ´´Um homem nunca está aniquilado de ser enforcado.´´
Para o teu próprio eu, seja verdadeiro; E deve seguir-se, como a noite ao dia. Tu não podes então ser falso com nenhum.
Óh espelho que deturpa a vã imagem, agora, face a face encontro-me contigo.
Neste momento, sem temor e com coragem, desafio-te ao duelo de alfage.
Com bravura no embate da loucura, lutermos sem recuar e nem recear.
Mas prometa-me, se venceste ou se perdeste, não apropriar-se como teus os meus fetos e agonias.
Não chames meu amor de "meu amor", nem denomine minha dor como "minha dor".
Não proclame-se sofredor como eu sou, nem profane o coração deste sonhador.
Nesta confronto sem fantoches ou falsidades, encontramos-nos em um abraço de dualidade.
E nesse encontro sublime, que a imagem se desnuda,
Desvendando os segredos que a ilusão não mais esconde.
Ó espelho, testemunha de nossa dança sem compasso, reflete em teu pranto o meu alude.
E que nossos destinos se entrelacem na eternidade,
Enquanto a imagem se revela na verdade.
Ó pensativo eu, medito sobre meu mudo clamor:
Vivenciamos um afeto absurdo, destituído de sentido.
Por isso, quando a vislumbro, turbulenta,
Desprezo meu olhar do seu,
Pois sei que ela é mera fantasia em minha existência.
Ah, quão perplexo é meu coração, aprisionado!
Nesse dilema de amar e não ser correspondido,
Suspiro aos ventos, sem voz que me redima,
Enquanto ela vagueia, imagem efêmera de sonho.
Ah, donzela enigmática, tão distante e irreal,
Pintura encantada em aquarela de ilusões,
Eu, desafortunado trovador, não posso tocá-la,
Pois ela é somente uma quimera que me seduz.
Em meio a essas horas de angústia e desvario,
Meus suspiros se fundem com a brisa noturna,
E a verdade se revela em meu íntimo:
Ela é apenas um reflexo desvanecido em meu ser.
Ó destino cruel que me brinda com tal tormento,
No palco da vida, onde o encontro é fugaz,
Eu me perco no labirinto do amor não correspondido,
E ela, mera sombra de um sonho, desaparece.