Tag sertão
Sou do Nordeste
Nordestino sim sinhô
Nascido nas bandas do sertão
Mas tome cuidado e preste atenção
Que eu posso ser matuto,
Mas besta eu num sou não!
Ser do interior, nunca me fez inferior,
Muito pelo contrário...
Eu sou de uma terra arretada
Que bem pertinho de mim nasceu Lampião e Luiz Gonzaga. é...
Berço cultural, terra de gente criativa
Foi daqui que saiu Castro Alves, Ariano, Patativa, e muitos outros que nesses versos nem iriam caber!
Eu sou de uma terra riquíssima
De coisas que o dinheiro não pode comprar
De lindas paisagens, vasta cultura, de um sotaque gostoso e da culinária que é apreciada em todo lugar!
Pra num ser tão demorado
Ligeirinho vou te explicar
Deus caprichou, fez tão caprichado
Que o Nordeste é tão bom, que consegue ser tudo de bom, e ainda sobrar um bocado!
O sertanejo se alegra, com a chuva no Sertão. Madruga logo cedinho, levando consigo seu gibão. Vai pra roça, no sustento de seu pão.
MAR!
Trecho da Peça: O Sertão Vai Vira Mar
Com o tempo, a quentura e a seca começaram a fazer parte do dia a dia de todos.
De tão quente e tão sem chuva, pouco a pouco as pessoas daquela cidade foram indo embora, deixando suas casas, suas histórias e seus animais!
Os animais!
Esses sentiram os efeitos da seca.
Poucos restaram naquele sertão.
Sofreram muito com a saída dos homens, mas tiveram que lidar com o que tinham.
Cada um, do seu jeito foi se preparando para o dia que o Sertão virasse Mar.
Isso mesmo, de acordo com as teorias da Senhora Asa Branca, um dia o Sertão viraria Mar e quem não preparasse o seu barquinho, não teria chance de sobreviver.
Ninguém nunca imaginaria que o grande problema de todos, a falta de agua, seria agora, justamente um novo problema, só que ao contrário, a pá virada virou de vez, e ia ser agua demais, agua pra encher as bacias, lagoas e até uma cidade!
Um mar!
Em um lugar esquecido com secas cíclicas no interior do nordeste
Uma população desesperada esperando um cabra da peste
Que irá salva-los da carência e da fome
Antônio conselheiro foi esse “home”
Fundando o arraial de canudos no interior da Bahia
Pobres miseráveis, ex-escravos e fanáticos religiosos ai vivia
Uma comunidade pacata vivendo com as próprias leis
Sem pagar impostos irritando os burguês
Após uma madeira não entregue começou os combate
Matando 150 sertanejos, foi mais um abate
Elite de Juazeiro se sentia ofendida
Com aquela gente pobre tendo uma boa vida
Considerando uma afronta atacaram canudos
Que tiveram 3 vitórias o que não deixou os jornais mudos
Fanáticos Monarquistas querem acabar com a republica
Querendo aplicar sua própria doutrina bíblica
Após pedidos do povo acionaram o poder federal
Euclides cunha jornalista atual, foi documentar os fatos
Testemunhou um massacre, todos foram aniquilados
Após essa desilusão escreveu um livro contando essa tragédia do sertão
Os Sertões foi o nome da obra que tocou milhões
Até hoje essa calamidade toca nossos corações
Esse final triste ainda choca
A revolta de canudos ficou pra história
Noisó careci de chuva,
maidaquela chuva bem chuvida,
modi num inundá tudim,
mai pra modi tirá a secura da terra...
É só o qui nois pedi...ó xenti...
CHUVA PRA MODI MOIÁ O SERTÃO
Marcial Salaverry
Nóis careci di rezá mió,
pra modi vim a chuva
lavá a arma dessi pó...
Inté pareci qui
Nosso Sinhô
cum Padim Ciço brigô,
poi num manda chuva
prinriba di nois...
