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Se você fosse de papel, cuidaria para que nenhuma lágrima te molhasse, e a única coisa que poderia te fazer desmanchar seriam meus beijos apaixonados.
Se você fosse de papel, adoraria brincar de origami e te transformar em uma borboleta, uma rosa ou um coração. Pintaria com lápis de cor suas unhas e lábios e desenharia todas as roupas que quisesse usar em cada ocasião diferente.
Se você fosse de papel, passaria horas lendo suas pintas, marcas e cicatrizes, e ficaria viciado na leitura do seu corpo. Escreveria todos os dias nos espaços em branco um novo capitulo dessa nossa história de amor.
Se você fosse de papel, te faria de confete e serpentina para alegrar as crianças no carnaval, e depois passaria horas juntando e colando cada pedacinho seu até voltar a ser a mais bela escultura.
Se você fosse de papel, iria te amassar e dobrar até caber no meu bolso, para que assim eu pudesse levá-la comigo para todos os lugares que fosse, e nunca sentir saudades suas.
Não estou procrastinando. Estou vivendo o intervalo entre parar de escrever e recolocar a caneta no papel
As Minhas Letras
As letras são os meus maiores refúgios,
como também as minhas melhores companhias.
Tenho por elas um apreço tão grande,
que não me imagino
sem poder delineá-las em traços,
num papel qualquer,
ainda que se manifestem temerosas,
quentes, invasivas dos amores, rabiscos.
As letras completam em linhas compostas,
o que o meu olhar não consegue dizer;
são calmarias para a minha alma,
lucidez para o meu viver.
As letras, as minhas letras,
são vozes ecoantes que flutuam em brisa
e difundem o meu sentir
em compilados versos espaçados,
que vão além de mim; imaginados.
E de todas as lógicas existentes,
são elas, tão somente,
as minhas únicas e inúmeras letras,
que me entende.
O Brasil é mesmo um circo.
Os políticos são os palhaços,
e nós, o publico.
As vezes é preciso inverter os papeis. E a gente aceita, numa boa. Afinal, somos todos Brasileiros!
Torre de Papel
Cada vez que escrevo, me realizo, me identifico, me entendo;
Cada vez que escrevo, me emociono, revejo o meu passado, relato as minhas experiências, conto sobre o que conheço do tal amor, me espalho em lágrimas quando comento sobre a saudade ou a respeito de quem não está mais aqui fisicamente;
Cada vez que escrevo, falo em versos, as minhas verdades e digo o que vi em meus sonhos;
Cada vez que escrevo, os ventos sopram levando a minha torre de papel, para de alguma forma, agradar, ajudar, ensinar ou melhorar os conhecimentos de outras pessoas;
Cada vez que escrevo, viajo para outro mundo bem particular e sei que neste mundo o poder da escrita me mantém reservado, preservado, iluminado e abraçado.
O homem só vai se dar conta da sua missão, quando entender qual é o papel e o propósito do seu espírito aqui na terra.
Guardar-te-ei em poucas linhas,
Em traços de uma mera tinta,
Escusa pela incapacidade da escrita em dizer
Sobre o amor que tenho por você.
E nos versos não exibidos,
Oculta o seu sorriso, sua voz insistente que,
Por vezes, tira-me o ar.
Através da brancura do papel,
Afastam-se as letras quando a saudade
Invade a vontade de te amar.
Guardar-te-ei sem pressa,
Como quem carrega um cristal,
Uma flor, uma canção de amor
Feita pra te agasalhar,
Arrancando o frio das noites sem luar.
E sem esforço, ouço o seu chamado.
Esqueço a poesia e me atenho em você,
Pois é no falar do seu calar em mim,
Que a minha maior eloquência se faz no sentir.
A felicidade é fácil. Basta uma folha de papel e uma caixa de lápis de cor, pensou, quase no mesmo instante em que a primeira bala o atingiu.
Eu queria escrever um livro, mas não posso mencionar você!
Pois papel no mundo não haveria, para que eu pudesse te descrever.
PAPEL AMIGO MEU, ouvidos das minhas dores alivio das minhas lágrimas
PAPEL AMIGO MEU, descrevo em ti os meus sentimentos com as cores que as escrevo, PAPEL MEU nunca reclama, nunca julga apenas ouve, sem falar me diz muito, é la que as chuvas de guerra acalmam é la que as mascaras caem nenhum sorriso é tristeza e nenhuma tristeza é alegria.
