Tag renato
Foi melhor eu me afastar, porque quando eu estava por perto, era como se eu fosse invisível para todo mundo.
a mulher que procuro não é
a que me leve à cama,
mas aquela pela qual eu deseje
sair da cama todos os dias
Jessie
O amor é entrega
O amor é renuncia
O amor é o suspiro da alma
É Sentir seu peito explodir
numa dor intolerável
Amar é deixar de pensar em si
Se sentir solto ao vento
A cabeça aqui, ou ali...
Ver tudo que seu olhar me proporciona
Seu cheiro sua pele
A todo momento emociona
Teu silêncio me mata aos poucos
Tal qual a distância de meus olhos não poder te enxergar
Te amar pra sempre é minha opção
Esperar, esperar, esperar......
Renato Bonifácio!
A noite chegou sorrateira,
E sem fazer barulho,
A brisa e seus meneios,
Tomam conta de tudo;
É noite, olhe para cima!
A Lua sereníssima,
As estrelas te imitam,
Todas bordadeiras...,
Vejo aves noturnas,
Gentis e faceiras,
Deus é o segredo!
A noite chegou agradável,
- serena -
Pelos fios bem entrelaçados,
Através das mãos da bordadeira,
E da grandeza da sua alma,
De menina e de estrela,
Que à todos ilumina!
Ao fundo ouvindo um violão,
Uma canção de Renato Russo
Vozes bendizendo:
"Quem um dia irá dizer
Que não existe razão
Para as coisas
Feitas pelo coração".
E assim segue a bordadeira
Cantando o refrão,
Com paz e fé no coração;
A bordadeira existe,
É crença feminina
No amor e na vida,
Alma forte e decidida.
Não menos delicada,
Não menos ternura,
Tão radiosa,
Bordadeira de Salinas,
Borda tão lindamente,
Encantando simplesmente,
Bordando o seu destino infinitamente...
Simplicidade.
Me faz falta a simplicidade. ...
Do entardecer da campanha. ...
O mate, dois dedo de canha. ...
Até o naco de fumo. ...
Acho que perdi o rumo. ...
Quando me vim pra cidade. ...
Onde me amadrinha a saudade. ...
Na varanda do apartamento. ...
Tentando buscar o vento. ...
Que se foi com o minuano. ...
Levando aquele paisano. ...
De bombacha e chapéu largo. ...
Revirando o gosto amargo. ...
Do mate madrugueiro. ...
Dos tempos de campeiro. ...
Nos pagos da Fronteira. ...
Daquela essência lindera. ...
Do entardecer na querência. ...
Me resta só a insistência. ...
De lembrar o velho passado. ...
Pra não perder o costume. ...
E sentir por vez o perfume. ...
Daquele cheiro de mato.
Renato Jaguarão.
"Aprenda que não terás tudo que queres na vida, mas deves cuidar bem tudo que tens"
Renato Jaguarão.
Minha história.
Era inverno naquele julho
A luz era do candeeiro
A bóia carreteiro
De charque ovelha e farinha
A benzedeira, também rainha
Das casa de tolerância
Nas campanha de importância
Pelo ofício de parteira
Foi ali pela soleira
Daquele bordel campeiro
Que vi a luz por primeiro
Na minha chegada ao mundo
Num pelego lanudo
Tapado por um xergão
Nascia na Solidão
Pros lado da Santa Vitória
Donde por vez a memória
Me vêm do inconsciente
A origem de um vivente
Se faz a vida e a história
"Não tenho como prever o dia de amanhã, mas no dia de hoje tento fazer o melhor, pois somos o resultadodo do que fizemos no passado"
Renato Jaguarão.
Velha estação.
Velha estação,
Local de chegada e partida,
Valente conservas ainda
Pedaço da tua história,
Daqueles dias de glória
Resistes a força do tempo,
Tal qual foras um templo,
Que tantos destinos cruzou
Alguns tu trouxe de longe,
E outros pra longe levou,
Agora te resta o silêncio,
Tapera já sem serventia,
O cincerro que judiaria,
Nunca mais partida anunciou,
O trilho enferrujou,
O dormente apodreceu,
Só quem te conheceu,
Naqueles tempos dourado,
Consegue te ver no passado,
E o passado que o mundo perdeu...
Renato Jaguarão
"Quem esquece suas origens, esquece dos amigos, dos momentos, dos lugares, da história e de si mesmo"
Areeiro.
Hoje, o sol escondido, fez sombra na barranca.
O rio brilhou, mais que a nascente.
Espelhou, Santa Rosa, escureceu o céu.
João areeiro, transbordou a barca, planando na correnteza.
Horizonte, incerteza, é o dia de amanhã.
No cais aguarda o retorno, um filho uma mulher.
No entardecer, correnteza bruta, que a vida leva de proa.
A areia é a vida, o pão de cada dia.
Espera Maria, a noite caiu.
O filho chorou, o João não subiu.
A tempestade sem aviso, não permitiu retornar.
Jaguarão levou a barca, areeiro não tem mais a pá.
Maria chorou para o rio, João, que não vai mais voltar.
(Assim quando me for)
É lindo o findar de tarde
Mirando aquele retosso
Daqueles tempos de moço
No lombo do meu cavalo
Era como um regalo
Aquela vida lá fora
O arrastar das esporas
Pelo trilhar do galpão
A eguada relinchando
Silhuetando a manguera
O João de barro a porteira
O velho fogo de chão
Depois chegava a pionada
Naquela roda de mate
Cada um dando um aparte
Na trova que se estendia
Daqueles findar de dia
Ainda trago a memória
Pra mim era propria glória
Por ter nascido gaúcho
Quem sabe ainda me toque
No derradeiro final
Quando se vai o bocal
Por mais forte fora o tento
Me reste ainda um momento
Pra relembrar minha sina
Dessa vida tiatina
Lambendo o cocho de sal
A velha cruz em sinal
Na hora da oração
Coloquem junto ao caixão
O pavilhão tricolor
Um lenço vermelho em cor
Pra lembrar o gauderismo
Minha vida de xucrimos
E a minha declamação
E se sobra um espacito
Junto ao meu corpo judiado
Meu violão do meu lado
Pinho velho afinado
Pra chegar no outro lado
Já fazendo algum costado
Uns verso bem declamado
Pro patrão nosso Senhor...
Renato Jaguarão.