Antónia Ruivo

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Deve-se ao sonho o avanço da civilização. Então, serão os sonhadores construtores incompreendidos, ou serão somente uma bola de sabão inconformada e que assim, levita além da conta, transpondo o limiar do impossível.

Inserida por virgiliosoares

Se os acordes do piano despertarem em ti a recordação do meu rosto, e o dia vestir as cores do arco- íris… é porque o instante em vez do oposto, permitiu a amplitude do nosso sentir!

Por vezes estou tão cansada, não é o corpo, porque, do cansaço do corpo dou conta com uma boa noite de sono. Tenho a alma cansada!
Nessas alturas apetecia-me correr campo fora, de encontro ao vento, pegar num punhado de terra e lambuzar a alma, mas... tinha que ser num dia de outono: num daqueles dias em que a chuva miudinha fustiga o coração com a suavidade de uma lágrima fugidia.
E dou por mim a pensar: a minha doidice tem calos nas mãos e o coração suspira pela planície, por isso mesmo:
Não me encaixo num tempo de encaixes passageiros!

Por vezes perde-se espaço no silencio imposto pelo óbvio, é nessas horas que o ser coabita com a futilidade dos factos e a memória é somente; um baralho de cartas que as evidencias derrubam!

Uma ilusão dá lugar a outra e por vezes no fim do caminho um rosário de quimeras relembra que, um dia após o outro plantámos sonhos na esperança de que nascesse um campo de girassol. Expectativa de quem não sabe voar mas acredita ter asas!

Não viva de saudade. O passado é isso mesmo e o presente é único, por mais cinzento que seja, já o futuro será sempre uma caixa fechada...
Por isso, sorria à noite que dá sempre lugar ao dia!

Gravei o meu nome em letras de ouro com burel de prata e mesmo assim; tudo o que restou é uma miragem vestida de estopa!

Gosto de acreditar que as minhas palavras ajudam a que pelo menos um desconhecido tenha os dias mais bonitos e as noites mais tranquilas.
Ilusão de poeta num mundo louco e escorregadio.

Não quero este tempo, sem lei nem roque, estou a mais num espaço descabido e frio. Busco mas sei que me escapa o norte…
Talvez porque a incerteza tomou conta do rio
e a vida já não vale por si só. Amor será fake,
num amanhã desprovido, pelintra e vazio!

Nunca estamos preparados para enfrentar as feras que criámos.
Sejam as da nossa cabeça ou as da sociedade, actual.

Humildade é saber aceitar o fracasso com um sorriso e o topo sem exibicionismo.
Olhar os outros sem esquecer que cada um é ímpar e cada qual é o resultado de si mesmo.
Levantar as defesas perante o imbecil e saber que é hora de as baixar perante o sábio.
Ser humilde acarreta a humanidade de cada um, a gentileza e a temperança.

Pode fugir tudo por entre os dedos, menos o conhecimento e a capacidade de ainda sonhar.

Não queiras o impossível... limita-te ao que cada um te pode dar para que não te exijam; aquilo que não és.

Nada mais simplório que um "eu te amo" levado ao limite na banalização do verbo amar.
Por isso, ame por inteiro e sem alarido e verá nascer borboletas nos olhos dos que ama.

Quando as palavras se sobrepõem aos sonhos a poesia morre.

⁠A loucura, essa sombra que atinge a humanidade.
Para quê pensar nela se ela existe? Quando existe e se
existe, é porque temos medo.

⁠Porque nos dobramos tantas vezes perante a
realidade que nos rodeia? (Pergunta mesquinha na
solidão rodeada de gente.)

⁠A dúvida!... Só a dúvida tem o poder de infligir
chibatadas aos mais crédulos. Se não fosse por ela, o
abismo que separa a utopia da realidade seria menor.

⁠“Deixa-te guiar pelo sol
e verás que tudo é passageiro.
Que a noite espreita atrevida
OU que a lua sabe do seu próprio brilho.”

⁠“Transporto nas mãos abertas
Uma ânsia fria
Nas pontas dos dedos
um vazio pardacento
e mesmo assim acredito.”

Inserida por virgiliosoares