Tag samba
MEU VIOLÃO
Se meu violão falasse
Certamente diria
Em verso, em prosa em poesia
Coisas secretas de minha alma
Que nem cartola cantaria.
Sobre amores esperados
Nas esquinas da vida
Em noites vazias
De tantos desencontros
Em breves sussurros
Em tristes melodias.
Meu violão canta como eu
desafinado de melancolia
Sonhando o futuro glorioso
Esperançoso de paz e harmonia.
Meu violão, um amigo leal
O mais próximo do peito
Somos assim predestinados à solidão,
Vivemos esta grande ilusão
Que ninguém nos roubará este direito.
Sambando na chuva da noite (versão 3)
Quero estar com você,
enquanto os trovões iluminam o céu,
numa noite de espetáculo de pirotecnia natural,
parecemos dois patos perdidos,
ornamentados pulando entre as poças,
vamos nos jogar na chuva,
molhar nossas cabeças,
esquecer nossas diferenças,
nossas manias,
nossas competições do dia-a-dia,
quero estar com você,
juntando nossas penas cheias de cores e ideais,
nossos dissabores do cotidiano,
nossas desavenças aqui morrem afogadas,
vamos nos jogar na chuva,
e molhar nossa consciência,
batizar nossas idéias,
esquecer nossas bobeiras,
e acender a magia do carnaval,
somos apenas dois palhaços notívagos de luar,
desligados dos barulhos do mundo,
vivendo nosso inquietante samba de romance,
até o sol raiar.
Sabe que a vida corre
E a gente corre atrás da vida
Como se ela não voltasse mais
E ela roda como roda de samba
Onde a tristeza é camuflada com o sorriso
E o canto dos bares de jazz
Já sambei com velha guarda, descalço no calçadão
Ouvi fita, gravei fita, já fiz fita sem intenção
Fitas, discos e cds sempre foram minha paixão
<Sambista Considerado>
O sambista considerado entrou no pedaço já lotado
Na cadência do surdo, lentamente caminhando
Sorridente, cheio de marra, a todos saudando
Sacou logo aquela morena faceira, garbosa, se exibindo.
Sem vacilar, encarou e foi desafiar, vem comigo sambar
Linda, atrevida, a Morena sorriu, logo aceitou,
No sapatinho, cheia de graça, foi se aproximando
O casal, enlaçado, no ritmo adequado, foi causando.
Roda formada, aplausos, incentivos e eles rodando
Alegres, felizes, seguros, o samba solto rolando
Na pista o casal se superando, igual Mestre Sala e Porta Bandeiras
Empolgados, todos caem no samba sincopado, bem balanceado.
Alegria geral na comunidade da Vila Sacadura Cabral...
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Juares de Marcos Jardim – Santo André / São Paulo - SP
Samba-enredo com escolas
na avenida, desfilando.
Gafieira, vou sambando
ao som do mestre Cartola.
Com cavaco ou viola,
componho samba-canção,
ou de Ary, exaltação.
De breque, partido-alto,
no morro ou no asfalto,
canto samba com emoção.
PRELÚDIO
O samba tocou,
Você sorriu no meu ritmo,
Loucamente veio,
Chegou e me abraçou,
Me olhava nos olhos sorrindo,
Olhar de dançarino,
Samba gingado, você me conduz,
Sintonia de olhar,
Coloca amor na cadência,
Eu começo a te fantasiar,
Sonhos utópicos,
Desejos ocultos,
O samba que mexe latente com a gente,
Junta nossos corpos, pensamentos sem igual,
Toca com maestria o som do coração,
Samba contentamento, entusiasmo, gozo,
Um molejo de amor, filho do prazer,
O teu jeito manso que me faz tão contente,
Me rouba os sentidos,
Desfruta meu corpo,
No interior quente do teu sambar...
Samba com virtuosidade,
No interior da minha poesia...
O medo que senti, foi eu nunca mais te ver
então criei coragem, e fui falar com você
foi como magia, um show bis de sedução
amor hoje é seu meu coraçao
Ritmando
Samba é pro pé e no apito,
Rock é pro grito
Jazz é pra quem tem vivalma
Tango cai n’alma
Valsa é pra mulher linda
Samba-canção é pra amar a bem-vinda
Moda de viola é pra sertanejo
Marcha fúnebre é pra cortejo
Choro é um pouco de tristeza
Mas, viva o maluco beleza
Funk se dança no palanque
Bossa nova Tom ensinou pra ianque
Vanerão e pra gaúcho campestre
Baião quem inventou foi um mestre
Xote se dança e canta no nordeste
Frevo é de Olinda inconteste
Forró tem que dançar agarradinho
Gafieira se mistura samba e chorinho
Lambada é carimbó do Pará
Axé na Bahia nunca faltará
Calango é quando se faz quadras de improviso
Cateretê se bate palma e sapateia no contra piso
Maxixe se assemelha à polca tcheca, mas, não tal e qual
Pagode tem origem paulistana, no fundo do quintal
Xaxado sapateia o direito e desliza o esquerdo, ao som da zabumba
Dançar e cantar tudo isso é uma kizumba
Romaria no Bixiga
A campeã das campeãs estas em festa
Salve o seu manto preto e branco abençoado
Comunidade bate palmas se agita
Roda bahiana com o rufar da bateria
Porta bandeira e mestre sala esplendor
Quanto glamour no sambar lindas passistas
A harmonia conduz tudo com amor
E a velha guarda da Vai Vai é tradição
A multidão canta seguindo o pavilhão
Vai caminhando a romaria no Bixiga
Ó padroeira nossa senhora Achiropita
Abençoai minha escola na avenida
Cleiton Asca