Dá inté uma gastura,
zoiá pressa secura
di nosso chão....
Dá inté um apreto no coração,
essa farta dágua no sertão...
Nois num qué fartura di fartá,
qué fartura di mutcho tê...
O gado tá morrendo,
as plantação secando,
i a fomi aumentando...
Ó xente, meu Deus,
nóis dá pra vida um adeus...
Mandi água pru sertão...
Num deixa nois nessa agonia, não...
Vem uns homi falano
que careci de cavá uns poço artesiano...
Mai é tudo engano...
Elis pega as verba,
i vão pruma tar de Suiça passiá...
I dexa nois di sedi si acabá,
intregui ao Deus dará...
ROTINA DO SERTÃO
É tão bom viver a vida
Na rotina do sertão.
Bem cedo tomo o café,
Depois vou à plantação.
Levo o gado pra pastar,
Vendo a tarde só passar,
Com Rosa no coração.
TRIUNFO
Encravada no sertão
Numa serra elevada
A cidade de Triunfo
Parece refrigerada
E pra não levar revés
Com a mínima de dez
Só saia agasalhada
Quero sair da cidade
Pro sertão vou viajar
O botão do paletó
Quero desabotoar
Calçar a minha chinela
Ver o campo da janela
No roçado descansar
A vida é muito boa
Para deixar de ser vivida
Não deixe que uma ferida
Te tire do rumo da proa
Não deixe que uma pessoa
Venha seduzir demais
Não autorize jamais
Que uma coisa negativa
Impeça a perspectiva
E atrapalhe seus ideais.
Deus concedeu ao homem
A proeza que ele tem
Deixando que nos diplomem
Para sermos pai também
E esse foi o maior bem
Não tendo outros iguais
Deus permitiu aos casais
Dispor do pujante brilho
Que é conceber um filho
Logo, "Feliz Dia dos Pais"
O destino pôs a gente
Para cruzar o olhar
E igual a adolescente
Faltou coragem pra falar
A timidez atrapalhou
Quando o olhar paquerou
O meu olhar o olhar dela
E a vergonha não deu trela
Para uma conversação
Porém a imaginação
Só me faz pensar nela.
Tu tens a boca tão linda
Mas, seu olhar fala poesia
Cada olho tem a magia
Que a tonalidade brinda
E te digo mais ainda
Teu olhar tem a sedução
Que na mira da visão
O cabra perde o sentido
Pois a flecha do cupido
Acerta o coração.
O seu rosto é perfeição
Seguida da pele macia
Quantos beijos eu daria
Se em uma ocasião
Com o desejo e paixão
E todo esse frisson
Debaixo d'um edredom
E a língua na sua orelha
Chegasse à boca vermelha
Para arrancar seu batom.
Tua boca encantadora
Provoca água na minha
E você nem adivinha
Que és a inspiradora
Como também detentora
Desse meu verso singelo
O seu nome eu não revelo
Para causar impressão
Porém no meu coração
Você já bateu o martelo.
Nossa amizade é o elo
Que faz uma conexão
De um dia essa paixão
Rabiscar um paralelo
Daí o relato mais belo
Despontará com primor
Pois eu darei o valor
Todo que você merece
E o meu peito de alicerce
Para edificar o amor.
Sou nordestino da gema
Que a faceta traduz
Sou nordestino de força
E acredito na cruz
Sou nordestino de fé
Sou tomador de café
Idem comedor de cuscuz.
Eu peço sempre a Jesus
Que nunca venha faltar
Comida na minha mesa
Ou em qualquer outro lar
Eu oro e peço pelo irmão
Que nunca falte no coração
A tal vontade de amar.
Muita expectativa
Acarreta frustrações
No mundo das emoções
Esta forma negativa
Atrapalha e desmotiva
Inúmeras convivências
Então tenha paciência
Vá devagar com as pessoas
Não se estresse á toa
Pra não perder sua decência.