PAPEL AMIGO MEU, morro em ti pra que eu possa viver aqui refugio quando a raiva e o ódio vem, minha sombra do sol aqui
PAPEL AMIGO MEU, NUNCA RECLAMA, NUNCA JULGA, APENAS OUVE
Às vezes fico imaginando como seria a preocupação das pessoas de tempos antigos quando justamente o papel de escrever estava para acabar, não havendo reposição imediata, como seria para aquelas pessoas a sensação mediante a esse fato?
- Acredito ser desesperadora, no mínimo. Mas hoje, em 2019, temos folhas infinitas e digitais.
Aqui
Aqui, nesse papel em branco
Escrevo algumas linhas
Falo da vida minha
Que levo a trancos e barrancos
Onde, às vezes, me espanto
Com a lida que se avizinha.
Olho longe, para o futuro
Onde plantei uma semente
Sempre cuidando, exigente
Alheio aos meus, não recuo
Ainda por vezes, em cima do muro
Apazíguo as idéias e sigo em frente.
As vezes quero entender o porquê
De chegar até aqui
Mas se até agora consegui
Nem vou tentar responder
Vou fazer acontecer
E viver como sempre vivi.
Tédio
Muito pior que a fome
É o tédio que me consome
A vontade de sair do lugar
É tão forte quanto a de ficar.
Na espera que o tempo passe
Para que algo vá acontecendo
A vida passa entre os dias
E nós, morrendo.
Perdido... em devaneios de palavras vazias.
Onde o sentido pouco importa
Só preciso ocupar a mente, literalmente.
Essa manhã de melancolia
Trouxe algumas linhas ao meu dia.
Aproximei o rosto até o papel branco. O cheiro familiar de biblioteca entrou nos meus pulmões fulminando; uma devastadora alegria me dava um frio na espinha. Era o odor que até o famoso estilista Karl Lagerfeld tentava reproduzir em perfumes, para mostrar a paixão de todos os seres pelo papel.
Viver intensamente, é deixar a vida nos abraçar. É doar o que temos de melhor e sentir que cumprimos o nosso papel aqui, neste mundo, onde fomos escolhidos para sermos o melhor de nós.
O exagero na gargalhada
O flerte no olhar
A boca sempre sabe o que falar
A certeza de ser quem é
Sensibilidade exposta no papel
Sangra palavras
Transborda escrita
Confunde rimas
Nasceu poeta ⠀
O Papel Aceita
O mal do papel é aceitar tudo que pinto sobre ele sendo assim como deixarei de escrever se ele não se nega a ser mantenedor de meus pensamentos.
Conveniente como juntar a fome com a vontade de comer. Fome de tinta e vontade de expressar.
Hodiernamente exige-se mais do enfermeiro uma alta performance, que significa atingir todo o seu potencial e poder desfrutar de tudo que suas habilidades possam proporcionar. Performance significa atuação, desempenho, mas também é um espetáculo em que o artista atua com inteira liberdade e por conta própria, interpretando papel ou criações de sua própria autoria ou interpretação de outrem. Pode o enfermeiro ser performático? Quando este entra em cena, o seu papel deve conter um script científico e cultural bem definido, um figurino com indumentária impecável, com texto e gestos bem ensaiados. No cenário da saúde é ele o protagonista, não pode ser coadjuvante ou figurante. A alta performance, no entanto, é uma decisão pessoal e intransferível. Dra Marislei Brasileiro.
Quando estamos pré-determinados a cumprir o nosso papel, estamos cientes de que vamos conseguir vencer qualquer obstáculo.
Apenas palavras
No branco te conservas brando,
por enquanto
Até manchar de carvão esse véu imaculado,
com cuidado
Também te feriste
Objeto em riste
Sangue de grafite
E na ponta de aço
que te fere a alma
o golpe cruel.
Assim como escrevo
num pedaço de papel.
Publicada no Jornal de Santa Catarina
Almanaque do Vale em 24/04/10
Jorrava ao papel
Abundantes palavras
Por vezes falhava
Teimando a caneta
Enlouquece o autor
Longe da mesa
No meio da mata
Sacode e assopra
Olha ao redor
Já impaciente
Lembra do lápis
Perdido no bolso
Um toco de nada
Salva o texto
Alegra e agrada
Feliz satisfeito
Retorna da caça
No caderninho amassado
Mais um poema está feito
Livros abertos
Quando menina gostava de livros abertos
Parecia que a qualquer instante bateriam asas, alçariam voo pela janela
Suas folhas me lembravam gaivotas
Aquelas que desenhávamos em nossos pores de sol no papel
Cresci!
Descobri que não era imaginação
Livros abertos sabem voar
Quando menina eu tinha razão.
