Tag nostalgia
O meu tempo é o hoje.
O que foi já é passado:
É somente um retrato
Num baú empoeirado.
Só viver de nostalgia
É como paralisia,
É tempo desperdiçado.
Verso teimoso
Eu não preciso escrever.
Quem se importaria com meus escritos?
Penso então, que talvez seria até bom não escrever.
Mas o verso é teimoso.
O verso é insistente.
Invade feito tisunami as páginas em branco
Trazendo consigo avassaladoras palavras salgadas.
Penso então, que talvez até seria bom não escrever.
Quem sabe não haveria aflição e devaneios ?
Eu não seria incauta ao fantasiar
Meus versos viajando no tempo e no espaço
Cruzando fronteiras
Quem sabe se não escrevesse, a inquietude não existiria ?
Eu olharia da varanda o entardecer de domingo,
Veria tão-somente o entardecer de domingo...
E não um pedaço de tempo passando
Um pedaço a menos de vida.
De nostalgia e solidão não vestiria o momento bucólico da varanda
Esperando, com nostalgia e solidão, a visita da noite
Viver com pesar a morte de mais um dia
Teimosa, mais que o verso,
Então eu escrevo.
Tita Lyra
Dias de dezembro...
Chega dezembro
Com sua crueldade invade os corações
Traz a saudade daqueles que queríamos perto
Relembra o pesar das vivências mal decididas
Evoca a angústia de vermos um ano se acabar sem as realizações tão sonhadas, brotadas à mesma época do ano que passou...
Sei que este é ideal inverso, que a magia envolve esses dias de amor...
disso não duvido
Apenas não ignore minha lamúria, pois ela também é real.
Vivê-la é o que tenho de concreto aqui, agora
Transformá-la em perspectivas otimistas é meu plano para os próximos instantes
E que ninguém julgue tal surto contraditório
Pois o consolo muito breve virá:
A esperança cuidará de convencer-me que a vida é esplendorosa
Que ela recomeça a cada dia, mesmo que seja um dia de dezembro.
Lembranças do passado é como rodar disco de vinil na vitrola, às vezes a agulha arranha de rodar sempre na mesma faixa...
Tudo é encanto.
É beleza.
É leveza.
Tudo é formosura.
É fantasia.
É nostalgia.
Tudo é amor.
É emoção.
Tudo é pura sedução.
Hoje tô meio assim:
Meio triste
Meio sozinha
Meio pensativa
Meio na minha
Meio reflexiva
Meio calada
Meio nostálgica
Meio nada
Estou tão meio tanto
Que juntando os pedacinhos
Dá um inteiro de depressão.
A moda pode ser nostálgica, desde que, as informações possam
virar grandes inspirações para novas criações.
Escrever!!
— É ter a façanha de tirar das entranhas, palavras genuínas de emoção, que encantam o coração!
— É rascunhar o que vivência, muitas vezes até com nostalgia, e desse modo apaziguar o pavor da melancolia!
Rosely Meirelles
O teu vazio mora aqui do lado.
Na cama vazia.
No guarda roupa sem suas camisas
No sofá da sala.
O teu vazio mora aqui, dentro de mim.
Na falta de colo,
De afago,
De presença.
Indeléveis vazios que estão a me consumir.
Transição
E nos bosques de minha alma
Se esconde o tempo
Onde um dia eu fui feliz
Em que não havia marcas
Não havia cicatriz
Eu era inteira e segura
Não temia a solidão
Que hoje me tem como prisioneira
Sem carinho e sem razão
Oh alma sofrida venha aqui
Me dê sua mão
Não deixe a nostalgia roubar seu brilho
Tirar sua fé e ferir seu coração
O passado é só história
Que mora apenas na memória
Cuide então do seu presente
não deixe que ele passe em vão
Ele é sua semente que irá colher alí na frente
Olhe adiante , pise no chão
E quando o “ontem” na porta do “hoje” bater
Seja firme não se deixe amolecer
Diga Adeus e agradeça pelo que te fez crescer
Mas não se envolva, feche a porta e se abra para um novo amanhecer.
No Limiar dos Dias
Aprendemos que a vida não é um carnaval contínuo.
Há horas em que o corpo se ergue como trincheira,
as pernas inquietas tecem labirintos sem chão,
e os pensamentos, cavalos desgovernados,
rasgam a madrugada com cascadas de talvez.
Então, o mundo se cinde:
de um lado, o véu da fantasia,
onde os desejos são sussurros em chamas, do outro, o chão da realidade, cujas raízes sangram números, horas, cicatrizes.
A conta chega não em moedas, mas em peso.
E se você não se posiciona, o tempo se pociona por você, assim como rio que não retrocede, esculpe suas margens em seu lugar.
Não há escapatória:
é preciso largar a pedra que carrega, aquela que entala o peito e finge ser abrigo,
e seguir com o rio, entregar-se à correnteza que arrasta
até o mar, onde o sal dissolve certezas e o infinito é um útero de recomeços.
Pois só quem solta o lastro do controle descobre que navegar
é também ser navegado pela força que move planetas e ciclos: a arte sagrada de fluir.
Quando a brisa da nostalgia sopra, agita a cortina rendada do tempo que sutilmente separa o presente do passado e, espalha na atmosfera o inebriante perfume da saudade.
Foi só um toque sutil, mas com força suficiente para adentrar as frestas do tempo e se deitar na eternidade.
no balancear dos loureiros deixei a minha infância, hoje as memórias me chegam na corrente da brisa, num murmúrio de nostalgia...
Nostalgia
Como quisesse amado ser, deixando
O coração sonhador, espaço em fora
A paixão, sem olhares e sem demora
Vestir tua quimera e partir em bando
Excêntrico senso, tonto, malversando
O tempo e a hora, sem valia: e, agora
Que passou, sente a solidão, e chora
E implora, a aura antiga recordando...
E, o agrado rebelando compungido
Atrás, volta carente de convivência
Do abraço com calor e de amante
E assim, nos versos andei perdido
- Já! pranteio a dor em reverência
Murmurando o amor daqui distante
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Há momentos em que sinto tanta felicidade que não cabe em mim.
Em outros instantes, uma tristeza de meio mundo.
Emoções que não pertencem a mim.
Acredito que só se deve pensar no passado se isso contribuir para melhorar o presente. Caso contrário é pura nostalgia.
Aí lembramos daqueles dias em que sonhávamos acordado... Onde tudo era fantasia; sonho que não queríamos que acabasse.
Agora sob a sombra dos dias; somos vencidos pelo tempo. E, olhando para o passado, vemos as marcas que denunciam nossa fragilidade em nossos rostos.
Sinto-me triste como um restaurante de estrada vazio no inverno. É sempre a mesma coisa no dia do meu aniversário: uma pesada melancolia abate-se sobre mim como uma chuva tropical cada vez que eu penso de novo em Papai, em Mamãe, nos colegas e naquela festa eterna ao redor de um crocodilo estripado no fundo do jardim...
"Gostaria de escrever as coisas lindas sobre nós, os dias incríveis que vivemos, as declarações, o amor que em mim transborda.
Mas a nostalgia me esgota.
E só por isso só escrevi: SAUDADES."
É um dia nostálgico.
Acredito que no final da tarde eu vou está em estilhos e meu nome será saudades.