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DENSO VAZIO - Dentro de mim é tronco, mas me falta o chão. Minha alma flutua como uma bolha de sabão. Me afogo em água pura, tento afundar em vão. O corpo cada vez mais denso, mas a madeira no fundo é oca. Ninguém na escuta, eu penso; às vezes a mente é louca. Quase sinto a minha raiz; o que me falta é coisa pouca. Meu equilíbrio segue por um triz.
Sempre achei curioso óleos e olhos rimarem mas não combinarem. Da mesma forma, o saber parece transitar numa linha tênue entre o sabor e o sabão, entre o amor e a paixão, entre a sabedoria e a ignorância.
Nabos e rabanetes luvas e dedais, colchetes e fisgas, para soutiens e pardais, borato de soda e outros sais. para escaldar os pés e a língua, para quem fala demais, ligas e elásticos variados, escovas para os dentes cariados, para a caspa e piolhos aos saltos. rifas e cordéis laminas e navalhas para a barba e pincéis, sabão e sabonetes para quem tem sarro nos sovacos, e joanetes, fraldas e pensos para o climatério e carie dental ,lenços e lençóis para narigudos babados com, o visco de caracóis
Valentim Casimiro
CasimiroCasimirÒ
Um frasco amigo da ilusão
Já vazio
(Sinto mais empatia por ele do que pelos homens)
Um perfume barato
Na lista de desejos indesejados
Uma pele que ficará desidratada
"iNatura"
Um toco de sabão
Um pedaço agora inútil
Talvez fútil
(Como meus dizeres)
Tantas vezes te usei
Ou você me usou
Nada disso importa
Pois no fim tudo acabou...
Ou não
Ainda acabará
Com uma ação que acarretará numa infinita inação
Há sabão que se cheire, mas o mau cheiro da loucura é indelével, impregnando a alma e corrompendo a sanidade. Não importa quantas vezes você lave as mãos, o fedor da insanidade permanecerá, atormentando você até o fim dos seus dias.
A felicidade é frágil, fugaz.
Como bolha de sabão vai-se muito rápido, mas sempre se pode assoprar outras...
Bolha de sabão
Aquela grande e delicada bolha de sabão
Sempre foi o brinquedo do vento
Para lá, e para cá ...
De dentro me parecia estável
Morada da fundação do eu.
E foi então que como uma criança
De olhos brilhantes e curiosos
Tais estes, certa vez, denunciaram
em um reflexo, a silhueta frágil do domo.
Perco a fé na minha não resistência
Realidade de repente me pesa
Caí ...
Gritos ...
Gravidade carinhosa, mostrou:
- Este é o verdadeiro chão!
A queda .... ah que infernal presente foi para mim!
Sentado, ergo a cabeça para cima
Há muitas bolhas flutuando no ar
Fecho os meus olhos, aflito:
- Vai cair!
- Não!
Pensei,
Talvez, só cai quem estranhe o nada, a transparência de não significar.
Bolha de sabão
Ó bolha de sabão
Que levada foste pelo ar,
Em ti voa um coração
Que não sabe amar!
Procuro luz às escuras,
O que quero e não tenho:
Arestas das minhas curas
Limadas ao meu tamanho!
O vento que atraiçoa
Tão abatida e vã espera
Faz-me ser fria pessoa,
Ser quem não era!
Já não tenho restos
De força nas algibeiras,
P’ra entoar protestos
A esperas solteiras!
Ó bolha de sabão
Que não paras de voar,
Que posso fazer senão
Contra o vento, remar?
Luis Mateus
Todas as coisas terrenas são como bolas de sabão: bonitas por fora, mas vazias por dentro. Fomos criados para a eternidade e somente no Criador encontramos contentamento.
