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Fotografar é também um abraço. Um abraço com a luz. Muito além do exato click. É sintonia. Ritual. Caldeirão mágico. Os temperos são colocados um a um. E no final, a revelação, quando quem fotografou e quem foi fotografado se refletem. Com os espelhos do olhar. E esses espelhos só refletem o melhor, em conjunto com o coração. Então ambos se renovam e se engrandecem e alcançam um outro estado de percepção de si e do outro. Fotografar é movimento eternizado, grafado no tempo. É quando se descobre o mais belo ângulo de um corpo. Que se move. Que faz um bailado e se encaixa em si mesmo. Em poses e transes. Entre luzes e sombras. Fotografar é entrega e compaixão. É desnudar-se e desnudar. É vestir-se de si e do outro. É entender a perfeita imperfeição e sua beleza única. É ver. É perceber e enxergar a incrível arte que se descortina em simples mãos bem direcionadas. É composição. De detalhes ínfimos. Fios de cabelos. Braços que giram e se encaixam. Se encontram, e se abraçam. Fotografar é um grande abraço de luz.
*"Minhas canções
e retratos"
meus Lps...com tantas
lembrancas,
como descartar,
se elas vieram pra marcar,
sim, deixaram cenários
e notas 🎶que meu coração fica a cantar"🎤
😊💭
***...🎧 Francisca Lucas...
Fotografias capturam sentimentos, retratos capturam pensamentos, mas nenhum dos dois captam a essência da alma.
O que canto em abundância
são retratos de saudade...
És a flor da minha infância
E um cartão de identidade.
I
Nas passagens do rossio
o colorido do ervado,
velhas eiras, algum gado
e cem anos de pousio...
Na riqueza do teu brio
eu vivi sem importância,
sem o vício da ganância,
no carinho do teu leito,
é sincero e por direito
o que canto em abundância.
Ii
Para sempre a minha escola,
o meu teste de memória,
professora dona Vitória
e mil sonhos na sacola...
Sua imagem me consola
num padrão de eternidade,
vi em ti a liberdade,
muita força e muito medo,
e as promessas dum brinquedo
São retratos de saudade.
III
Aquela imensa multidão,
as promessas arrojadas,
com pessoas encantadas
oferecendo a exaustão...
Boa-Nova e devoção
demonstrados na constância,
o teu povo em abundância
vê passar mais um petiz,
mas que hoje ainda diz:
És a flor da minha infância.
IV
És a página mais amena
no meu livro desfolhado,
o sentimento emocionado,
a nostalgia que me acena...
Neste abraço para Terena
há carinho e amizade,
e aquela fraternidade
que eu guardo de criança...
foste tu a minha esperança
e um cartão de identidade.
DE OUTRORA
Quando a máquina viaja
Trago na minha lembrança
Os tempos que se passaram
Retratos da minha infância
Começo da minha vida
Lampejos de uma criança
Nas terras do meu sertão
Na bandas de onde vivia
O grande pé de imbú
Que no terreiro se erguia
E o roçado de meu pai
Que me trazia alegria
Já na vila, povoado
Com pracinha e zabumbeiro
Que acompanhava os pifes
Quando surgia o luzeiro
Alegrando os sertanejos
Daquele sertão inteiro
Agora, tempos passados
Do sertão me afastei
Nova cidade, outro estado
Na vida continuei
Mas eu me sinto caboclo
Na raiz eu não mudei.
