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O que se conhece como moda ontem já era, hoje é novidade, amanhã será novo e depois de amanhã, o ridículo.
Percorrendo minha memória, percebo que o que mais me colocou pra frente na minha vida, em vários momentos, foi ter feito novas conexões com pessoas.
O desconhecido causa medo e receio, até que ele se aproxima de você, estende a mão, dá um "oi" e se apresenta.
Às vezes a gente se basta de ir a alguns lugares. Tem lugares que eu já frequentei quase que semanalmente, que hoje não tenho a mínima vontade de ir. Não necessariamente que alguns desses lugares não possam ser mais divertidos. Mas que possam já ter me bastado. Tem lugares que eu sinto que já explorei o suficiente daquela vivência, daquela experiência, ou de um momento em que eu buscava algo específico que hoje não busco mais. E como alternativa a esses lugares, me sinto muito melhor ficando em casa, e explorando agora as coisas boas que tem em ficar dentro de casa. Por outro lado, tem lugares que eu já frequentei muito, que hoje ainda sinto vontade de ir, que ainda sinto prazer e sensação de novidade.
Mergulho me no meu vasto oceano de medos imaginários toda vez que me sinto amedrontado por insensatez diante uma nova diferença e uma ousada liberdade.
Época infantil, sei tão pouco sobre tudo, hoje. Que as vezes me parece que tenho que reaprender tudo de novo.
Há caminhos que parecem bons,
mas no fim, perdem a razão.
(Proverbios 14:12, sussurra a revelação…)
Nem toda proposta é salvação,
às vezes, é só distração.
A alma ansiosa corre atrás
do que brilha, mas não traz paz.
Mas o que é propósito…
Ah, isso não muda jamais.
O propósito é como raiz:
invisível, firme, fiel.
Ele te chama em silêncio,
mesmo quando tudo é cruel.
Na psicologia, é identidade.
Na fé, é chamado eterno.
É ponte entre a dor e a verdade,
é fogo que aquece no inverno.
Propostas vêm e vão — convite, vaidade,
mas o propósito é promessa,
escrito com luz na eternidade.
DÁ-ME NOVIDADE
Ó, cessai, que a sentida poesia entendia
insiste redizer, e o teu ressoar inquieta
se mistura com a tristura do triste poeta
não poetizando os encantos da alegria
Embora com a ilusão se junte, é vazia
a sensação, tudo falta e, é incompleta
a busca dum amor, de peso é repleta
a realidade é que tão pouco ela varia
Vai-se a razão, perde-se aquela paixão
lentas horas eternas, dura morosidade
num vagar amargo de tediosa alcova
Redigir sempre a mesma fria emoção
importuna a alma que quer liberdade
ó, destino, dá-me uma situação nova!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 julho 2024, 05’33” – Araguari, MG