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..."Por mais engraçado que ele seja, um palhaço não faz rir um circo onde as cadeiras estão vazias." ... Ricardo Fischer
Qualquer lugar que seus pés tocarem se torna uma passarela. E vc? Tão bela, há pouco te observava em meio a uma platéia. Não possuo ingresso pra contemplar embora gostaria muito, poder comprar? Quaisquer distância, tempo, direito, de assim cm essas multidões de rostos a te cercar, poder finalmente mostrar, estou aqui, por ti, sempre, a te esperar?
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Na maioria das vezes um tombo é uma oportunidade extraordinária de nos reavaliarmos e recomeçar a caminhada mais lúcidos e fortes. Por vezes é só um tombo mesmo, daí sacudimos a poeira, agradecemos a platéia, e vamos em frente para o próximo ato!
Quando temos certeza de quem nos vê no secreto, não precisamos nos preocupar com o olhar da platéia. O autor da vida a nos observar é suficiente!
Domino a platéia, provoco lágrimas de alegria e sou recompensado com aplausos. Às vezes, somente às vezes, me dou conta de que aprendi a fazer as pessoas sorrirem. Qual platéia me ensinará a sorrir?
Em hipótese alguma me disponho a ser platéia de palhaços "letrados" e/ou engravatados. Estejam eles onde estiverem.
"Mas enquanto isso, fazemos o que está ao nosso alcance..."
Com ruídos, "platéia", tombos e arranhões; e porquê não com uma dose de perfume, batom e poesia?
O parecer traz muitos aplausos, mas o ser é a única virtude que traz paz e sobrevive quando o show acaba e a plateia vai embora.
Quando aprendi que platéia só deve aplaudir ou vaiar e que não cabe à ela o direito de editar a vida de ninguém, dei aos espectadores o lugar merecido no meu espetáculo.
Entre tantas misérias...
Poucos buscam a Verdade...
A grande maioria apenas ora...
Contentando-se com o sorriso que chora...
Deslumbramento...
De rudes caminhos...
Murmúrios entre as sombras e os ninhos...
Enquanto os anos passam...
E a vida segue em desalinho...
Tudo na vida está em esquecer...
Ou não, o dia que passa...
Tua vitória está em saber que não é hoje...
Amanhã será?
Nos desafios do tempo...
Esmorece a esperança...
E na violência que chora...
Não te culpas, mas culpas as horas...
Mas se faz no seu cuidado...
O bem que apenas em sua alma retrata...
Sedento de justiça...
Justiça torta...
E malfadada...
E tendo passado a vida...
E tão pouco compreendido...
Onde se oculta o pavor...
De tão pouco ter aprendido...
Eco...
Vai o grito da cegueira...
Perseguindo a funesta sorte...
Fugindo da morte...
O coração já não sente...
As asas da fantasia...
Agora já perdida...
Busca nas esquinas...
Enganando-se todos os dias...
Mas não desisti da estranha jornada...
Imposta pela sua má vontade...
Não lhe depara o gozo...
Só chora saudades...
Alma de vácuo imenso e fundo...
E desta meia morte...
Continuas a olhar o mundo...
Platéia das cousas mortas...
De vento que sopra...
E responde sorrindo à cruel realidade...
Disfarçando a perdida mocidade...
Perdido estás...
Sob estranho véu...
Pedindo aos céus...
Um novo amanhã...
Sandro Paschoal Nogueira