A lágrima te ensina
O valor de um sorriso
Aonde o tempo é preciso
Ao alcance da retina
Mas um dia ele termina
Ligeiro igual trovão
E o efeito da tua ação
É o que faz você colher
Felicidade ou sofrer
Para o seu coração.
"A vida é assim mesmo, reencarnação é osso: uma vez na polpa, outra no caroço!"
"A vida é assim mesmo, reencarnação é isso: uma vez no anzol, outra no caniço!"
("Pérolas" de Tito Sertão em "Reencarnação")
BEBÊ CABRITO
Ele é muito inteligente,
não quer saber de atrito,
nem vacina ele toma,
não precisa estar inscrito,
é melhor que gente braba,
mama na teta da cabra,
esperto bebê cabrito.
CÉU DO INTERIOR
O céu visto aqui na roça
alegra meu coração.
Vejo fácil as estrelas
acima da minha visão.
Boa visibilidade,
calma e tranquilidade,
nesse pedaço de chão.
AQUARELA DO SERTÃO
Entardece na cidade,
o céu é alaranjado,
se misturam novas cores
e ele fica avermelhado.
Aquarela do sertão,
nuvens pintadas a mão,
arte viva no roçado.
Luar do meu sertão
Vivo no meu mundo sonhando,
E sinceridade falando,
No universo em que vivo,
Me sento para compor agora,
De manhã bem cedinho,
Antes de raiar o dia,
O meu galo carijó,
E o meu despertador,
Suas asas batem forte,
La no galho do paiol,
Levanto da minha rede,
Acendo o fogão de lenha,
Minha chaleira na chapa,
Esquenta que relampeia,
Chaminé feita de barro,
Abro a tampa para soltar a fumaça,
La na gruta,
Os bezerros berram de fome,
Abro a janela de madeira ripada,
Um odor invade a cozinha,
É o cheiro da relva,
Misturado com o gramado,
Flores de framboesa,
Cerejas e hortelãs,
Meu Deus do céu,
Esse mundo é bom demais,
A capa fina de neve,
Cobre o cerrado na montanha,
Vou para o piquete,
E laço meu manga larga,
Seu nome é travesso,
E de sua mãe é beleza,
Jogo a cela no seu lombo,
Ele parece que vai saltar,
Sua felicidade é tanta,
Que relincha nas estribeiras,
Sem esporas e sem chicote,
Damos uma volta na fazenda,
Juntamos a vacada,
Para o alimento das crianças,
Duas tetas pros filhotes,
E duas para o leite e o queijo,
Na garoupa um laço de corda,
Material de primeira,
No roçado,
Milho ,arroz e feijão,
Do outro lado,
Canavial e algodão,
Uma época é soja e trigo,
Girassóis na vastidão,
Suas cores amarelas,
Dói até minha visão,
Nem sei se estou sonhando,
Ou ainda acordando,
Toco viola,
Para saborear o que estou falando
Ahooooo pedaço de paraíso
Se compus essa canção,
É porque moro aqui no fundo,
No luar do meu sertão.....
Autor:Ricardo Melo
O Poeta que Voa
(Ser) tão
Quando, à tarde, o sol risca o céu de encarnado
E a vida debreia seu ritmo normal
Vejo advir um ser tão bonito
Com um jeito sincero, de um povo sereno
Onde falar sorrindo é tão natural
Ser tão realista, da cerva trincada
Do banho de rio, da alma lavada
Que pede conselho e não desafina
Como sanfoneiro em festa junina
Um ser tão livre, que anseia por mais
Que nunca desiste e não volta atrás
Mas luta e persiste, pegando a estrada
Na mala um sonho, sem rumo, sem nada
Qual flecha atirada, não voltam jamais.
No centro do sertão, o que é doideira às vezes pode ser a razão mais certa e de mais juízo!
Sertão é isto: o senhor empurra para trás, mas de repente ele volta a rodear o senhor dos lados. Sertão é quando menos se espera.